VERITAS: dezembro 2004 Archives

06-02-2005
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Notas soltas: Dezembro/2004 Política – O fiasco da dupla Santana Lopes/Paulo Portas interrompeu o projecto autoritário, populista e reaccionário em curso. A inépcia dos actores desiludiu o País, dividiu o PSD e fez perder a paciência ao P.R..

Eleições – O PSD bem pode lamentar-se do actual líder mas foi Durão Barroso o causador do descrédito do partido, da mediocridade do Governo e do disparate da solução que impôs para preparar a fuga.

Jorge Sampaio – A decisão de empossar em Julho um governo sem legitimidade política foi discutível mas pode ter poupado o país a uma desgraça de quatro anos para cuja vacina sobraram quatro meses.

António Borges – É um brilhante economista, liberal assumido, a quem sobeja ambição e falta experiência política. Cavaco e parte do PSD lançaram o seu nome contra Barroso. Perante o falhanço de então, reincidem agora para despedir Santana.

Apito Dourado – O silêncio, que ameaçava transformá-lo em «Apito Laranja», quebrou-se. O processo parece seguir agora o curso normal, com a presunção de inocência dos arguidos, até decisão final, como se exige num Estado de direito.

ONU – Os ataques orquestrados, após um lamentável e inadmissível caso de corrupção, visam destruir a sede da legitimidade internacional e impor o poder discricionário dos EUA. O descrédito da ONU é perigoso e o seu fim seria dramático.

Mário Soares – O vigor e lucidez do mais prestigiado político português do último meio século, tornam respeitada a sua voz quando denuncia a falta de rumo de um País à deriva.

Camarate – Na 8.ª comissão criada para o efeito, 7 dos 12 peritos concluíram que o avião que vitimou Sá Carneiro, em 1980, foi alvo de sabotagem. Anteriores comissões optaram sucessivamente por sabotagem e acidente. Que decidirá a próxima?

EDP – O chumbo da Comissão Europeia, presidida por José Manuel Barroso, à compra da Gás de Portugal pela EDP, é uma enorme derrota política, de graves efeitos económicos, ao frágil dossiê elaborado pelo Governo de Durão Barroso.

CDS – A facilidade com que esqueceu Celeste Cardona, a gozar uma sinecura na CGD, ou a inefável Mariana Cascais, permite o despudor de enaltecer os seus ministros incluindo o desastre de Bagão Félix nas Finanças.

Coligação PSD/CDS – A separação a prazo, por mútuo consentimento, apenas adia a expressão pública de sólidos rancores e ódios viscerais que dilaceram os partidos que a partilha do poder manteve unidos.

Carlos Fabião – Um dos mais distintos militares de Abril, ultrajado e esquecido, teve no dia 18 uma afectuosa e merecida homenagem e a Ordem da Liberdade, grau de grande Oficial, atribuída pelo P.R. com duas décadas de atraso.

Eurostat – O chumbo da cedência dos edifícios públicos, para mascarar o défice de 2004, não é apenas uma derrota para Bagão Félix e um vexame para o Governo, é a prova do malogro da prometida consolidação orçamental.

Défice – O Governo excedeu-se em oportunismo político, opacidade das decisões e desrespeito pelos portugueses nas manobras para a ocultação do défice e terminou com a desesperada reincidência no assalto ao fundo de pensões da CGD.

Iraque – Com a guerra e o caos a agravarem-se, as eleições anunciadas são uma fantochada que nada melhoram enquanto cresce a resignação com o provérbio árabe: «é melhor um século de tirania do que um dia de anarquia».

D. José Policarpo – O convite para o Vaticano honra um destacado prelado e premeia a negociação da concordata que privilegiou a Igreja católica e a beneficia em detrimento do Estado.

Desemprego – O drama agrava-se enquanto o futuro se adivinha cada vez mais sombrio, com a economia estagnada e o desespero a chegar a numerosas famílias e a atingir em cheio os portugueses jovens, sendo falsa a retoma anunciada.

Sudoeste asiático – O maior sismo dos últimos 40 anos levou a destruição e a dor a países pobres. Um número colossal de mortos, feridos, desaparecidos e desalojados é o resultado de uma tragédia que a fome e as doenças se encarregarão de ampliar.

