Jornal em Directo

11-02-2005
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O antigo provedor-adjunto da Casa Pia, Manuel Abrantes, foi nomeado para o cargo em 1997 pelo então ministro da Segurança Social, Ferro Rodrigues.

A proposta teria sido feita pelo antigo provedor da instituição, Luís Rebelo, aceite pelo secretário de Estado, Rui Cunha e concretizada por Ferro Rodrigues.

No ano 2000 Abrantes foi reconduzido no cargo de provedor-adjunto, ainda por despacho de Ferro.

Durante a 19ª sessão do julgamento, o arguido respondeu às perguntas do advogado, essencialmente direccionadas para o seu envolvimento político.

Paulo Sá e Cunha perguntou-lhe se tinha «filiação ou simpatia partidária» e Abrantes esclareceu não ser filiado, admitindo, no entanto, ser «simpatizante do PS, já há muitos anos», relacionando-se fora da Casa Pia com pessoas ligadas ao partido.

Mas quando tentou justificar o seu envolvimento no mega-escândalo de pedofilia com as simpatias partidárias, a juíza cortou-lhe a palavra.

Mesmo assim, Manuel Abrantes ainda esclareceu que foi aluno de Ferro Rodrigues, em 81/82, altura em que o ex-secretário-geral do PS leccionava a cadeira de Economia Pública, no ISCTE.

Aparte as ligações ao PS que se pretendeu demonstrar, Paulo Sá e Cunha ainda desafiou o cliente a relatar como a ambição de chegar a provedor lhe trouxe inimizades dentro da Casa Pia. Foi, de resto, o único aluno a ser designado provedor, ainda que por escassos dois dias.

Desde 2001 que Luís Rebelo falava com ele sobre a intenção de deixar a Casa Pia. Em Outubro de 2002 Abrantes admite ter tido uma conversa com um membro da comissão de alunos, João Soares Louro, ex-administrador da RTP, bem como com outras «pessoas influentes», com vista a viabilizar a sua promoção.

Conversas que, sublinha, só ocorreram «depois de saber que a aposentação do Dr Luís Rebelo tinha sido autorizada».

A notícia não agradou a todos e Abrantes admite ter ouvido boatos de que o provedor-adjunto Videira Barreto, por exemplo, teria feito «comentários desagradáveis», assim como um assessor da provedoria, José Pires. Este último terá visitado Carlos Silvino na prisão e por este sido implicado na gravação de filmes pornográficos com menores.

Também o director do colégio de Pina Manique, Luís Vaz e um outro funcionário, de nome Luís Silveira, terão ficado desagradados com a possibilidade de Abrantes chegar a provedor.

Numa manhã dominada pelas perguntas do seu advogado, Manuel Abrantes ainda reconstituiu o percurso dos seus colegas(antigo provedor e respectivos adjuntos) dentro da Casa Pia, adiantando que Luís Rebelo teria sido nomeado provedor em 85 pelo então primeiro-ministro Cavaco Silva e por indicação de Eurico de Melo.

Sobre o adjunto Videira Barreto, com quem noutras sessões admitiu ter uma relação meramente cordial, esclareceu que aquele foi nomeado em 76 e designado «ou pelo Dr Rui Machete ou pelo Dr Morais Leitão».

Durante esta manhã, o antigo provedor-adjunto reconheceu, ainda, que a lista integrada de chamadas, multianco e via- verde contem 30 registos de portagens que não deveriam constar «por corresponderem a deslocações efectuadas pelo filho».

Do mesmo modo, admitiu existirem 87 registos de via-verde que lhe dizem respeito, mas que por lapso não constam da lista. Conclusões a que chegou depois de cruzar os dados fornecidos pela operadora móvel, Brisa e multibanco.

Manuel Abrantes justificou, por outro lado, os 36 telefonemas, num espaço de três anos, para os telemóveis de Silvino com pedidos de ordem pessoal, como sejam o tranporte da sua mãe, por sete ou oito vezes, admitindo, ainda, que aos fins-de-semana chegou a ligar a «Bibi» pedindo-lhe que comprasse lenha.

A convocação de Silvino e de outros motoristas para serviços de ordem pessoal, era, segundo Abrantes, prática habitual entre os funcionários da provedoria.

