$Durão lança no Porto mais um plano contra o desemprego

08-08-2003
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$Durão Lança no Porto Mais Um Plano Contra o Desemprego

Por JOANA AMORIM COM HELENA PEREIRA

Quinta-feira, 31 de Julho de 2003

Vinte e sete anos volvidos depois da primeira reunião no distrito do Porto, o Conselho de Ministros reúne-se, hoje, no Palácio do Freixo, com a agenda de trabalhos a responder às pretensões e reivindicações do PSD-Porto. O Executivo liderado por Durão Barroso apresentará um programa especial para o emprego num distrito cuja taxa de desemprego tem vindo a crescer acima da média nacional, bem como algumas novidades no que diz respeito às acessibilidades (ver textos nestas páginas). A grande expectativa recai, porém, sobre o plano para o emprego, sendo que este é já o terceiro programa de intervenção que o Governo apresenta, apesar de os anteriores não terem tido direito a tanta pompa e circunstância .

Ao que tudo indica, o plano será orçado em cerca de 20 milhões de euros, bastante abaixo da dotação concedida de 84,75 milhões de euros à Beira Interior e de 147 milhões à Península de Setúbal. As medidas, conforme confirmaram ao PÚBLICO fontes do PSD, não são novas, antes com alguns "retoques" face às especificidades da região, estando contempladas no "Programa de Incentivos à Modernização da Economia", como seja o acesso ao micro-crédito bancário com vista à constituição de micro-empresas por parte de jovens desempregados ou à procura do primeiro emprego; e no "Programa Emprego e Protecção Social", como é exemplo disso o programa "Emprego-Formação" para os jovens desempregados, bem como a atribuição de apoios financeiros à contratação de desempregados de longa duração e à qualificação de emprego. Refira-se que este plano foi elaborado em articulação com o trabalho de investigação que o econominista Daniel Bessa está a realizar para o ministério da Economia ao abrigo do Programa de Recuperação de Áreas e Sectores Deprimidos, e onde se conclui que, entre 1995 e 2001, o Porto foi a cidade que mais competitividade perdeu no contexto nacional.

Apesar das "prendas" que o Executivo se prepara para dar ao distrito, o Conselho de Ministros no Porto tem também uma importância política para o Governo e para o próprio PSD. Durão Barroso dá um sinal de atenção para com o norte do país, depois dos deputados eleitos por este círculo eleitoral terem chamado a atenção para o desemprego estrutural na região. No passado fim-de-semana em que se deslocou ao interior do país, o primeiro-ministro referiu-se por diversas vezes a esta iniciativa para passar a mensagem de que o seu Governo não olha só para a capital. A reunião serve, também, os interesses de Rui Rio. Numa altura em que as guerras do autarca com o presidente do FC Porto e com o seu colega de Gaia animam a actualidade, Durão Barroso acaba por dar uma mão ao seu vice-presidente no PSD. A iniciativa foi conversada entre os dois, tendo ficado acordado que seria divulgada pelo presidente da Câmara do Porto, que pôde assim recolher alguns louros.

Um enfoque regional e político que o social-democrata Jorge Neto reconhece, explicando ao PÚBLICO que, no seu entender, com esta reunião pretende-se, acima de tudo, tentar restituir ao Porto a "centralidade perdida" e "retomar o protagonismo". Isto porque, acrescenta, é "necessário que o Porto volte a ter o papel que tinha no passado". Quanto às medidas contempladas, Jorge Neto, que reconhece não serem totalmente novas, coloca-as num segundo plano por acreditar que devolvida a centralidade da cidade, tudo o resto vem por acréscimo. Posição defendida pelo presidente da distrital do PSD-Porto, Marco António, que salienta a importância de se "inverter o élan de perda de importância da cidade e da região", pelo que a reunião de hoje pode assumir-se como um forte passo nesse sentido.

O vice-presidente do PSD, Paulo Pereira Coelho, afirmou ao PÚBLICO que se trata de "um reconhecimento de que há problemas sociais" no norte do país, acrescentando: "Também não podemos esquecer os acontecimentos políticos dos últimos tempos em que houve alguns encontros e desencontros", referindo-se a Rui Rio. Evitando pronunciar-se sobre o conteúdo do Conselho de Ministros, que diz desconhecer, o porta-voz do PSD, Pedro Duarte, congratula-se com a "reunião histórica" no Porto. "Tem obviamente uma grande carga simbólica. É um sinal de apoio e de cooperação em relação a toda a gente da região do norte e do Porto", afirmou, sublinhando tratar-se de uma iniciativa "descentralizadora". "Politicamente, este Conselho de Ministros tem um significado forte", reconhece o presidente da Associação Comercial do Porto. Rui Moreira interpreta ainda este Conselho de Ministros como "uma reaproximação, se é que houve crispação, entre o primeiro-ministro e Rui Rio".

Ainda assim, a par desta iniciativa, a distrital do Porto prepara um trabalho sobre as oportunidades do norte do país na sua relação com a Galiza, numa altura em que esta região se prepara para investir nos próximos três anos cerca de 2000 milhões de euros, nomeadamente em redes viárias, indústria e renovação urbana. Este projecto conta com a colaboração do ex-ministro do Plano e Administração do Território de Cavaco Silva Peneda e servirá ainda para preparar o eventual 4º Quadro Comunitário de Apoio.