Notas Soltas – Deseja a todos os seus leitores um feliz 2005. Não são apenas os votos canónicos que é mister apresentar, é um desejo profundo de que nunca mais se repita um ano tão mau como o que ora finda.

Monumento ao 25 de Abril em Almeida – Ou o sítio não é o ideal para o fim, ou o fim não é ideal para o sítio; ou o ideal para o sítio é outro fim, ou o ideal para o fim é sítio nenhum. Não percebo a posição actual do IPPAR. Será azar ao 25 de Abril? Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 12:11 AM

O Governo mente Acabo de ver o jornal da SIC-Notícias. Apareceu um senhor, director do Centro Regional de Segurança Social de Lisboa e Vale do Tejo, a garantir que as prestações de Abono de Família e os subsídio de desemprego tinham sido processados normalmente.

Deve ser um dos 18 directores que o Dr. Bagão Félix nomeou na companhia de mais 18 subdirectores na sequência da demissão por fax de 36, alguns nomeados pelo Governo de Cavaco Silva, quando passou pelo ministério da Segurança Social.

A verdade é que, quer os abonos de família, quer os subsídios de desemprego, às 22:00 do dia 30 ainda não se encontravam depositados na conta dos beneficiários. Fiz vários telefonemas que o confirmam e ouvi numerosos testemunhos televisivos no mesmo sentido.

Pior do que o desespero do imprevidente ministro Bagão Félix, useiro em expedientes saloios, é o recurso à mentira a que o seu ministério nos habituou - um péssimo comportamento de quem é temente a Deus e tanto cuidado parecia ter com o destino da alma. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 10:46 PM

Liberdade religiosa Há temas, ditos fracturantes, que muitos gostariam de silenciar. O aborto, a eutanásia e o casamento de homossexuais são os que mais crispam e apaixonam. E, no entanto, não podem ser ignorados nem perpetuamente adiadas as soluções legais.

A moral não é universal nem legitima a imposição de todas as normas e, muito menos, a punição pela sua violação. O divórcio, por exemplo, que é um mal, não pode ser proibido e só a intolerância religiosa e a cumplicidade da ditadura o limitou e, na prática, impediu, até ao regresso à democracia. O adultério é certamente iníquo e, no entanto, ninguém de são juízo se atreveria a propor uma punição legal, mas é bom lembrar que foi esse o crime que levou Camilo Castelo Branco ao cárcere.

Os que hoje se opõem à descriminalização do aborto são os mesmos que, já depois do 25 de Abril, não aceitavam que o risco de vida da mãe, as malformações fetais e a violação fossem motivos legítimos para a interrupção voluntária da gravidez, como se a lei impusesse a obrigação e não, apenas, consagrasse a permissão.

O mesmo acabará por acontecer com a eutanásia e com os casamentos dos homossexuais, cujo precedente existe em vários países europeus, apesar do terrorismo ideológico com que os adversários se opuseram. Convém repetir que é um direito que se consagra e não uma obrigação que se impõe.

O que surpreende nos adversários das alterações legais liberalizadoras, ou da simples discussão, não são as opiniões respeitáveis que perfilham, é o ódio que nutrem pelas ideias que colidem com as suas.

Há pessoas para quem a liberdade religiosa se confunde com o direito ao proselitismo e a exigência de conversão dos réprobos. Não lhes passa pela cabeça que a conversão ou a apostasia, a ortodoxia ou a heterodoxia, a devoção ou o agnosticismo, a beatice ou o ateísmo são direitos que se inserem na liberdade religiosa que, até hoje, só a laicidade do Estado conseguiu tornar efectiva.

(Texto publicado hoje, Diário as Beiras) Comentários: (3) Posted by carlos_esperanca at 06:36 PM

Afinal houve «falhas» «O primeiro ministro admite «falha» na embaixada da Tailândia. Governo baseou-se sempre nas informações veiculadas pela comunicação social.» - lê-se no Público.

