CDS enfrenta cortes após hecatombe eleitoral

27-10-2019
marcar artigo

Haverá redução de pessoal, de salários e as distritais avaliam ajustamentos na despesa. Centristas estimam perdas perto dos 60 por cento. João Almeida não esclarece se é candidato.

O dinheiro não estica e muito menos quando a bancada é reduzida a quase um terço. O CDS, que agora tem cinco deputados, terá de viver com menos 57 por cento de receita, atribuída pela subvenção pública. Por isso, está a ser desenhado o plano de restruturação, tanto da dívida, como de sedes ou espaços usados pelo centristas, bem como um corte de pessoal. Mesmo quem fica deverá ter um corte salarial. O secretário-geral do partido, Pedro Morais Soares, não quer entrar em detalhes, mas reconhece as dificuldades.

«Os resultados ficaram muito aquém do esperado», explicou Morais Soares ao SOL, sublinhando que está a fazer um trabalho de ajustamentos com os vários presidentes das distritais para reduzir despesa e dívida. Morais Soares não revela qual é o valor da dívida dos centristas, mas recusa que sejam os dois milhões de euros, noticiados pelo Jornal Económico, que avançou com a notícia de cortes no CDS.

No CDS a ordem é de contenção de danos, tentar manter algumas pessoas, mesmo com corte salarial, mas haverá despedimentos porque a estrutura do partido estava montada para 18 parlamentares. Perderam 13, por isso, os democratas-cristãos tiveram de fazer contas à vida. O trabalho de ajustamento ainda não está fechado, mas falta saber se pode incluir, ou não, a venda de património imobiliário do partido.

No Parlamento, o deputado João Almeida assumiu o drama das legislativas: «A explicação para a reestruturação em curso é tão simples como cruel. Com a redução do número de deputados, também se reduz a subvenção. Ou seja, não há recursos financeiros que permitam manter o quadro existente. Resta-nos trabalhar para recuperar o CDS e a sua representatividade», declarou ontem João Almeida, um dos nomes apontados para concorrer à liderança dos centristas. De facto, o CDS não terá dinheiro para manter a estrutura que o levou a conseguir resultados para ter entre 18 a 24 deputados no passado, respetivamente, em 2015 e 2011.

Também Cecília Meireles, a nova líder parlamentar do CDS, assumiu as dificuldades da derrota eleitoral. «Tenho muita pena, mas as pessoas sabem que 18 deputados são diferentes de cinco deputados e isso tem reflexos», afirmou aos jornalistas à margem da tomada de posse parlamentar da nova Legislatura.

O CDS tem um congresso marcado para 25 e 26 de janeiro do próximo ano, e, para já, só Abel Matos Santos, da Tendência Esperança em Movimento-CDS (TEM-CDS) assumiu a candidatura. Porém, o ex-deputado Filipe Lobo Ávila terá uma moção de estratégia na reunião-magna, ou seja, é mais um sinal para uma candidatura.

Também João Almeida é apontado como candidato e dentro do CDS há quem acredite que o ainda porta-voz dos democratas-cristãos não terá alternativa senão concorrer. O dirigente vai apresentar uma moção de estratégia ao congresso, mas ontem decidiu não esclarecer se está na corrida à sucessão da ainda presidente centrista, Assunção Cristas. «O líder do partido não tem que ser deputado», declarou o deputado centrista, citado pela SIC, num sinal que foi interpretado entre os democratas-cristãos como parte do processo. «Fazem-se avanços, recuos, contam-se apoios e depois decide-se em congresso», frisou ao SOL um ex-dirigente do partido.

Outro dos nomes a reter neste puzzle de potenciais candidaturas é o de Francisco Rodrigues dos Santos, presidente da JP.

Para o congresso são esperadas várias moções de estratégia global e alguns possíveis candidatos podem assumir-se, apenas, em pleno congresso.

Monteiro na gaveta

Entretanto, ainda não há sinal de luz verde à refiliação de Manuel Monteiro, antigo líder do CDS-PP que saiu e fundou o partido Nova Democracia. A concelhia da Póvoa do Varzim deu luz verde à refiliação (por unanimidade) há mais de um mês. Mas ainda não obteve qualquer resposta da sede nacional. Isto significa que Manuel Monteiro ainda não tem o cartão de militante, novamente, nas mãos.

O SOL falou com o secretário-geral centrista, ainda em funções, sobre a refiliação de Monteiro, para saber quando será aceite a refiliação. Mas Pedro Morais Soares remeteu mais explicações na próxima semana, por se encontrar entre várias reuniões.

