PS apresentou queixa à Procuradoria em 2002

05-05-2004
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PS Apresentou Queixa à Procuradoria em 2002

Por RAPOSO ANTUNES

Quarta-feira, 21 de Abril de 2004

A Procuradoria-Geral da República recebeu, em Outubro de 2002, uma queixa do PS de Gondomar sobre a alegada promiscuidade entre a autarquia liderada pelo social-democrata Valentim Loureiro (agora detido) e o mundo do futebol. O envio dessa denúncia à PGR - susbcrita pelo presidente da concelhia socialista e vereador camarário, Ricardo Bexiga, e pelos deputados municipais do PS Rio Fernandes e Manuel Martins - foi o desfecho lógico da exposição pública que os socialistas fizeram a 8 de Outubro de 2002, na qual citavam declarações de Maria José Morgado à revista PÚBLICA de 29 de Setembro desse ano, onde esta magistrada apontava os meios futebolísticos como "um mundo de branqueamento de dinheiros sujos".

De acordo com documentos a que o PÚBLICO teve acesso, o PS acusava a Câmara de Gondomar liderada por Valentim Loureiro de ser a cabeça "de uma organização tentacular", onde o presidente é simultaneamente presidente honorário do Boavista e pai do actual presidente do mesmo clube, João Loureiro. Lembravam ainda os socialistas que o vice-presidente da câmara, José Oliveira (agora detido), era vice-presidente da Assembleia Geral do Boavista; que o ex-vereador das Obras Municipais e agora secretário de Estado da Habitação, Jorge Costa, era vice-presidente do Boavista; que o assessor para o desporto da Câmara de Gondomar, José Santos, era o treinador de ciclismo do Boavista. E que o próprio Gondomar Futebol Clube presidido por José Oliveira é filial do Boavista.

Segundo os socialistas, a rede não acabava aqui, já que o vereador Telmo Viana era então o responsável financeiro da Liga de Clubes, enquanto Emanuel Medeiros (ex-chefe de gabinete de Valentim Loureiro na autarquia) ocupava o cargo de secretário-geral da Liga de Clubes e a mulher deste dirigente era a chefe de gabinete de Valentim. "A esta foto de família", diziam os socialistas, juntavam-se uma série de delegados aos jogos de futebol todos oriundos de Gondomar.

Particularmente grave para o PS foi então a Câmara de Gondomar ter decidido atribuir um subsídio de 50 mil euros ao Boavista, cendendo ainda gratuitamente a utilização de dois pavilhões, um deles para o andebol do mesmo Boavista. Eram outorgantes destes protocolos Valentim Loureiro e o filho João Loureiro. Ao mesmo tempo - acusou ainda o PS -, a câmara de Valentim decidiu atribuir um subsídio de 180 mil euros ao clube satélite do Boavista, o Gondomar Sport Clube.

Na sequência destas denúncias, Valentim Loureiro apresentou uma queixa-crime contra Ricardo Bexiga e o PS de Gondomar, mas o Ministério Público acabou por concluir não haver matéria para a acusação e mandou arquivar o inquérito. Não satisfeito com a decisão, Valentim Loureiro veio, através do advogado Lourenço Pinto (o mesmo que agora surge como defensor do autarca), requerer a abertura de instrução, fase em que se encontra actualmente o processo.

PS Apresentou Queixa à Procuradoria em 2002

Por RAPOSO ANTUNES

Quarta-feira, 21 de Abril de 2004

A Procuradoria-Geral da República recebeu, em Outubro de 2002, uma queixa do PS de Gondomar sobre a alegada promiscuidade entre a autarquia liderada pelo social-democrata Valentim Loureiro (agora detido) e o mundo do futebol. O envio dessa denúncia à PGR - susbcrita pelo presidente da concelhia socialista e vereador camarário, Ricardo Bexiga, e pelos deputados municipais do PS Rio Fernandes e Manuel Martins - foi o desfecho lógico da exposição pública que os socialistas fizeram a 8 de Outubro de 2002, na qual citavam declarações de Maria José Morgado à revista PÚBLICA de 29 de Setembro desse ano, onde esta magistrada apontava os meios futebolísticos como "um mundo de branqueamento de dinheiros sujos".

De acordo com documentos a que o PÚBLICO teve acesso, o PS acusava a Câmara de Gondomar liderada por Valentim Loureiro de ser a cabeça "de uma organização tentacular", onde o presidente é simultaneamente presidente honorário do Boavista e pai do actual presidente do mesmo clube, João Loureiro. Lembravam ainda os socialistas que o vice-presidente da câmara, José Oliveira (agora detido), era vice-presidente da Assembleia Geral do Boavista; que o ex-vereador das Obras Municipais e agora secretário de Estado da Habitação, Jorge Costa, era vice-presidente do Boavista; que o assessor para o desporto da Câmara de Gondomar, José Santos, era o treinador de ciclismo do Boavista. E que o próprio Gondomar Futebol Clube presidido por José Oliveira é filial do Boavista.

Segundo os socialistas, a rede não acabava aqui, já que o vereador Telmo Viana era então o responsável financeiro da Liga de Clubes, enquanto Emanuel Medeiros (ex-chefe de gabinete de Valentim Loureiro na autarquia) ocupava o cargo de secretário-geral da Liga de Clubes e a mulher deste dirigente era a chefe de gabinete de Valentim. "A esta foto de família", diziam os socialistas, juntavam-se uma série de delegados aos jogos de futebol todos oriundos de Gondomar.

Particularmente grave para o PS foi então a Câmara de Gondomar ter decidido atribuir um subsídio de 50 mil euros ao Boavista, cendendo ainda gratuitamente a utilização de dois pavilhões, um deles para o andebol do mesmo Boavista. Eram outorgantes destes protocolos Valentim Loureiro e o filho João Loureiro. Ao mesmo tempo - acusou ainda o PS -, a câmara de Valentim decidiu atribuir um subsídio de 180 mil euros ao clube satélite do Boavista, o Gondomar Sport Clube.

Na sequência destas denúncias, Valentim Loureiro apresentou uma queixa-crime contra Ricardo Bexiga e o PS de Gondomar, mas o Ministério Público acabou por concluir não haver matéria para a acusação e mandou arquivar o inquérito. Não satisfeito com a decisão, Valentim Loureiro veio, através do advogado Lourenço Pinto (o mesmo que agora surge como defensor do autarca), requerer a abertura de instrução, fase em que se encontra actualmente o processo.

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