Santana diz ter sido enganado por Sampaio

10-12-2004
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Santana Diz Ter Sido Enganado por Sampaio

Sexta-feira, 03 de Dezembro de 2004

Apresentação de moção de confiança foi discutida na reunião da comissão política

Pedro Santana Lopes afirmou, perante a direcção do PSD, que o Governo foi enganado pelo Presidente da República. O líder dos sociais-democratas explicou, na reunião da comissão política, que na primeira conversa com o Presidente, na segunda-feira de manhã, este lhe pediu apenas para indicar um substituto para Henrique Chaves, o ministro demissionário. Santana não utilizou a expressão enganado, mas segundo relato da reunião, passou essa ideia ao contar como correu o dia de segunda-feira.

Na reunião de ontem com os deputados do PSD e CDS, o ministro da Presidência, Nuno Morais Sarmento, fez um discurso muito crítico sobre a actuação do Presidente da República, acusando Sampaio de ter aberto um precedente na vida democrática com a anunciada dissolução do Parlamento, afirmaram ao PÚBLICO deputados presentes na reunião. O ministro insistiu em que os pressupostos da governação nunca estiveram em causa e questionou-se sobre as razões que terão levado Sampaio a este desfecho. O Presidente, recorde-se, só deverá assinar o decreto para a dissolução e fazer um discurso sobre o tema na próxima semana.

A maioria considera que Sampaio mudou de ideias entre a manhã e a noite de segunda-feira e defende que não quer ser enganada de novo. Daí que queira que o Presidente clarifique a sua posição sobre o Orçamento, antes de o aprovar, para que mais tarde não venha a dizer que foi precisamente este documento um dos motivos fortes para a dissolução. Ao mesmo tempo, tenta fragilizar a argumentação que Jorge Sampaio terá que fazer sobre a dissolução do Parlamento.

Na reunião do grupo parlamentar, dois deputados, Tavares Moreira e Pinho Cardão, alertaram para os inconvenientes em que o Orçamento do Estado seja aprovado, nomeadamente com o argumento de que o Governo pode mudar em dois meses. Outros deputados do PSD consideram que aprovar nas actuais circunstâncias o OE fragiliza ainda mais o PSD, mas na reunião não expressaram qualquer opinião. Hoje, Pedro Santana Lopes reúne-se com os deputados na Assembleia da República.

A apresentação de uma moção de confiança na Assembleia da República, como forma de sublinhar que existe uma maioria parlamentar capaz de governar, ainda foi equacionada pelo Governo, mas afastada. Esta hipótese foi discutida na reunião da comissão política do PSD anteontem e ontem defendida por alguns deputados do mesmo partido, na reunião da bancada parlamentar. Santana, no entanto, afirmou na comissão política que não quer agravar ainda mais o conflito institucional com Sampaio.

H.P.

Santana Diz Ter Sido Enganado por Sampaio

Sexta-feira, 03 de Dezembro de 2004

Apresentação de moção de confiança foi discutida na reunião da comissão política

Pedro Santana Lopes afirmou, perante a direcção do PSD, que o Governo foi enganado pelo Presidente da República. O líder dos sociais-democratas explicou, na reunião da comissão política, que na primeira conversa com o Presidente, na segunda-feira de manhã, este lhe pediu apenas para indicar um substituto para Henrique Chaves, o ministro demissionário. Santana não utilizou a expressão enganado, mas segundo relato da reunião, passou essa ideia ao contar como correu o dia de segunda-feira.

Na reunião de ontem com os deputados do PSD e CDS, o ministro da Presidência, Nuno Morais Sarmento, fez um discurso muito crítico sobre a actuação do Presidente da República, acusando Sampaio de ter aberto um precedente na vida democrática com a anunciada dissolução do Parlamento, afirmaram ao PÚBLICO deputados presentes na reunião. O ministro insistiu em que os pressupostos da governação nunca estiveram em causa e questionou-se sobre as razões que terão levado Sampaio a este desfecho. O Presidente, recorde-se, só deverá assinar o decreto para a dissolução e fazer um discurso sobre o tema na próxima semana.

A maioria considera que Sampaio mudou de ideias entre a manhã e a noite de segunda-feira e defende que não quer ser enganada de novo. Daí que queira que o Presidente clarifique a sua posição sobre o Orçamento, antes de o aprovar, para que mais tarde não venha a dizer que foi precisamente este documento um dos motivos fortes para a dissolução. Ao mesmo tempo, tenta fragilizar a argumentação que Jorge Sampaio terá que fazer sobre a dissolução do Parlamento.

Na reunião do grupo parlamentar, dois deputados, Tavares Moreira e Pinho Cardão, alertaram para os inconvenientes em que o Orçamento do Estado seja aprovado, nomeadamente com o argumento de que o Governo pode mudar em dois meses. Outros deputados do PSD consideram que aprovar nas actuais circunstâncias o OE fragiliza ainda mais o PSD, mas na reunião não expressaram qualquer opinião. Hoje, Pedro Santana Lopes reúne-se com os deputados na Assembleia da República.

A apresentação de uma moção de confiança na Assembleia da República, como forma de sublinhar que existe uma maioria parlamentar capaz de governar, ainda foi equacionada pelo Governo, mas afastada. Esta hipótese foi discutida na reunião da comissão política do PSD anteontem e ontem defendida por alguns deputados do mesmo partido, na reunião da bancada parlamentar. Santana, no entanto, afirmou na comissão política que não quer agravar ainda mais o conflito institucional com Sampaio.

H.P.

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