Miguel Frasquilho culpa Sousa Franco pelo actual estado da economia

01-05-2004
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Miguel Frasquilho Culpa Sousa Franco pelo Actual Estado da Economia

Por NUNO SÁ LOURENÇO

Sábado, 27 de Março de 2004

O deputado social-democrata e ex-secretário de Estado das Finanças, Miguel Frasquilho, classificou ontem os anos em que Sousa Franco foi ministro das Finanças como "uma oportunidade dourada perdida" para resolver definitivamente o défice estrutural português.

Numa análise às finanças públicas entre 1996 e 2000, feita num encontro com juventudes partidárias populares europeias, que decorreu na Assembleia da República, Frasquilho apontou o dedo ao agora cabeça de lista do PS para as eleições europeias por não ter aproveitado os anos de crescimento económico para equilibrar as contas do Estado, referindo o processo de adesão de Portugal ao euro "como o exemplo do que não se deve fazer".

O deputado do PSD afirmou que se "as pessoas estão hoje numa situação menos boa do que a que se verificava há alguns anos" tal deve-se "aos efeitos das decisões erradas" tomadas durante o Governo socialista. "Estamos a pagar hoje a factura pelos erros cometidos durante a adesão à União Monetária e Económica", disse o defensor da política de choque fiscal.

Em causa está o facto de Sousa Franco ter deixado a despesa pública subir sempre durante esses anos. "Nenhum trabalho de casa foi feito para reduzir a despesa", criticou Frasquilho, lamentando que "o actual Governo tenha de proceder às necessárias reformas estruturais num clima económico muito menos favorável".

Um exemplo que foi dado sobre essa política foi o número de novos funcionários públicos que entraram para o quadro do Estado. Frasquilho assinalou "mais de 133 mil funcionários públicos em quatro anos", ou seja, "mais de 22 mil por ano". O social-democrata criticou também a falta de contenção salarial, lembrando a subida de mais de cinco por cento dos salários nominais. "A moderação salarial é essencial para aumentar a competitividade do país", defendeu, assegurando que a política de contenção dos salários se irá manter "por mais um ou dois anos".

Frasquilho citou uma simulação feita pela Comissão Europeia sobre a economia portuguesa e os efeitos de uma política fiscal de contenção de despesas, para afirmar que os números do Produto Interno Bruto, as exportações e a criação de emprego seriam agora bem mais elevados. "Se tivessem sido tomadas as medidas correctas na altura certa, em 2003 teríamos tido um défice próximo do zero", assegurou Frasquilho. Além de Miguel Frasquilho, também o secretário de Estado adjunto da ministra da Ciência e Ensino Superior, Jorge Moreira da Silva, discursou na conferência dos presidentes da Juventude do Partido Popular Europeu, subordinada ao tema "Europa - Caminho para a Coesão Social", que termina hoje.

Miguel Frasquilho Culpa Sousa Franco pelo Actual Estado da Economia

Por NUNO SÁ LOURENÇO

Sábado, 27 de Março de 2004

O deputado social-democrata e ex-secretário de Estado das Finanças, Miguel Frasquilho, classificou ontem os anos em que Sousa Franco foi ministro das Finanças como "uma oportunidade dourada perdida" para resolver definitivamente o défice estrutural português.

Numa análise às finanças públicas entre 1996 e 2000, feita num encontro com juventudes partidárias populares europeias, que decorreu na Assembleia da República, Frasquilho apontou o dedo ao agora cabeça de lista do PS para as eleições europeias por não ter aproveitado os anos de crescimento económico para equilibrar as contas do Estado, referindo o processo de adesão de Portugal ao euro "como o exemplo do que não se deve fazer".

O deputado do PSD afirmou que se "as pessoas estão hoje numa situação menos boa do que a que se verificava há alguns anos" tal deve-se "aos efeitos das decisões erradas" tomadas durante o Governo socialista. "Estamos a pagar hoje a factura pelos erros cometidos durante a adesão à União Monetária e Económica", disse o defensor da política de choque fiscal.

Em causa está o facto de Sousa Franco ter deixado a despesa pública subir sempre durante esses anos. "Nenhum trabalho de casa foi feito para reduzir a despesa", criticou Frasquilho, lamentando que "o actual Governo tenha de proceder às necessárias reformas estruturais num clima económico muito menos favorável".

Um exemplo que foi dado sobre essa política foi o número de novos funcionários públicos que entraram para o quadro do Estado. Frasquilho assinalou "mais de 133 mil funcionários públicos em quatro anos", ou seja, "mais de 22 mil por ano". O social-democrata criticou também a falta de contenção salarial, lembrando a subida de mais de cinco por cento dos salários nominais. "A moderação salarial é essencial para aumentar a competitividade do país", defendeu, assegurando que a política de contenção dos salários se irá manter "por mais um ou dois anos".

Frasquilho citou uma simulação feita pela Comissão Europeia sobre a economia portuguesa e os efeitos de uma política fiscal de contenção de despesas, para afirmar que os números do Produto Interno Bruto, as exportações e a criação de emprego seriam agora bem mais elevados. "Se tivessem sido tomadas as medidas correctas na altura certa, em 2003 teríamos tido um défice próximo do zero", assegurou Frasquilho. Além de Miguel Frasquilho, também o secretário de Estado adjunto da ministra da Ciência e Ensino Superior, Jorge Moreira da Silva, discursou na conferência dos presidentes da Juventude do Partido Popular Europeu, subordinada ao tema "Europa - Caminho para a Coesão Social", que termina hoje.

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