Um Governo assim, não precisa de corpo diplomático, basta-lhe a assinatura de jornais. Comentários: (2) Posted by carlos_esperanca at 02:14 PM

Grande tragédia e pequena comédia 1 – O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros considera correcta a actuação do Embaixador na Tailândia, «diplomata muito competente, que foi assessor de Guterres»;

2 – Santana Lopes considera adequada a actuação do Ministério dos Negócios Estrangeiros na ajuda aos portugueses afectados pela tragédia na Ásia;

3 – O MNE considera adequada a actuação do Embaixador em relação aos portugueses vítimas da catástrofe;

4 – O Governo deu ordens ao Embaixador para interromper as férias e partir para a Tailândia;

5 – Santana Lopes acha que nem tudo correu da melhor maneira. Comentários: (1) Posted by carlos_esperanca at 11:37 PM

Expediente para controlar o défice O pagamento dos subsídios de doença e de desemprego estão (ou estiveram) em perigo. Apesar do desmentido do ministério de Bagão Félix, esse pilar da ética e da piedade, o Governo preparava-se para pagar em Janeiro os subsídios de doença e os de desemprego relativos a Dezembro.

O Diário Económico já apresentou provas de que era verdade.

Um Governo que fez do rigor orçamental e do crescimento económico (com a promessa de ser superior à média europeia) a sua bandeira, transformou um país de tanga num parque de nudismo habitado por desnutridos. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 11:02 PM

Há um ano que o Rei vai nu

Que o tempo passa depressa, todos nós sabemos, embora na verdade esse facto em nada influencie o ritmo com que aquilo a que chamamos “tempo” passa.

A materialização mais bonita que conheço da passagem do tempo é a que podemos ver numa ampulheta. A areia corre rápida de um balão de vidro para o outro. Cada grão que passa é para mim, a materialização mais poética de uma partícula de tempo.

Em tempos olhei para as rochas areniticas dessa forma. Ali estavam calados, milhões de anos de informação, acumulados à espera de poderem ser lidos com a simplicidade de quem lê um livro. Procurava no meio dessas “folhas de areia” restos de seres vivos, plantas e animais, que tendo vivido contemporaneamente com o acumular desses materiais, me contassem como era viver nesses tempos. Cretácico, Jurássico, eram as palavras que se usavam para denominar esses tempos, muito para além do tempo que o Homem consegue abraçar com as suas mãos: o tempo da sua vida.

O tempo que me cabe viver continua a passar indiferente a outros tempos com que eu um dia trabalhei.

Há um ano que o rei vai nu às quartas-feiras. Na verdade desde que existem “reis” a exibição da sua nudez deve ter sido imediata.

Neste ano de 2004, a minha maior dificuldade foi encontrar na vida desta cidade situações, acontecimentos, factos que me entusiasmem, que me façam ter orgulho em aqui viver. Começo a pensar que talvez o defeito seja meu, e que afinal se resuma ao simples facto de eu querer coisas que nada têm a ver com a cidade que me viu nascer. Na verdade neste ponto estamos os dois em igual posição, nem eu nem ela fomos ouvidos sobre o assunto.

Num esforço para encontrar o que de mais positivo (não o mais importante) aconteceu neste ano de 2004, limpando toda a poeira, apropriações, esquemas e truques que ofuscaram o seu brilho, atribuo o Olho Vivo do Ano a: - Parque Verde do Mondego

- Ponte Europa

- Saneamento de parte da margem esquerda

- Esforços para a criação do Museu das Ciências

- Orquestra de Câmara de Coimbra

- Aos resistentes do Jazz

Não quero salientar os aspectos negativos, porque além da manifesta falta de espaço, tenho vindo a fazê-lo durante todo o ano. - Majestade está outro ano à porta. Disse o Escrivão Mor

- E que tal te parece? Perguntou o rei

- Melhor Majestade, muito melhor!

- Viva, urra, bestial! Disse o rei (ligeiramente desfasado do seu tempo) Olho Vivo para o ano de 2005

Comentários: (0) Posted by ptrincao at 05:47 PM

Carlos Encarnação lidera «Encarnação lidera lista do PSD Coimbra»

(Notícia de 1.ª pagina, a quatro colunas, do Diário as Beiras)

É bem melhor do que o cabeça de lista a nível nacional. E não é mérito do edil de Coimbra. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 05:29 PM

Co-incineração Se alguma coisa autoriza um governo do PS a fazer o que entender em relação aos lixos e resíduos industriais perigosos (RIP), deve-se à irresponsabilidade da coligação PSD/CDS e ao desleixo de três anos sem alternativa à co-incineração.

