Semanário Económico

11-08-2004
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As novas caras do Governo

20-07-2004, Filomena Lança, flanca@economica.iol.pt

Bagão Félix será o novo ministro das Finanças e a pasta da Economia ficará nas mão de António Mexia. A lista completa dos ministros de Santana Lopes só hoje será conhecida.

Está prevista para hoje, sexta-feira mais uma reunião entre Pedro Santana Lopes e Jorge Sampaio. Nessa altura, o primeiro ministro indigitado apresentará ao Presidente da República a lista completa do seu Executivo. À hora de fecho deste jornal, eram apenas conhecidos, oficialmente, os nomes dos novos ministros das Finanças e dos Negócios Estrangeiros: António Bagão Félix, que transita da Segurança Social e Trabalho, e António Monteiro, diplomata de carreira, actualmente embaixador em Paris. Santana Lopes divulgou estes nomes na quarta-feira, depois de uma reunião em Belém com Jorge Sampaio. Na altura, afirmou aos jornalistas presentes que o resto do Governo seria apresentado em conjunto e só depois de comunicado ao Presidente da República.

Desde então sucedem-se os palpites, com diferentes nomes a serem avançados para as várias pastas. Um dos mais esperados é o da Economia. É sabido que Carlos Tavares deverá abandonar o Executivo e ao que o «Semanário Económico» apurou, o seu mais provável sucessor é António Mexia, que deixa a Galp Energia. Dada a sua proximidade com o dossier da privatização da empresa, este ficará desde logo nas mãos do ministro das Finanças, Bagão Félix. A hipótese adiantada por Santana Lopes de mudar para o Porto o Ministério da Economia fez surgir igualmente os nomes de Neto da Silva e de Costa Lima para esta pasta, mas é António Mexia que continua a liderar as «apostas».

O nome avançado para a Justiça, é o de Pedro Aguiar Branco, que já foi porta-voz para a Justiça e de quem José Miguel Júdice, bastonário da Ordem dos Advogados diz ser uma das pessoas que mais admira na profissão.

A saúde estará reservada a Nascimento Costa, da Faculdade de Medicina de Coimbra e amigo pessoal de Santana Lopes.

Reacções a Bagão

Onome de Bagão Félix para as Finanças apanhou a todos de surpresa e provocou alguma divisão nas reacções. Do lado dos trabalhadores, a CGTP apressou-se em afirmar que esta nomeação «não augura nada de bom». Mais moderada, a UGT deixou um recado: que seja mais atento aos problemas dos trabalhadores do que o foi no seu anterior posto.

No geral, contudo, todos reconhecem qualidades a Bagão. Pina Moura, que o conhece bem da Comissão de trabalho dos Assuntos Sociais, reconhece-lhe competência profissional e política mas adianta que «num Governo de coligação onde as tensões entre os dois partidos, embora latentes, são evidentes, o facto de o Ministro das Finanças ser identificado com o partido mais pequeno pode forçar fragilidades políticas, quando se está perante uma missão dura, rigorosa e transversal a todo o Governo».

Carlos Pereira da Silva, vice-presidente do ISEG, considera que «é um nome credível. Alguém que não deverá desbaratar o que foi feito até agora. Mas não sei em que condições irá actuar». Este professor catedrático, especialista em Segurança Social, considera que a escolha de Bagão Félix «é uma mensagem de credibilidade e tranquilizadora para os agentes económicos, mas é preciso que se olhe também para a economia, para as PME que são a base do emprego».

Também Artur Santos Silva, presidente do conselho de Administração do BPI, tem de Bagão uma opinião muito positiva: «Conhece muito bem o sector financeiro, foi administrador do BCI e vice-governador do Banco de Portugal. É uma pessoa muito capaz com muito carácter, uma grande capacidade profissional e que conhece bem a estrutura dos ministérios.»

Miguel Frasquilho, ex-secretário de Estado do Tesouro, também não lhe poupa elogios: «Bagão Félix é uma referência. Penso que o seu passado fala por si. É um homem sério, rigoroso e competente e como tal acho que a pasta das Finanças lhe assenta bem»

Já a economista Teodora Cardoso prefere não se pronunciar. «Creio que comentários sobre personalidades já temos em excesso. Esperemos para ver decisões e actos e então haverá lugar a comentá-los», conclui no seu habitual estilo acutilante.

