Kant: o filósofo enquanto homem

07-03-2004
marcar artigo

Kant: o Filósofo Enquanto Homem

Sábado, 14 de Fevereiro de 2004

%Leonel Ribeiro dos santos

Faleceu há 200 anos, a 12 de Fevereiro e com 80 anos de idade, o filósofo Immanuel Kant. A pequena estatura física (1,57m) não dava para medir a grandeza de humanidade e de pensamento que o animava, nem para prever o impacto que as suas ideias viriam a ter em todos os domínios do mundo intelectual e cultural, numa eficácia que perdura e até se intensifica na actualidade. Este filósofo, que tinha um profundíssimo sentido de ironia, bem patente mesmo nos seus escritos mais especulativos, deu amplo motivo para a caricatura. A sua vida monótona e regular fez dele o relógio dos habitantes de Königsberg. E a sua filosofia moral, que põe em evidência o princípio absoluto da lei moral, do dever, do imperativo categórico, foi muitas vezes acusada de formalismo e rigorismo, interpretada como a transposição para a filosofia do regime militar prussiano. Nietzsche, renegando tudo quanto sabia dever à filosofia kantiana, chama-lhe a "chinesice de Königsberg", a filosofia de funcionário público, que tem ódio à vida e ao prazer. Mas Kant não era nenhum asceta e até tinha uma especial simpatia por Epicuro, o sábio que, segundo dizia, "semeou flores na senda da virtude".

Professor universitário dos 31 aos 73 anos, Kant não teve um percurso académico nada fácil. Até aos 46 anos viveu a precária condição de um "Privatdozent" (pago pelos alunos que assistiam às suas aulas) e só em 1770 obteve a cátedra de Lógica e Metafísica da sua universidade. Como pensador também não foi precoce a sua fama. Embora publicasse desde cedo e alguns dos seus ensaios até tivessem merecido a atenção do público, é aos 57 anos, após uma década de quase completo apagamento, que publica a "Crítica da Razão Pura" (1781), obra que revolucionaria todo o campo das concepções filosóficas e à qual se seguiriam, ao longo da década seguinte, a "Crítica da Razão Prática" (1788) e a "Crítica do Juízo" (1790). Os seus interesses especulativos evoluíram da Física e Cosmologia para a Moral e a Metafísica. Mas o seu pensamento percorria todos os domínios científicos e filosóficos e esteve sempre em processo de reformulação. Nos últimos anos e meses de vida ainda trabalhava intensamente numa grande obra na qual se propunha apresentar numa versão sistemática a sua filosofia transcendental.

Este filósofo, que estabeleceu a autonomia como uma das marcas do pensar genuíno, nunca deixou de reconhecer o quanto devia a outros pensadores. A leitura das obras de Rousseau ("Contrato Social", "Emílio", "A Nova Heloísa") provocou nele uma viragem mental de que dá conta neste apontamento: "Eu era por natureza um investigador e houve uma época em que eu acreditava que só a investigação da verdade é que fazia a honra da humanidade e desprezava o vulgo que nada sabe. Rousseau levou-me à razão. Aquele cego preconceito desapareceu e eu aprendi a honrar os homens e considerar-me-ia mais inútil do que o comum trabalhador, se não acreditasse que este objectivo é que pode dar valor a todos os outros - o de estabelecer os direitos da humanidade." E, já depois de publicada a "Crítica da Razão Pura", o seu autor não tem receio de comprometer a sua originalidade, ao declarar, numa página dos "Prolegómenos", o que devia ao filósofo escocês David Hume: "Confesso francamente: foi a advertência de David Hume que, há muitos anos, pôs fim à minha sonolência dogmática e deu às minhas investigações no campo da filosofia especulativa uma orientação inteiramente diversa." A leitura de Hume foi o decisivo impulso que, nas questões da metafísica, levou Kant do dogmatismo para o criticismo.

