Perder no próprio terreno .
Santana Lopes é tido como um verdadeiro especialista na utilização dos meios de comunicação e até não seria a primeira vez que poderia ser apontado como um "animal comunicativo". Pelo que se está a ver neste episódio Governo/Marcelo/TVI , algo correu mal e tem sido precisamente no terreno da informação que o Governo tem perdido em toda a linha, hora a hora, minuto a minuto...
Digamos que não tem sido fácil: o desastre iniciou-se com as declarações do ministro Rui Gomes da Silva que, sem olhar à sua condição de ministro ou ponderar as consequências, se lançou num violento ataque a Marcelo Rebelo de Sousa - não havia mais ninguém para dizer aquelas coisas, se é que o PSD precisava mesmo que fossem ditas?
Nesse dia, a comunicação social até foi relativamente parca em comentários sobre o assunto e não fora a saída do próprio Marcelo Rebelo de Sousa e talvez a coisa não passasse de algumas críticas às palavras do ministro. Acabou por ser o próprio patrão da TVI a dar o mote para a estocada final. Não sei se houve algum acto real ou tentativa de pressão sobre Paes do Amaral, mas tenho a convicção de que ele a sentiu: a dias de fechar um bom negócio com a PT - com a benção do Governo - e perante as palavras do ministro não deve ter resistido a uma palavrinha com o "professor", talvez pedindo-lhe contenção ou, no mínimo que se contivesse nos adjectivos...
E podia Marcelo Rebelo de Sousa resistir a uma oportunidade destas? Desta vez nem precisava de falar. Bastava-lhe bater com a porta, dar a entender que tinham mudado as condições em que fazia os seus comentário e gerir o silêncio. E aí temos uma crise, de efeitos bem mais desvastadores para Santana Lopes do que o episódio do Barco do Aborto ou mesmo da (in)colocação dos professores.
Bem podem o Primeiro-Ministro e os seus mais próximos virem explicar que não existiram pressões ou que Marcelo Rebelo de Sousa é um "Maquiavel" que odeia Santana Lopes e são estas, afinal, as únicas explicações para o que se passa. Do outro lado, além da Oposição, Cavaco Silva, Marques Mendes, Teresa Patrício Gouveia, Miguel Veiga, Freitas do Amaral, etc remam em sentido contrário...
Santana Lopes está a perder, afinal, no campo em que é considerado um expert: na informação.
O Comércio do Porto é um produto da Editorial Prensa Ibérica.
Fica expressamente proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos oferecidos através deste meio, salvo autorização expressa de O Comércio do Porto
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Perder no próprio terreno .
Santana Lopes é tido como um verdadeiro especialista na utilização dos meios de comunicação e até não seria a primeira vez que poderia ser apontado como um "animal comunicativo". Pelo que se está a ver neste episódio Governo/Marcelo/TVI , algo correu mal e tem sido precisamente no terreno da informação que o Governo tem perdido em toda a linha, hora a hora, minuto a minuto...
Digamos que não tem sido fácil: o desastre iniciou-se com as declarações do ministro Rui Gomes da Silva que, sem olhar à sua condição de ministro ou ponderar as consequências, se lançou num violento ataque a Marcelo Rebelo de Sousa - não havia mais ninguém para dizer aquelas coisas, se é que o PSD precisava mesmo que fossem ditas?
Nesse dia, a comunicação social até foi relativamente parca em comentários sobre o assunto e não fora a saída do próprio Marcelo Rebelo de Sousa e talvez a coisa não passasse de algumas críticas às palavras do ministro. Acabou por ser o próprio patrão da TVI a dar o mote para a estocada final. Não sei se houve algum acto real ou tentativa de pressão sobre Paes do Amaral, mas tenho a convicção de que ele a sentiu: a dias de fechar um bom negócio com a PT - com a benção do Governo - e perante as palavras do ministro não deve ter resistido a uma palavrinha com o "professor", talvez pedindo-lhe contenção ou, no mínimo que se contivesse nos adjectivos...
E podia Marcelo Rebelo de Sousa resistir a uma oportunidade destas? Desta vez nem precisava de falar. Bastava-lhe bater com a porta, dar a entender que tinham mudado as condições em que fazia os seus comentário e gerir o silêncio. E aí temos uma crise, de efeitos bem mais desvastadores para Santana Lopes do que o episódio do Barco do Aborto ou mesmo da (in)colocação dos professores.
Bem podem o Primeiro-Ministro e os seus mais próximos virem explicar que não existiram pressões ou que Marcelo Rebelo de Sousa é um "Maquiavel" que odeia Santana Lopes e são estas, afinal, as únicas explicações para o que se passa. Do outro lado, além da Oposição, Cavaco Silva, Marques Mendes, Teresa Patrício Gouveia, Miguel Veiga, Freitas do Amaral, etc remam em sentido contrário...
Santana Lopes está a perder, afinal, no campo em que é considerado um expert: na informação.
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