Ninguém respondeu aos desafios da CDU

14-08-2004
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Ninguém Respondeu Aos Desafios da CDU

Por NUNO SÁ LOURENÇO

Sexta-feira, 11 de Junho de 2004

A campanha eleitoral para as europeias permitiu constatar que a CDU já não é tida em conta.Durante as quase duas semanas de campanha, disparou em todas as direcções: Governo, PS e Bloco de esquerda, recebendo apenas o silêncio como resposta. Nenhum dos desafios - e não foram poucos - lançados pela candidatura obtiveram resposta das restantes campanhas.

As intrervenções do secretário-geral, Carlos Carvalhas, serviram principalmente para os ataques directos aos maiores adversários, Governo e socialistas. Carvalhas começou a campanha, no Porto, a pedir "cartão vermelho para Durão [Barroso]", e a atacar os "tiques cavaquistas" do Governo. Os seus discursos incluíram ainda referências ao quotidiano político tal como exemplifica a sua reacção ao relatório do Tribunal de Contas sobre as finanças da Madeira. Foi em Évora, a 6 de Junho, quando atacou Durão, Ferreira Leite e Deus Pinheiro por terem ficado "caladinhos" perante a derrapagem de mais de 320 por cento.

O líder comunista foi alternando estas críticas com as referências aos socialistas. Logo no dia seguinte ao ínicio da campanha oficial, explicou a inutilidade do voto no PS, num almoço em Viseu. "Se o PS tiver 11 deputados e a CDU dois, a direita fica derrotada. Se o PS tiver 10 deputados e a CDU três, a direita fica derrotada, mas naturalmente a força do povo fica com mais força."

Teve ainda a preocupação de reagir, em tempo útil, à argumentação dos socialistas. Exemplo disso foi a resposta às declarações de Sousa Franco que aflou na regressão do país em direcção ao Estado Novo: "Então mais dois anos assim e estaremos e vocês continuama pedir

A cabeça de lista optou por destacar de forma mais insistente o trabalho feito pelo seu grupo parlamentar durante o mandato. Lembrou, por mais de uma vez, êxitos como o aumento conseguido no fundo de solidariedade da UE para as zonas afectadas pelos incêndios do Verão de 2003 e o papel da CDU na defesa da Zona Económica Exclusiva das águas portuguesas.

Nos últimos dias de campanha entrou nos jogos dos desafios, sempre com a intenção de demonstrar a mais valia do grupo parlamentar comunista. A proposta de aplicação do fundo de solidaridade da UE à região da Murça, por causa da tempestade de Granizo. Mas um dos aspectos mais centrais da campanha esteve nas mulheres. Nunca deixou de apelar ao voto que melhor defendia as mulheres, tendo mesmo reagido fortemente à polémica criada pelo ministro da Saúde, a propósito de quotas para homens nas faculdades de medicina. "Afinal o que é que ele quer? Mandar as mulheres tomar conta dos fogões?" pergumtou a 3 de Junho, no Algarve.

O seu empenho não escondeu, contudo, as limitações da candidata, não se revelando a melhor das opções para uma campanha eleitoral. Os seus discursos não conseguiram nunca entusiasmar audiências e nos contactos de rua chegava a ultrapassar os limites quando perdia a paciência com algum eleitor mais renitente. O melhor exemplo disso foi o dia particulamente duro que teve a 8 de Junho, quando chamou "teimosinho" a um declarado abstencionista e se irritou com um pescador em Sines.

Uma atitude diferente da de Odete Santos, que marcou um dos momentos altos da campanha da CDU, quando a 1 de Junho, se juntou à caravana na Marinha Grande. Essa tarde deixa no ar a questão de como teria sido a campanha com um candidato ou candidata mais dotado.

Ninguém Respondeu Aos Desafios da CDU

Por NUNO SÁ LOURENÇO

Sexta-feira, 11 de Junho de 2004

A campanha eleitoral para as europeias permitiu constatar que a CDU já não é tida em conta.Durante as quase duas semanas de campanha, disparou em todas as direcções: Governo, PS e Bloco de esquerda, recebendo apenas o silêncio como resposta. Nenhum dos desafios - e não foram poucos - lançados pela candidatura obtiveram resposta das restantes campanhas.

As intrervenções do secretário-geral, Carlos Carvalhas, serviram principalmente para os ataques directos aos maiores adversários, Governo e socialistas. Carvalhas começou a campanha, no Porto, a pedir "cartão vermelho para Durão [Barroso]", e a atacar os "tiques cavaquistas" do Governo. Os seus discursos incluíram ainda referências ao quotidiano político tal como exemplifica a sua reacção ao relatório do Tribunal de Contas sobre as finanças da Madeira. Foi em Évora, a 6 de Junho, quando atacou Durão, Ferreira Leite e Deus Pinheiro por terem ficado "caladinhos" perante a derrapagem de mais de 320 por cento.

O líder comunista foi alternando estas críticas com as referências aos socialistas. Logo no dia seguinte ao ínicio da campanha oficial, explicou a inutilidade do voto no PS, num almoço em Viseu. "Se o PS tiver 11 deputados e a CDU dois, a direita fica derrotada. Se o PS tiver 10 deputados e a CDU três, a direita fica derrotada, mas naturalmente a força do povo fica com mais força."

Teve ainda a preocupação de reagir, em tempo útil, à argumentação dos socialistas. Exemplo disso foi a resposta às declarações de Sousa Franco que aflou na regressão do país em direcção ao Estado Novo: "Então mais dois anos assim e estaremos e vocês continuama pedir

A cabeça de lista optou por destacar de forma mais insistente o trabalho feito pelo seu grupo parlamentar durante o mandato. Lembrou, por mais de uma vez, êxitos como o aumento conseguido no fundo de solidariedade da UE para as zonas afectadas pelos incêndios do Verão de 2003 e o papel da CDU na defesa da Zona Económica Exclusiva das águas portuguesas.

Nos últimos dias de campanha entrou nos jogos dos desafios, sempre com a intenção de demonstrar a mais valia do grupo parlamentar comunista. A proposta de aplicação do fundo de solidaridade da UE à região da Murça, por causa da tempestade de Granizo. Mas um dos aspectos mais centrais da campanha esteve nas mulheres. Nunca deixou de apelar ao voto que melhor defendia as mulheres, tendo mesmo reagido fortemente à polémica criada pelo ministro da Saúde, a propósito de quotas para homens nas faculdades de medicina. "Afinal o que é que ele quer? Mandar as mulheres tomar conta dos fogões?" pergumtou a 3 de Junho, no Algarve.

O seu empenho não escondeu, contudo, as limitações da candidata, não se revelando a melhor das opções para uma campanha eleitoral. Os seus discursos não conseguiram nunca entusiasmar audiências e nos contactos de rua chegava a ultrapassar os limites quando perdia a paciência com algum eleitor mais renitente. O melhor exemplo disso foi o dia particulamente duro que teve a 8 de Junho, quando chamou "teimosinho" a um declarado abstencionista e se irritou com um pescador em Sines.

Uma atitude diferente da de Odete Santos, que marcou um dos momentos altos da campanha da CDU, quando a 1 de Junho, se juntou à caravana na Marinha Grande. Essa tarde deixa no ar a questão de como teria sido a campanha com um candidato ou candidata mais dotado.

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