Ex-secretário de Estado Não Sabe Nada
Terça-feira, 26 de Novembro de 2002
O ex-secretário de Estado da Solidariedade Rui Cunha garantiu ontem que, enquanto membro do Governo no exercício daquela pasta entre 1995 e 2001, desconhecia qualquer participação da Polícia Judiciária sobre eventuais casos de pedofilia na Casa Pia. O dirigente socialista disse ter sido "confrontado pela primeira vez com a suspeita" de crimes de pedofilia na Casa Pia com as notícias sobre o caso. "Enquanto membro do Governo, fiquei com a melhor impressão da Casa Pia e, se tivesse existido o menor indício de ilegalidade, teria actuado em conformidade", declarou o membro do Secretariado Nacional do PS. A este propósito, Rui Cunha lembrou a sua actuação imediata quando se verificaram suspeitas de maus tratos a menores no Asilo do Terço, no Porto, em 1999, na sequência de um processo da Inspecção Geral do Trabalho e da Solidariedade.
Morais Sarmento quer discrição
O ministro da Presidência, Morais Sarmento, defendeu hoje uma "investigação rigorosa e exaustiva" aos alegados casos de violação de menores por um funcionário da Casa Pia de Lisboa, mas recomendou discrição na abordagem do problema. "Deve-se fazer tudo o que porventura não tenha sido feito" para apurar responsabilidades, declarou o governante, em Coimbra, no final duma visita a uma casa-abrigo de mulheres vítimas de violência doméstica. Segundo Nuno Morais Sarmento, "muita discussão e controvérsia" em torno dos alegados casos de pedofilia, noticiados nos últimos dias, "só prejudica" a investigação das suspeitas.
BE e PCP pedem esclarecimentos
O Bloco de Esquerda (BE) e o PCP pediram ontem ao Governo um esclarecimento sobre suspeitas e responsabilidades de abusos sexuais sobre crianças a cargo da Casa Pia de Lisboa. "Ficámos também a saber que a instituição, o ministério que a tutela e a PJ tinham, pelo menos desde 1980, segundo declarações de Teresa Costa Macedo, antiga secretária de Estado da Família, conhecimento destas suspeitas, confirmadas por vários alunos da Casa Pia. O funcionário em causa terá mesmo sido várias vezes afastado da instituição, vindo sempre a ser reintegrado", refere o BE. Em requerimento dirigido à ministra da Justiça, Celeste Cardona, o deputado comunista António Filipe pergunta que sequência tiveram essas eventuais queixas, caso tenham existido indícios que as fundamentem. "Se relativamente a factos recentes foi tornado público que as entidades competentes estão a actuar, já em relação a factos ocorridos no passado o país tem o direito de saber se, perante queixas, que tenha sido apresentadas, tiveram lugar ou não as investigações que se impunha", justifica o deputado do PCP.
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Ex-secretário de Estado Não Sabe Nada
Terça-feira, 26 de Novembro de 2002
O ex-secretário de Estado da Solidariedade Rui Cunha garantiu ontem que, enquanto membro do Governo no exercício daquela pasta entre 1995 e 2001, desconhecia qualquer participação da Polícia Judiciária sobre eventuais casos de pedofilia na Casa Pia. O dirigente socialista disse ter sido "confrontado pela primeira vez com a suspeita" de crimes de pedofilia na Casa Pia com as notícias sobre o caso. "Enquanto membro do Governo, fiquei com a melhor impressão da Casa Pia e, se tivesse existido o menor indício de ilegalidade, teria actuado em conformidade", declarou o membro do Secretariado Nacional do PS. A este propósito, Rui Cunha lembrou a sua actuação imediata quando se verificaram suspeitas de maus tratos a menores no Asilo do Terço, no Porto, em 1999, na sequência de um processo da Inspecção Geral do Trabalho e da Solidariedade.
Morais Sarmento quer discrição
O ministro da Presidência, Morais Sarmento, defendeu hoje uma "investigação rigorosa e exaustiva" aos alegados casos de violação de menores por um funcionário da Casa Pia de Lisboa, mas recomendou discrição na abordagem do problema. "Deve-se fazer tudo o que porventura não tenha sido feito" para apurar responsabilidades, declarou o governante, em Coimbra, no final duma visita a uma casa-abrigo de mulheres vítimas de violência doméstica. Segundo Nuno Morais Sarmento, "muita discussão e controvérsia" em torno dos alegados casos de pedofilia, noticiados nos últimos dias, "só prejudica" a investigação das suspeitas.
BE e PCP pedem esclarecimentos
O Bloco de Esquerda (BE) e o PCP pediram ontem ao Governo um esclarecimento sobre suspeitas e responsabilidades de abusos sexuais sobre crianças a cargo da Casa Pia de Lisboa. "Ficámos também a saber que a instituição, o ministério que a tutela e a PJ tinham, pelo menos desde 1980, segundo declarações de Teresa Costa Macedo, antiga secretária de Estado da Família, conhecimento destas suspeitas, confirmadas por vários alunos da Casa Pia. O funcionário em causa terá mesmo sido várias vezes afastado da instituição, vindo sempre a ser reintegrado", refere o BE. Em requerimento dirigido à ministra da Justiça, Celeste Cardona, o deputado comunista António Filipe pergunta que sequência tiveram essas eventuais queixas, caso tenham existido indícios que as fundamentem. "Se relativamente a factos recentes foi tornado público que as entidades competentes estão a actuar, já em relação a factos ocorridos no passado o país tem o direito de saber se, perante queixas, que tenha sido apresentadas, tiveram lugar ou não as investigações que se impunha", justifica o deputado do PCP.