EXPRESSO: Vidas

20-11-2002
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ANTENA

Um «share» de 49,2 valeu à TVI o primeiro lugar da tabela dos doze programas mais vistos na passada semana. O «culpado» foi o «Big Brother Famosos». A TVI veio falar de quatro milhões de espectadores que o viram. Não é bem o caso: dois milhões e meio espreitaram e depois foram-se embora. Mas não deixa de ser um sucesso retumbante. O «reality show» em que já ninguém pega veio para ficar em Portugal?

Três anos de vida eis o que se prepara para celebrar o programa «Curto Circuito». Estreado no extinto Canal de Notícias de Lisboa e criado por Rui Unas e Pedro Miguel Paiva, o CC é agora exibido de 2ª a 6ª, entre as 17h e as 20h, no SIC Radical.

Regresso do canal História à produção própria com «Negreiros do Século XXI», reportagem que conta como, mais de um século depois da abolição da escravatura em Portugal e Espanha, o número de imigrantes em condições de autêntica exploração é «muito superior ao verificado durante toda a História». As contas são da estação com o mesmo nome.

Assim que o sol nasce RUI DUARTE SILVA Em tempos não muito distantes, uma televisão portuguesa pensava que o período da manhã devia ser dedicado aos mais pequenos. Emitiam-se desenhos animados em catadupa e esperava-se pelo noticiário. Com o advento das privadas o cenário mudou radicalmente. Cada canal tenta a sua sorte, experimenta modelos de entretenimento e «talk show» e espera que «shares» e audiências lhe sejam propícios, mesmo sabendo que não há anunciante que se interesse por quem vê TV antes do meio-dia. Em tempos não muito distantes, uma televisão portuguesa pensava que o período da manhã devia ser dedicado aos mais pequenos. Emitiam-se desenhos animados em catadupa e esperava-se pelo noticiário. Com o advento das privadas o cenário mudou radicalmente. Cada canal tenta a sua sorte, experimenta modelos de entretenimento e «talk show» e espera que «shares» e audiências lhe sejam propícios, mesmo sabendo que não há anunciante que se interesse por quem vê TV antes do meio-dia. Na passada semana, a intenção tornada prática profissional atingiu novos cumes com a transferência de Manuel Luís Goucha da «Praça da Alegria», na RTP1, RTP África e RTP Internacional, para a TVI de José Eduardo Moniz. Goucha aceitou fazer «Olá Portugal», programa em directo e ao vivo que, por enquanto, faz de pracetas e abertas das principais cidades do Norte o seu estúdio de eleição. A RTP chamou o «bombeiro» Jorge Gabriel para substituir o insubstituível Manuel Luís e dá-se bem com os resultados. Na SIC, inamovível, Fátima Lopes apresenta «SIC 10 Horas». O que logo impressionou o espectador mais incauto foi o cuidado e a atenção com que as estações que sempre haviam ignorado o período televisivo matinal desatavam agora numa guerra de audiências inusitada. Inevitavelmente, foram à procura dos números, mesmo sabendo que «shares» e audiências, os dois pólos que fazem girar o dinheiro que gere os canais, são feitos de pouco mais de duas centenas de caixas colocadas em igual número de casas, de forma aleatória ou talvez não, tudo para apurar o que vêem e não vêem para cima de oito milhões de telespectadores. Os primeiros dois dias de emissão de «Olá Portugal» dão uma ideia curiosa do que o futuro indica. Na segunda-feira atingiu 21,5 de «share», o que equivale a 226 mil espectadores, e caiu no dia seguinte para os 17,7, ou seja, 165 mil fiéis. Não são boas notícias se atendermos aos números rivais. «Praça da Alegria», agora nas mãos de Jorge Gabriel, ficou-se em igual período pelos 247 mil espectadores («share» de 23,4) e 219 mil admiradores (22,8). À frente continua «SIC 10 Horas», com 464 e 461 mil espectadores, respectivamente. A SIC, pelos vistos, sorri logo que acorda.

