Barco da Caniçada reacende atrito entre PS e autarca de Terras de Bouro

08-03-2004
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Barco da Caniçada Reacende Atrito Entre PS e Autarca de Terras de Bouro

Por NUNO PASSOS

Quinta-feira, 04 de Dezembro de 2003 O vereador socialista Ricardo Gonçalves afirmou ontem que o presidente da Câmara de Terras de Bouro "andou a mentir descaradamente à população, aos vereadores e aos jornalistas" desde Agosto último, em relação aos motivos pelos quais o barco municipal Rio Caldo esteve parado durante quase mês e meio, no pico turístico do Verão. O edil social-democrata, António Afonso admitiu os atrasos na resolução das "questões técnicas", mas recusou-se a entrar em qualquer "jogo político", porque foi "claro" na explicação da situação e quis garantir a segurança dos viajantes. "O presidente da câmara fugiu à verdade sobre o barco Rio Caldo, ao dizer que bastava 'resolver uns pormenores' para voltar a navegar. Afinal, percebi que havia vários problemas - o barco estava adornado, havia excesso de calor no interior para os passageiros e o manómetro precisava de reparação", afirmou Ricardo Gonçalves ao PÚBLICO, lamentando que o concelho tenha perdido uma importante fonte de entretenimento e de receitas entre o final de Julho e o início de Setembro, por "desinteresse e falta de planeamento", "já antes notados" com a dissolução da empresa municipal "Geira 2000", que geria este e outros equipamentos. Durante esse período estival, os três manobradores e o funcionário adstrito ao bote "ficaram parados a olhar para o rio." No final de Agosto, o socialista apresentou um requerimento ao executivo, para averiguar o que se passava com a embarcação municipal, uma que que Afonso prometera aos cidadãos que a situação estaria resolvida na primeira quinzena de Agosto. Curiosamente, a câmara respondia escassos dias depois, a 4 de Setembro, dizendo que o barco - de novo a sulcar as águas da barragem da Caniçada - recuperara as condições mínimas de segurança. "De repente, num passe de mágica, a embarcação já estava cinco estrelas. Foi fantástico", disse ironicamente Ricardo Gonçalves. Para o autarca social-democrata, o assunto sempre foi transparente como a água. Em Julho, um polícia marítimo deu um passeio no barco e notou que este estava ligeiramente inclinado para a esquerda. Para protecção dos utilizadores, as viagens foram canceladas. Dias depois, um técnico de construção naval contratado concluiu que a causa da inclinação devia-se ao peso de um depósito de combustível suplementar colocado algum tempo antes, tendo detectado ainda avarias no manómetro. A situação foi resolvida a 9 de Agosto, com a colocação de umas limalhas de aço no interior do casco para contrabalançar o peso do casco. "O problema demorou um pouco a resolver, porque foi difícil contratar um perito credenciado neste tipo de casos, ainda por cima em Agosto", explicou António Afonso, sublinhando que, para complicar, a firma que construiu o barco tinha encerrado. Gonçalves lamentou ainda que o veículo, que há três anos custara 195 mil euros à autarquia, tenha apresentado várias dificuldades ao nível da temperatura qu se fazia sentir no interior. "A cobertura e as janelas de vidro [do convés] criavam um efeito de estufa no Verão e, no Inverno, ficavam embaciadas com o frio. Isto deve ter sido comprado para andar ou no Pólo Norte", argumentou o vereador. Afonso respondeu à letra: "Houve a tentativa de superar isso com a colocação de ar condicionado, mas não correu bem. Depois, o tejadilho foi revestido com madeira e adaptámos os vidros com escotilhas para o ar poder circular". O bote Rio Caldo realiza dois a três passeios diários, transportando na época alta quase 200 pessoas por dia (tem 46 lugares de lotação). Em Junho e Julho, chegou a fazer cinco passeios diários, graças a acordos com agências de viagem e empresas. No mês seguinte, o beneficiado foi o "Brancelhe", o outro barco turístico privado ancorado da marina da Caniçada, que colabora regularmente com a autarquia consoante a afluência de visitantes. Para 2005, a edilidade pretende ver naquela marina duas centenas de embarcações, com a criação de um gabinete de gestão da barragem da Caniçada, no âmbito do Plano de Ordenamento das Albufeiras Classificadas (POAC). OUTROS TÍTULOS EM LOCAL MINHO Hospital de Esposende fez primeiros transplantes de córnea

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