A filosofia transcendental kantiana caracteriza-se por uma peculiar dificuldade sentida logo pelos primeiros leitores, resultante não só da sua linguagem e instrumentação conceptual própria, como sobretudo da natureza dos assuntos de que trata e do método que adopta para levar a cabo aquilo que entendia ser uma experiência que a razão fazia consigo mesma, submetendo todas as suas representações à prova de fogo da crítica. O contemporâneo Moisés Mendelsohn, ao lê-la, teve a sensação de ver reduzido a pó todo o edifício da metafísica e outros posteriores viram nela uma revolução que desencadeou no domínio das concepções filosóficas um efeito análogo ao que a Revolução Francesa viria a ter sobre a ordem política do mundo, pondo fim ao antigo regime do espírito.

Todavia, o filósofo crítico pretendia apenas limpar o terreno para assentar os fundamentos duma genuína metafísica, queria criar as condições para que fosse possível assinar um tratado de paz perpétua entre os filósofos que acabasse com as disputas suicidas na arena da razão que prejudicavam os verdadeiros interesses desta. Depois de Kant até se pode ser antikantiano, mas já não há mais lugar para a ingenuidade em filosofia.

Mas Kant não escreveu só obras para serem lidas pelos filósofos de profissão. Filósofo escolar, ele é também um filósofo mundano (deve-se-lhe, aliás, a distinção entre o "conceito escolar" e o "conceito cósmico" de filosofia), um pensador intensamente comprometido com o que de mais profundo estava a acontecer no seu tempo, decifrando os sinais históricos e lendo neles o sentido possível da história humana. Os numerosos ensaios que publicou em revistas sobre os mais diversos assuntos mostram como a filosofia escolar do professor Kant é apenas a gramática que permite declinar e conjugar a complexidade da vida e da realidade. Eles são amostras das implicações práticas da filosofia crítica.

Kant foi sem dúvida o mais sedentário de todos os grandes filósofos, mas o seu sedentarismo contrasta com a vastidão e vivacidade dos seus interesses científicos e filosóficos e com a extrema e pronta atenção que dedicava a quanto ocorria no mundo, quer se tratasse de acontecimentos revolucionários da história geológica, como foi o terramoto de Lisboa de 1 de Novembro de 1755 (acerca do qual escreveu três ensaios publicados nos primeiros meses de 1756), de acontecimentos revolucionários da história humana, como a Revolução Americana (1776) e a Revolução Francesa de 1789, ou do que se passava nas mais remotas paragens do globo e que conhecia pela voraz leitura de relatos de viagens.

Profundo conhecedor e cultor da Geografia (disciplina que ensinava por sua iniciativa), Kant tinha uma profunda convicção da solidariedade terrena que une todos os homens na sua diversidade de raças, povos, culturas e nações e que o levava a declarar, num ensaio de 1795 (e no contexto duma contundente crítica das situações de colonialismo e de escravagismo que as nações europeias mantinham em muitas regiões da Terra), que "a violação do direito num lugar da Terra é sentida em todos os outros lugares".

Há cerca de 100 anos, Houston Stewart Chamberlain escrevia que "por detrás do Kant tal como habitualmente é representado e tal como ele mesmo se nos revela nos seus escritos, há um outro Kant ao qual se tem dado pouca atenção". Esta observação não perdeu a oportunidade, apesar de decorridos 200 anos sobre a morte do filósofo. Há um "outro Kant" por descobrir e a presença viva da filosofia kantiana nos debates da actualidade é boa prova disso. Se formos capazes de captar o homem que anima o pensador, entenderemos muito melhor o seu pensamento.

