Oposição acusa Governo de propaganda com a devolução da sobretaxa

28-07-2015
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Estava previsto no Orçamento do Estado para 2015 desde Outubro do ano passado, mas só agora foi concretizado. Se a receita de IRSe IVA ficar acima do previsto, o Executivo devolve aos contribuintes o excesso. As primeiras previsões chegaram na semana passada: se o ritmo de crescimento da receita até Junho se mantiver até Dezembro, o Estado devolve 19% da sobretaxa de IRS cobrada. O anúncio levou a oposição a acusar o Governo de "desonestidade" e de "propaganda".

"Relativamente à evolução do crédito fiscal da sobretaxa no primeiro semestre de 2015, caso o crescimento de 4,2% da soma das receitas de IRS e de IVA verificado até Junho de 2015 se mantenha até ao final de 2015, o crédito fiscal será de 19%, o que corresponderá a uma sobretaxa efectiva de 2,8% (em vez de 3,5%)", revelam as Finanças em comunicado. Ou seja, é como se ao longo do ano tivesse sido aplicada uma sobretaxa de IRS de 2,8% em vez de 3,5%. Esta redução corresponde a um alívio na carga fiscal equivalente a mais de 100 milhões de euros, já que a receita arrecadada com a sobretaxa ultrapassa os 700 milhões de euros.

Este valor é superior à percentagem de devolução (de 0,5 pontos percentuais) que esteve em cima da mesa durante a preparação do Orçamento do Estado para este ano. A devolução de meio ponto da sobretaxa de IRS de 3,5% para 3% não avançou, tendo o Executivo optado pelo crédito fiscal - uma solução mais cautelosa e que permite ao Executivo devolver a sobretaxa apenas se houver condições orçamentais para o fazer. Apenas com os valores da execução orçamental de Dezembro deste ano será possível saber exactamente qual o valor que será devolvido. Até lá, os valores que vão ser divulgados mensalmente serão apenas estimativas, alerta o Executivo.

A pouco mais de dois meses das eleições legislativas, a possibilidade de um crédito fiscal a entregar aos contribuintes em 2016 levou os partidos da oposição a acusar o Governo de fazer "propaganda". O anúncio do Governo é "no mínimo prematuro para não dizer desonesto", disse o deputado socialista Pedro Nuno Santos, no Parlamento, em reacção aos valores conhecidos na sexta-feira.

O deputado lembra os alertas de alguns especialistas que indicam que os reembolsos do IVA estão a ser "travados". Entre eles, o bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC) que acusa o Governo de "puro eleitoralismo" já que a receita do IVA está "empolada". OPSD defende que as declarações de Domingues Azevedo estão "incorrectas". "Com esse tipo de intervenções com um cariz tão partidário faz-me sempre ficar nesta incerteza: se quem está a falar é o bastonário dos OTOC, se é o dirigente do PS", afirmou à Lusa o deputado do PSD Duarte Pacheco. Domingues Azevedo é o número um da Comissão Nacional de Fiscalização Económica e Financeira do PS.

Os especialistas sustentam que quando os reembolsos forem desbloqueados, a receita de IVA será mais baixa, reduzindo a probabilidade de devolução da sobretaxa. O boletim de execução orçamental mostra que os reembolsos de IVA estavam até Junho 262,7 milhões de euros abaixo do montante devolvido no período homólogo.

Do PCPchegaram os mesmos avisos, com o secretário-geral, Jerónimo de Sousa, a acusar o Governo de fazer um "número de propaganda" e a alinhar pela tese das receitas empoladas .

No entanto, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, está confiante que os dados definitivos de Dezembro possam permitir uma devolução maior do que a apontada pelos dados do primeiro semestre, desvalorizando assim as críticas feitas pelos partidos da oposição.

Estava previsto no Orçamento do Estado para 2015 desde Outubro do ano passado, mas só agora foi concretizado. Se a receita de IRSe IVA ficar acima do previsto, o Executivo devolve aos contribuintes o excesso. As primeiras previsões chegaram na semana passada: se o ritmo de crescimento da receita até Junho se mantiver até Dezembro, o Estado devolve 19% da sobretaxa de IRS cobrada. O anúncio levou a oposição a acusar o Governo de "desonestidade" e de "propaganda".

"Relativamente à evolução do crédito fiscal da sobretaxa no primeiro semestre de 2015, caso o crescimento de 4,2% da soma das receitas de IRS e de IVA verificado até Junho de 2015 se mantenha até ao final de 2015, o crédito fiscal será de 19%, o que corresponderá a uma sobretaxa efectiva de 2,8% (em vez de 3,5%)", revelam as Finanças em comunicado. Ou seja, é como se ao longo do ano tivesse sido aplicada uma sobretaxa de IRS de 2,8% em vez de 3,5%. Esta redução corresponde a um alívio na carga fiscal equivalente a mais de 100 milhões de euros, já que a receita arrecadada com a sobretaxa ultrapassa os 700 milhões de euros.

Este valor é superior à percentagem de devolução (de 0,5 pontos percentuais) que esteve em cima da mesa durante a preparação do Orçamento do Estado para este ano. A devolução de meio ponto da sobretaxa de IRS de 3,5% para 3% não avançou, tendo o Executivo optado pelo crédito fiscal - uma solução mais cautelosa e que permite ao Executivo devolver a sobretaxa apenas se houver condições orçamentais para o fazer. Apenas com os valores da execução orçamental de Dezembro deste ano será possível saber exactamente qual o valor que será devolvido. Até lá, os valores que vão ser divulgados mensalmente serão apenas estimativas, alerta o Executivo.

A pouco mais de dois meses das eleições legislativas, a possibilidade de um crédito fiscal a entregar aos contribuintes em 2016 levou os partidos da oposição a acusar o Governo de fazer "propaganda". O anúncio do Governo é "no mínimo prematuro para não dizer desonesto", disse o deputado socialista Pedro Nuno Santos, no Parlamento, em reacção aos valores conhecidos na sexta-feira.

O deputado lembra os alertas de alguns especialistas que indicam que os reembolsos do IVA estão a ser "travados". Entre eles, o bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC) que acusa o Governo de "puro eleitoralismo" já que a receita do IVA está "empolada". OPSD defende que as declarações de Domingues Azevedo estão "incorrectas". "Com esse tipo de intervenções com um cariz tão partidário faz-me sempre ficar nesta incerteza: se quem está a falar é o bastonário dos OTOC, se é o dirigente do PS", afirmou à Lusa o deputado do PSD Duarte Pacheco. Domingues Azevedo é o número um da Comissão Nacional de Fiscalização Económica e Financeira do PS.

Os especialistas sustentam que quando os reembolsos forem desbloqueados, a receita de IVA será mais baixa, reduzindo a probabilidade de devolução da sobretaxa. O boletim de execução orçamental mostra que os reembolsos de IVA estavam até Junho 262,7 milhões de euros abaixo do montante devolvido no período homólogo.

Do PCPchegaram os mesmos avisos, com o secretário-geral, Jerónimo de Sousa, a acusar o Governo de fazer um "número de propaganda" e a alinhar pela tese das receitas empoladas .

No entanto, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, está confiante que os dados definitivos de Dezembro possam permitir uma devolução maior do que a apontada pelos dados do primeiro semestre, desvalorizando assim as críticas feitas pelos partidos da oposição.

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