Santana e Durão já conversaram sobre o futuro

03-06-2002
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Santana e Durão Já Conversaram Sobre o Futuro

Por HELENA PEREIRA

Sábado, 1 de Junho de 2002 Autarca de Lisboa deve permanecer na vice-presidência do PSD A entrevista de Pedro Santana Lopes à Rádio Renascença no passado fim-de-semana, em que ameaçava abandonar a vice-presidência do PSD e afastar-se da vida partidária, deixou surpresos vários dirigentes do partido. No início desta semana, Santana almoçou com o líder do PSD e primeiro-ministro, Durão Barroso e terá explicado as razões do seu descontentamento. Na entrevista que foi para o ar no domingo, tinha dito: "Não estou desgostoso com nada a não ser com a maneira como as pessoas estão na vida e na política. Agora, quem está mal sou eu e, diz o povo, quem está mal, muda-se. Os outros estão bem, sentem-se bem aqui nesta maneira de fazer política. Gosto de ser presidente da câmara, tenho muito para trabalhar. Para o resto, com franqueza, não tenho paciência. (...) Há um tratado, uma espécie de pacto tácito em que as pessoas aceitam este teatro que é a maneira como as pessoas fazem política. O meu mundo não é esse. Não pertenço a esse mundo. Não quero, não gosto. O povo compreende-me". Estas declarações surgem depois da derrota de Rui Gomes da Silva na corrida para a liderança da distrital de Lisboa. Gomes da Silva, próximo de Santana Lopes, perdeu para António Preto, que era apoiado pela linha barrosista. Esta derrota segue-se também ao facto de, na escolha dos governadores civis, um dos apoiantes de Santana - o autarca de Ourique, José Raúl dos Santos - não ter tido lugar. Em vésperas de congresso e de inevitáveis mudanças na direcção, esta aparente zanga momentânea pode servir também para o autarca ganhar mais espaço no partido. Esta semana, em declarações aos jornalistas, afirmou que "não há guerra nem crise com o presidente do partido" e que mantém "a lealdade e apoio ao primeiro-ministro". Ressalvou, no entanto, que isso "não quer dizer que tenha que pensar sempre como ele". Santana criticou a acumulação de cargos do Governo e no partido e tem uma posição mais moderada do que o Executivo em relação à RTP. Sobre o cargo que ocupa no PSD, acabou por reconhecer que cabe ao líder escolher em que local ele próprio é mais útil ao partido. O discurso de crítica em relação à classe política, no entanto, também foi visto como um ensaio de um discurso popular para uma eventual corrida às presidenciais. Não é a primeira vez que Santana ameaça abandonar a vida política. "Não escondo que sinto uma distância cada vez maior em relação aos termos em que se processa a vida política em Portugal. Não me agrada, não me interessa porque acho que é do reino da ficção", disse, no domingo. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Durão lança protecção a empresas e privatizações

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