Uguru errante: janeiro 2004 Archives

05-05-2004
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[37] Guilherme Silva Bom, tudo aquilo que eu gostaria de dizer, em poucas palavras, de Guilherme Silva e da "disciplina de voto" do PSD, encontra-se escrito no Bloguitica.

Deixo aqui só a parte mais saborosa do post de Paulo Gorjão: "Magnífico, não é?

Gosto particularmente da parte “é um problema de consciência o cumprimento dos nossos compromissos políticos perante o eleitorado”...

Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 07:04 PM

[36] Missões de utilidade pública O PP, em mais uma reacção extemporânia, vem dizer que «As declarações do dr. Miguel Cadilhe são inaceitáveis e não fazem qualquer sentido. O mínimo que devia fazer era pedir desculpa aos militares». Vem isto a propósito das declarações de Miguel Cadilhe durante um jantar-conferência organizado terça-feira pela Liga dos Amigos da Casa-museu João Soares. João Rebelo, coordenador do CDS-PP para a área da Defesa, vem confundir o essencial do acessório. Refere este deputado que «não faz sentido contrapor às missões tradicionais dos militares as missões de utilidade pública». Os 6 meses que passei entre Abrantes e Sta Margarida, no Verão de 99, deixam-me à vontade para concordar, no essencial, com o Dr. Cadilhe. Os militares prestariam um excelente serviço à comunidade se fossem mobilizados para a limpeza das matas, para a prevenção e, mesmo, o para o combate aos incêndios. Não vejo que mal ou desprestígio para os militares viria daí. Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 06:46 PM

[33] A ler... ... os textos de Manuel Queiró

Do texto de Manuel Queiró, que contém um claro sentido partidário, retiro o seguinte: "Não é suficiente que a sociedade esteja a ser conduzida de acordo com um projecto, é imperioso que este seja acompanhado de um discurso. Algo que torne identificável a direcção em que se caminha, as metas que se procura atingir, as razões por que se vão mudando as coisas. E esse discurso está por definição associado ao poder, porque há-de sempre dimanar dele por mais variadas e implícitas que sejam as formas porque é percebido. (...) O pior que pode acontecer (e a impressão é que às vezes é mesmo isso que acontece) é a oposição política não chegar a apresentar um antidiscurso por ela própria não se sentir intimada a tal." Falta no artigo de Manuel Queiró referir que não se conhece qual é o discurso nem qual é o projecto que está a ser seguido a médio prazo. ... os textos de Manuel Queiró aqui e de Martim Avillez Figueiredo aqui (post 25).Do texto de Manuel Queiró, que contém um claro sentido partidário, retiro o seguinte:Falta no artigo de Manuel Queiró referir que não se conhece qual é o discurso nem qual é o projecto que está a ser seguido a médio prazo. Já do texto de Martim avillez Figueiredo, realço o seguinte: (...) Sendo estas as diferenças, percebe-se o que Popper quer dizer: que no fundo ser de esquerda é estar disposto a mudar de direcção sempre que isso contribua para construir uma sociedade mais justa. Em 1994, a esquerda que ele conhecia não o fazia, o que o desiludiu. Dez anos depois, em 2004, a esquerda portuguesa mantém-se alegremente parada, o que confrange.

Isto dito, chegamos ao desabafo. Aos desabafos, porque são três: 1. A esquerda portuguesa acomodou-se ao conforto conservador de não pôr em causa o que disse ontem. 2. A esquerda portuguesa precisa de direcção. 3. Neo-progressistas procuram-se. Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 05:50 PM

[32] A iniquidade(*) do sistema (*) s.f. qualidade do que é iníquo; falta de equidade; acção iníqua; crime; injustiça grave; perversidade (Dicionário da Língua Portuguesa; Porto Editora, 8ª edição, 1998)

Encontrei na Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 09:07 PM (*) s.f. qualidade do que é iníquo; falta de equidade; acção iníqua; crime; injustiça grave; perversidade (Dicionário da Língua Portuguesa; Porto Editora, 8ª edição, 1998)Encontrei na Grande Loja o primeiro comentário à decisão do Tribunal Constitucional. É indispensável passar por lá, tal como é impensável não reflectir sobre as consequências da decisão do TC.

[31] Pouca actividade (act.) Este deve ser o blog com a menor taxa de actualização da blogosfera. E embora queira contrariar este facto, a verdade é que, como já referi, estou em plena época de exames na Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 04:13 PM Este deve ser o blog com a menor taxa de actualização da blogosfera. E embora queira contrariar este facto, a verdade é que, como já referi, estou em plena época de exames na Faculdade . Portanto, meu enormemente pequeno auditório, um muito obrigado por de quando em vez passarem por aqui. E peço-lhes paciência, os exames terminam em Fevereiro.

[30] "Quem?": os resultados (act.) AND THE WINNER IS ...com 18 num total de 34 votos, Marcelo Rebelo de Sousa (MRS) foi considerado pela maioria dos participantes como tendo sido a fonte de informacao do jornal Expresso (Post 180).

É usual dizer-se que em política que o que parece é! E neste caso, a notícia do Expresso parecia de facto ter uma mão de Marcelo Rebelo de Sousa. E foi nesse sentido que a maioria dos participantes no "desafio" lançado pelo Paulo Gorjão apostou. Todavia, o que parece é! E continua-me a parecer que Durão Barroso foi o mais beneficiado [numa leitura a curto prazo] com a mesma. Pode, então, não ter sido ele o informador; porém, não duvido minimamente que ele estivesse a par do que, supostamente, MRS iria fazer. Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 03:57 PM É usual dizer-se que em política que o que parece é! E neste caso, a notícia do Expresso parecia de facto ter uma mão de Marcelo Rebelo de Sousa. E foi nesse sentido que a maioria dos participantes no "desafio" lançado pelo Paulo Gorjão apostou. Todavia, o que parece é! E continua-me a parecer que Durão Barroso foi o mais beneficiado [numa leitura a curto prazo] com a mesma. Pode, então, não ter sido ele o informador; porém, não duvido minimamente que ele estivesse a par do que, supostamente, MRS iria fazer.

