Santana Lopes promete governo "forte" e com "novo estilo"

03-08-2004
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Santana Lopes Promete Governo "Forte" e com "Novo Estilo"

Por H.P.

Sexta-feira, 02 de Julho de 2004

Pedro Santana Lopes foi ontem eleito por esmagadora maioria dos conselheiros nacionais do PSD, que se reuniram ontem à tarde na sede nacional do partido. A votação, a meio da reunião, foi de 98 votos a favor e três contra em 101 pessoas. Como a direcção dos sociais-democratas previu, o apoio a Santana foi claro. Muitos dos principais críticos do vice-presidente do PSD não têm assento no conselho nacional do partido. Manuela Ferreira Leite, Miguel Veiga e Rui Machete terão sido os autores dos "nãos".

Às 23h, sete horas depois da reunião ter começado, Pedro Santana Lopes apareceu aos jornalistas como líder eleito para fazer suas quase todas as palavras que Manuela Ferreira Leite tem dito aos portugueses nos últimos dois anos: contenção da despesa pública e rigor nas finanças públicas.

Na sua primeira declaração como presidente do PSD, o ainda autarca de Lisboa insistiu em que, se o seu partido formar Governo, haverá "uma continuação de uma política de rigor e equilíbrio das contas públicas" e lembrou que, como vice-presidente do PSD nestes últimos dois anos, tem "dado a cara" por medidas "mais difíceis" do Governo.

"A continuidade exigirá, e será conseguida, uma solução forte", prosseguiu. "O partido que lidero não apoiaria um Governo que se desviasse" de uma política de rigor e equilíbrio das contas públicas, insistiu, prometendo, no entanto, "um novo estilo e um novo impulso". Mas sempre elogiando o Presidente da República e garantindo que o PSD irá aguardar com serenidade a decisão de Jorge Sampaio quanto convocação ou não de eleições antecipadas.

Mesmo assim, Santana foi avisando que "o PSD não receia nenhum combate" e não se esqueceu do CDS, acreditando que os dois partidos continuarão a proporcionar no Parlamento "uma maioria estável e coerente".

Aos jornalistas, Santana não respondeu directamente à pergunta sobre o que pensava do facto de ter herdado o partido e não ganho com votos, uma vez que em 2000 perdeu o PSD para Durão Barroso no congresso de Viseu e recusou dizer se gostava ou não de vir a ser primeiro-ministro. "Não estão aqui em causa os gostos", disse.

Sobre os seus críticos, que pedem um congresso extraordinário para que o líder saísse com uma maior legitimidade, considerou apenas que "as vozes dos que têm dúvidas são bem-vindas desde que queiram ajudar", mas acabou por reconhecer que haveria vantagens. "Podia ser melhor para mim disputar um congresso, mas para o país não era bom. Portugal tem que crescer, recuperar. Há gente a passar maus momentos", admitiu.

Pedro Santana Lopes acabou a comparar-se com Francisco Sá Carneiro, ao dizer que os "líderes partidários que tiveram mais êxito foram os que tiveram menos votação", mas o argumento não lhe é favorável. O autarca de Lisboa ganha um partido aparentemente unificado e o principal desafio é mantê-lo, não conquistá-lo. "A melhor maneira de agradecer, é merecer", diria Santana quase no final da conferência de imprensa. "Não receio enfrentar combates, congressos, eleições. Mas procurarei ganhar na acção a razão da minha legitimidade que considero plena", acrescentou.

Os eventuais planos de se candidatar a Belém é que parecem ter esmorecido. Questionado pelos jornalistas, Santana afirmou que vai dedicar-se de "corpo inteiro" à tarefa de presidente do PSD e a outras obrigações, como a de primeiro-ministro. Pouco mais.

A votação quase unâmime dos conselheiros nacionais (nem a lista afecta a Marques Mendes votou contra Santana) tinha sido conseguida após a direcção do PSD ter unido esforços para travar as críticas. A seguir a Durão Barroso, que abriu a reunião do conselho nacional, discursaram os pesos-pesados da actual direcção, Manuel Dias Loureiro e Nuno Morais Sarmento, e Carlos Encarnação, presidente do conselho de jurisdição, para desfazer quaisquer dúvidas jurídicas sobre a legitimidade da eleição em conselho nacional. Morais Sarmento argumentou que o país não podia ficar à espera e que os dirigentes tinham que manifestar o seu apoio incondicional na votação de ontem, pois o que estava em causa não era a pessoa, mas o projecto governativo do PSD.