Mais As novas caras do Governo António Mexia Paulo Portas António Monteiro Bagão Félix A dança de cadeiras dos ministeriáveis

As novas caras do Governo

20-07-2004, Filomena Lança, flanca@economica.iol.pt

Bagão Félix será o novo ministro das Finanças e a pasta da Economia ficará nas mão de António Mexia. A lista completa dos ministros de Santana Lopes só hoje será conhecida.

Está prevista para hoje, sexta-feira mais uma reunião entre Pedro Santana Lopes e Jorge Sampaio. Nessa altura, o primeiro ministro indigitado apresentará ao Presidente da República a lista completa do seu Executivo. À hora de fecho deste jornal, eram apenas conhecidos, oficialmente, os nomes dos novos ministros das Finanças e dos Negócios Estrangeiros: António Bagão Félix, que transita da Segurança Social e Trabalho, e António Monteiro, diplomata de carreira, actualmente embaixador em Paris. Santana Lopes divulgou estes nomes na quarta-feira, depois de uma reunião em Belém com Jorge Sampaio. Na altura, afirmou aos jornalistas presentes que o resto do Governo seria apresentado em conjunto e só depois de comunicado ao Presidente da República.

Desde então sucedem-se os palpites, com diferentes nomes a serem avançados para as várias pastas. Um dos mais esperados é o da Economia. É sabido que Carlos Tavares deverá abandonar o Executivo e ao que o «Semanário Económico» apurou, o seu mais provável sucessor é António Mexia, que deixa a Galp Energia. Dada a sua proximidade com o dossier da privatização da empresa, este ficará desde logo nas mãos do ministro das Finanças, Bagão Félix. A hipótese adiantada por Santana Lopes de mudar para o Porto o Ministério da Economia fez surgir igualmente os nomes de Neto da Silva e de Costa Lima para esta pasta, mas é António Mexia que continua a liderar as «apostas».

O nome avançado para a Justiça, é o de Pedro Aguiar Branco, que já foi porta-voz para a Justiça e de quem José Miguel Júdice, bastonário da Ordem dos Advogados diz ser uma das pessoas que mais admira na profissão.

A saúde estará reservada a Nascimento Costa, da Faculdade de Medicina de Coimbra e amigo pessoal de Santana Lopes.

Reacções a Bagão

Onome de Bagão Félix para as Finanças apanhou a todos de surpresa e provocou alguma divisão nas reacções. Do lado dos trabalhadores, a CGTP apressou-se em afirmar que esta nomeação «não augura nada de bom». Mais moderada, a UGT deixou um recado: que seja mais atento aos problemas dos trabalhadores do que o foi no seu anterior posto.

No geral, contudo, todos reconhecem qualidades a Bagão. Pina Moura, que o conhece bem da Comissão de trabalho dos Assuntos Sociais, reconhece-lhe competência profissional e política mas adianta que «num Governo de coligação onde as tensões entre os dois partidos, embora latentes, são evidentes, o facto de o Ministro das Finanças ser identificado com o partido mais pequeno pode forçar fragilidades políticas, quando se está perante uma missão dura, rigorosa e transversal a todo o Governo».

Carlos Pereira da Silva, vice-presidente do ISEG, considera que «é um nome credível. Alguém que não deverá desbaratar o que foi feito até agora. Mas não sei em que condições irá actuar». Este professor catedrático, especialista em Segurança Social, considera que a escolha de Bagão Félix «é uma mensagem de credibilidade e tranquilizadora para os agentes económicos, mas é preciso que se olhe também para a economia, para as PME que são a base do emprego».

Também Artur Santos Silva, presidente do conselho de Administração do BPI, tem de Bagão uma opinião muito positiva: «Conhece muito bem o sector financeiro, foi administrador do BCI e vice-governador do Banco de Portugal. É uma pessoa muito capaz com muito carácter, uma grande capacidade profissional e que conhece bem a estrutura dos ministérios.»

Miguel Frasquilho, ex-secretário de Estado do Tesouro, também não lhe poupa elogios: «Bagão Félix é uma referência. Penso que o seu passado fala por si. É um homem sério, rigoroso e competente e como tal acho que a pasta das Finanças lhe assenta bem»

Já a economista Teodora Cardoso prefere não se pronunciar. «Creio que comentários sobre personalidades já temos em excesso. Esperemos para ver decisões e actos e então haverá lugar a comentá-los», conclui no seu habitual estilo acutilante.

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