Portugal Diário

27-07-2003
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Polícias no «limite da paciência»

PD 06-06-2003 13:29 Dirigentes sindicais entregam panfletos a turistas a alertar para falta de condições que afecta a polícia As chegadas e partidas do aeroporto de Lisboa registaram hoje uma movimentação fora do habitual, com dirigentes da associação sindical da PSP a distribuírem aos turistas panfletos alertando para a falta de condições que afecta a polícia. Em causa, segundo a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia ASPP/PSP, estão a falta de condições de trabalho e a degradação das instalações, além do respeito pelo estatuto profissional, cumprimento da lei sindical e manutenção do anterior regime de aposentações da PSP, entre outras reivindicações. As consequências, alertam, são graves e podem reflectir-se na segurança dos cidadãos. «As forças de segurança têm de estar satisfeitas para funcionar como deve ser», disse à Lusa Nelson Brito, um dos polícias que, empunhando a bandeira do sindicato, entregava folhetos em português, inglês e francês aos turistas. No entanto, a maior parte dos passageiros que circulava pelo aeroporto da Portela desconhecia por completo as reivindicações, afirmando que se sente seguro em Portugal. Um cidadão português, residente em Paris há 20 anos, observou que em França os problemas de segurança se sentem de forma mais aguda. «Portugal ainda tem um nível de segurança muito aceitável. Sinto-me mais seguro em Lisboa do que em Paris e penso que a generalidade das pessoas que estão no estrangeiro, comparam esta situação com a que vivem no dia-a-dia e sentem-se mais seguros cá», disse Fernando Madeira. Uma jovem belga, também polícia, comentou que esta classe profissional também tem estado em luta no seu país e que os polícias deveriam ser mais bem pagos em função dos riscos que correm. Uma cidadã americana, que se preparava para deixar Lisboa acompanhada da família, adiantou que «a polícia tem de ter recursos para garantir a segurança», mas afirmou não ter sentido este problema em Portugal. «Washington, onde vivemos, é certamente mais inseguro porque é um alvo central para os ataques», sublinhou. João Gomes, membro da direcção nacional da ASPP/PSP explicou que o objectivo da iniciativa era «alertar todos os cidadãos do mundo para que levem para os seus países este problema». «Também nos sentimos inseguros porque os nossos problemas não estão a ser resolvidos», salientou o dirigente. João Gomes defendeu que «as polícias têm de ser acarinhadas» e mostrou-se indignado quanto à falta de cumprimento das promessas do Governo. «Vivemos uma situação de penúria e estamos desanimados com o Governo», frisou. «Em 26 anos, nunca vi assim a minha polícia», reforçou João Gomes. Apesar dos muitos riscos e dos poucos incentivos, o sindicalista garante que os polícias vão «continuar a dar o melhor à população», embora esteja preocupado com a realização do campeonato de futebol Euro 2004: «Vem gente de todo o mundo e pode haver gente muito perigosa. Não sei se alguns colegas meus não vão virar as costas, face às dificuldades que sentimos». A lembrar que «a paciência tem limites», como escreveram no panfleto, os responsáveis vão manter-se no aeroporto até às 16:30, disponibilizando uma caixinha onde os cidadãos podem contribuir com sugestões «para ajudar o Governo português a resolver os problemas da polícia».

Polícias no «limite da paciência»

PD 06-06-2003 13:29 Dirigentes sindicais entregam panfletos a turistas a alertar para falta de condições que afecta a polícia As chegadas e partidas do aeroporto de Lisboa registaram hoje uma movimentação fora do habitual, com dirigentes da associação sindical da PSP a distribuírem aos turistas panfletos alertando para a falta de condições que afecta a polícia. Em causa, segundo a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia ASPP/PSP, estão a falta de condições de trabalho e a degradação das instalações, além do respeito pelo estatuto profissional, cumprimento da lei sindical e manutenção do anterior regime de aposentações da PSP, entre outras reivindicações. As consequências, alertam, são graves e podem reflectir-se na segurança dos cidadãos. «As forças de segurança têm de estar satisfeitas para funcionar como deve ser», disse à Lusa Nelson Brito, um dos polícias que, empunhando a bandeira do sindicato, entregava folhetos em português, inglês e francês aos turistas. No entanto, a maior parte dos passageiros que circulava pelo aeroporto da Portela desconhecia por completo as reivindicações, afirmando que se sente seguro em Portugal. Um cidadão português, residente em Paris há 20 anos, observou que em França os problemas de segurança se sentem de forma mais aguda. «Portugal ainda tem um nível de segurança muito aceitável. Sinto-me mais seguro em Lisboa do que em Paris e penso que a generalidade das pessoas que estão no estrangeiro, comparam esta situação com a que vivem no dia-a-dia e sentem-se mais seguros cá», disse Fernando Madeira. Uma jovem belga, também polícia, comentou que esta classe profissional também tem estado em luta no seu país e que os polícias deveriam ser mais bem pagos em função dos riscos que correm. Uma cidadã americana, que se preparava para deixar Lisboa acompanhada da família, adiantou que «a polícia tem de ter recursos para garantir a segurança», mas afirmou não ter sentido este problema em Portugal. «Washington, onde vivemos, é certamente mais inseguro porque é um alvo central para os ataques», sublinhou. João Gomes, membro da direcção nacional da ASPP/PSP explicou que o objectivo da iniciativa era «alertar todos os cidadãos do mundo para que levem para os seus países este problema». «Também nos sentimos inseguros porque os nossos problemas não estão a ser resolvidos», salientou o dirigente. João Gomes defendeu que «as polícias têm de ser acarinhadas» e mostrou-se indignado quanto à falta de cumprimento das promessas do Governo. «Vivemos uma situação de penúria e estamos desanimados com o Governo», frisou. «Em 26 anos, nunca vi assim a minha polícia», reforçou João Gomes. Apesar dos muitos riscos e dos poucos incentivos, o sindicalista garante que os polícias vão «continuar a dar o melhor à população», embora esteja preocupado com a realização do campeonato de futebol Euro 2004: «Vem gente de todo o mundo e pode haver gente muito perigosa. Não sei se alguns colegas meus não vão virar as costas, face às dificuldades que sentimos». A lembrar que «a paciência tem limites», como escreveram no panfleto, os responsáveis vão manter-se no aeroporto até às 16:30, disponibilizando uma caixinha onde os cidadãos podem contribuir com sugestões «para ajudar o Governo português a resolver os problemas da polícia».

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