[29] Quem? A propósito do post 180 do Bloguítica, onde os leitores são convidados a apostar sobre quem deu conta da existência do jantar de apoio a Cavaco Silva, promovido por Ricardo Salgado, aqui vai a minha. [1] Comecemos por este exercício: dos presentes, quem tirava mais proveito com a divulgação do jantar? Por uma questão de notoriedade, a todos interessava a notícia. Por ordem crescente, a Ricardo Salgado; a Cavaco Silva; a Marcelo Rebelo de Sousa; e, por fim, a Durão Barroso. Como referia Marcelo na sua crónica de há dias, com o PS na oposição muitos dos notáveis do partido ficam no "desemprego" político. E se um (Manuel Maria Carrilho) ou vários se perfilarem na corrida para a Câmara Municipal de Lisboa, isso interessa muito pouco a Durão Barroso. Afinal, Lisboa e Porto foram o ponto de chegada de António Guterres e o porto de partida para Durão Barroso. Perder a capital seria para este, e perdoem-me a ironia, capital. Portanto, o fortalecimento da candidatura de Cavaco Silva ou, principalmente, a pressão colocada sobre Santana Lopes no sentido de não sair da CML, interessa principalmente a Durão Barroso. Seria uma solução quase óptima. [2] Bom, mas não é Durão Barroso o único beneficiado. É também do interesse dos proto-candidatos que a candidatura de Cavaco surja com relativa antecedência. Desse modo, este ficaria exposto durante tempo suficiente para, quiçá, recuar perante um levantar de coros de protestos vindos de outros quadrantes políticos ou mesmo da sua área. Da mesma forma que o tabu de há 8 anos o prejudicou de sobremaneira (embora me pareça que nunca ganharia), uma candidatura precoce poderá ter o mesmo resultado. Logo, todos os outros (Santana?, Marcelo? Júdice?, Guterres?) ficariam a ganhar se Cavaco assumisse precocemente a sua vontade política. [3] Porém, e de modo paradoxal, o risco que os proto-candidatos assumem se optarem pela tentativa de "queimar" a candidatura de Cavaco Silva é elevado. Por enquanto, antes das eleições do Outono, estas movimentações não lhes acarretam grandes vantagens. Assim, sem desenvolver muito mais este argumento, creio que os pontos [2] e [3] se anulam mutuamente. Logo, como resultado à pergunta "quem?" aponto, sem dúvida, Durão Barroso. Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 10:27 PM

[26] A delinquência rodoviária A propósito da notícia de hoje no Correio da Manhã, onde o Presidente da Associação de Inspectores de Veículos (ATIPOV) denuncia que "circulam nas estradas portuguesas um milhão de veículos ligeiros e pesados que foram aprovados nas inspecções técnicas periódicas, mas que não cumprem com todos os requisitos de segurança e operacionalidade", permitam-me a inclusão no blog de um trecho respeitante a um trabalho realizado por mim para a disciplina de Ciências Sociais. O trabalho encontra-se ainda em avaliação; seria, por isso, melhor esperar pela nota. Afinal, se estiver pessimamente realizado, arrisco-me a ser zombado. Mas prossigamos. O tema é sobre a delinquência rodoviária. (...) Procura-se realçar, portanto, que a perspectiva de análise sociológica sobre este fenómeno terá de ser mais ampla comparativamente com a explicação típica de delinquência, e mais restrita comparativamente com a análise de sinistralidade rodoviária. Logo, outros factores teriam de ser abordados na análise deste problema. Na minha opinião, há três que se destacam: (1) o grau de competição e cooperação implícitos na sociedade portuguesa. Sem dúvida que um local privilegiado para aferir a competição ou a cooperação entre os membros da sociedade é nas estradas. (2) O nível cultural dos sujeitos que compõem a sociedade, e não apenas os eventuais utilizadores das estradas. O que representam os condutores que circulam com uma preparação técnica e teórica manifestamente escassa, bem como com uma educação cívica insuficiente senão o fraco nível de cultura palpável na sociedade. E refiro-me a cultura, e não a formação ou educação, simplesmente por sabermos empiricamente que, por exemplo, um diploma não traz consigo cultura. (3) As políticas públicas ligadas e decorrentes do quadro legal que regula esta área . Se podíamos aspirar a ver nestas políticas uma lufada de inovação e virtuosismo no combate e prevenção ao fenómeno da sinistralidade rodoviária, logo se quebram as expectativas ao verificar o tipo de teoria subjacente às mesmas. Como podemos considerar que o bem comum está assegurado quando, pelo Código da Estrada, o proprietário de um automóvel está obrigado a realizar uma verificação periódica das características e condições de segurança do veículo nos centros de inspecções, mas esse mesmo proprietário pode andar 47 anos sem frequentar quais-quer tipos de aulas de formação ou de reciclagem, ou seja, verificações periódicas. Ora, naturalmente que sendo isto um excerto nem tudo fica dito. Mas apenas quero chamar a atenção para este aspecto: e os condutores? É preocupante que o Presidente da Associação de Inspectores de Veículos venha dizer que há colegas seus pouco profissionais (e é dizer o minímo). No entanto, por que não há medidas preventivas em relação ao principal perigo que circula pelas estradas portuguesas: o condutor? Ilustra-se esta pergunta com o caso do condutor que este fim-de-semana inverteu marcha no IP3 e cuja atitude causou várias mortes. Lia-se no Público de Sábado passado que vários parques de manobras para exames de condução estão ao abandono por todo o país. Mais: a prova de destreza no exame prático de condução está definida por lei desde 1997 e, desde essa altura, foi realizado um investimento de 15 milhões de euros! Esta é uma área que merece outra atenção da classe política e da sociedade civil. Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 10:59 PM

[25] "Questões fugazes" Transcrevo o excelente comentário crítico de São José Almeida, na coluna semanal "Sobe e Desce" do Público de Sábado, sobre o líder da JP, João Almeida. O líder da Juventude Popular é um rapaz novo, mas a idade não é sintoma de impunidade e de irresponsabilidade, tanto mais que se trata de uma figura com responsabilidades públicas e um deputado à Assembleia da República. João Almeida tem direito a ser contra a legalização do aborto, contra a descriminalização das drogas e achar até que não deve haver medidas preventivas contra o contágio de sida nas cadeias. Agora já não pode falar como líder de uma organização partidária, para criticar a posição do líder da JSD de que discorda, afirmar que estas "são questões fugazes que dizem respeito a uma minoria da sociedade".S.J.A. Numa breve consulta ao programa político da actual direcção, ficamos a saber que "Portugal deve ser um país livre, no sentido de cada um poder optar pelo caminho que quiser dár a sua vida. O Estado não pode de forma alguma limitar as escolhas do individuo. A par das liberdades individuais é também necessário defender as liberdades colectivas, que passa pela defesa das iniciativas que criem formas de apoio e desenvolvimento social." Ou seja, "Portugal deve ser um país solidário, porque, por vezes, nem todos conseguem atingir a qualidade de vida apesar de para isso terem condições, assim, terão de ser criados mecanismos de apoio que permitam uma segunda oportunidade a todos aqueles que falhem à primeira." Pois, nem todos dispõem de coerência e bom-senso. Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 12:09 PM

[24] Ferro Rodrigues Os resultados da sondagem realizada pela Eurosondagem para o Expresso/Sic/Rádio Renascença só podem deixar o PSD preocupado. Apesar de todas as vicissitudes que atingiram o PS e o seu líder, o PSD perdeu o lugar de partido mais votado para aquele. O PSD tem que começar a trabalhar arduamente, e de forma diferente, a partir do Outono, em primeiro lugar na preparação das eleições autárquicas para que venha a cumprir uma segunda legislatura. Ao se ter dado antecipadamente como derrotado para as eleições europeias, o PSD deu ao PS em particular a possibilidade de este capitalizar o descontentamento, latente ou expresso, de uma boa parte da população em relação às políticas do governo. Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 08:30 PM Os resultados da sondagem realizada pela Eurosondagem para o Expresso/Sic/Rádio Renascença só podem deixar o PSD preocupado. Apesar de todas as vicissitudes que atingiram o PS e o seu líder, o PSD perdeu o lugar de partido mais votado para aquele. O PSD tem que começar a trabalhar arduamente, e de forma diferente, a partir do Outono, em primeiro lugar na preparação das eleições autárquicas para que venha a cumprir uma segunda legislatura. Ao se ter dado antecipadamente como derrotado para as eleições europeias, o PSD deu ao PS em particular a possibilidade de este capitalizar o descontentamento, latente ou expresso, de uma boa parte da população em relação às políticas do governo.