Haverá redução de pessoal, de salários e as distritais avaliam ajustamentos na despesa. Centristas estimam perdas perto dos 60 por cento. João Almeida não esclarece se é candidato.

O dinheiro não estica e muito menos quando a bancada é reduzida a quase um terço. O CDS, que agora tem cinco deputados, terá de viver com menos 57 por cento de receita, atribuída pela subvenção pública. Por isso, está a ser desenhado o plano de restruturação, tanto da dívida, como de sedes ou espaços usados pelo centristas, bem como um corte de pessoal. Mesmo quem fica deverá ter um corte salarial. O secretário-geral do partido, Pedro Morais Soares, não quer entrar em detalhes, mas reconhece as dificuldades.

«Os resultados ficaram muito aquém do esperado», explicou Morais Soares ao SOL, sublinhando que está a fazer um trabalho de ajustamentos com os vários presidentes das distritais para reduzir despesa e dívida. Morais Soares não revela qual é o valor da dívida dos centristas, mas recusa que sejam os dois milhões de euros, noticiados pelo Jornal Económico, que avançou com a notícia de cortes no CDS.

No CDS a ordem é de contenção de danos, tentar manter algumas pessoas, mesmo com corte salarial, mas haverá despedimentos porque a estrutura do partido estava montada para 18 parlamentares. Perderam 13, por isso, os democratas-cristãos tiveram de fazer contas à vida. O trabalho de ajustamento ainda não está fechado, mas falta saber se pode incluir, ou não, a venda de património imobiliário do partido.

No Parlamento, o deputado João Almeida assumiu o drama das legislativas: «A explicação para a reestruturação em curso é tão simples como cruel. Com a redução do número de deputados, também se reduz a subvenção. Ou seja, não há recursos financeiros que permitam manter o quadro existente. Resta-nos trabalhar para recuperar o CDS e a sua representatividade», declarou ontem João Almeida, um dos nomes apontados para concorrer à liderança dos centristas. De facto, o CDS não terá dinheiro para manter a estrutura que o levou a conseguir resultados para ter entre 18 a 24 deputados no passado, respetivamente, em 2015 e 2011.

Também Cecília Meireles, a nova líder parlamentar do CDS, assumiu as dificuldades da derrota eleitoral. «Tenho muita pena, mas as pessoas sabem que 18 deputados são diferentes de cinco deputados e isso tem reflexos», afirmou aos jornalistas à margem da tomada de posse parlamentar da nova Legislatura.

O CDS tem um congresso marcado para 25 e 26 de janeiro do próximo ano, e, para já, só Abel Matos Santos, da Tendência Esperança em Movimento-CDS (TEM-CDS) assumiu a candidatura. Porém, o ex-deputado Filipe Lobo Ávila terá uma moção de estratégia na reunião-magna, ou seja, é mais um sinal para uma candidatura.

Também João Almeida é apontado como candidato e dentro do CDS há quem acredite que o ainda porta-voz dos democratas-cristãos não terá alternativa senão concorrer. O dirigente vai apresentar uma moção de estratégia ao congresso, mas ontem decidiu não esclarecer se está na corrida à sucessão da ainda presidente centrista, Assunção Cristas. «O líder do partido não tem que ser deputado», declarou o deputado centrista, citado pela SIC, num sinal que foi interpretado entre os democratas-cristãos como parte do processo. «Fazem-se avanços, recuos, contam-se apoios e depois decide-se em congresso», frisou ao SOL um ex-dirigente do partido.

Outro dos nomes a reter neste puzzle de potenciais candidaturas é o de Francisco Rodrigues dos Santos, presidente da JP.

Para o congresso são esperadas várias moções de estratégia global e alguns possíveis candidatos podem assumir-se, apenas, em pleno congresso.

Monteiro na gaveta

Entretanto, ainda não há sinal de luz verde à refiliação de Manuel Monteiro, antigo líder do CDS-PP que saiu e fundou o partido Nova Democracia. A concelhia da Póvoa do Varzim deu luz verde à refiliação (por unanimidade) há mais de um mês. Mas ainda não obteve qualquer resposta da sede nacional. Isto significa que Manuel Monteiro ainda não tem o cartão de militante, novamente, nas mãos.

O SOL falou com o secretário-geral centrista, ainda em funções, sobre a refiliação de Monteiro, para saber quando será aceite a refiliação. Mas Pedro Morais Soares remeteu mais explicações na próxima semana, por se encontrar entre várias reuniões.

marcar artigo