Santana Lopes Promete Governo "Forte" e com "Novo Estilo"

Por H.P.

Sexta-feira, 02 de Julho de 2004

Pedro Santana Lopes foi ontem eleito por esmagadora maioria dos conselheiros nacionais do PSD, que se reuniram ontem à tarde na sede nacional do partido. A votação, a meio da reunião, foi de 98 votos a favor e três contra em 101 pessoas. Como a direcção dos sociais-democratas previu, o apoio a Santana foi claro. Muitos dos principais críticos do vice-presidente do PSD não têm assento no conselho nacional do partido. Manuela Ferreira Leite, Miguel Veiga e Rui Machete terão sido os autores dos "nãos".

Às 23h, sete horas depois da reunião ter começado, Pedro Santana Lopes apareceu aos jornalistas como líder eleito para fazer suas quase todas as palavras que Manuela Ferreira Leite tem dito aos portugueses nos últimos dois anos: contenção da despesa pública e rigor nas finanças públicas.

Na sua primeira declaração como presidente do PSD, o ainda autarca de Lisboa insistiu em que, se o seu partido formar Governo, haverá "uma continuação de uma política de rigor e equilíbrio das contas públicas" e lembrou que, como vice-presidente do PSD nestes últimos dois anos, tem "dado a cara" por medidas "mais difíceis" do Governo.

"A continuidade exigirá, e será conseguida, uma solução forte", prosseguiu. "O partido que lidero não apoiaria um Governo que se desviasse" de uma política de rigor e equilíbrio das contas públicas, insistiu, prometendo, no entanto, "um novo estilo e um novo impulso". Mas sempre elogiando o Presidente da República e garantindo que o PSD irá aguardar com serenidade a decisão de Jorge Sampaio quanto convocação ou não de eleições antecipadas.

Mesmo assim, Santana foi avisando que "o PSD não receia nenhum combate" e não se esqueceu do CDS, acreditando que os dois partidos continuarão a proporcionar no Parlamento "uma maioria estável e coerente".

Aos jornalistas, Santana não respondeu directamente à pergunta sobre o que pensava do facto de ter herdado o partido e não ganho com votos, uma vez que em 2000 perdeu o PSD para Durão Barroso no congresso de Viseu e recusou dizer se gostava ou não de vir a ser primeiro-ministro. "Não estão aqui em causa os gostos", disse.

Sobre os seus críticos, que pedem um congresso extraordinário para que o líder saísse com uma maior legitimidade, considerou apenas que "as vozes dos que têm dúvidas são bem-vindas desde que queiram ajudar", mas acabou por reconhecer que haveria vantagens. "Podia ser melhor para mim disputar um congresso, mas para o país não era bom. Portugal tem que crescer, recuperar. Há gente a passar maus momentos", admitiu.

Pedro Santana Lopes acabou a comparar-se com Francisco Sá Carneiro, ao dizer que os "líderes partidários que tiveram mais êxito foram os que tiveram menos votação", mas o argumento não lhe é favorável. O autarca de Lisboa ganha um partido aparentemente unificado e o principal desafio é mantê-lo, não conquistá-lo. "A melhor maneira de agradecer, é merecer", diria Santana quase no final da conferência de imprensa. "Não receio enfrentar combates, congressos, eleições. Mas procurarei ganhar na acção a razão da minha legitimidade que considero plena", acrescentou.

Os eventuais planos de se candidatar a Belém é que parecem ter esmorecido. Questionado pelos jornalistas, Santana afirmou que vai dedicar-se de "corpo inteiro" à tarefa de presidente do PSD e a outras obrigações, como a de primeiro-ministro. Pouco mais.

A votação quase unâmime dos conselheiros nacionais (nem a lista afecta a Marques Mendes votou contra Santana) tinha sido conseguida após a direcção do PSD ter unido esforços para travar as críticas. A seguir a Durão Barroso, que abriu a reunião do conselho nacional, discursaram os pesos-pesados da actual direcção, Manuel Dias Loureiro e Nuno Morais Sarmento, e Carlos Encarnação, presidente do conselho de jurisdição, para desfazer quaisquer dúvidas jurídicas sobre a legitimidade da eleição em conselho nacional. Morais Sarmento argumentou que o país não podia ficar à espera e que os dirigentes tinham que manifestar o seu apoio incondicional na votação de ontem, pois o que estava em causa não era a pessoa, mas o projecto governativo do PSD.

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