[23] A ler Mensageiros e irresponsáveis Por José António Lima PASSADA uma primeira fase, de reacções emocionais e corporativas, começa a surgir alguma razoabilidade de argumentos e lucidez de análise às violações e excessos que se têm multiplicado na cobertura jornalística do processo Casa Pia. Os principais dirigentes políticos e o próprio Durão Barroso rejeitaram a necessidade de nova legislação ou de maiores restrições à liberdade de imprensa, não dando eco à acalorada sugestão da deputada Assunção Esteves. E muitos jornalistas e responsáveis da comunicação social vieram admitir que, em muitos casos, se tem ido longe demais –preferindo, no entanto, generalizar, evitando o incómodo de apontar casos concretos e responsabilizar os maus exemplos... Algumas conclusões e evidências tornaram-se praticamente consensuais. Como as cinco que se seguem. 1. A de que a tese do jornalista reduzido à condição de pobre e inimputável mensageiro, por ser tão primária e desresponsabilizadora, deixou rapidamente de ter quem a defendesse. 2. A de que, em muitas ocasiões, há um conflito entre o direito de informar e o interesse público, de um lado, e o respeito pelo segredo de Justiça, do outro lado. Cabe aos responsáveis de cada órgão de comunicação social decidir quando o primeiro se sobrepõe ao segundo, assumindo as consequências, e aos tribunais avaliar a legitimidade dessa decisão. E, sendo tantas as vezes que os jornalistas já responderam em tribunal por violação do segredo de Justiça e tamanha a ineficácia e a desadequação à realidade do actual clausulado, é há muito patente a necessidade de rever o âmbito e os limites de um segredo de Justiça que ninguém cumpre. 3. A de que não está em causa, ao contrário do que alguns quiseram fazer crer, o dever de protecção e confidencialidade das fontes pelos jornalistas. É um princípio inquestionável da liberdade de informação, que salvaguarda o direito e a obrigação de noticiar factos de interesse público, e não é dele que advêm os abusos e atropelos cometidos neste conturbado processo da Casa Pia. 4. A de que não existe qualquer organismo prestigiado e respeitado no sector da comunicação social que imponha a auto-regulação e o cumprimento dos princípios éticos e deontológicos. O esvaziado Sindicato dos Jornalistas e o seu apagado Conselho Deontológico, bem como a mais do que desacreditada Alta Autoridade para a Comunicação Social, não cumprem minimamente esse papel. O que, em tempos de concorrência feroz e de luta pela sobrevivência de jornais e televisões, na ânsia de aumentar vendas e fazer subir audiências, abre o terreno para que o sensacionalismo sem regras se transforme numa incontrolável bola de neve. Vejam-se os casos, exemplares no seu populismo grosseiro e degradante, do matutino «24 Horas» e dos noticiários da TVI. 5. A tudo isto soma-se uma outra evidência, bem sintetizada, há dias, por António Barreto no «Público»: a de que «há jornalistas bons e maus, sérios e viciosos, honestos e vendidos, verdadeiros e mentirosos. Há imprensa que se esforça por elevar a cultura e a decência dos cidadãos e há aquela que vive da sordidez». Acontece que esta última vive, sem regras e na maior das impunidades, um momento de expansão e tem o efeito colateral de influenciar e contagiar, em certos casos, a chamada imprensa de referência – como se viu nas últimas semanas. Feito o retrato do ponto a que chegámos, convém esclarecer – a propósito da polémica sobre as capas do «JN» e da «Focus» – uma mistificação. E reafirmar o abuso e a irresponsabilidade de que revestiram. A mistificação é de que, ao invés do que se pretendeu fazer crer, aquilo que estava em causa não era mais um entre tantos casos de violação o segredo de Justiça na comunicação social, nem sequer a preservação da confidencialidade das fontes. Mas sim a colisão entre o direito (que não é irrestrito) de informar e o direito, também consagrado na Constituição, à integridade moral, à imagem, ao bom nome e à reputação dos visados. No caso, Jorge Sampaio, António Vitorino, Mota Amaral, Mário Soares e o cardeal-patriarca, envolvidos à força, abusivamente e com estrépito público no processo de pedofilia. Nenhum critério obrigava, à luz do direito e do dever de informar dos jornalistas, nenhum argumento autorizava que se escarrapachassem os seus nomes e fotografias nas primeiras páginas do «JN» e da «Focus» como estando ligados ao aviltante processo da Casa Pia. É, por isso, estranho ver um comentador independente como Miguel Sousa Tavares subscrever, com enorme leveza, a tese de que «se confunde o mensageiro com a mensagem e atira-se para cima daquele as culpas pelo conteúdo da carta que transporta». Que transporta e divulga ao grande público em manchete, faça-se a precisão. Mesmo que o seu conteúdo não passe de calúnias gratuitas. Ou perguntar se «não será notícia relatar que a acusação andou a mostrar retratos de Mário Soares ou do cardeal-patriarca às vítimas da Casa Pia, para ver se elas os identificavam como pedófilos?» Entre mais de uma centena de outras fotos de políticos e figuras públicas, acrescente-se. E a resposta, natural e óbvia, é: não, não é notícia. É um procedimento normal das polícias. E uma especulação jornalística abusiva, gratuita e perigosa. É, por isso, surpreendente ver um jornalista prestigiado como Vicente Jorge Silva, agora em funções de deputado, questionar se a solução «será esconder os factos – e factos de uma gravidade inusitada – em nome do segredo de justiça (que, aliás, não tem aqui qualquer relevância) e permitir a ocultação de situações de inexplicável e absurdo arbítrio judicial?». Factos de gravidade inusitada?! Como e porquê?! Apensar documentos a um processo com milhares de páginas ou constituir um álbum de fotos com figuras conhecidas para identificação pelas testemunhas são factos de gravidade inusitada à luz de quê? E arbítrio judicial, omitindo o arbítrio jornalístico de dar capa, empolar difamações e insinuar infâmias que não têm qualquer relevância ou consistência jornalística? É, ainda por isso, intrigante ver um jornalista comedido como José Alberto Carvalho interrogar-se: «O que é grave é a notícia do facto ou a verdade do mesmo?» Se o facto não passa de uma calúnia anónima vertida em carta, há alguma dúvida? É grave noticiar e difundir calúnias, mesmo sendo uma verdade insofismável a sua existência factual, ainda para mais com destaque de primeira página. «Estão ou não os jornalistas – regra geral – a cumprir o que juram perante o seu código ético e deontológico? Na minha opinião, sim, estão», conclui José Alberto Carvalho com benevolência. O sucinto Código Deontológico dos jornalistas portugueses estabelece, entre outras normas, que «o jornalista deve combater o sensacionalismo e considerar a acusação sem provas como grave falta profissional». Regra geral, com diria José Alberto Carvalho, esta norma está a cair em desuso. Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 10:32 PM

