EXPRESSO: País

04-07-2002
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Monteiro avança com movimento

O ex-líder do PP será o primeiro presidente da associação «Por uma Europa Nova», que se propõe intervir sobre o futuro da UE

Alberto Frias Manuel Monteiro: a pensar nas eleições europeias de 2004?

MANUEL Monteiro e um conjunto de personalidades ligadas à política, ao meio empresarial, à comunidade científica e à vida académica vão lançar este mês um movimento cívico. Cerca de 50 nomes compõem o núcleo fundacional do «Movimento por uma Europa Nova», que envolve desde militantes do CDS/PP e do PSD a muitos independentes.

Luís Bigode Chorão, que foi chefe de gabinete do ministro da Justiça Mário Raposo, Filipe Jardim Gonçalves, empresário, Miguel Félix António, secretário-geral do grupo Entreposto, Nuno Montenegro e Pedro Nunes - ambos professores na Faculdade de Medicina do Porto -, José Fernando Gonçalves, professor na Faculdade de Engenharia do Porto, José Manuel Paixão, vice-presidente do Instituto Politécnico de Tomar, Jorge Seabra, presidente do Conselho de Administração da Coelima, José Silva, presidente da Caixa de Crédito Agrícola da Área Metropolitana do Porto, Margarida Sá Costa, advogada, Baltasar Aguiar, advogado, Tomé Fernandes, empresário, Miguel Sardinha, advogado, Pedro Lacerda, da Universidade Lusíada do Porto, Vítor Ávila, empresário da construção civil, e o mediático empresário Manuel Serrão são alguns dos fundadores desta associação que será lançada até ao fim deste mês. A estes juntam-se muitos dos fiéis apoiantes de longa data de Manuel Monteiro, como Girão Pereira, Fernandes Thomaz, Jorge Ferreira, Gonçalo Ribeiro da Costa, Helena Santo, Nuno Correia da Silva, Posser de Andrade, Salvador Correia de Sá, Manuel Pinto Machado, Ricardo Vieira e Simões Dias.

O movimento - que pretende intervir ao nível do debate sobre as reformas dos tratados comunitários no tempo que ainda falta até às eleições europeias (em Junho de 2004) -encontra-se na fase final de discussão e aprovação dos estatutos e de elaboração da sua carta de princípios. Sendo que a escritura da constituição do movimento será ainda este mês.

Mandatos limitados

Um dos princípios assumidos pelo movimento - que irá funcionar numa «lógica de complementaridade do trabalho dos partidos e não de substituição» - é o da limitação de mandatos. Nesse sentido, a liderança da organização será rotativa, sendo que no primeiro ano irá estar a cargo de Manuel Monteiro.

Segundo o EXPRESSO apurou, um dos objectivos do movimento é ir ao encontro do desafio lançado pela própria Comissão Europeia no sentido de que os cidadãos dos países europeus criassem movimentos e associações para discutir a evolução institucional europeia face ao alargamento. E, por outro lado, esperam conseguir uma partilha de experiências entre pessoas que já tiveram responsabilidades máximas na direcção de partidos e outras cuja actividade política se limitou ao exercício do direito de voto.

Na opinião de um dos fundadores do movimento, «a Europa, ao caminhar para um modelo social europeu único, que se traduz em políticas comunitárias cada vez mais únicas, priva as comunidade nacionais do seu próprio espaço de liberdade». E, como consequência, «transforma os órgãos políticos nacionais em supérfluos». Para este conjunto de personalidades, o que está em causa é a «recusa do nacionalismo» - que «é hoje a bandeira daqueles que são contra a UE e contra os tratados europeus» - «e a defesa da afirmação nacional», que passa pela defesa da soberania política e dos valores de competição das próprias comunidades nacionais no espaço europeu.

Também nesse sentido, e partindo do pressuposto de que a Europa é constituída por comunidades nacionais politicamente organizadas, o núcleo fundacional deste movimento entende que deve haver uma «inversão da lógica da subsidiariedade». Ou seja, os órgãos comunitários devem ser chamados apenas para resolver os problemas quando os órgãos políticos nacionais não o conseguirem.

Os fundadores do «Movimento por uma Europa Nova» vão solicitar uma audiência ao Presidente da República para lhe apresentarem formalmente a organização. E está em aberto a possibilidade de o virem a fazer junto do primeiro-ministro e do presidente da Assembleia da República.