Sob as águas Esta semana, Sesimbra é anfitriã de mais uma edição do Fotosub, concurso promovido pela Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas e que se resume a saber quem consegue tirar as melhores fotografias debaixo de água. O «Bombordo», magazine do mar da RTP2 (sábados, às 20h30), dá destaque ao evento contando a saga de Luís Quinta, vencedor do certame por três vezes. Em criança fugia do mar e tinha medo das grandes algas laminárias castanhas. Hoje mal há segredo que o mar seja capaz de lhe esconder, incluindo o das focas-monge, na Madeira, que conhece melhor que ninguém. Um perfil de paixão. Em apneia. Esta semana, Sesimbra é anfitriã de mais uma edição do Fotosub, concurso promovido pela Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas e que se resume a saber quem consegue tirar as melhores fotografias debaixo de água. O «Bombordo», magazine do mar da RTP2 (sábados, às 20h30), dá destaque ao evento contando a saga de Luís Quinta, vencedor do certame por três vezes. Em criança fugia do mar e tinha medo das grandes algas laminárias castanhas. Hoje mal há segredo que o mar seja capaz de lhe esconder, incluindo o das focas-monge, na Madeira, que conhece melhor que ninguém. Um perfil de paixão. Em apneia.

O cómico benigno A carreira de Danny Kaye «explodiu» por culpa de um jeito: em «Lady in the Dark», filme feito a partir do musical de Kurt Weill e Moss Hart, canta «Tchaikovsky», uma canção bizarra onde tinha de dizer os nomes de 54 compositores russos em 40 segundos. Estava-se em 1941, a América ainda não se sabia protagonista da II Guerra Mundial e o cinema americano era tão «noir» quanto dançante. Kaye escolheu ser cómico tomando como ponto de partida a ideia de que a tolice não era uma alergia. Quinze anos depois da sua morte, o Telecine Gallery dedica-lhe um ciclo de cinco fitas entre 23 e 27 deste mês. Passam sempre às 23h, «O Super-Homem», «O Homem das Sete Vidas», «Escândalos na Riviera», «Christian Andersen» e «O Bobo da Corte». Para rir até dormir. A carreira de Danny Kaye «explodiu» por culpa de um jeito: em «Lady in the Dark», filme feito a partir do musical de Kurt Weill e Moss Hart, canta «Tchaikovsky», uma canção bizarra onde tinha de dizer os nomes de 54 compositores russos em 40 segundos. Estava-se em 1941, a América ainda não se sabia protagonista da II Guerra Mundial e o cinema americano era tão «noir» quanto dançante. Kaye escolheu ser cómico tomando como ponto de partida a ideia de que a tolice não era uma alergia. Quinze anos depois da sua morte, o Telecine Gallery dedica-lhe um ciclo de cinco fitas entre 23 e 27 deste mês. Passam sempre às 23h, «O Super-Homem», «O Homem das Sete Vidas», «Escândalos na Riviera», «Christian Andersen» e «O Bobo da Corte». Para rir até dormir.

Palavra de Tony Tony Ramos ainda é tomado, mesmo com 54 anos, pelo mais sólido galã das telenovelas brasileiras. Sempre quis ser actor, pelo menos desde que, mal acabado de gatinhar, via fitas de Oscarito, um cómico clássico ainda hoje desconhecido dos portugueses. O nome «Tony» vem de uma «americanização» própria da década de 70, onde a boa estrela começava onde nem luz havia. Em conversa com Marília Gabriela (GNT, sábado, 21, às 21h) fala da vida, dos filhos, da carreira e da mania de se relacionar com a obra, venha ela em filme, mini-série, novela ou palco: «Não tem que reverenciar. Tem de respeitar». Um exemplo? Tony Ramos ainda é tomado, mesmo com 54 anos, pelo mais sólido galã das telenovelas brasileiras. Sempre quis ser actor, pelo menos desde que, mal acabado de gatinhar, via fitas de Oscarito, um cómico clássico ainda hoje desconhecido dos portugueses. O nome «Tony» vem de uma «americanização» própria da década de 70, onde a boa estrela começava onde nem luz havia. Em conversa com Marília Gabriela (GNT, sábado, 21, às 21h) fala da vida, dos filhos, da carreira e da mania de se relacionar com a obra, venha ela em filme, mini-série, novela ou palco: «Não tem que reverenciar. Tem de respeitar». Um exemplo?