[22] Cerrar fileiras Na visita que efectou ao norte do país no passado fim-de-semana, Durão Barroso, num recado enviado para o interior do PSD e do Governo, advertiu para "um período de grande agitação social nos próximos 6 meses", promovido em grande parte pelos partidos da oposição e pelos sindicatos, de modo a desgastar a imagem do Governo. Hoje Ferro Rodrigues começou por mostrar qual será a estratégia do PS até às eleições europeias. Ferro quer que os portugueses mostrem nos votos o seu desagrado pelas políticas do Governo. Já se sabe que a oposição vai adoptar esta forma de actuar, o que não a prestigia dado que, recorde-se, esta não queria o hipotético referendo à Constituição Europeia no dia das eleições europeias por retirar da agenda o debate das questões europeias. Vamos ter, portanto, mais um debate inócuo ou inexistente sobre algo que muito interessa a Portugal: a integração europeia. Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 05:12 PM

[20] Maximizar o tempo O que preciso neste momento é maximizar o meu tempo disponível. Mas, também, em época de exames entende-se a minha pouca disponibilidade para actualizar este blog.

No entanto, asseguro-lhe, caro leitor, que tudo volta ao normal. Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 01:07 PM

[19] Manuel Maria Sarilho Em entrevista na TSF a Margarida Marante, Manuel Maria Carrilho afirmou estar disponível para ser candidato à Camara Municipal de Lisboa, concorrendo contra Santana Lopes, "se essa for a vontade do PS". Quando questionado sobre a eventualidade de Santana Lopes não ser candidato, Carrilho refere que "enfrentar Pedro Santana Lopes é vital para o Partido Socialista porque as expectativas têm sido defraudadas; com um candidato em part-time, que passa mais tempo em funções de candidato a outra eleição que em funções presidenciais na Câmara Municipal de Lisboa". Importa salientar o enfâse que Carrilho colocou na vontade de defrontar Pedro Santana Lopes. Será um apoio tácito a Cavaco Silva? Por que não? Ao PS não interessa defrontar Santana; mesmo que o balanço do actual mandato não corresponda às expectativas, é muito mais provável que este renove o mandato do que um candidato socialista recupere a Câmara. Além do mais, ao se colocar entre os primeiros proto-candidatos, Carrilho pressiona a direcção do PSD a fazer o possível para manter Santana Lopes naquela que é a Câmara mais importante do país. O PSD não a vai querer perder, na medida em que será um grande apoio à recandidatura de Durão Barroso a uma segunda legislatura. Portanto, até ver, creio que Carrilho procura com estas declarações medir o espaço de que dispõe no interior do PS e também aferir qual o peso político que a sua figura tem por entre as hostes socialistas. Se o objectivo é a CML ou outro lugar, o tempo [de Carrilho] o dirá. Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 10:13 PM

[18] Um agradecimento Um sincero agradecimento é o minímo que posso endereçar ao Paulo Gorjão, afinal de contas, não acontece todos os dias sermos "linkados" pelo pelo autor do melhor blog de análise política da blogosfera. Novamente, um muito obrigado pela confiança e pelo risco que assume. Comentários: (1) Posted by hmscardoso at 03:43 PM

[17] Falsas memórias? Problemas de auto-estima? No destaque de hoje do Público, o jornalista António Arnaldo Mesquita dá-nos conta de um requerimento por parte da defesa de Carlos Cruz no sentido de que fosse realizada uma perícia à credibilidade dos depoimentos das testemunhas que o incriminam. Essa perícia seria realizada pela psicóloga Elizabeth Loftus e pelo psiquiatra Pio Abreu. No mesmo Público, Helena Matos, expõe o que para ela – arrisco-me a dizer: mas não só – foi [mais] "uma tentativa de influenciar a opinião pública através da imprensa”, referindo-se às entrevistas realizadas a Elizabeth Loftus, "apresentada pela designação academicamente vaga de "especialista" e "autoridade mundial em memórias falsas"". Essas terão sido mais um cliché do que entrevistas deveras pertinentes, apontando Helena Matos para as perguntas que não lhe foram feitas. A saber: "como é que os jornalistas ( ) não a questionaram sobre o seu papel na defesa de Anto Furundvija, ( ) condenado por vários crimes de torturas e violações a mulheres? Nem sobre os seus depoimentos sobre os casos de falsa memória entre os sobreviventes do campo de concentração nazi de Treblinka?" Por fim, João Miranda, no Liberdade de Expressão, chama à colação o passado recente desta psicóloga, que tem sido pautado essencialmente pela polémica e controvérsia. Independentemente do acima referido, assola-me o seguinte. Sendo a psicóloga uma "especialista" em memórias falsas (só isso já diz muito do trabalho dela; por que não "especialista" na veracidade das memórias? Pelo menos, a sua eventual isenção teria mais credibilidade), isto é, alguém capaz de perscrutar a mente e as supostas contradições de determinadas memórias, não poderá também: 1) ser ela criadora de memórias falsas? 2) em memórias reais, deixar uma dúvida que venha a perturbar mais tarde os sujeitos? 3) ser capaz de descortinar mentiras em declarações de arguidos? Adenda: por palavras do psiquiatra Pio de Abreu, ficamos a saber que, no caso de violação, a auto-estima melhora se o agressor for famoso. É reconhecidamente notória a baixa auto-estima dos portugueses. Bom, o Dr. Pio de Abreu encontrou a solução para resolver o nosso problema de estima. Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 03:06 PM

[16] Uma síntese No editorial de hoje, José Manuel Fernandes reflete sobre as mensagens e os mensageiros das fugas de informação e das violaçoes ao segredo de justiça, ou seja, salvaguarda e defende a necessidade dos meios de comunicação social divulgarem o que pode ser considerado de "interesse público" e eticamente justificável. É um texto a ler e do qual se retira o seguinte teaser: "(...) Isto também quer dizer, entre outras coisas, que os jornalistas estão sujeitos à mesma lei que protege o segredo de justiça que obriga magistrados ou advogados. Se publicarem uma notícia sob segredo de justiça violam a lei - não "roubam" o segredo, mas são os seus "receptadores". Todos sabem, ou deviam saber, isto mesmo, como também sabem que há momentos em que se justifica eticamente (não comercialmente) divulgar uma notícia que está protegida pelo segredo de justiça. Tal depende da avaliação que fizerem do interesse público (não do interesse "do público") de tal notícia. De considerarem que ao divulgarem essa notícia não estão a lançar gratuita e levianamente lama para cima de alguém, mas a tornarem públicos factos cuja gravidade não permite que continuem a ser secretos." Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 12:46 PM

[37] Guilherme Silva Bom, tudo aquilo que eu gostaria de dizer, em poucas palavras, de Guilherme Silva e da "disciplina de voto" do PSD, encontra-se escrito no Bloguitica.