Mas quem era afinal Kant? Embora não fosse muito propenso a falar de si nos seus escritos, houve pelo menos um momento em que o filósofo se traiu e, por certo sem disso se dar conta, deixou o seu auto-retrato, exarado a traços vigorosos, em duas páginas dum seu ensaio de 1764 ("Considerações acerca do sentimento do belo e do sublime") onde descreve o homem de temperamento melancólico. Porque nos parece que o texto ajuda a perceber a profunda unidade que existe entre o Kant filósofo e o Kant homem, aqui o deixamos num breve extracto: "Aquele cujo sentimento pende para o melancólico não é assim chamado porque, privado da alegria de viver, se atormente numa sombria tristeza, mas porque os seus sentimentos, quando são intensificados até um certo grau tendem para esse estado mais facilmente do que para outro. Ele possui acima de tudo um sentimento do sublime. A própria beleza, da qual possui também o sentimento, tem não apenas de atraí-lo mas ao mesmo tempo de comovê-lo, na medida em que lhe provoca admiração. O saborear do prazer é nele mais sério, mas não por isso menos intenso. Ele é constante, e por isso ordena os seus sentimentos segundo princípios. Comparado com aquele que só ocasionalmente se revela bondoso ou movido pelo amor, ele é um homem de princípios. Como quando a secreta voz do seu coração lhe diz: 'Tenho de ajudar aquele homem, que está a sofrer; não porque ele seja meu amigo ou meu conhecido, ou porque veja que ele poderá retribuir-me o benefício que lhe faço; não há tempo para aduzir razões e deter-me em questões: ele é um homem, e o que acontece a um homem também me diz respeito.' Nesse caso, o seu comportamento tem por base o mais elevado fundamento da benevolência na natureza humana e é sumamente sublime, quer pela sua inalterabilidade, quer pela universalidade da sua aplicação. Para ele, a veracidade é sublime e por isso odeia mentiras ou fingimento. Possui um elevado sentimento da dignidade da natureza humana. Estima-se a si mesmo e considera o homem como uma criatura que merece respeito. Não tolera nenhuma submissão abjecta e respira liberdade no seu nobre peito. Abomina todas as cadeias, quer sejam os colares de ouro que se usam nos palácios ou as pesadas grilhetas de ferro dos escravos das galeras."

professor do Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Lisboa, 9 de Fevereiro de 2004

Kant: o Filósofo Enquanto Homem

Sábado, 14 de Fevereiro de 2004

%Leonel Ribeiro dos santos

Faleceu há 200 anos, a 12 de Fevereiro e com 80 anos de idade, o filósofo Immanuel Kant. A pequena estatura física (1,57m) não dava para medir a grandeza de humanidade e de pensamento que o animava, nem para prever o impacto que as suas ideias viriam a ter em todos os domínios do mundo intelectual e cultural, numa eficácia que perdura e até se intensifica na actualidade. Este filósofo, que tinha um profundíssimo sentido de ironia, bem patente mesmo nos seus escritos mais especulativos, deu amplo motivo para a caricatura. A sua vida monótona e regular fez dele o relógio dos habitantes de Königsberg. E a sua filosofia moral, que põe em evidência o princípio absoluto da lei moral, do dever, do imperativo categórico, foi muitas vezes acusada de formalismo e rigorismo, interpretada como a transposição para a filosofia do regime militar prussiano. Nietzsche, renegando tudo quanto sabia dever à filosofia kantiana, chama-lhe a "chinesice de Königsberg", a filosofia de funcionário público, que tem ódio à vida e ao prazer. Mas Kant não era nenhum asceta e até tinha uma especial simpatia por Epicuro, o sábio que, segundo dizia, "semeou flores na senda da virtude".

Professor universitário dos 31 aos 73 anos, Kant não teve um percurso académico nada fácil. Até aos 46 anos viveu a precária condição de um "Privatdozent" (pago pelos alunos que assistiam às suas aulas) e só em 1770 obteve a cátedra de Lógica e Metafísica da sua universidade. Como pensador também não foi precoce a sua fama. Embora publicasse desde cedo e alguns dos seus ensaios até tivessem merecido a atenção do público, é aos 57 anos, após uma década de quase completo apagamento, que publica a "Crítica da Razão Pura" (1781), obra que revolucionaria todo o campo das concepções filosóficas e à qual se seguiriam, ao longo da década seguinte, a "Crítica da Razão Prática" (1788) e a "Crítica do Juízo" (1790). Os seus interesses especulativos evoluíram da Física e Cosmologia para a Moral e a Metafísica. Mas o seu pensamento percorria todos os domínios científicos e filosóficos e esteve sempre em processo de reformulação. Nos últimos anos e meses de vida ainda trabalhava intensamente numa grande obra na qual se propunha apresentar numa versão sistemática a sua filosofia transcendental.