Monteiro avança com movimento

O ex-líder do PP será o primeiro presidente da associação «Por uma Europa Nova», que se propõe intervir sobre o futuro da UE

Alberto Frias Manuel Monteiro: a pensar nas eleições europeias de 2004?

MANUEL Monteiro e um conjunto de personalidades ligadas à política, ao meio empresarial, à comunidade científica e à vida académica vão lançar este mês um movimento cívico. Cerca de 50 nomes compõem o núcleo fundacional do «Movimento por uma Europa Nova», que envolve desde militantes do CDS/PP e do PSD a muitos independentes.

Luís Bigode Chorão, que foi chefe de gabinete do ministro da Justiça Mário Raposo, Filipe Jardim Gonçalves, empresário, Miguel Félix António, secretário-geral do grupo Entreposto, Nuno Montenegro e Pedro Nunes - ambos professores na Faculdade de Medicina do Porto -, José Fernando Gonçalves, professor na Faculdade de Engenharia do Porto, José Manuel Paixão, vice-presidente do Instituto Politécnico de Tomar, Jorge Seabra, presidente do Conselho de Administração da Coelima, José Silva, presidente da Caixa de Crédito Agrícola da Área Metropolitana do Porto, Margarida Sá Costa, advogada, Baltasar Aguiar, advogado, Tomé Fernandes, empresário, Miguel Sardinha, advogado, Pedro Lacerda, da Universidade Lusíada do Porto, Vítor Ávila, empresário da construção civil, e o mediático empresário Manuel Serrão são alguns dos fundadores desta associação que será lançada até ao fim deste mês. A estes juntam-se muitos dos fiéis apoiantes de longa data de Manuel Monteiro, como Girão Pereira, Fernandes Thomaz, Jorge Ferreira, Gonçalo Ribeiro da Costa, Helena Santo, Nuno Correia da Silva, Posser de Andrade, Salvador Correia de Sá, Manuel Pinto Machado, Ricardo Vieira e Simões Dias.

O movimento - que pretende intervir ao nível do debate sobre as reformas dos tratados comunitários no tempo que ainda falta até às eleições europeias (em Junho de 2004) -encontra-se na fase final de discussão e aprovação dos estatutos e de elaboração da sua carta de princípios. Sendo que a escritura da constituição do movimento será ainda este mês.

Mandatos limitados

Um dos princípios assumidos pelo movimento - que irá funcionar numa «lógica de complementaridade do trabalho dos partidos e não de substituição» - é o da limitação de mandatos. Nesse sentido, a liderança da organização será rotativa, sendo que no primeiro ano irá estar a cargo de Manuel Monteiro.

Segundo o EXPRESSO apurou, um dos objectivos do movimento é ir ao encontro do desafio lançado pela própria Comissão Europeia no sentido de que os cidadãos dos países europeus criassem movimentos e associações para discutir a evolução institucional europeia face ao alargamento. E, por outro lado, esperam conseguir uma partilha de experiências entre pessoas que já tiveram responsabilidades máximas na direcção de partidos e outras cuja actividade política se limitou ao exercício do direito de voto.

Na opinião de um dos fundadores do movimento, «a Europa, ao caminhar para um modelo social europeu único, que se traduz em políticas comunitárias cada vez mais únicas, priva as comunidade nacionais do seu próprio espaço de liberdade». E, como consequência, «transforma os órgãos políticos nacionais em supérfluos». Para este conjunto de personalidades, o que está em causa é a «recusa do nacionalismo» - que «é hoje a bandeira daqueles que são contra a UE e contra os tratados europeus» - «e a defesa da afirmação nacional», que passa pela defesa da soberania política e dos valores de competição das próprias comunidades nacionais no espaço europeu.

Também nesse sentido, e partindo do pressuposto de que a Europa é constituída por comunidades nacionais politicamente organizadas, o núcleo fundacional deste movimento entende que deve haver uma «inversão da lógica da subsidiariedade». Ou seja, os órgãos comunitários devem ser chamados apenas para resolver os problemas quando os órgãos políticos nacionais não o conseguirem.

Os fundadores do «Movimento por uma Europa Nova» vão solicitar uma audiência ao Presidente da República para lhe apresentarem formalmente a organização. E está em aberto a possibilidade de o virem a fazer junto do primeiro-ministro e do presidente da Assembleia da República.

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