PSD e CDS admitem concorrer coligados

10-08-2004
marcar artigo

PSD e CDS Admitem Concorrer Coligados

Quinta-feira, 08 de Julho de 2004

Partidos tentam evitar sinais de ruptura na coligação, que poderiam ser usados como argumento para eleições

H.P./E.L.

Se houver eleições antecipadas, PSD e CDS deverão concorrer coligados. Um dirigente nacional do PSD afirmou ontem que é a opção "mais razoável" neste momento, mas que será também avaliada qual a melhor solução do ponto de vista eleitoral, ou seja, se os dois partidos chegarem à conclusão que podem conseguir mais votos concorrendo em separado do que em coligação pré-eleitoral.

A direcção do partido ainda não discutiu a questão da coligação, uma vez que não se sabe se o Presidente vai ou não convocar eleições, mas tanto o PSD como o CDS parecem inclinados para uma aliança pré-eleitoral, dadas as circunstâncias.

Depois da derrota nas eleições europeias, a coligação dividiu os sociais-democratas, que não queriam ouvir falar neste assunto para as legislativas de 2006. Uma parte do PSD culpou o CDS pela derrota eleitoral, aceitando mal que tivessem perdido dois eurodeputados, quando o CDS não perdeu nenhum, apesar da descida em termos percentuais da coligação.

A situação de eleições antecipadas, porém, faz com que a aceitação de uma coligação pré-eleitoral se torne mais pacífica. Uma vez que a argumentação do PSD é a de que, se Jorge Sampaio convocar eleições, a legislatura não chega ao fim, quando era vontade dos dois partidos em continuá-la, o que é dito por dirigentes do PSD e do CDS é que têm que reafirmar essa intenção.

No CDS, as instruções são para dar uma imagem de serenidade. Como entendem que o único argumento que o Presidente da República pode usar para convocar eleições é invocar a existência de uma crise institucional grave, os democratas-cristãos não querem dar o mínimo pretexto para essa crise, como seria a existência de sinais de ruptura na coligação.

A relação presente e futura entre os dois partidos foi negociada entre Paulo Portas e Santana Lopes logo no início desta crise, mas quando ainda tudo se parecia inclinar para uma solução de continuidade, em que o PSD indicasse um novo primeiro-ministro. Mas o cenário de eleições antecipadas a ganhar terreno a cada dia.

Há receios de que Santana queira ir a eleições sozinho, já que, noutras ocasiões, foi sempre essa a sua posição. Mas entre os principais dirigentes do CDS reina a confiança de que o novo presidente do PSD não irá deixar o CDS de lado. Santana, argumentam, está muito perto de concretizar os sonhos da sua vida - ser líder do PPD/PSD e tentar a velha máxima de Sá Carneiro de "um maioria, um governo, um Presidente" - , pelo que fará tudo para o conseguir.

Na audiência que teve com o Presidente da República, anteontem, o líder do CDS quis manifestar a unidade da coligação e do seu partido. Levou consigo os dois outros ministros indicados pelo CDS para este Governo - Maria Celeste Cardona e António Bagão Félix, que nem sequer é militante do partido e, pela primeira vez, se integrou numa delegação -, Narana Coissoró, que foi apoiante de Sampaio para Belém e é vice-presidente da Assembleia da República, Luís Nobre Guedes, geralmente apontado como o número dois do CDS e Nogueira de Brito, que não tendo cargos na direcção do partido, é presidente da Cruz Vermelha, onde substituiu Maria Barroso, num processo que foi polémico. Ou seja, quis ter consigo também o velho e o novo CDS.

PSD e CDS Admitem Concorrer Coligados

Quinta-feira, 08 de Julho de 2004

Partidos tentam evitar sinais de ruptura na coligação, que poderiam ser usados como argumento para eleições

H.P./E.L.

Se houver eleições antecipadas, PSD e CDS deverão concorrer coligados. Um dirigente nacional do PSD afirmou ontem que é a opção "mais razoável" neste momento, mas que será também avaliada qual a melhor solução do ponto de vista eleitoral, ou seja, se os dois partidos chegarem à conclusão que podem conseguir mais votos concorrendo em separado do que em coligação pré-eleitoral.

A direcção do partido ainda não discutiu a questão da coligação, uma vez que não se sabe se o Presidente vai ou não convocar eleições, mas tanto o PSD como o CDS parecem inclinados para uma aliança pré-eleitoral, dadas as circunstâncias.

Depois da derrota nas eleições europeias, a coligação dividiu os sociais-democratas, que não queriam ouvir falar neste assunto para as legislativas de 2006. Uma parte do PSD culpou o CDS pela derrota eleitoral, aceitando mal que tivessem perdido dois eurodeputados, quando o CDS não perdeu nenhum, apesar da descida em termos percentuais da coligação.

A situação de eleições antecipadas, porém, faz com que a aceitação de uma coligação pré-eleitoral se torne mais pacífica. Uma vez que a argumentação do PSD é a de que, se Jorge Sampaio convocar eleições, a legislatura não chega ao fim, quando era vontade dos dois partidos em continuá-la, o que é dito por dirigentes do PSD e do CDS é que têm que reafirmar essa intenção.

No CDS, as instruções são para dar uma imagem de serenidade. Como entendem que o único argumento que o Presidente da República pode usar para convocar eleições é invocar a existência de uma crise institucional grave, os democratas-cristãos não querem dar o mínimo pretexto para essa crise, como seria a existência de sinais de ruptura na coligação.

A relação presente e futura entre os dois partidos foi negociada entre Paulo Portas e Santana Lopes logo no início desta crise, mas quando ainda tudo se parecia inclinar para uma solução de continuidade, em que o PSD indicasse um novo primeiro-ministro. Mas o cenário de eleições antecipadas a ganhar terreno a cada dia.

Há receios de que Santana queira ir a eleições sozinho, já que, noutras ocasiões, foi sempre essa a sua posição. Mas entre os principais dirigentes do CDS reina a confiança de que o novo presidente do PSD não irá deixar o CDS de lado. Santana, argumentam, está muito perto de concretizar os sonhos da sua vida - ser líder do PPD/PSD e tentar a velha máxima de Sá Carneiro de "um maioria, um governo, um Presidente" - , pelo que fará tudo para o conseguir.

Na audiência que teve com o Presidente da República, anteontem, o líder do CDS quis manifestar a unidade da coligação e do seu partido. Levou consigo os dois outros ministros indicados pelo CDS para este Governo - Maria Celeste Cardona e António Bagão Félix, que nem sequer é militante do partido e, pela primeira vez, se integrou numa delegação -, Narana Coissoró, que foi apoiante de Sampaio para Belém e é vice-presidente da Assembleia da República, Luís Nobre Guedes, geralmente apontado como o número dois do CDS e Nogueira de Brito, que não tendo cargos na direcção do partido, é presidente da Cruz Vermelha, onde substituiu Maria Barroso, num processo que foi polémico. Ou seja, quis ter consigo também o velho e o novo CDS.

marcar artigo