Deixo aqui só a parte mais saborosa do post de Paulo Gorjão: "Magnífico, não é?

Gosto particularmente da parte “é um problema de consciência o cumprimento dos nossos compromissos políticos perante o eleitorado”...

Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 07:04 PM

[36] Missões de utilidade pública O PP, em mais uma reacção extemporânia, vem dizer que «As declarações do dr. Miguel Cadilhe são inaceitáveis e não fazem qualquer sentido. O mínimo que devia fazer era pedir desculpa aos militares». Vem isto a propósito das declarações de Miguel Cadilhe durante um jantar-conferência organizado terça-feira pela Liga dos Amigos da Casa-museu João Soares. João Rebelo, coordenador do CDS-PP para a área da Defesa, vem confundir o essencial do acessório. Refere este deputado que «não faz sentido contrapor às missões tradicionais dos militares as missões de utilidade pública». Os 6 meses que passei entre Abrantes e Sta Margarida, no Verão de 99, deixam-me à vontade para concordar, no essencial, com o Dr. Cadilhe. Os militares prestariam um excelente serviço à comunidade se fossem mobilizados para a limpeza das matas, para a prevenção e, mesmo, o para o combate aos incêndios. Não vejo que mal ou desprestígio para os militares viria daí. Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 06:46 PM

[33] A ler... ... os textos de Manuel Queiró

Do texto de Manuel Queiró, que contém um claro sentido partidário, retiro o seguinte: "Não é suficiente que a sociedade esteja a ser conduzida de acordo com um projecto, é imperioso que este seja acompanhado de um discurso. Algo que torne identificável a direcção em que se caminha, as metas que se procura atingir, as razões por que se vão mudando as coisas. E esse discurso está por definição associado ao poder, porque há-de sempre dimanar dele por mais variadas e implícitas que sejam as formas porque é percebido. (...) O pior que pode acontecer (e a impressão é que às vezes é mesmo isso que acontece) é a oposição política não chegar a apresentar um antidiscurso por ela própria não se sentir intimada a tal." Falta no artigo de Manuel Queiró referir que não se conhece qual é o discurso nem qual é o projecto que está a ser seguido a médio prazo. ... os textos de Manuel Queiró aqui e de Martim Avillez Figueiredo aqui (post 25).Do texto de Manuel Queiró, que contém um claro sentido partidário, retiro o seguinte:Falta no artigo de Manuel Queiró referir que não se conhece qual é o discurso nem qual é o projecto que está a ser seguido a médio prazo. Já do texto de Martim avillez Figueiredo, realço o seguinte: (...) Sendo estas as diferenças, percebe-se o que Popper quer dizer: que no fundo ser de esquerda é estar disposto a mudar de direcção sempre que isso contribua para construir uma sociedade mais justa. Em 1994, a esquerda que ele conhecia não o fazia, o que o desiludiu. Dez anos depois, em 2004, a esquerda portuguesa mantém-se alegremente parada, o que confrange.

Isto dito, chegamos ao desabafo. Aos desabafos, porque são três: 1. A esquerda portuguesa acomodou-se ao conforto conservador de não pôr em causa o que disse ontem. 2. A esquerda portuguesa precisa de direcção. 3. Neo-progressistas procuram-se. Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 05:50 PM

[32] A iniquidade(*) do sistema (*) s.f. qualidade do que é iníquo; falta de equidade; acção iníqua; crime; injustiça grave; perversidade (Dicionário da Língua Portuguesa; Porto Editora, 8ª edição, 1998)

Encontrei na Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 09:07 PM (*) s.f. qualidade do que é iníquo; falta de equidade; acção iníqua; crime; injustiça grave; perversidade (Dicionário da Língua Portuguesa; Porto Editora, 8ª edição, 1998)Encontrei na Grande Loja o primeiro comentário à decisão do Tribunal Constitucional. É indispensável passar por lá, tal como é impensável não reflectir sobre as consequências da decisão do TC.

[31] Pouca actividade (act.) Este deve ser o blog com a menor taxa de actualização da blogosfera. E embora queira contrariar este facto, a verdade é que, como já referi, estou em plena época de exames na Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 04:13 PM Este deve ser o blog com a menor taxa de actualização da blogosfera. E embora queira contrariar este facto, a verdade é que, como já referi, estou em plena época de exames na Faculdade . Portanto, meu enormemente pequeno auditório, um muito obrigado por de quando em vez passarem por aqui. E peço-lhes paciência, os exames terminam em Fevereiro.

[30] "Quem?": os resultados (act.) AND THE WINNER IS ...com 18 num total de 34 votos, Marcelo Rebelo de Sousa (MRS) foi considerado pela maioria dos participantes como tendo sido a fonte de informacao do jornal Expresso (Post 180).

É usual dizer-se que em política que o que parece é! E neste caso, a notícia do Expresso parecia de facto ter uma mão de Marcelo Rebelo de Sousa. E foi nesse sentido que a maioria dos participantes no "desafio" lançado pelo Paulo Gorjão apostou. Todavia, o que parece é! E continua-me a parecer que Durão Barroso foi o mais beneficiado [numa leitura a curto prazo] com a mesma. Pode, então, não ter sido ele o informador; porém, não duvido minimamente que ele estivesse a par do que, supostamente, MRS iria fazer. Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 03:57 PM É usual dizer-se que em política que o que parece é! E neste caso, a notícia do Expresso parecia de facto ter uma mão de Marcelo Rebelo de Sousa. E foi nesse sentido que a maioria dos participantes no "desafio" lançado pelo Paulo Gorjão apostou. Todavia, o que parece é! E continua-me a parecer que Durão Barroso foi o mais beneficiado [numa leitura a curto prazo] com a mesma. Pode, então, não ter sido ele o informador; porém, não duvido minimamente que ele estivesse a par do que, supostamente, MRS iria fazer.

