Colectânea de Carlos Paredes amanhã com o PÚBLICO

14-08-2004
marcar artigo

Colectânea de Carlos Paredes Amanhã com o PÚBLICO

Quinta-feira, 08 de Julho de 2004 Uma colectânea de Carlos Paredes com uma peça inédita de Luísa Amaro e uma gravação do radialista Fernando Alves, juntamente com o oitavo capítulo de "Para uma História do Fado" de Rui Vieira Nery compõem mais um volume da colecção "O Fado do Público". A não perder. Amanhã nas bancas, por apenas mais 6,5 euros. No oitavo volume da colecção "O Fado do Público" a ser publicado amanhã, o musicólogo Rui Vieira Nery apresenta em "Para uma História do Fado" as raízes do fado de Coimbra. Assume que tem origem na boémia lisboeta de oitocentos, capaz de atrair uma juventude de extracção burguesa ou mesmo aristocrática que daí migrou para Coimbra. Luís D'Almeida era estudante do ensino superior em Lisboa - que frequentou durante 12 anos - mas durante esse período, já na segunda metade do século XIX salientou-se mais como fadista, guitarrista e autor de fados. Era uma espécie de protótipo do estudante de Coimbra conhecido pela boémia e pela sua dedicação à vida airada. A Universidade de Coimbra era contudo o grande pólo a que afluíam as elites urbanas não só de Lisboa mas de todo o país. José Dória terá sido um dos primeiros fadistas em Coimbra, como atesta o elogio que o seu amigo Joaquim de Vasconcelos lhe presta num texto produzido em 1870, um ano depois da sua morte e em que revela os prazeres de o ouvir cantar o "Fado de Coimbra". Ora, este "Fado de Coimbra" não é ainda um género musical autónomo mas tão só um fado como os de Lisboa, mais tarde publicado no "Cancioneiro de Músicas Populares" de César das Neves, onde na letra se discorre sobre aqueles que viriam a ser os temas centrais da tradição do fado de Coimbra, ou seja, o quotidiano do estudante se afasta do lar mas viver numa cidade universitária. O papel de José Dória enquanto pioneiro do fado de Coimbra terá sido algo ampliado pelo seu amigo. Menos inquestionável, no entanto, terá sido a importância de Augusto Hilário Costa Alves (1964-1896), estudante que viria a ser vítima de crise hepática, aos 32 anos, quando cursava no terceiro ano de Medicina. Quando faleceu, Hilário já era uma figura popular em todo o país, mercê do seu talento enquanto fadista e autor de poemas para fado. Daqueles que compôs e que chegaram aos nossos dias anotados em partituras destacam-se o "Fado Serenata" e o "Último Fado" e que, correspondem à 1ª e 2ª partes, respectivamente, da música daquele que actualmente é conhecido como "Fado Hilário" que hoje se canta com um poema moderno de Gabriel de Oliveira, em homenagem ao fadista. A estrutura musical ainda permanece semelhante à do fado de Lisboa, embora se distinga pela variedade harmónica patente na 2ª parte, menos habitual e mais sofisticada. Quando Hilário morre, a sua perda é tanto sentida em Coimbra, como em Lisboa e no resto do país. A sua popularidade chega então a rivalizar com a da Severa. As descrições de época - dado que não são conhecidos registos fonográfico - apontam para uma colocação da voz e linguagem expressiva patente na liberdade rítmica de enunciação da frase que se veio a confirmar como sendo própria de Coimbra. A geração seguinte, constituída por António Menano (1895-1969), Edmundo Bettencourt (1899-1972), Artur Paredes (1899-1980), Lucas Junot (1902-1968) e Paradela de Oliveira (1904-1970), autonomiza o fado de Coimbra completamente, transformando-o num género poético-musical com características próprias e que então se afasta do fado de Lisboa. O oitavo volume da colecção "O Fado do Público" apresenta ainda um CD com temas de Carlos Paredes onde se incluem duas homenagens, uma da autoria do Trio Luísa Amaro ("A Paredes") e outra na forma de um texto dito por Fernando Alves. Do alinhamento ainda fazem parte os temas "Variações em ré menor", "Movimento perpétuo", "Mar goês", "Valsa", "Divertimento", "António Marinheiro", "Canção para titi", "Porto Santo", "Canção de Alcipe", "Canção" e "Fantasia nº2". Além de mais um capítulo da história do fado de Rui Vieira Nery, o volume "O Amigo Paredes" inclui ainda prefácios de Eduardo Lourenço, Eduardo Lourenço, Fernando Alves, José Jorge Letria e Mia Couto e ilustrações de João Fazenda. OUTROS TÍTULOS EM ÚLTIMA PÁGINA Colectânea de Carlos Paredes amanhã com o PÚBLICO

PÚBLICO FLASH (SÓ NA VERSÃO ONLINE DA EDIÇÃO IMPRESSA DO PÚBLICO)

