Eleições no PS Bragança dividem históricos

24-01-2003
marcar artigo

Eleições no PS Bragança Dividem Históricos

Domingo, 19 de Janeiro de 2003

$Ana Fragoso

As eleições para federação distrital do PS de Bragança, marcadas para Março, prometem disputas internas entre "históricos" do partido. Até ao momento foram apresentadas duas candidaturas: uma liderada por Mota Andrade, presidente da federação há sete anos e deputado na Assembleia da República (AR), que é apoiado por Armando Vara; outra encabeçada por Aires Ferreira, presidente da Câmara de Moncorvo há quase duas décadas e que conta com o apoio de Júlio Meirinhos.

Aires Ferreira assume-se como uma das vozes mais críticas das "orientações e políticas seguidas quer pela direcção nacional do PS quer pela federação distrital". Decidido a lutar contra o que diz ser "a falta de democracia interna" instalada pela actual liderança distrital, o autarca não se conforma com o facto de os socialistas assistirem a uma perda de terreno no distrito. Nos últimos actos eleitorais, o PS bateu no fundo - nas autárquicas conseguiu apenas três das doze câmaras do distrito, nas legislativas perdeu um deputado para o PSD, ficando com apenas um dos quatro representantes do distrito na AR.

Aires Ferreira tem resistido às oscilações eleitorais ao longo dos anos, mantendo-se na presidência da câmara de Moncorvo desde meados dos anos 80. "O segredo da nossa resistência está na participação dos militantes nas decisões da concelhia" revela. "O PS não pode crescer reduzindo a esfera de actuação dos órgáos partidários" acrescenta. Acusações que Mota Andrade refuta: "Qualquer militante tem acesso aos documentos que provam que sempre houve reuniões e os militantes sempre transmitiram o que lhes ia na alma. Lamento é que o Aires Ferreira tenha ido a poucas dessas reuniões".

Armando Vara, num artigo de opinião num jornal regional, contraria as críticas. "Se alguma coisa não é possível dizer-se do PS é que não há democracia nas suas escolhas, porque a democracia sempre foi como o cartão de identidade do PS. É algo de genético, de tão umbilical que, por vezes, se volta contra o próprio PS" defende. Vara vê a candidatura de Mota Andrade como uma "candidatura natural" e acredita que "será reeleito folgadamente". "Terá também o meu voto" assegura.

Ao lado de Aires Ferreira está Júlio Meirinhos, outro histórico do PS Bragança. "A candidatura de Mota Andrade não é uma candidatura natural e não se percebe como num congresso nacional se concorda com a renovação do partido e depois se apresenta uma recandidatura para um cargo ocupado há sete anos" argumenta.

Eleições no PS Bragança Dividem Históricos

Domingo, 19 de Janeiro de 2003

$Ana Fragoso

As eleições para federação distrital do PS de Bragança, marcadas para Março, prometem disputas internas entre "históricos" do partido. Até ao momento foram apresentadas duas candidaturas: uma liderada por Mota Andrade, presidente da federação há sete anos e deputado na Assembleia da República (AR), que é apoiado por Armando Vara; outra encabeçada por Aires Ferreira, presidente da Câmara de Moncorvo há quase duas décadas e que conta com o apoio de Júlio Meirinhos.

Aires Ferreira assume-se como uma das vozes mais críticas das "orientações e políticas seguidas quer pela direcção nacional do PS quer pela federação distrital". Decidido a lutar contra o que diz ser "a falta de democracia interna" instalada pela actual liderança distrital, o autarca não se conforma com o facto de os socialistas assistirem a uma perda de terreno no distrito. Nos últimos actos eleitorais, o PS bateu no fundo - nas autárquicas conseguiu apenas três das doze câmaras do distrito, nas legislativas perdeu um deputado para o PSD, ficando com apenas um dos quatro representantes do distrito na AR.

Aires Ferreira tem resistido às oscilações eleitorais ao longo dos anos, mantendo-se na presidência da câmara de Moncorvo desde meados dos anos 80. "O segredo da nossa resistência está na participação dos militantes nas decisões da concelhia" revela. "O PS não pode crescer reduzindo a esfera de actuação dos órgáos partidários" acrescenta. Acusações que Mota Andrade refuta: "Qualquer militante tem acesso aos documentos que provam que sempre houve reuniões e os militantes sempre transmitiram o que lhes ia na alma. Lamento é que o Aires Ferreira tenha ido a poucas dessas reuniões".

Armando Vara, num artigo de opinião num jornal regional, contraria as críticas. "Se alguma coisa não é possível dizer-se do PS é que não há democracia nas suas escolhas, porque a democracia sempre foi como o cartão de identidade do PS. É algo de genético, de tão umbilical que, por vezes, se volta contra o próprio PS" defende. Vara vê a candidatura de Mota Andrade como uma "candidatura natural" e acredita que "será reeleito folgadamente". "Terá também o meu voto" assegura.

Ao lado de Aires Ferreira está Júlio Meirinhos, outro histórico do PS Bragança. "A candidatura de Mota Andrade não é uma candidatura natural e não se percebe como num congresso nacional se concorda com a renovação do partido e depois se apresenta uma recandidatura para um cargo ocupado há sete anos" argumenta.

marcar artigo