Semanário Económico

07-03-2004
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Espanha, fraudes, eleições e retoma marcam banca em 2003

24-12-2003, Carlos Caldeira, Maria Ana Barroso e Maria Teixeira Alves

2003 destaca-se por ser o ano da retoma do sector financeiro. Os bancos inverteram a tendência de quebra nos lucros que se registou em 2002. o fantasma da invasão espanhola marcou também o ano. as eleições do montepio fecham 2003.

Diz o ditado que depois da tempestade sempre vem a bonança. Assim parece estar a acontecer no sector bancário português. Depois de um ano de 2002 “para esquecer”, com quedas nos lucros (um fenómeno que não foi só nacional), as medidas tomadas pelos bancos, assentes sobretudo em rigorosos controlos de custos, começaram este ano a produzir os seus efeitos. Ao contrário de 2002, este ano os principais bancos nacionais chegaram mesmo a apresentar, subidas consideráveis nos lucros.

A crise deixou no entanto algumas marcas que, dizem os analistas, demorarão a passar. O crédito continuou a desacelerar, ou propositadamente por estratégia dos bancos (apostados em ser mais selectivos sobretudo na concessão de crédito pessoal ou a empresas) ou porque a crise económica tem levado particulares e empresas a alguma contenção. Os depósitos não têm tido sorte melhor e os últimos dados do Banco de Portugal falam em crescimentos homólogos inferiores a 1%. Como consequência, e ao contrário do que seria desejável, o rácio de crédito/recursos continua a subir. O que significa que, apesar da desaceleração no crédito, os depósitos continuam a estar longe de serem suficientes para cobrir os empréstimos concedidos. O mal parado, e tal como previam os analistas, continuou a aumentar (aqui o pior foi o BCP e o melhor o BPI, sobretudo no 3º trimestre). A evolução das taxas de juro e dos níveis de desemprego determinarão em parte a evolução do incumprimento do crédito.

Ainda este ano o Banco de Portugal alterou o regime de provisionamento de riscos de crédito, levando os bancos a libertar provisões genéricas e reforçar específicas. Com estas alterações aos métodos de provisionamento, no 3º trimestre algumas instituições conseguiram melhorar os seus resultados com as provisões libertadas. Um impacto positivo que no último trimestre poderá não se fazer sentir.

Ano mediático para o BES

O Banco Espírito Santo foi em 2003 alvo de duas más notícias. Primeira, a suspeita de insider trading do presidente do BESI, Manuel Serzedelo - por a sua empresa pessoal, Cerveja Estrela, ter comprado acções da PT Multimédia e vendido antes da reestruturação que permitiu a redução da dívida da empresa do Grupo PT. Como consequência, aquele gestor pediu a demissão dos cargos de presidente do BESI e de administrador do BES e PT. Segunda, a fraude financeira nos EUA, que pode levar a perdas de 170 milhões de dólares. A falência fraudulenta de uma empresa de factoring onde o Espírito Santo Bank (Miami) chegou a deter 50% até Setembro de 2002 pôs em risco uma emissão de obrigações de 140 milhões de dólares e um empréstimo do BES de Nassau de mais de 30 milhões de dólares.

BdP “condena” CBI

Outro escândalo financeiro foi detectado este, ano (pelo Banco Portugal). Trata-se da fraude contabilística do CBI. O banco foi acusado de “esconder” prejuízos na ordem dos 20 Me entre o 3º trimestre de 2001 e Setembro de 2002, ao não provisionar uma garantia de empréstimo de 31,2 Me a uma instituição que financiou os compradores de uma carteira de acções do CBI, alienada em Março de 2001. Tendo apenas provisionado essa garantia, que foi accionada, um ano após o seu registo, ou seja, em Setembro deste ano. O Banco de Portugal acabou por aplicar sanções a oito dos nove ex-administradores do Central Banco de Investimento. O processo administrativo concluiu que os responsáveis falsificaram as contas e prestaram falsas declarações à autoridade de supervisão, em operações que conduziram à falência do banco. Tavares Moreira vai recorrer.

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Últimos Comentários fraude no CBI

zedelouro (25-12-2003)

Há algo de muito errado em todo este caso. Então o Sr. Tavares Moreira não dse demite de todos os cargos porquê? A fraude que cometeu está abençoada? É mais uma pouca vergonha. O Ministério Publico não actua? Ou será que fica à espera que cometa outra fraude? é que o homem até é deputado, manda na economia do PSD, dá dicas de conomia na televisão, etc, eyc e ainda vai enganar mais alhuém...