PÚBLICO Flash

Colectânea de Carlos Paredes Amanhã com o PÚBLICO

Quinta-feira, 08 de Julho de 2004 Uma colectânea de Carlos Paredes com uma peça inédita de Luísa Amaro e uma gravação do radialista Fernando Alves, juntamente com o oitavo capítulo de "Para uma História do Fado" de Rui Vieira Nery compõem mais um volume da colecção "O Fado do Público". A não perder. Amanhã nas bancas, por apenas mais 6,5 euros. No oitavo volume da colecção "O Fado do Público" a ser publicado amanhã, o musicólogo Rui Vieira Nery apresenta em "Para uma História do Fado" as raízes do fado de Coimbra. Assume que tem origem na boémia lisboeta de oitocentos, capaz de atrair uma juventude de extracção burguesa ou mesmo aristocrática que daí migrou para Coimbra. Luís D'Almeida era estudante do ensino superior em Lisboa - que frequentou durante 12 anos - mas durante esse período, já na segunda metade do século XIX salientou-se mais como fadista, guitarrista e autor de fados. Era uma espécie de protótipo do estudante de Coimbra conhecido pela boémia e pela sua dedicação à vida airada. A Universidade de Coimbra era contudo o grande pólo a que afluíam as elites urbanas não só de Lisboa mas de todo o país. José Dória terá sido um dos primeiros fadistas em Coimbra, como atesta o elogio que o seu amigo Joaquim de Vasconcelos lhe presta num texto produzido em 1870, um ano depois da sua morte e em que revela os prazeres de o ouvir cantar o "Fado de Coimbra". Ora, este "Fado de Coimbra" não é ainda um género musical autónomo mas tão só um fado como os de Lisboa, mais tarde publicado no "Cancioneiro de Músicas Populares" de César das Neves, onde na letra se discorre sobre aqueles que viriam a ser os temas centrais da tradição do fado de Coimbra, ou seja, o quotidiano do estudante se afasta do lar mas viver numa cidade universitária. O papel de José Dória enquanto pioneiro do fado de Coimbra terá sido algo ampliado pelo seu amigo. Menos inquestionável, no entanto, terá sido a importância de Augusto Hilário Costa Alves (1964-1896), estudante que viria a ser vítima de crise hepática, aos 32 anos, quando cursava no terceiro ano de Medicina. Quando faleceu, Hilário já era uma figura popular em todo o país, mercê do seu talento enquanto fadista e autor de poemas para fado. Daqueles que compôs e que chegaram aos nossos dias anotados em partituras destacam-se o "Fado Serenata" e o "Último Fado" e que, correspondem à 1ª e 2ª partes, respectivamente, da música daquele que actualmente é conhecido como "Fado Hilário" que hoje se canta com um poema moderno de Gabriel de Oliveira, em homenagem ao fadista. A estrutura musical ainda permanece semelhante à do fado de Lisboa, embora se distinga pela variedade harmónica patente na 2ª parte, menos habitual e mais sofisticada. Quando Hilário morre, a sua perda é tanto sentida em Coimbra, como em Lisboa e no resto do país. A sua popularidade chega então a rivalizar com a da Severa. As descrições de época - dado que não são conhecidos registos fonográfico - apontam para uma colocação da voz e linguagem expressiva patente na liberdade rítmica de enunciação da frase que se veio a confirmar como sendo própria de Coimbra. A geração seguinte, constituída por António Menano (1895-1969), Edmundo Bettencourt (1899-1972), Artur Paredes (1899-1980), Lucas Junot (1902-1968) e Paradela de Oliveira (1904-1970), autonomiza o fado de Coimbra completamente, transformando-o num género poético-musical com características próprias e que então se afasta do fado de Lisboa. O oitavo volume da colecção "O Fado do Público" apresenta ainda um CD com temas de Carlos Paredes onde se incluem duas homenagens, uma da autoria do Trio Luísa Amaro ("A Paredes") e outra na forma de um texto dito por Fernando Alves. Do alinhamento ainda fazem parte os temas "Variações em ré menor", "Movimento perpétuo", "Mar goês", "Valsa", "Divertimento", "António Marinheiro", "Canção para titi", "Porto Santo", "Canção de Alcipe", "Canção" e "Fantasia nº2". Além de mais um capítulo da história do fado de Rui Vieira Nery, o volume "O Amigo Paredes" inclui ainda prefácios de Eduardo Lourenço, Eduardo Lourenço, Fernando Alves, José Jorge Letria e Mia Couto e ilustrações de João Fazenda. OUTROS TÍTULOS EM ÚLTIMA PÁGINA Colectânea de Carlos Paredes amanhã com o PÚBLICO

PÚBLICO FLASH (SÓ NA VERSÃO ONLINE DA EDIÇÃO IMPRESSA DO PÚBLICO)

PÚBLICO Flash

marcar artigo