Roseta inaugurou feira pacificada

03-06-2002
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Roseta Inaugurou Feira Pacificada

Por LUÍS MIGUEL QUEIRÓS

Quarta-feira, 29 de Maio de 2002 Prejudicada por uma tarde chuvosa, a inauguração, ontem, da 72.ª edição da Feira do Livro do Porto - que contou com a presença do ministro da Cultura, Pedro Roseta -, atraiu um número de visitantes bastante modesto. Nada que inquietasse demasiado os representantes dos 123 "stands" presentes este ano, que já sabem que as principais enchentes costumam ocorrer à noite e nas tardes de fim-de-semana. O único receio, manifestado por um responsável das Edições 70, é o de que o certame possa vir a ser penalizado por decorrer quase exactamente no mesmo período que o Campeonato do Mundo de Futebol. Pedro Roseta chegou por volta das 18h30, acompanhado do presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, com quem tivera antes uma reunião de trabalho, e, antes de falar com a imprensa, fez questão de parar literalmente em todas as bancas. Começou pela tenda de 1500 metros montada no exterior do Pavilhão Rosa Mota - que acolhe quase metade dos "stands" - e só aceitou passar ao pavilhão propriamente dito quando lhe garantiram que não faltava mesmo ver mais nada. Folheou dezenas de livros, explicou ao representante da D. Quixote que José Cardoso Pires era um dos seus autores favoritos, elogiou o "Guia de Arquitectura Moderna - Porto 1901/2001", editado pela Civilização com o apoio da Porto 2001, respondeu com um dicionário de verbos da língua portuguesa a um dicionário económico e financeiro que tinha chamado a atenção de Rui Rio, e adquiriu um exemplar do álbum "As Cidades de Siza", editado pela Figueirinhas, também com o apoio da Capital da Cultura. Mais tarde explicaria que é um frequentador assíduo destas feiras, mas que prefere comprar os livros quando anda sozinho, sem uma comitiva atrás. Ainda assim, admitiu que, este ano, tentará moderar um pouco as aquisições, porque as suas estantes começam a não comportar as "dezenas de milhares de livros" que tem em casa. Na sua breve intervenção, o ministro salientou a necessidade de se aumentar o número de leitores em Portugal, argumentando que "o livro continua a ser o mais importante veículo de conhecimento" e defendendo que a prática da leitura é indispensável à construção de "uma personalidade completa". E destacou especialmente a importância do livro infantil e juvenil: "Os adultos costumam passar pelas bancas das obras infanto-juvenis sem lhes dar muita atenção, mas esquecem-se de que é nestes livros que está a semente de futuros leitores". Café literário acolhe programa cultural Com uma organização muito semelhantes à dos últimos anos, as principais novidades desta feira do livro acabam por ser a presença das editoras associadas da União dos Editores Portugueses, que tinham estado ausentes em 2001, e a realização de um programa cultural francamente interessante, que decorrerá num "café literário" montado no centro da feira. Ontem à noite, Mega Ferreira, que acabou de publicar a novela "Amor" na Assírio & Alvim, e o poeta Fernando Luís Sampaio, presidente do Instituto Português das Artes e do Espectáculo, inauguraram o ciclo "A Palavra Cruzada", no qual os escritores são desafiados a falar dos livros uns dos outros. Entre os autores que aceitaram o repto contam-se os "pares" Agustina Bessa Luís-Inês Pedrosa e Eduardo Prado Coelho-Clara Ferreira Alves. O único evento que não irá decorrer neste "café literário" é um espectáculo de poesia e música que homenageará, no próximo dia 3 de Junho - quando se cumpre o primeiro aniversário da sua morte - o editor Hermínio Monteiro, da Assírio & Alvim. A sessão, organizada pelo grupo ForçasAmadas, terá lugar no auditório da Biblioteca Almeida Garrett, um cenário de algum modo simbólico, já que ali foi lançado, poucos dias antes da morte de Hermínio Monteiro, o último grande projecto editorial em que trabalhou: a gigantesca antologia de poesia "Rosa do Mundo". OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Mais rica, mais animada, mais "design"

Os livros que as pessoas têm em casa

Destaques

"Período de tréguas"

O perfil do comprador

Roseta inaugurou feira pacificada

Entre "ler é a minha profissão" e "nunca mais me lembrou de ler"

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