Sampaio Falou com Procurador Sobre Envolvimento de Paulo Pedroso
Por ANA SÁ LOPES
Sexta-feira, 23 de Maio de 2003
Jorge Sampaio falou na semana passada com o procurador-geral da República, José Souto Moura, sobre as informações que circulavam nos bastidores políticos e jurídicos relativas às notícias que davam como iminente o envolvimento do porta-voz do PS, Paulo Pedroso, no processo de pedofilia.
A primeira declaração pública sobre a matéria do Presidente da República foi feita ontem ao fim da tarde. Instado pelos jornalistas, Jorge Sampaio disse que faria uma "breve declaração", mas recusou-se a responder a perguntas. "Estou certo que as autoridades judiciais esclarecerão rapidamente o que houver para esclarecer. É o que se espera da justiça neste caso e em todos os casos. A matéria pessoalmente entristece-me muito. Sou velho amigo de Paulo Pedroso. Tenho-o como pessoa de bem. Nas alturas difíceis não costumo renegar os meus amigos". É esta, na íntegra, a declaração presidencial sobre a prisão preventiva do porta-voz do Partido Socialista.
Relativamente às alegadas escutas ao secretário-geral do PS, Ferro Rodrigues, e ao líder parlamentar, António Costa, Jorge Sampaio não irá, por enquanto, pronunciar-se. Ontem recusou-se a fazê-lo. Segundo membros do seu gabinete, o Presidente da República está a tentar evitar, nesta matéria, qualquer "precipitação": O explosivo cenário político-judicial que se vive há dois dias "ou põe em causa o sistema político ou põe em causa o sistema judicial". "Temos que ter calma e serenidade ou isto vai pelos ares", desabafou um elemento do "staff" presidencial contactado pelo PÚBLICO.
Jorge Sampaio já tinha sido avisado pelo secretário-geral do PS das informações que tinham chegado à direcção do partido dando conta da possibilidade de envolvimento de Paulo Pedroso, e também do próprio Ferro Rodrigues, no processo da pedofilia na Casa Pia de Lisboa. O PÚBLICO sabe que o Presidente da República falou com o procurador-geral da República neste âmbito, mas desconhece se durante o dia de ontem, já conhecidas as denúncias do PS de que Eduardo Ferro Rodrigues e António Costa teriam tido os seus telemóveis sob escuta, houve qualquer contacto e o PGR. Ontem, outros membros do gabinete do Presidente, limitavam-se a interrogar se já haveria alguma queixa formal sobre escutas ilegais e recordar que esta matéria, do foro jurídico, é da competência do procurador-geral da República e não do Presidente, que tem que agir se houver uma queixa formal do Partido Socialista.
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Sampaio Falou com Procurador Sobre Envolvimento de Paulo Pedroso
Por ANA SÁ LOPES
Sexta-feira, 23 de Maio de 2003
Jorge Sampaio falou na semana passada com o procurador-geral da República, José Souto Moura, sobre as informações que circulavam nos bastidores políticos e jurídicos relativas às notícias que davam como iminente o envolvimento do porta-voz do PS, Paulo Pedroso, no processo de pedofilia.
A primeira declaração pública sobre a matéria do Presidente da República foi feita ontem ao fim da tarde. Instado pelos jornalistas, Jorge Sampaio disse que faria uma "breve declaração", mas recusou-se a responder a perguntas. "Estou certo que as autoridades judiciais esclarecerão rapidamente o que houver para esclarecer. É o que se espera da justiça neste caso e em todos os casos. A matéria pessoalmente entristece-me muito. Sou velho amigo de Paulo Pedroso. Tenho-o como pessoa de bem. Nas alturas difíceis não costumo renegar os meus amigos". É esta, na íntegra, a declaração presidencial sobre a prisão preventiva do porta-voz do Partido Socialista.
Relativamente às alegadas escutas ao secretário-geral do PS, Ferro Rodrigues, e ao líder parlamentar, António Costa, Jorge Sampaio não irá, por enquanto, pronunciar-se. Ontem recusou-se a fazê-lo. Segundo membros do seu gabinete, o Presidente da República está a tentar evitar, nesta matéria, qualquer "precipitação": O explosivo cenário político-judicial que se vive há dois dias "ou põe em causa o sistema político ou põe em causa o sistema judicial". "Temos que ter calma e serenidade ou isto vai pelos ares", desabafou um elemento do "staff" presidencial contactado pelo PÚBLICO.
Jorge Sampaio já tinha sido avisado pelo secretário-geral do PS das informações que tinham chegado à direcção do partido dando conta da possibilidade de envolvimento de Paulo Pedroso, e também do próprio Ferro Rodrigues, no processo da pedofilia na Casa Pia de Lisboa. O PÚBLICO sabe que o Presidente da República falou com o procurador-geral da República neste âmbito, mas desconhece se durante o dia de ontem, já conhecidas as denúncias do PS de que Eduardo Ferro Rodrigues e António Costa teriam tido os seus telemóveis sob escuta, houve qualquer contacto e o PGR. Ontem, outros membros do gabinete do Presidente, limitavam-se a interrogar se já haveria alguma queixa formal sobre escutas ilegais e recordar que esta matéria, do foro jurídico, é da competência do procurador-geral da República e não do Presidente, que tem que agir se houver uma queixa formal do Partido Socialista.