ANTENA

Um «share» de 49,2 valeu à TVI o primeiro lugar da tabela dos doze programas mais vistos na passada semana. O «culpado» foi o «Big Brother Famosos». A TVI veio falar de quatro milhões de espectadores que o viram. Não é bem o caso: dois milhões e meio espreitaram e depois foram-se embora. Mas não deixa de ser um sucesso retumbante. O «reality show» em que já ninguém pega veio para ficar em Portugal?

Três anos de vida eis o que se prepara para celebrar o programa «Curto Circuito». Estreado no extinto Canal de Notícias de Lisboa e criado por Rui Unas e Pedro Miguel Paiva, o CC é agora exibido de 2ª a 6ª, entre as 17h e as 20h, no SIC Radical.

Regresso do canal História à produção própria com «Negreiros do Século XXI», reportagem que conta como, mais de um século depois da abolição da escravatura em Portugal e Espanha, o número de imigrantes em condições de autêntica exploração é «muito superior ao verificado durante toda a História». As contas são da estação com o mesmo nome.

Assim que o sol nasce RUI DUARTE SILVA Em tempos não muito distantes, uma televisão portuguesa pensava que o período da manhã devia ser dedicado aos mais pequenos. Emitiam-se desenhos animados em catadupa e esperava-se pelo noticiário. Com o advento das privadas o cenário mudou radicalmente. Cada canal tenta a sua sorte, experimenta modelos de entretenimento e «talk show» e espera que «shares» e audiências lhe sejam propícios, mesmo sabendo que não há anunciante que se interesse por quem vê TV antes do meio-dia. Em tempos não muito distantes, uma televisão portuguesa pensava que o período da manhã devia ser dedicado aos mais pequenos. Emitiam-se desenhos animados em catadupa e esperava-se pelo noticiário. Com o advento das privadas o cenário mudou radicalmente. Cada canal tenta a sua sorte, experimenta modelos de entretenimento e «talk show» e espera que «shares» e audiências lhe sejam propícios, mesmo sabendo que não há anunciante que se interesse por quem vê TV antes do meio-dia. Na passada semana, a intenção tornada prática profissional atingiu novos cumes com a transferência de Manuel Luís Goucha da «Praça da Alegria», na RTP1, RTP África e RTP Internacional, para a TVI de José Eduardo Moniz. Goucha aceitou fazer «Olá Portugal», programa em directo e ao vivo que, por enquanto, faz de pracetas e abertas das principais cidades do Norte o seu estúdio de eleição. A RTP chamou o «bombeiro» Jorge Gabriel para substituir o insubstituível Manuel Luís e dá-se bem com os resultados. Na SIC, inamovível, Fátima Lopes apresenta «SIC 10 Horas». O que logo impressionou o espectador mais incauto foi o cuidado e a atenção com que as estações que sempre haviam ignorado o período televisivo matinal desatavam agora numa guerra de audiências inusitada. Inevitavelmente, foram à procura dos números, mesmo sabendo que «shares» e audiências, os dois pólos que fazem girar o dinheiro que gere os canais, são feitos de pouco mais de duas centenas de caixas colocadas em igual número de casas, de forma aleatória ou talvez não, tudo para apurar o que vêem e não vêem para cima de oito milhões de telespectadores. Os primeiros dois dias de emissão de «Olá Portugal» dão uma ideia curiosa do que o futuro indica. Na segunda-feira atingiu 21,5 de «share», o que equivale a 226 mil espectadores, e caiu no dia seguinte para os 17,7, ou seja, 165 mil fiéis. Não são boas notícias se atendermos aos números rivais. «Praça da Alegria», agora nas mãos de Jorge Gabriel, ficou-se em igual período pelos 247 mil espectadores («share» de 23,4) e 219 mil admiradores (22,8). À frente continua «SIC 10 Horas», com 464 e 461 mil espectadores, respectivamente. A SIC, pelos vistos, sorri logo que acorda.