[29] Quem? A propósito do post 180 do Bloguítica, onde os leitores são convidados a apostar sobre quem deu conta da existência do jantar de apoio a Cavaco Silva, promovido por Ricardo Salgado, aqui vai a minha. [1] Comecemos por este exercício: dos presentes, quem tirava mais proveito com a divulgação do jantar? Por uma questão de notoriedade, a todos interessava a notícia. Por ordem crescente, a Ricardo Salgado; a Cavaco Silva; a Marcelo Rebelo de Sousa; e, por fim, a Durão Barroso. Como referia Marcelo na sua crónica de há dias, com o PS na oposição muitos dos notáveis do partido ficam no "desemprego" político. E se um (Manuel Maria Carrilho) ou vários se perfilarem na corrida para a Câmara Municipal de Lisboa, isso interessa muito pouco a Durão Barroso. Afinal, Lisboa e Porto foram o ponto de chegada de António Guterres e o porto de partida para Durão Barroso. Perder a capital seria para este, e perdoem-me a ironia, capital. Portanto, o fortalecimento da candidatura de Cavaco Silva ou, principalmente, a pressão colocada sobre Santana Lopes no sentido de não sair da CML, interessa principalmente a Durão Barroso. Seria uma solução quase óptima. [2] Bom, mas não é Durão Barroso o único beneficiado. É também do interesse dos proto-candidatos que a candidatura de Cavaco surja com relativa antecedência. Desse modo, este ficaria exposto durante tempo suficiente para, quiçá, recuar perante um levantar de coros de protestos vindos de outros quadrantes políticos ou mesmo da sua área. Da mesma forma que o tabu de há 8 anos o prejudicou de sobremaneira (embora me pareça que nunca ganharia), uma candidatura precoce poderá ter o mesmo resultado. Logo, todos os outros (Santana?, Marcelo? Júdice?, Guterres?) ficariam a ganhar se Cavaco assumisse precocemente a sua vontade política. [3] Porém, e de modo paradoxal, o risco que os proto-candidatos assumem se optarem pela tentativa de "queimar" a candidatura de Cavaco Silva é elevado. Por enquanto, antes das eleições do Outono, estas movimentações não lhes acarretam grandes vantagens. Assim, sem desenvolver muito mais este argumento, creio que os pontos [2] e [3] se anulam mutuamente. Logo, como resultado à pergunta "quem?" aponto, sem dúvida, Durão Barroso. Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 10:27 PM

[26] A delinquência rodoviária A propósito da notícia de hoje no Correio da Manhã, onde o Presidente da Associação de Inspectores de Veículos (ATIPOV) denuncia que "circulam nas estradas portuguesas um milhão de veículos ligeiros e pesados que foram aprovados nas inspecções técnicas periódicas, mas que não cumprem com todos os requisitos de segurança e operacionalidade", permitam-me a inclusão no blog de um trecho respeitante a um trabalho realizado por mim para a disciplina de Ciências Sociais. O trabalho encontra-se ainda em avaliação; seria, por isso, melhor esperar pela nota. Afinal, se estiver pessimamente realizado, arrisco-me a ser zombado. Mas prossigamos. O tema é sobre a delinquência rodoviária. (...) Procura-se realçar, portanto, que a perspectiva de análise sociológica sobre este fenómeno terá de ser mais ampla comparativamente com a explicação típica de delinquência, e mais restrita comparativamente com a análise de sinistralidade rodoviária. Logo, outros factores teriam de ser abordados na análise deste problema. Na minha opinião, há três que se destacam: (1) o grau de competição e cooperação implícitos na sociedade portuguesa. Sem dúvida que um local privilegiado para aferir a competição ou a cooperação entre os membros da sociedade é nas estradas. (2) O nível cultural dos sujeitos que compõem a sociedade, e não apenas os eventuais utilizadores das estradas. O que representam os condutores que circulam com uma preparação técnica e teórica manifestamente escassa, bem como com uma educação cívica insuficiente senão o fraco nível de cultura palpável na sociedade. E refiro-me a cultura, e não a formação ou educação, simplesmente por sabermos empiricamente que, por exemplo, um diploma não traz consigo cultura. (3) As políticas públicas ligadas e decorrentes do quadro legal que regula esta área . Se podíamos aspirar a ver nestas políticas uma lufada de inovação e virtuosismo no combate e prevenção ao fenómeno da sinistralidade rodoviária, logo se quebram as expectativas ao verificar o tipo de teoria subjacente às mesmas. Como podemos considerar que o bem comum está assegurado quando, pelo Código da Estrada, o proprietário de um automóvel está obrigado a realizar uma verificação periódica das características e condições de segurança do veículo nos centros de inspecções, mas esse mesmo proprietário pode andar 47 anos sem frequentar quais-quer tipos de aulas de formação ou de reciclagem, ou seja, verificações periódicas. Ora, naturalmente que sendo isto um excerto nem tudo fica dito. Mas apenas quero chamar a atenção para este aspecto: e os condutores? É preocupante que o Presidente da Associação de Inspectores de Veículos venha dizer que há colegas seus pouco profissionais (e é dizer o minímo). No entanto, por que não há medidas preventivas em relação ao principal perigo que circula pelas estradas portuguesas: o condutor? Ilustra-se esta pergunta com o caso do condutor que este fim-de-semana inverteu marcha no IP3 e cuja atitude causou várias mortes. Lia-se no Público de Sábado passado que vários parques de manobras para exames de condução estão ao abandono por todo o país. Mais: a prova de destreza no exame prático de condução está definida por lei desde 1997 e, desde essa altura, foi realizado um investimento de 15 milhões de euros! Esta é uma área que merece outra atenção da classe política e da sociedade civil. Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 10:59 PM

[25] "Questões fugazes" Transcrevo o excelente comentário crítico de São José Almeida, na coluna semanal "Sobe e Desce" do Público de Sábado, sobre o líder da JP, João Almeida. O líder da Juventude Popular é um rapaz novo, mas a idade não é sintoma de impunidade e de irresponsabilidade, tanto mais que se trata de uma figura com responsabilidades públicas e um deputado à Assembleia da República. João Almeida tem direito a ser contra a legalização do aborto, contra a descriminalização das drogas e achar até que não deve haver medidas preventivas contra o contágio de sida nas cadeias. Agora já não pode falar como líder de uma organização partidária, para criticar a posição do líder da JSD de que discorda, afirmar que estas "são questões fugazes que dizem respeito a uma minoria da sociedade".S.J.A. Numa breve consulta ao programa político da actual direcção, ficamos a saber que "Portugal deve ser um país livre, no sentido de cada um poder optar pelo caminho que quiser dár a sua vida. O Estado não pode de forma alguma limitar as escolhas do individuo. A par das liberdades individuais é também necessário defender as liberdades colectivas, que passa pela defesa das iniciativas que criem formas de apoio e desenvolvimento social." Ou seja, "Portugal deve ser um país solidário, porque, por vezes, nem todos conseguem atingir a qualidade de vida apesar de para isso terem condições, assim, terão de ser criados mecanismos de apoio que permitam uma segunda oportunidade a todos aqueles que falhem à primeira." Pois, nem todos dispõem de coerência e bom-senso. Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 12:09 PM

[24] Ferro Rodrigues Os resultados da sondagem realizada pela Eurosondagem para o Expresso/Sic/Rádio Renascença só podem deixar o PSD preocupado. Apesar de todas as vicissitudes que atingiram o PS e o seu líder, o PSD perdeu o lugar de partido mais votado para aquele. O PSD tem que começar a trabalhar arduamente, e de forma diferente, a partir do Outono, em primeiro lugar na preparação das eleições autárquicas para que venha a cumprir uma segunda legislatura. Ao se ter dado antecipadamente como derrotado para as eleições europeias, o PSD deu ao PS em particular a possibilidade de este capitalizar o descontentamento, latente ou expresso, de uma boa parte da população em relação às políticas do governo. Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 08:30 PM Os resultados da sondagem realizada pela Eurosondagem para o Expresso/Sic/Rádio Renascença só podem deixar o PSD preocupado. Apesar de todas as vicissitudes que atingiram o PS e o seu líder, o PSD perdeu o lugar de partido mais votado para aquele. O PSD tem que começar a trabalhar arduamente, e de forma diferente, a partir do Outono, em primeiro lugar na preparação das eleições autárquicas para que venha a cumprir uma segunda legislatura. Ao se ter dado antecipadamente como derrotado para as eleições europeias, o PSD deu ao PS em particular a possibilidade de este capitalizar o descontentamento, latente ou expresso, de uma boa parte da população em relação às políticas do governo.

