Nacional

14-02-2005
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Domingo, 06 de Fevereiro de 2005

Perfi

Narana Coissor

Contra o PSD, como sempre

Narana Coissoró, o histórico líder parlamentar do CDS nos "gloriosos" tempos do "partido do táxi" - quando, em 1987, o CDS elegeu apenas quatro deputados - foi designado para a difícil tarefa de cabeça-de-lista pelo círculo de Faro, onde nas últimas eleições o CDS ficou a mil votos de eleger um parlamentar. Faro elege oito deputados que, nas legistativas de 2002, foram divididos irmãmente entre PSD e PS. Não é esperado que, na actual conjuntura, o PS diminua o resultado o que, na prática, significa que Narana só poderá ser eleito à custa do PSD.

O "histórico" centrista vai assim para uma guerra a que está habituado: combater o PSD em nome do CDS foi o que fez durante o cavaquismo no papel de líder parlamentar entre 1987 e 1994. Deputado desde 1976, foi esse o momento épico da sua passagem por São Bento, quando liderava a bancada "contra ventos e marés", como diz, a rir, glosando o cartaz de Santana Lopes.

O sentido de humor é uma das características essenciais deste catedrático do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, o único parlamentar hindu da Assembleia da República, autor de mais de duas mil intervenções nessas horas difíceis do "partido do táxi", sempre irónicas, e capazes de desconcertar o adversário, pela sábia mistura de acutilância e humor.

E coragem física também: quando a amnistia aos presos das FP-25 foi discutida no Parlamento, o CDS era o único partido com uma posição claramente contra. A maioria (absoluta) do PSD estava dividida e, com as galerias completamente "à cunha" com familiares dos presos e adeptos da amnistia, Narana fez um discurso dos mais violentos discursos de sempre "contra os ventos e marés" da época, pondo a sala em suspenso.

A sua relação com a Índia não se perdeu - desloca-se lá com frequência e sempre foi um membro activo da Casa de Goa em Lisboa. O seu amor pela gastronomia da terra de origem também não: há dois anos, abriu um restaurante indiano na sua casa de fins-de-semana no Nadadouro (Caldas da Rainha).

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Domingo, 06 de Fevereiro de 2005

Perfi

Narana Coissor

Contra o PSD, como sempre

Narana Coissoró, o histórico líder parlamentar do CDS nos "gloriosos" tempos do "partido do táxi" - quando, em 1987, o CDS elegeu apenas quatro deputados - foi designado para a difícil tarefa de cabeça-de-lista pelo círculo de Faro, onde nas últimas eleições o CDS ficou a mil votos de eleger um parlamentar. Faro elege oito deputados que, nas legistativas de 2002, foram divididos irmãmente entre PSD e PS. Não é esperado que, na actual conjuntura, o PS diminua o resultado o que, na prática, significa que Narana só poderá ser eleito à custa do PSD.

O "histórico" centrista vai assim para uma guerra a que está habituado: combater o PSD em nome do CDS foi o que fez durante o cavaquismo no papel de líder parlamentar entre 1987 e 1994. Deputado desde 1976, foi esse o momento épico da sua passagem por São Bento, quando liderava a bancada "contra ventos e marés", como diz, a rir, glosando o cartaz de Santana Lopes.

O sentido de humor é uma das características essenciais deste catedrático do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, o único parlamentar hindu da Assembleia da República, autor de mais de duas mil intervenções nessas horas difíceis do "partido do táxi", sempre irónicas, e capazes de desconcertar o adversário, pela sábia mistura de acutilância e humor.

E coragem física também: quando a amnistia aos presos das FP-25 foi discutida no Parlamento, o CDS era o único partido com uma posição claramente contra. A maioria (absoluta) do PSD estava dividida e, com as galerias completamente "à cunha" com familiares dos presos e adeptos da amnistia, Narana fez um discurso dos mais violentos discursos de sempre "contra os ventos e marés" da época, pondo a sala em suspenso.

A sua relação com a Índia não se perdeu - desloca-se lá com frequência e sempre foi um membro activo da Casa de Goa em Lisboa. O seu amor pela gastronomia da terra de origem também não: há dois anos, abriu um restaurante indiano na sua casa de fins-de-semana no Nadadouro (Caldas da Rainha).

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