Este filósofo, que estabeleceu a autonomia como uma das marcas do pensar genuíno, nunca deixou de reconhecer o quanto devia a outros pensadores. A leitura das obras de Rousseau ("Contrato Social", "Emílio", "A Nova Heloísa") provocou nele uma viragem mental de que dá conta neste apontamento: "Eu era por natureza um investigador e houve uma época em que eu acreditava que só a investigação da verdade é que fazia a honra da humanidade e desprezava o vulgo que nada sabe. Rousseau levou-me à razão. Aquele cego preconceito desapareceu e eu aprendi a honrar os homens e considerar-me-ia mais inútil do que o comum trabalhador, se não acreditasse que este objectivo é que pode dar valor a todos os outros - o de estabelecer os direitos da humanidade." E, já depois de publicada a "Crítica da Razão Pura", o seu autor não tem receio de comprometer a sua originalidade, ao declarar, numa página dos "Prolegómenos", o que devia ao filósofo escocês David Hume: "Confesso francamente: foi a advertência de David Hume que, há muitos anos, pôs fim à minha sonolência dogmática e deu às minhas investigações no campo da filosofia especulativa uma orientação inteiramente diversa." A leitura de Hume foi o decisivo impulso que, nas questões da metafísica, levou Kant do dogmatismo para o criticismo.

A filosofia transcendental kantiana caracteriza-se por uma peculiar dificuldade sentida logo pelos primeiros leitores, resultante não só da sua linguagem e instrumentação conceptual própria, como sobretudo da natureza dos assuntos de que trata e do método que adopta para levar a cabo aquilo que entendia ser uma experiência que a razão fazia consigo mesma, submetendo todas as suas representações à prova de fogo da crítica. O contemporâneo Moisés Mendelsohn, ao lê-la, teve a sensação de ver reduzido a pó todo o edifício da metafísica e outros posteriores viram nela uma revolução que desencadeou no domínio das concepções filosóficas um efeito análogo ao que a Revolução Francesa viria a ter sobre a ordem política do mundo, pondo fim ao antigo regime do espírito.

Todavia, o filósofo crítico pretendia apenas limpar o terreno para assentar os fundamentos duma genuína metafísica, queria criar as condições para que fosse possível assinar um tratado de paz perpétua entre os filósofos que acabasse com as disputas suicidas na arena da razão que prejudicavam os verdadeiros interesses desta. Depois de Kant até se pode ser antikantiano, mas já não há mais lugar para a ingenuidade em filosofia.

Mas Kant não escreveu só obras para serem lidas pelos filósofos de profissão. Filósofo escolar, ele é também um filósofo mundano (deve-se-lhe, aliás, a distinção entre o "conceito escolar" e o "conceito cósmico" de filosofia), um pensador intensamente comprometido com o que de mais profundo estava a acontecer no seu tempo, decifrando os sinais históricos e lendo neles o sentido possível da história humana. Os numerosos ensaios que publicou em revistas sobre os mais diversos assuntos mostram como a filosofia escolar do professor Kant é apenas a gramática que permite declinar e conjugar a complexidade da vida e da realidade. Eles são amostras das implicações práticas da filosofia crítica.