Sob as águas Esta semana, Sesimbra é anfitriã de mais uma edição do Fotosub, concurso promovido pela Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas e que se resume a saber quem consegue tirar as melhores fotografias debaixo de água. O «Bombordo», magazine do mar da RTP2 (sábados, às 20h30), dá destaque ao evento contando a saga de Luís Quinta, vencedor do certame por três vezes. Em criança fugia do mar e tinha medo das grandes algas laminárias castanhas. Hoje mal há segredo que o mar seja capaz de lhe esconder, incluindo o das focas-monge, na Madeira, que conhece melhor que ninguém. Um perfil de paixão. Em apneia. Esta semana, Sesimbra é anfitriã de mais uma edição do Fotosub, concurso promovido pela Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas e que se resume a saber quem consegue tirar as melhores fotografias debaixo de água. O «Bombordo», magazine do mar da RTP2 (sábados, às 20h30), dá destaque ao evento contando a saga de Luís Quinta, vencedor do certame por três vezes. Em criança fugia do mar e tinha medo das grandes algas laminárias castanhas. Hoje mal há segredo que o mar seja capaz de lhe esconder, incluindo o das focas-monge, na Madeira, que conhece melhor que ninguém. Um perfil de paixão. Em apneia.

O cómico benigno A carreira de Danny Kaye «explodiu» por culpa de um jeito: em «Lady in the Dark», filme feito a partir do musical de Kurt Weill e Moss Hart, canta «Tchaikovsky», uma canção bizarra onde tinha de dizer os nomes de 54 compositores russos em 40 segundos. Estava-se em 1941, a América ainda não se sabia protagonista da II Guerra Mundial e o cinema americano era tão «noir» quanto dançante. Kaye escolheu ser cómico tomando como ponto de partida a ideia de que a tolice não era uma alergia. Quinze anos depois da sua morte, o Telecine Gallery dedica-lhe um ciclo de cinco fitas entre 23 e 27 deste mês. Passam sempre às 23h, «O Super-Homem», «O Homem das Sete Vidas», «Escândalos na Riviera», «Christian Andersen» e «O Bobo da Corte». Para rir até dormir. A carreira de Danny Kaye «explodiu» por culpa de um jeito: em «Lady in the Dark», filme feito a partir do musical de Kurt Weill e Moss Hart, canta «Tchaikovsky», uma canção bizarra onde tinha de dizer os nomes de 54 compositores russos em 40 segundos. Estava-se em 1941, a América ainda não se sabia protagonista da II Guerra Mundial e o cinema americano era tão «noir» quanto dançante. Kaye escolheu ser cómico tomando como ponto de partida a ideia de que a tolice não era uma alergia. Quinze anos depois da sua morte, o Telecine Gallery dedica-lhe um ciclo de cinco fitas entre 23 e 27 deste mês. Passam sempre às 23h, «O Super-Homem», «O Homem das Sete Vidas», «Escândalos na Riviera», «Christian Andersen» e «O Bobo da Corte». Para rir até dormir.

Palavra de Tony Tony Ramos ainda é tomado, mesmo com 54 anos, pelo mais sólido galã das telenovelas brasileiras. Sempre quis ser actor, pelo menos desde que, mal acabado de gatinhar, via fitas de Oscarito, um cómico clássico ainda hoje desconhecido dos portugueses. O nome «Tony» vem de uma «americanização» própria da década de 70, onde a boa estrela começava onde nem luz havia. Em conversa com Marília Gabriela (GNT, sábado, 21, às 21h) fala da vida, dos filhos, da carreira e da mania de se relacionar com a obra, venha ela em filme, mini-série, novela ou palco: «Não tem que reverenciar. Tem de respeitar». Um exemplo? Tony Ramos ainda é tomado, mesmo com 54 anos, pelo mais sólido galã das telenovelas brasileiras. Sempre quis ser actor, pelo menos desde que, mal acabado de gatinhar, via fitas de Oscarito, um cómico clássico ainda hoje desconhecido dos portugueses. O nome «Tony» vem de uma «americanização» própria da década de 70, onde a boa estrela começava onde nem luz havia. Em conversa com Marília Gabriela (GNT, sábado, 21, às 21h) fala da vida, dos filhos, da carreira e da mania de se relacionar com a obra, venha ela em filme, mini-série, novela ou palco: «Não tem que reverenciar. Tem de respeitar». Um exemplo?

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