$Durão Lança no Porto Mais Um Plano Contra o Desemprego

Por JOANA AMORIM COM HELENA PEREIRA

Quinta-feira, 31 de Julho de 2003

Vinte e sete anos volvidos depois da primeira reunião no distrito do Porto, o Conselho de Ministros reúne-se, hoje, no Palácio do Freixo, com a agenda de trabalhos a responder às pretensões e reivindicações do PSD-Porto. O Executivo liderado por Durão Barroso apresentará um programa especial para o emprego num distrito cuja taxa de desemprego tem vindo a crescer acima da média nacional, bem como algumas novidades no que diz respeito às acessibilidades (ver textos nestas páginas). A grande expectativa recai, porém, sobre o plano para o emprego, sendo que este é já o terceiro programa de intervenção que o Governo apresenta, apesar de os anteriores não terem tido direito a tanta pompa e circunstância .

Ao que tudo indica, o plano será orçado em cerca de 20 milhões de euros, bastante abaixo da dotação concedida de 84,75 milhões de euros à Beira Interior e de 147 milhões à Península de Setúbal. As medidas, conforme confirmaram ao PÚBLICO fontes do PSD, não são novas, antes com alguns "retoques" face às especificidades da região, estando contempladas no "Programa de Incentivos à Modernização da Economia", como seja o acesso ao micro-crédito bancário com vista à constituição de micro-empresas por parte de jovens desempregados ou à procura do primeiro emprego; e no "Programa Emprego e Protecção Social", como é exemplo disso o programa "Emprego-Formação" para os jovens desempregados, bem como a atribuição de apoios financeiros à contratação de desempregados de longa duração e à qualificação de emprego. Refira-se que este plano foi elaborado em articulação com o trabalho de investigação que o econominista Daniel Bessa está a realizar para o ministério da Economia ao abrigo do Programa de Recuperação de Áreas e Sectores Deprimidos, e onde se conclui que, entre 1995 e 2001, o Porto foi a cidade que mais competitividade perdeu no contexto nacional.

Apesar das "prendas" que o Executivo se prepara para dar ao distrito, o Conselho de Ministros no Porto tem também uma importância política para o Governo e para o próprio PSD. Durão Barroso dá um sinal de atenção para com o norte do país, depois dos deputados eleitos por este círculo eleitoral terem chamado a atenção para o desemprego estrutural na região. No passado fim-de-semana em que se deslocou ao interior do país, o primeiro-ministro referiu-se por diversas vezes a esta iniciativa para passar a mensagem de que o seu Governo não olha só para a capital. A reunião serve, também, os interesses de Rui Rio. Numa altura em que as guerras do autarca com o presidente do FC Porto e com o seu colega de Gaia animam a actualidade, Durão Barroso acaba por dar uma mão ao seu vice-presidente no PSD. A iniciativa foi conversada entre os dois, tendo ficado acordado que seria divulgada pelo presidente da Câmara do Porto, que pôde assim recolher alguns louros.

Um enfoque regional e político que o social-democrata Jorge Neto reconhece, explicando ao PÚBLICO que, no seu entender, com esta reunião pretende-se, acima de tudo, tentar restituir ao Porto a "centralidade perdida" e "retomar o protagonismo". Isto porque, acrescenta, é "necessário que o Porto volte a ter o papel que tinha no passado". Quanto às medidas contempladas, Jorge Neto, que reconhece não serem totalmente novas, coloca-as num segundo plano por acreditar que devolvida a centralidade da cidade, tudo o resto vem por acréscimo. Posição defendida pelo presidente da distrital do PSD-Porto, Marco António, que salienta a importância de se "inverter o élan de perda de importância da cidade e da região", pelo que a reunião de hoje pode assumir-se como um forte passo nesse sentido.

O vice-presidente do PSD, Paulo Pereira Coelho, afirmou ao PÚBLICO que se trata de "um reconhecimento de que há problemas sociais" no norte do país, acrescentando: "Também não podemos esquecer os acontecimentos políticos dos últimos tempos em que houve alguns encontros e desencontros", referindo-se a Rui Rio. Evitando pronunciar-se sobre o conteúdo do Conselho de Ministros, que diz desconhecer, o porta-voz do PSD, Pedro Duarte, congratula-se com a "reunião histórica" no Porto. "Tem obviamente uma grande carga simbólica. É um sinal de apoio e de cooperação em relação a toda a gente da região do norte e do Porto", afirmou, sublinhando tratar-se de uma iniciativa "descentralizadora". "Politicamente, este Conselho de Ministros tem um significado forte", reconhece o presidente da Associação Comercial do Porto. Rui Moreira interpreta ainda este Conselho de Ministros como "uma reaproximação, se é que houve crispação, entre o primeiro-ministro e Rui Rio".

Ainda assim, a par desta iniciativa, a distrital do Porto prepara um trabalho sobre as oportunidades do norte do país na sua relação com a Galiza, numa altura em que esta região se prepara para investir nos próximos três anos cerca de 2000 milhões de euros, nomeadamente em redes viárias, indústria e renovação urbana. Este projecto conta com a colaboração do ex-ministro do Plano e Administração do Território de Cavaco Silva Peneda e servirá ainda para preparar o eventual 4º Quadro Comunitário de Apoio.

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