É a republicxa das bananas.

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Espanha, fraudes, eleições e retoma marcam banca em 2003

24-12-2003, Carlos Caldeira, Maria Ana Barroso e Maria Teixeira Alves

2003 destaca-se por ser o ano da retoma do sector financeiro. Os bancos inverteram a tendência de quebra nos lucros que se registou em 2002. o fantasma da invasão espanhola marcou também o ano. as eleições do montepio fecham 2003.

Diz o ditado que depois da tempestade sempre vem a bonança. Assim parece estar a acontecer no sector bancário português. Depois de um ano de 2002 “para esquecer”, com quedas nos lucros (um fenómeno que não foi só nacional), as medidas tomadas pelos bancos, assentes sobretudo em rigorosos controlos de custos, começaram este ano a produzir os seus efeitos. Ao contrário de 2002, este ano os principais bancos nacionais chegaram mesmo a apresentar, subidas consideráveis nos lucros.

A crise deixou no entanto algumas marcas que, dizem os analistas, demorarão a passar. O crédito continuou a desacelerar, ou propositadamente por estratégia dos bancos (apostados em ser mais selectivos sobretudo na concessão de crédito pessoal ou a empresas) ou porque a crise económica tem levado particulares e empresas a alguma contenção. Os depósitos não têm tido sorte melhor e os últimos dados do Banco de Portugal falam em crescimentos homólogos inferiores a 1%. Como consequência, e ao contrário do que seria desejável, o rácio de crédito/recursos continua a subir. O que significa que, apesar da desaceleração no crédito, os depósitos continuam a estar longe de serem suficientes para cobrir os empréstimos concedidos. O mal parado, e tal como previam os analistas, continuou a aumentar (aqui o pior foi o BCP e o melhor o BPI, sobretudo no 3º trimestre). A evolução das taxas de juro e dos níveis de desemprego determinarão em parte a evolução do incumprimento do crédito.

Ainda este ano o Banco de Portugal alterou o regime de provisionamento de riscos de crédito, levando os bancos a libertar provisões genéricas e reforçar específicas. Com estas alterações aos métodos de provisionamento, no 3º trimestre algumas instituições conseguiram melhorar os seus resultados com as provisões libertadas. Um impacto positivo que no último trimestre poderá não se fazer sentir.

Ano mediático para o BES

O Banco Espírito Santo foi em 2003 alvo de duas más notícias. Primeira, a suspeita de insider trading do presidente do BESI, Manuel Serzedelo - por a sua empresa pessoal, Cerveja Estrela, ter comprado acções da PT Multimédia e vendido antes da reestruturação que permitiu a redução da dívida da empresa do Grupo PT. Como consequência, aquele gestor pediu a demissão dos cargos de presidente do BESI e de administrador do BES e PT. Segunda, a fraude financeira nos EUA, que pode levar a perdas de 170 milhões de dólares. A falência fraudulenta de uma empresa de factoring onde o Espírito Santo Bank (Miami) chegou a deter 50% até Setembro de 2002 pôs em risco uma emissão de obrigações de 140 milhões de dólares e um empréstimo do BES de Nassau de mais de 30 milhões de dólares.

BdP “condena” CBI

Outro escândalo financeiro foi detectado este, ano (pelo Banco Portugal). Trata-se da fraude contabilística do CBI. O banco foi acusado de “esconder” prejuízos na ordem dos 20 Me entre o 3º trimestre de 2001 e Setembro de 2002, ao não provisionar uma garantia de empréstimo de 31,2 Me a uma instituição que financiou os compradores de uma carteira de acções do CBI, alienada em Março de 2001. Tendo apenas provisionado essa garantia, que foi accionada, um ano após o seu registo, ou seja, em Setembro deste ano. O Banco de Portugal acabou por aplicar sanções a oito dos nove ex-administradores do Central Banco de Investimento. O processo administrativo concluiu que os responsáveis falsificaram as contas e prestaram falsas declarações à autoridade de supervisão, em operações que conduziram à falência do banco. Tavares Moreira vai recorrer.

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zedelouro (25-12-2003)

Há algo de muito errado em todo este caso. Então o Sr. Tavares Moreira não dse demite de todos os cargos porquê? A fraude que cometeu está abençoada? É mais uma pouca vergonha. O Ministério Publico não actua? Ou será que fica à espera que cometa outra fraude? é que o homem até é deputado, manda na economia do PSD, dá dicas de conomia na televisão, etc, eyc e ainda vai enganar mais alhuém...

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