O Ministro e a Porta
Sábado, 30 de Outubro de 2004 Nos últimos dias viveram-se momentos extraordinários nas televisões, ainda por causa da maneira como Marcelo Rebelo de Sousa foi afastado dos comentários da TVI. Consciente de que a vingança se serve fria, o professor foi à Alta Autoridade contar a sua versão dos acontecimentos e deixou o país político em polvorosa. Digam o que disserem, foi um extraordinário momento de televisão, que nos fez sentir saudades das suas homílias dominicais no quarto canal. De forma cerebral, meticulosa, quase pedagógica, sem se deixar traír pelas emoções e evitando resvalar para a pequena política, mostrou aos aprendizes de feiticeiros da chamada "central de informação" que há uma grande diferença entre o produto genuíno e a fancaria. Foi credível e por isso ganhou a batalha da opinião pública. Alguém tem dúvidas? Bem diferente foi a "performance" de Paes do Amaral, um par de horas depois, no Jornal Nacional da TVI. Não foi só o que disse (e este não é o sítio para avaliar o conteúdo da intervenção) - mas a maneira como o fez. Sempre a tossicar, a mexer-se na cadeira, olhando de lado para as câmaras. A sensação foi a de que o "patrão" da TVI foi, no mínimo, económico com a verdade. E as câmaras não costumam perdoar nestas coisas. Mas para o troféu de "imagem da semana" nada bate o momento em que Rui Gomes da Silva tentou escapar aos jornalistas através de uma porta fechada. Foi em São Bento, um par de horas depois de Marcelo ter deposto na Alta Autoridade. O ministro disse umas irrelevâncias quaisquer e quando foi confrontado pelos jornalistas com perguntas sobre Marcelo tentou escapulir-se pela primeira porta que encontrou. Abanou o puxador da direita, depois o da esquerda, puxou a porta, depois empurrou-a com o ombro. Tudo sob o olhar escrutinador das câmaras, como se fosse um "sketch" do Mr. Bean. Como alegoria deste Governo, o momento foi devastador. E muito divertido. Rui Baptista OUTROS TÍTULOS EM MEDIA Deficientes defendem imagem positiva nos "media"
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A mudança
O ministro e a porta
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O Ministro e a Porta
Sábado, 30 de Outubro de 2004 Nos últimos dias viveram-se momentos extraordinários nas televisões, ainda por causa da maneira como Marcelo Rebelo de Sousa foi afastado dos comentários da TVI. Consciente de que a vingança se serve fria, o professor foi à Alta Autoridade contar a sua versão dos acontecimentos e deixou o país político em polvorosa. Digam o que disserem, foi um extraordinário momento de televisão, que nos fez sentir saudades das suas homílias dominicais no quarto canal. De forma cerebral, meticulosa, quase pedagógica, sem se deixar traír pelas emoções e evitando resvalar para a pequena política, mostrou aos aprendizes de feiticeiros da chamada "central de informação" que há uma grande diferença entre o produto genuíno e a fancaria. Foi credível e por isso ganhou a batalha da opinião pública. Alguém tem dúvidas? Bem diferente foi a "performance" de Paes do Amaral, um par de horas depois, no Jornal Nacional da TVI. Não foi só o que disse (e este não é o sítio para avaliar o conteúdo da intervenção) - mas a maneira como o fez. Sempre a tossicar, a mexer-se na cadeira, olhando de lado para as câmaras. A sensação foi a de que o "patrão" da TVI foi, no mínimo, económico com a verdade. E as câmaras não costumam perdoar nestas coisas. Mas para o troféu de "imagem da semana" nada bate o momento em que Rui Gomes da Silva tentou escapar aos jornalistas através de uma porta fechada. Foi em São Bento, um par de horas depois de Marcelo ter deposto na Alta Autoridade. O ministro disse umas irrelevâncias quaisquer e quando foi confrontado pelos jornalistas com perguntas sobre Marcelo tentou escapulir-se pela primeira porta que encontrou. Abanou o puxador da direita, depois o da esquerda, puxou a porta, depois empurrou-a com o ombro. Tudo sob o olhar escrutinador das câmaras, como se fosse um "sketch" do Mr. Bean. Como alegoria deste Governo, o momento foi devastador. E muito divertido. Rui Baptista OUTROS TÍTULOS EM MEDIA Deficientes defendem imagem positiva nos "media"
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