Pedro Roseta quer manter Capitais Nacionais da Cultura

23-04-2004
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Pedro Roseta Quer Manter Capitais Nacionais da Cultura

Por ANÍBAL RODRIGUES

Domingo, 25 de Janeiro de 2004

O ministro da Cultura, Pedro Roseta, vai propor ao Governo a continuidade do projecto Capital Nacional da Cultura mas deverá avançar alterações à matriz inicial, nomeadamente quanto à periodicidade. A posição do ministro foi ontem tornada pública pelo moderador do debate "Coimbra 2003: E depois da festa?", organizado pelo Conselho da Cidade. Roseta não pode estar presente e enviou uma comunicação, onde afirma: "Sendo impraticável a ideia inicial de realizar todos os anos capitais nacionais da cultura, vou propor em breve ao Governo que aprecie uma proposta visando, não decisões caso a caso, mas o estabelecimento de um modelo exequível para o futuro, bem como a periodicidade da sua realização", é a posição do titular da pasta da Cultura

No seu comunicado, Roseta justifica, ainda, a sua ausência no debate com a prioridade que entendeu dar à apresentação de um relatório prévio ao Parlamento, em Fevereiro, sobre Coimbra 2003 Capital Nacional da Cultura (CCNC). Tal exposição será feita em conjunto com o presidente deste evento, Abílio Hernandez. "Vou solicitar à Comissão de Educação, Ciência e Cultura da Assembleia da República que me dê a possibilidade de, no decorrer do próximo mês de Fevereiro, apresentar o primeiro balanço provisório da Capital. Não devo fazê-lo antes em qualquer outro fórum. Além disso, entendo que não devo pronunciar-me sem ouvir previamente representantes de todos os parceiros da Capital."

Num debate bastante participado, com uma centena de pessoas na plateia, destacou-se a descida dos números de bilheteira do Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), um dos principais pilares da Coimbra 2003. A partir do volume de entradas registado no final de 2002, o director do TAGV, João Maria André, provou, com dados concretos, que o número de ingressos foi diminuindo ao longo de 2003, nos vários espectáculos de teatro e dança realizados naquela sala ou em espaços exteriores e apoiados por este organismo.

Um exemplo da contabilidade apresentada pelo responsável do TAGV: de Outubro a Dezembro de 2002, no prólogo da Capital, nos espectáculos realizados no TAGV, num total de 26 sessões registou-se "uma excelente média" de 316 espectadores; e de Setembro a Dezembro de 2003, em 43 sessões, a média desceu para 171 espectadores. João Maria André explicou que a tendência foi a mesma nos espaços alternativos ao TAGV e que nem o aumento do número de espectáculos ou o acréscimo de entradas gratuitas conseguiu inverter o decréscimo de público.

Em resposta, o responsável máximo da CCNC, Abílio Hernandez, classificou os dados apresentados por André como "parcelares" e garantiu dispor de "outros números de outros eventos". Também o sociólogo Carlos Fortuna criticou aquilo a que chamou "o desplante de Coimbra 2003 não ter um estudo de públicos para a avaliar", que permitisse, por exemplo, compará-la "com a Coimbra 2053" ou com "Beja ou Évora".

Mas, apesar do tom de crítica que dominou o debate, todos concordaram que, apesar de tudo, valeu a pena. Como se pretendia debater também o futuro, salientou-se a proposta de criação, em Coimbra, de um Observatório de Cultura, que coordenasse toda esta área, defendido inicialmente pelo reitor da universidade, Seabra Santos, e depois também por Carlos Fortuna.

Pedro Roseta Quer Manter Capitais Nacionais da Cultura

Por ANÍBAL RODRIGUES

Domingo, 25 de Janeiro de 2004

O ministro da Cultura, Pedro Roseta, vai propor ao Governo a continuidade do projecto Capital Nacional da Cultura mas deverá avançar alterações à matriz inicial, nomeadamente quanto à periodicidade. A posição do ministro foi ontem tornada pública pelo moderador do debate "Coimbra 2003: E depois da festa?", organizado pelo Conselho da Cidade. Roseta não pode estar presente e enviou uma comunicação, onde afirma: "Sendo impraticável a ideia inicial de realizar todos os anos capitais nacionais da cultura, vou propor em breve ao Governo que aprecie uma proposta visando, não decisões caso a caso, mas o estabelecimento de um modelo exequível para o futuro, bem como a periodicidade da sua realização", é a posição do titular da pasta da Cultura

No seu comunicado, Roseta justifica, ainda, a sua ausência no debate com a prioridade que entendeu dar à apresentação de um relatório prévio ao Parlamento, em Fevereiro, sobre Coimbra 2003 Capital Nacional da Cultura (CCNC). Tal exposição será feita em conjunto com o presidente deste evento, Abílio Hernandez. "Vou solicitar à Comissão de Educação, Ciência e Cultura da Assembleia da República que me dê a possibilidade de, no decorrer do próximo mês de Fevereiro, apresentar o primeiro balanço provisório da Capital. Não devo fazê-lo antes em qualquer outro fórum. Além disso, entendo que não devo pronunciar-me sem ouvir previamente representantes de todos os parceiros da Capital."

Num debate bastante participado, com uma centena de pessoas na plateia, destacou-se a descida dos números de bilheteira do Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), um dos principais pilares da Coimbra 2003. A partir do volume de entradas registado no final de 2002, o director do TAGV, João Maria André, provou, com dados concretos, que o número de ingressos foi diminuindo ao longo de 2003, nos vários espectáculos de teatro e dança realizados naquela sala ou em espaços exteriores e apoiados por este organismo.

Um exemplo da contabilidade apresentada pelo responsável do TAGV: de Outubro a Dezembro de 2002, no prólogo da Capital, nos espectáculos realizados no TAGV, num total de 26 sessões registou-se "uma excelente média" de 316 espectadores; e de Setembro a Dezembro de 2003, em 43 sessões, a média desceu para 171 espectadores. João Maria André explicou que a tendência foi a mesma nos espaços alternativos ao TAGV e que nem o aumento do número de espectáculos ou o acréscimo de entradas gratuitas conseguiu inverter o decréscimo de público.

Em resposta, o responsável máximo da CCNC, Abílio Hernandez, classificou os dados apresentados por André como "parcelares" e garantiu dispor de "outros números de outros eventos". Também o sociólogo Carlos Fortuna criticou aquilo a que chamou "o desplante de Coimbra 2003 não ter um estudo de públicos para a avaliar", que permitisse, por exemplo, compará-la "com a Coimbra 2053" ou com "Beja ou Évora".

Mas, apesar do tom de crítica que dominou o debate, todos concordaram que, apesar de tudo, valeu a pena. Como se pretendia debater também o futuro, salientou-se a proposta de criação, em Coimbra, de um Observatório de Cultura, que coordenasse toda esta área, defendido inicialmente pelo reitor da universidade, Seabra Santos, e depois também por Carlos Fortuna.

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