[23] A ler Mensageiros e irresponsáveis Por José António Lima PASSADA uma primeira fase, de reacções emocionais e corporativas, começa a surgir alguma razoabilidade de argumentos e lucidez de análise às violações e excessos que se têm multiplicado na cobertura jornalística do processo Casa Pia. Os principais dirigentes políticos e o próprio Durão Barroso rejeitaram a necessidade de nova legislação ou de maiores restrições à liberdade de imprensa, não dando eco à acalorada sugestão da deputada Assunção Esteves. E muitos jornalistas e responsáveis da comunicação social vieram admitir que, em muitos casos, se tem ido longe demais –preferindo, no entanto, generalizar, evitando o incómodo de apontar casos concretos e responsabilizar os maus exemplos... Algumas conclusões e evidências tornaram-se praticamente consensuais. Como as cinco que se seguem. 1. A de que a tese do jornalista reduzido à condição de pobre e inimputável mensageiro, por ser tão primária e desresponsabilizadora, deixou rapidamente de ter quem a defendesse. 2. A de que, em muitas ocasiões, há um conflito entre o direito de informar e o interesse público, de um lado, e o respeito pelo segredo de Justiça, do outro lado. Cabe aos responsáveis de cada órgão de comunicação social decidir quando o primeiro se sobrepõe ao segundo, assumindo as consequências, e aos tribunais avaliar a legitimidade dessa decisão. E, sendo tantas as vezes que os jornalistas já responderam em tribunal por violação do segredo de Justiça e tamanha a ineficácia e a desadequação à realidade do actual clausulado, é há muito patente a necessidade de rever o âmbito e os limites de um segredo de Justiça que ninguém cumpre. 3. A de que não está em causa, ao contrário do que alguns quiseram fazer crer, o dever de protecção e confidencialidade das fontes pelos jornalistas. É um princípio inquestionável da liberdade de informação, que salvaguarda o direito e a obrigação de noticiar factos de interesse público, e não é dele que advêm os abusos e atropelos cometidos neste conturbado processo da Casa Pia. 4. A de que não existe qualquer organismo prestigiado e respeitado no sector da comunicação social que imponha a auto-regulação e o cumprimento dos princípios éticos e deontológicos. O esvaziado Sindicato dos Jornalistas e o seu apagado Conselho Deontológico, bem como a mais do que desacreditada Alta Autoridade para a Comunicação Social, não cumprem minimamente esse papel. O que, em tempos de concorrência feroz e de luta pela sobrevivência de jornais e televisões, na ânsia de aumentar vendas e fazer subir audiências, abre o terreno para que o sensacionalismo sem regras se transforme numa incontrolável bola de neve. Vejam-se os casos, exemplares no seu populismo grosseiro e degradante, do matutino «24 Horas» e dos noticiários da TVI. 5. A tudo isto soma-se uma outra evidência, bem sintetizada, há dias, por António Barreto no «Público»: a de que «há jornalistas bons e maus, sérios e viciosos, honestos e vendidos, verdadeiros e mentirosos. Há imprensa que se esforça por elevar a cultura e a decência dos cidadãos e há aquela que vive da sordidez». Acontece que esta última vive, sem regras e na maior das impunidades, um momento de expansão e tem o efeito colateral de influenciar e contagiar, em certos casos, a chamada imprensa de referência – como se viu nas últimas semanas. Feito o retrato do ponto a que chegámos, convém esclarecer – a propósito da polémica sobre as capas do «JN» e da «Focus» – uma mistificação. E reafirmar o abuso e a irresponsabilidade de que revestiram. A mistificação é de que, ao invés do que se pretendeu fazer crer, aquilo que estava em causa não era mais um entre tantos casos de violação o segredo de Justiça na comunicação social, nem sequer a preservação da confidencialidade das fontes. Mas sim a colisão entre o direito (que não é irrestrito) de informar e o direito, também consagrado na Constituição, à integridade moral, à imagem, ao bom nome e à reputação dos visados. No caso, Jorge Sampaio, António Vitorino, Mota Amaral, Mário Soares e o cardeal-patriarca, envolvidos à força, abusivamente e com estrépito público no processo de pedofilia. Nenhum critério obrigava, à luz do direito e do dever de informar dos jornalistas, nenhum argumento autorizava que se escarrapachassem os seus nomes e fotografias nas primeiras páginas do «JN» e da «Focus» como estando ligados ao aviltante processo da Casa Pia. É, por isso, estranho ver um comentador independente como Miguel Sousa Tavares subscrever, com enorme leveza, a tese de que «se confunde o mensageiro com a mensagem e atira-se para cima daquele as culpas pelo conteúdo da carta que transporta». Que transporta e divulga ao grande público em manchete, faça-se a precisão. Mesmo que o seu conteúdo não passe de calúnias gratuitas. Ou perguntar se «não será notícia relatar que a acusação andou a mostrar retratos de Mário Soares ou do cardeal-patriarca às vítimas da Casa Pia, para ver se elas os identificavam como pedófilos?» Entre mais de uma centena de outras fotos de políticos e figuras públicas, acrescente-se. E a resposta, natural e óbvia, é: não, não é notícia. É um procedimento normal das polícias. E uma especulação jornalística abusiva, gratuita e perigosa. É, por isso, surpreendente ver um jornalista prestigiado como Vicente Jorge Silva, agora em funções de deputado, questionar se a solução «será esconder os factos – e factos de uma gravidade inusitada – em nome do segredo de justiça (que, aliás, não tem aqui qualquer relevância) e permitir a ocultação de situações de inexplicável e absurdo arbítrio judicial?». Factos de gravidade inusitada?! Como e porquê?! Apensar documentos a um processo com milhares de páginas ou constituir um álbum de fotos com figuras conhecidas para identificação pelas testemunhas são factos de gravidade inusitada à luz de quê? E arbítrio judicial, omitindo o arbítrio jornalístico de dar capa, empolar difamações e insinuar infâmias que não têm qualquer relevância ou consistência jornalística? É, ainda por isso, intrigante ver um jornalista comedido como José Alberto Carvalho interrogar-se: «O que é grave é a notícia do facto ou a verdade do mesmo?» Se o facto não passa de uma calúnia anónima vertida em carta, há alguma dúvida? É grave noticiar e difundir calúnias, mesmo sendo uma verdade insofismável a sua existência factual, ainda para mais com destaque de primeira página. «Estão ou não os jornalistas – regra geral – a cumprir o que juram perante o seu código ético e deontológico? Na minha opinião, sim, estão», conclui José Alberto Carvalho com benevolência. O sucinto Código Deontológico dos jornalistas portugueses estabelece, entre outras normas, que «o jornalista deve combater o sensacionalismo e considerar a acusação sem provas como grave falta profissional». Regra geral, com diria José Alberto Carvalho, esta norma está a cair em desuso. Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 10:32 PM