Saber que centenas de milhares de toneladas de farinhas oriundas de animais suspeitos de BSE andam por aí em precárias condições de armazenamento, como caldo de cultura de agentes patogénicos, é um libelo acusatório à incúria deste Governo. Pneus, electrodomésticos, automóveis, produtos tóxicos, baterias, montanhas de sucata e RIP conspurcam, envenenam e transformam o País num monturo.

Assim, a co-incineração efectuada na cimenteira do Outão (EXPRESSO, 24-12-04), longe de constituir escândalo, foi uma boa solução que, há apenas três anos, era para os lixos e RIP, segundo o estado da arte, a melhor e a mais rentável. Nada pode ser pior do que a manutenção do problema.

O que surpreende é a falta de transparência, a discrição e o acordo da Quercus. Em Portugal acredita-se piamente na pureza das intenções dos ambientalistas mas levanta alguma perplexidade a presença de Francisco Ferreira, da referida associação, a integrar a comissão instituída pela Secil para acompanhar a co-incineração. Só o EXPRESSO desvendou a operação e tem havido um relativo silêncio da Quercus quanto ao calamitoso problema de saúde pública que os lixos e RIP têm constituído.

Creio que é legítimo saber se Francisco Ferreira integrou a referida comissão a título gracioso ou se foi remunerado; se os elementos da Quercus são completamente alheios aos interesses que se movem nesta área; se a posição relativa à queima de farinhas, pneus e outros resíduos, em regime de co-incineração, sofreu alteração recente. O prestígio da Quercus exige resposta às dúvidas. Tal como à mulher de César não basta à Quercus ser séria. Comentários: (2) Posted by carlos_esperanca at 01:35 AM

Carlos Encarnação – rival de Santana Lopes «A Câmara de Coimbra revelou [em Setembro] que tem um endividamento de 28 milhões de euros, com as dívidas a aumentarem 46,8%»

(Diário de Coimbra, 26-12-2004) Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 10:59 PM

Mensagem de Natal Na primeira e última mensagem de Natal que teve oportunidade de dirigir aos portugueses, Santana Lopes exortou à esperança. Finalmente, convenceu-se de que não volta a ser primeiro-ministro Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 10:52 PM

O preço de Durão Barroso «Parece que tínhamos de pagar um preço [PPD/PSD] por Durão Barroso ter conseguido, para ele mas sobretudo para Portugal, a presidência da Comissão Europeia», lamentou Santana Lopes no jantar de Natal do PSD, segundo a TSF.

Quem pagou um preço pesado foi Portugal pelo tempo em que o teve como primeiro-ministro e um preço ainda mais devastador pela herança que deixou, quer no que se refere ao Governo quer no sucessor que designou para chefiá-lo.

Como europeu convicto espero que a Europa não pague um preço demasiado elevado por ter escolhido José Manuel Barroso, o único primeiro-ministro capaz de renunciar aos compromissos com o eleitorado e que acabou por ser o pior que a União Europeia estava disposta a tolerar e o melhor que os EUA estavam em condições de impor. Comentários: (5) Posted by carlos_esperanca at 07:14 PM

A Quercus e a co-incineração «Francisco Ferreira, da Quercus, que faz parte da comissão instituída pela Secil para acompanhar a co-incineração na cimenteira de Outão, diz que sabia da autorização do Ministério do Ambiente para este projecto, depois da notícia do Expresso que diz que tudo estava no segredo dos deuses» - diz a TSF.

A isenção da Quercus neste processo é, como, a virgindade de Maria, uma questão de fé. Apesar da simpatia que normalmente nutro pelas associações ambientalistas, não acredito em dogmas e, neste caso, assaltam-me algumas suspeitas. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 01:02 PM

Desmentido de Nobre Guedes Na sequência da notícia do EXPRESSO sobre uma autorização secreta para a co-incineração na cimenteira de Outão, na Serra da Arrábida, o ministro Nobre Guedes declarou:

«Não sou nenhum bandido, nem nenhum mafioso, que decide as coisas em segredo».

Com a fama do Governo, a declaração foi oportuna. Comentários: (2) Posted by carlos_esperanca at 02:14 AM

Golpe de Estado à portuguesa «O que o Dr. Jorge Sampaio fez [dissolução da A.R. e convocação de eleições] foi um golpe de Estado».

