Qual é a nossa linha vermelha?

01-01-2021
marcar artigo

Marta Temido antecipou, porque tem os dados e as análises técnicas, que vamos atingir os 3 mil contagiados por dia. Já nos próximos dias. O mesmo tinha feito o primeiro-ministro, quando comunicou ao país que iríamos chegar à barreira dos 2 mil. Tudo isto num espaço de menos de duas semanas. Ficámos hoje a 392 contágios da nova meta. Só falta que algum outro membro do Governo, ou a DGS, estabeleça 4 ou 5 mil casos diários. Como a Alemanha.

Qual é a linha vermelha do Governo? Pressinto que o Presidente já lá está. O que tiver de ser decidido, será decidido, incluindo o recolher obrigatório, disse. A verdadeira questão, no entanto, é saber quando é que o Governo vai tomar mais medidas. É preciso ser pressionado pelo PR para aceitar o decreto de emergência? A calamidade já foi, a emergência é o estado atual do país, embora sem decreto presidencial.

Parados, apenas ansiosos – quem pode e manda – pela uma ou duas da manhã para conhecer os números do dia, é que não descansa ninguém. Os algoritmos de progressão são públicos, o número de transmissão agrava-se, mesmo com as ligeiras quedas aos fins de semana, que não passam de atrasos de intendência, e a única resposta que temos – apesar das novas medidas, mas insuficientes – é o anúncio antecipado de números catastróficos. Um género de «eu avisei». E então? O que é que vão fazer?

Estamos à espera da vacina americana e alemã da Pfizer? Estamos a ver se a febre baixa? Estamos a contar as camas que ainda sobram? Nunca estivemos tão mal, como agora, e só porque aprendemos a lidar com o medo do vírus é que não se faz nada mais vigoroso?

Em Março, o PM mostrou que tinha o «factor Churchill». Em Outubro, quando já todos sabíamos que a pandemia só podia piorar, com a abertura total, o primeiro ministro, eventualmente também com a fatiga da anormalidade, está a inclinar-se muito para o apaziguamento de Neville Chamberlain: «Tenham calma. Isso passa. Os sinais não são assim tão maus». É verdade que o PM nunca traçou uma linha vermelha, como Obama na Síria. Que depois de ultrapassada nada fez. Mas o vermelho está à nossa frente, estamos todos a ver, e ninguém toma medidas duras, rápidas e eficazes. Antes agora e depressa, do que mais tarde e lentamente. Este vírus não está parado, a descansar, à espera de melhores dias.

Marta Temido antecipou, porque tem os dados e as análises técnicas, que vamos atingir os 3 mil contagiados por dia. Já nos próximos dias. O mesmo tinha feito o primeiro-ministro, quando comunicou ao país que iríamos chegar à barreira dos 2 mil. Tudo isto num espaço de menos de duas semanas. Ficámos hoje a 392 contágios da nova meta. Só falta que algum outro membro do Governo, ou a DGS, estabeleça 4 ou 5 mil casos diários. Como a Alemanha.

Qual é a linha vermelha do Governo? Pressinto que o Presidente já lá está. O que tiver de ser decidido, será decidido, incluindo o recolher obrigatório, disse. A verdadeira questão, no entanto, é saber quando é que o Governo vai tomar mais medidas. É preciso ser pressionado pelo PR para aceitar o decreto de emergência? A calamidade já foi, a emergência é o estado atual do país, embora sem decreto presidencial.

Parados, apenas ansiosos – quem pode e manda – pela uma ou duas da manhã para conhecer os números do dia, é que não descansa ninguém. Os algoritmos de progressão são públicos, o número de transmissão agrava-se, mesmo com as ligeiras quedas aos fins de semana, que não passam de atrasos de intendência, e a única resposta que temos – apesar das novas medidas, mas insuficientes – é o anúncio antecipado de números catastróficos. Um género de «eu avisei». E então? O que é que vão fazer?

Estamos à espera da vacina americana e alemã da Pfizer? Estamos a ver se a febre baixa? Estamos a contar as camas que ainda sobram? Nunca estivemos tão mal, como agora, e só porque aprendemos a lidar com o medo do vírus é que não se faz nada mais vigoroso?

Em Março, o PM mostrou que tinha o «factor Churchill». Em Outubro, quando já todos sabíamos que a pandemia só podia piorar, com a abertura total, o primeiro ministro, eventualmente também com a fatiga da anormalidade, está a inclinar-se muito para o apaziguamento de Neville Chamberlain: «Tenham calma. Isso passa. Os sinais não são assim tão maus». É verdade que o PM nunca traçou uma linha vermelha, como Obama na Síria. Que depois de ultrapassada nada fez. Mas o vermelho está à nossa frente, estamos todos a ver, e ninguém toma medidas duras, rápidas e eficazes. Antes agora e depressa, do que mais tarde e lentamente. Este vírus não está parado, a descansar, à espera de melhores dias.

marcar artigo