[22] Cerrar fileiras Na visita que efectou ao norte do país no passado fim-de-semana, Durão Barroso, num recado enviado para o interior do PSD e do Governo, advertiu para "um período de grande agitação social nos próximos 6 meses", promovido em grande parte pelos partidos da oposição e pelos sindicatos, de modo a desgastar a imagem do Governo. Hoje Ferro Rodrigues começou por mostrar qual será a estratégia do PS até às eleições europeias. Ferro quer que os portugueses mostrem nos votos o seu desagrado pelas políticas do Governo. Já se sabe que a oposição vai adoptar esta forma de actuar, o que não a prestigia dado que, recorde-se, esta não queria o hipotético referendo à Constituição Europeia no dia das eleições europeias por retirar da agenda o debate das questões europeias. Vamos ter, portanto, mais um debate inócuo ou inexistente sobre algo que muito interessa a Portugal: a integração europeia. Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 05:12 PM

[20] Maximizar o tempo O que preciso neste momento é maximizar o meu tempo disponível. Mas, também, em época de exames entende-se a minha pouca disponibilidade para actualizar este blog.

No entanto, asseguro-lhe, caro leitor, que tudo volta ao normal. Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 01:07 PM

[19] Manuel Maria Sarilho Em entrevista na TSF a Margarida Marante, Manuel Maria Carrilho afirmou estar disponível para ser candidato à Camara Municipal de Lisboa, concorrendo contra Santana Lopes, "se essa for a vontade do PS". Quando questionado sobre a eventualidade de Santana Lopes não ser candidato, Carrilho refere que "enfrentar Pedro Santana Lopes é vital para o Partido Socialista porque as expectativas têm sido defraudadas; com um candidato em part-time, que passa mais tempo em funções de candidato a outra eleição que em funções presidenciais na Câmara Municipal de Lisboa". Importa salientar o enfâse que Carrilho colocou na vontade de defrontar Pedro Santana Lopes. Será um apoio tácito a Cavaco Silva? Por que não? Ao PS não interessa defrontar Santana; mesmo que o balanço do actual mandato não corresponda às expectativas, é muito mais provável que este renove o mandato do que um candidato socialista recupere a Câmara. Além do mais, ao se colocar entre os primeiros proto-candidatos, Carrilho pressiona a direcção do PSD a fazer o possível para manter Santana Lopes naquela que é a Câmara mais importante do país. O PSD não a vai querer perder, na medida em que será um grande apoio à recandidatura de Durão Barroso a uma segunda legislatura. Portanto, até ver, creio que Carrilho procura com estas declarações medir o espaço de que dispõe no interior do PS e também aferir qual o peso político que a sua figura tem por entre as hostes socialistas. Se o objectivo é a CML ou outro lugar, o tempo [de Carrilho] o dirá. Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 10:13 PM

[18] Um agradecimento Um sincero agradecimento é o minímo que posso endereçar ao Paulo Gorjão, afinal de contas, não acontece todos os dias sermos "linkados" pelo pelo autor do melhor blog de análise política da blogosfera. Novamente, um muito obrigado pela confiança e pelo risco que assume. Comentários: (1) Posted by hmscardoso at 03:43 PM

[17] Falsas memórias? Problemas de auto-estima? No destaque de hoje do Público, o jornalista António Arnaldo Mesquita dá-nos conta de um requerimento por parte da defesa de Carlos Cruz no sentido de que fosse realizada uma perícia à credibilidade dos depoimentos das testemunhas que o incriminam. Essa perícia seria realizada pela psicóloga Elizabeth Loftus e pelo psiquiatra Pio Abreu. No mesmo Público, Helena Matos, expõe o que para ela – arrisco-me a dizer: mas não só – foi [mais] "uma tentativa de influenciar a opinião pública através da imprensa”, referindo-se às entrevistas realizadas a Elizabeth Loftus, "apresentada pela designação academicamente vaga de "especialista" e "autoridade mundial em memórias falsas"". Essas terão sido mais um cliché do que entrevistas deveras pertinentes, apontando Helena Matos para as perguntas que não lhe foram feitas. A saber: "como é que os jornalistas ( ) não a questionaram sobre o seu papel na defesa de Anto Furundvija, ( ) condenado por vários crimes de torturas e violações a mulheres? Nem sobre os seus depoimentos sobre os casos de falsa memória entre os sobreviventes do campo de concentração nazi de Treblinka?" Por fim, João Miranda, no Liberdade de Expressão, chama à colação o passado recente desta psicóloga, que tem sido pautado essencialmente pela polémica e controvérsia. Independentemente do acima referido, assola-me o seguinte. Sendo a psicóloga uma "especialista" em memórias falsas (só isso já diz muito do trabalho dela; por que não "especialista" na veracidade das memórias? Pelo menos, a sua eventual isenção teria mais credibilidade), isto é, alguém capaz de perscrutar a mente e as supostas contradições de determinadas memórias, não poderá também: 1) ser ela criadora de memórias falsas? 2) em memórias reais, deixar uma dúvida que venha a perturbar mais tarde os sujeitos? 3) ser capaz de descortinar mentiras em declarações de arguidos? Adenda: por palavras do psiquiatra Pio de Abreu, ficamos a saber que, no caso de violação, a auto-estima melhora se o agressor for famoso. É reconhecidamente notória a baixa auto-estima dos portugueses. Bom, o Dr. Pio de Abreu encontrou a solução para resolver o nosso problema de estima. Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 03:06 PM

[16] Uma síntese No editorial de hoje, José Manuel Fernandes reflete sobre as mensagens e os mensageiros das fugas de informação e das violaçoes ao segredo de justiça, ou seja, salvaguarda e defende a necessidade dos meios de comunicação social divulgarem o que pode ser considerado de "interesse público" e eticamente justificável. É um texto a ler e do qual se retira o seguinte teaser: "(...) Isto também quer dizer, entre outras coisas, que os jornalistas estão sujeitos à mesma lei que protege o segredo de justiça que obriga magistrados ou advogados. Se publicarem uma notícia sob segredo de justiça violam a lei - não "roubam" o segredo, mas são os seus "receptadores". Todos sabem, ou deviam saber, isto mesmo, como também sabem que há momentos em que se justifica eticamente (não comercialmente) divulgar uma notícia que está protegida pelo segredo de justiça. Tal depende da avaliação que fizerem do interesse público (não do interesse "do público") de tal notícia. De considerarem que ao divulgarem essa notícia não estão a lançar gratuita e levianamente lama para cima de alguém, mas a tornarem públicos factos cuja gravidade não permite que continuem a ser secretos." Comentários: (0) Posted by hmscardoso at 12:46 PM

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