Kant foi sem dúvida o mais sedentário de todos os grandes filósofos, mas o seu sedentarismo contrasta com a vastidão e vivacidade dos seus interesses científicos e filosóficos e com a extrema e pronta atenção que dedicava a quanto ocorria no mundo, quer se tratasse de acontecimentos revolucionários da história geológica, como foi o terramoto de Lisboa de 1 de Novembro de 1755 (acerca do qual escreveu três ensaios publicados nos primeiros meses de 1756), de acontecimentos revolucionários da história humana, como a Revolução Americana (1776) e a Revolução Francesa de 1789, ou do que se passava nas mais remotas paragens do globo e que conhecia pela voraz leitura de relatos de viagens.

Profundo conhecedor e cultor da Geografia (disciplina que ensinava por sua iniciativa), Kant tinha uma profunda convicção da solidariedade terrena que une todos os homens na sua diversidade de raças, povos, culturas e nações e que o levava a declarar, num ensaio de 1795 (e no contexto duma contundente crítica das situações de colonialismo e de escravagismo que as nações europeias mantinham em muitas regiões da Terra), que "a violação do direito num lugar da Terra é sentida em todos os outros lugares".

Há cerca de 100 anos, Houston Stewart Chamberlain escrevia que "por detrás do Kant tal como habitualmente é representado e tal como ele mesmo se nos revela nos seus escritos, há um outro Kant ao qual se tem dado pouca atenção". Esta observação não perdeu a oportunidade, apesar de decorridos 200 anos sobre a morte do filósofo. Há um "outro Kant" por descobrir e a presença viva da filosofia kantiana nos debates da actualidade é boa prova disso. Se formos capazes de captar o homem que anima o pensador, entenderemos muito melhor o seu pensamento.

Mas quem era afinal Kant? Embora não fosse muito propenso a falar de si nos seus escritos, houve pelo menos um momento em que o filósofo se traiu e, por certo sem disso se dar conta, deixou o seu auto-retrato, exarado a traços vigorosos, em duas páginas dum seu ensaio de 1764 ("Considerações acerca do sentimento do belo e do sublime") onde descreve o homem de temperamento melancólico. Porque nos parece que o texto ajuda a perceber a profunda unidade que existe entre o Kant filósofo e o Kant homem, aqui o deixamos num breve extracto: "Aquele cujo sentimento pende para o melancólico não é assim chamado porque, privado da alegria de viver, se atormente numa sombria tristeza, mas porque os seus sentimentos, quando são intensificados até um certo grau tendem para esse estado mais facilmente do que para outro. Ele possui acima de tudo um sentimento do sublime. A própria beleza, da qual possui também o sentimento, tem não apenas de atraí-lo mas ao mesmo tempo de comovê-lo, na medida em que lhe provoca admiração. O saborear do prazer é nele mais sério, mas não por isso menos intenso. Ele é constante, e por isso ordena os seus sentimentos segundo princípios. Comparado com aquele que só ocasionalmente se revela bondoso ou movido pelo amor, ele é um homem de princípios. Como quando a secreta voz do seu coração lhe diz: 'Tenho de ajudar aquele homem, que está a sofrer; não porque ele seja meu amigo ou meu conhecido, ou porque veja que ele poderá retribuir-me o benefício que lhe faço; não há tempo para aduzir razões e deter-me em questões: ele é um homem, e o que acontece a um homem também me diz respeito.' Nesse caso, o seu comportamento tem por base o mais elevado fundamento da benevolência na natureza humana e é sumamente sublime, quer pela sua inalterabilidade, quer pela universalidade da sua aplicação. Para ele, a veracidade é sublime e por isso odeia mentiras ou fingimento. Possui um elevado sentimento da dignidade da natureza humana. Estima-se a si mesmo e considera o homem como uma criatura que merece respeito. Não tolera nenhuma submissão abjecta e respira liberdade no seu nobre peito. Abomina todas as cadeias, quer sejam os colares de ouro que se usam nos palácios ou as pesadas grilhetas de ferro dos escravos das galeras."

professor do Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Lisboa, 9 de Fevereiro de 2004

marcar artigo