O antigo provedor-adjunto da Casa Pia, Manuel Abrantes, foi nomeado para o cargo em 1997 pelo então ministro da Segurança Social, Ferro Rodrigues.

A proposta teria sido feita pelo antigo provedor da instituição, Luís Rebelo, aceite pelo secretário de Estado, Rui Cunha e concretizada por Ferro Rodrigues.

No ano 2000 Abrantes foi reconduzido no cargo de provedor-adjunto, ainda por despacho de Ferro.

Durante a 19ª sessão do julgamento, o arguido respondeu às perguntas do advogado, essencialmente direccionadas para o seu envolvimento político.

Paulo Sá e Cunha perguntou-lhe se tinha «filiação ou simpatia partidária» e Abrantes esclareceu não ser filiado, admitindo, no entanto, ser «simpatizante do PS, já há muitos anos», relacionando-se fora da Casa Pia com pessoas ligadas ao partido.

Mas quando tentou justificar o seu envolvimento no mega-escândalo de pedofilia com as simpatias partidárias, a juíza cortou-lhe a palavra.

Mesmo assim, Manuel Abrantes ainda esclareceu que foi aluno de Ferro Rodrigues, em 81/82, altura em que o ex-secretário-geral do PS leccionava a cadeira de Economia Pública, no ISCTE.

Aparte as ligações ao PS que se pretendeu demonstrar, Paulo Sá e Cunha ainda desafiou o cliente a relatar como a ambição de chegar a provedor lhe trouxe inimizades dentro da Casa Pia. Foi, de resto, o único aluno a ser designado provedor, ainda que por escassos dois dias.

Desde 2001 que Luís Rebelo falava com ele sobre a intenção de deixar a Casa Pia. Em Outubro de 2002 Abrantes admite ter tido uma conversa com um membro da comissão de alunos, João Soares Louro, ex-administrador da RTP, bem como com outras «pessoas influentes», com vista a viabilizar a sua promoção.

Conversas que, sublinha, só ocorreram «depois de saber que a aposentação do Dr Luís Rebelo tinha sido autorizada».

A notícia não agradou a todos e Abrantes admite ter ouvido boatos de que o provedor-adjunto Videira Barreto, por exemplo, teria feito «comentários desagradáveis», assim como um assessor da provedoria, José Pires. Este último terá visitado Carlos Silvino na prisão e por este sido implicado na gravação de filmes pornográficos com menores.

Também o director do colégio de Pina Manique, Luís Vaz e um outro funcionário, de nome Luís Silveira, terão ficado desagradados com a possibilidade de Abrantes chegar a provedor.

Numa manhã dominada pelas perguntas do seu advogado, Manuel Abrantes ainda reconstituiu o percurso dos seus colegas(antigo provedor e respectivos adjuntos) dentro da Casa Pia, adiantando que Luís Rebelo teria sido nomeado provedor em 85 pelo então primeiro-ministro Cavaco Silva e por indicação de Eurico de Melo.

Sobre o adjunto Videira Barreto, com quem noutras sessões admitiu ter uma relação meramente cordial, esclareceu que aquele foi nomeado em 76 e designado «ou pelo Dr Rui Machete ou pelo Dr Morais Leitão».

Durante esta manhã, o antigo provedor-adjunto reconheceu, ainda, que a lista integrada de chamadas, multianco e via- verde contem 30 registos de portagens que não deveriam constar «por corresponderem a deslocações efectuadas pelo filho».

Do mesmo modo, admitiu existirem 87 registos de via-verde que lhe dizem respeito, mas que por lapso não constam da lista. Conclusões a que chegou depois de cruzar os dados fornecidos pela operadora móvel, Brisa e multibanco.

Manuel Abrantes justificou, por outro lado, os 36 telefonemas, num espaço de três anos, para os telemóveis de Silvino com pedidos de ordem pessoal, como sejam o tranporte da sua mãe, por sete ou oito vezes, admitindo, ainda, que aos fins-de-semana chegou a ligar a «Bibi» pedindo-lhe que comprasse lenha.

A convocação de Silvino e de outros motoristas para serviços de ordem pessoal, era, segundo Abrantes, prática habitual entre os funcionários da provedoria.

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