Paulo Pedroso diz que acordos com PSD não são mudança de rumo

04-02-2003
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Paulo Pedroso Diz Que Acordos com PSD Não São Mudança de Rumo

Por JOÃO PEDRO HENRIQUES COM E.L.

Terça-feira, 21 de Janeiro de 2003

Ferro e Durão têm mantido contactos para acordos sobre sistema político, PEC e União Europeia

Os acordos do PS com o PSD sobre o PEC (Programa de Estabilidade e Crescimento para a economia portuguesa) e a reforma do sistema político não significam, da parte dos socialistas, nenhum inflexão estratégica. "Não há nenhuma alteração de rumo", disse ao PÚBLICO o porta-voz dos socialistas, Paulo Pedroso. O acordo sobre a reforma do sistema político aconteceu devido ao impulso, nos bastidores, do Presidente da República, já de há uns meses para cá; e na questão do PEC, o acordo - sob a forma de uma resolução aprovada no Parlamento - envolveu, em muitas alíneas desse texto, não só o PS como também o PCP e o Bloco de Esquerda.

Segundo Paulo Pedroso, há três matérias "essenciais" onde o PS e o PS se devem entender: participação no projecto europeu, estabilidade macroeconómica e coesão social. Na verdade, explica, só ocorreu um "bloco central" por causa do "projecto europeu", através do PEC. Na macroeconomia os dois partidos não se entendem (cada um continua a defender a sua versão do défice público); e na "coesão social" muito menos, o que é desde já verificável no voto contra do PS, na generalidade, ao novo Código Laboral - voto contra que ignorou o benção da UGT ao diploma do Governo.

A atitude do PS será assim a de uma "oposição de causas serena e pragmática", diz Paulo Pedroso. Quer dizer que se estará contra quando se achar que se deve estar contra; e serão feitos acordos que for decidido que devem ser feitos. Caso a caso cada decisão será avaliada. Nada impede que nos próximos tempos - por via, por exemplo, do código laboral - regresse à atitude de oposição-pura-e-dura.

Entretanto, Pedroso tenta fazer passar outra ideia: o PS não se mexeu, foi o PSD que veio ao seu encontro. No PEC, afirma, isso foi flagrante. O partido maioritário no Governo protagonizou, para voltar a favor da resolução, "uma inversão de 1280 graus", passando a defender a necessidade de se rediscutir o Pacto de Estabilidade da União europeia. Por outras palavras: "Foi o Governo que começou a usar palavras como o diálogo e concertação."

Numa entrevista ontem transmitida pela TSF, a propósito da passagem do primeiro ano sobre o início da sua liderança do PS, Ferro Rodrigues disse que, depois do Congresso do PS, tem sido mais fácil conversar com o Governo.

"A partir daí, o próprio Governo julgo que alterou alguma da sua componente táctica e passou a tratar o PS com outro respeito, com outra consideração e, portanto, desde o Congresso tem sido possível nós termos também um comportamento político adequado à necessidade de o País combater a crise de uma forma o mais unida possível", afirmou o secretário-geral socialista que tem mantido contactos com o primeiro-ministro a propósito de alguns temas. Foi o caso da reforma do sistema político, que os levou a almoçar para delinear as grandes linhas de acordo; foi o caso da resolução sobre o PEC português, acordado por ambos ao telefone e depois trabalhada no Parlamento por António Costa e Marques Mendes. E será, ao que parece, a União Europeia, já que, ontem, na Finlândia, Durão Barroso anunciou que se encontra com Ferro depois de amanhã para discutirem em busca de um "consenso nacional sobre a nova Europa".

Paulo Pedroso Diz Que Acordos com PSD Não São Mudança de Rumo

Por JOÃO PEDRO HENRIQUES COM E.L.

Terça-feira, 21 de Janeiro de 2003

Ferro e Durão têm mantido contactos para acordos sobre sistema político, PEC e União Europeia

Os acordos do PS com o PSD sobre o PEC (Programa de Estabilidade e Crescimento para a economia portuguesa) e a reforma do sistema político não significam, da parte dos socialistas, nenhum inflexão estratégica. "Não há nenhuma alteração de rumo", disse ao PÚBLICO o porta-voz dos socialistas, Paulo Pedroso. O acordo sobre a reforma do sistema político aconteceu devido ao impulso, nos bastidores, do Presidente da República, já de há uns meses para cá; e na questão do PEC, o acordo - sob a forma de uma resolução aprovada no Parlamento - envolveu, em muitas alíneas desse texto, não só o PS como também o PCP e o Bloco de Esquerda.

Segundo Paulo Pedroso, há três matérias "essenciais" onde o PS e o PS se devem entender: participação no projecto europeu, estabilidade macroeconómica e coesão social. Na verdade, explica, só ocorreu um "bloco central" por causa do "projecto europeu", através do PEC. Na macroeconomia os dois partidos não se entendem (cada um continua a defender a sua versão do défice público); e na "coesão social" muito menos, o que é desde já verificável no voto contra do PS, na generalidade, ao novo Código Laboral - voto contra que ignorou o benção da UGT ao diploma do Governo.

A atitude do PS será assim a de uma "oposição de causas serena e pragmática", diz Paulo Pedroso. Quer dizer que se estará contra quando se achar que se deve estar contra; e serão feitos acordos que for decidido que devem ser feitos. Caso a caso cada decisão será avaliada. Nada impede que nos próximos tempos - por via, por exemplo, do código laboral - regresse à atitude de oposição-pura-e-dura.

Entretanto, Pedroso tenta fazer passar outra ideia: o PS não se mexeu, foi o PSD que veio ao seu encontro. No PEC, afirma, isso foi flagrante. O partido maioritário no Governo protagonizou, para voltar a favor da resolução, "uma inversão de 1280 graus", passando a defender a necessidade de se rediscutir o Pacto de Estabilidade da União europeia. Por outras palavras: "Foi o Governo que começou a usar palavras como o diálogo e concertação."

Numa entrevista ontem transmitida pela TSF, a propósito da passagem do primeiro ano sobre o início da sua liderança do PS, Ferro Rodrigues disse que, depois do Congresso do PS, tem sido mais fácil conversar com o Governo.

"A partir daí, o próprio Governo julgo que alterou alguma da sua componente táctica e passou a tratar o PS com outro respeito, com outra consideração e, portanto, desde o Congresso tem sido possível nós termos também um comportamento político adequado à necessidade de o País combater a crise de uma forma o mais unida possível", afirmou o secretário-geral socialista que tem mantido contactos com o primeiro-ministro a propósito de alguns temas. Foi o caso da reforma do sistema político, que os levou a almoçar para delinear as grandes linhas de acordo; foi o caso da resolução sobre o PEC português, acordado por ambos ao telefone e depois trabalhada no Parlamento por António Costa e Marques Mendes. E será, ao que parece, a União Europeia, já que, ontem, na Finlândia, Durão Barroso anunciou que se encontra com Ferro depois de amanhã para discutirem em busca de um "consenso nacional sobre a nova Europa".

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