(Alexandre Soares dos Santos «Semanário Económico», 23-12-04)

A cultura do Estado Novo mantém-se viva. Comentários: (2) Posted by carlos_esperanca at 07:02 PM

Demissões na Caixa Geral de Depósitos O presidente e o vice-presidente da CGD demitiram-se, em rota de colisão com o Governo, na sequência da integração na Caixa Geral de Aposentações de mais de mil milhões de euros do fundo de pensões dos trabalhadores da instituição.

O confronto deve-se não só à profunda discordância pelo expediente do ministro Bagão Félix para esconder o défice mas, sobretudo, à quebra da sua promessa recente de não mexer no fundo de pensões da CGD.

Apesar da promessa pública em contrário, o ministro não resistiu a comportar-se como o resto do Governo relativamente às promessas que faz. Aliás, o traço característico do Governo Durão Barroso/Portas/Santana Lopes é desdizer à tarde o que disse de manhã e vice-versa.

Os demissionários Vítor Martins e Maldonado Gonelha mantêm-se em funções até à sua substituição, evitando o perigo de deixar cair a CGD, o maior activo que ainda resta ao Estado português, nas mãos da administradora Celeste Cardona cuja aptidão para as funções não ultrapassa a que demonstrou no exercício do cargo de ministra da Justiça. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 05:35 PM

À espera de um sinal Desde há mais de dois anos que tudo vem a ser preparado. Primeiro, em silêncio, procurando dia a dia resolver todos os inúmeros problemas, que construir um Metro dá. Mesmo meio metro já é uma obra notável, quanto mais um metro!

Primeiro foi a decisão sobre o percurso que o dito deveria seguir. A polémica foi muito grande porque por pouco que se teria que demolir a Câmara Municipal (situação que na verdade até tinha algum apoio). Esta situação foi habilmente contornada, e o Metro lá seguiu viagem. Nos primeiros cálculos passavam por dentro da Penitenciária, mesmo em frente da cela 324, a do “Mareco” e a do Toninho da Azinheira. Atendendo a que este percurso teria necessariamente poucos passageiros (visto a manifesta falta de mobilidade daquele publico alvo) foi decidido alterar o percurso de forma a cortar mesmo a meio o Exploratório Infante D. Henrique. Este facto não levantou qualquer problema tendo sido decidido avisar com tempo as criancinhas da chegada do comboio.

Resolvidos os problemas principais, os da cidade, restava acertar o que fosse necessário lá para as bandas da Lousã.

Numa análise cuidada alguém reparou que se podia poupar alguma coisa cortando um bocado da linha lá para os lados de Sepins. Uma camioneta de carreira serviria muito bem para resolver o problema.

Mas os problemas não acabavam aqui. Era preciso escolher os carris, os semáforos das passagens de nível, a cor dos estofos das carruagens, o tipo de bilhetes a usar, a posição da fotografia no passe, enfim um sem número de coisas que só quem passa por elas é que sabe.

Quando começaram a construir a torre, muitos julgaram que era uma tentativa de fazer uma árvore de natal ainda maior do que a de Lisboa, o que seria um gesto bonito que muito prestigiaria esta cidade do conhecimento. Mas não, a torre não parava de crescer, continuando despida de qualquer ornamentação natalícia.

A cidade começava a falar sobre a razão de tão estranha construção, mas como sempre vai-se habituando a tudo.

Tranquilamente, a torre não parava de crescer. Os mais atentos diziam que lhes parecia que, se continuasse a crescer assim, quase que se podia ver a capital (isto em dias de céu particularmente limpo). É sabido que esta afirmação é um exagero, mas no fundo ela tinha um pouco de verdade.

Um belo dia, começaram a chegar grandes peças de metal revestidas a espelho. Como um puzzle foram sendo montadas no cimo da torre. No seu conjunto formavam três setas um pouco destorcidas apontado claramente para Sul.

Desde há muito que se anunciava que o concurso para o arranque das obras do Metro estava por dias, ou mesmo por horas. Este facto estava cientificamente correcto, uma vez que qualquer acontecimento, está sempre a dias e a horas de se verificar.

O próprio Presidente da Câmara anunciou solenemente que não se recandidaritaria a novo mandato se as obras não arrancassem.

Quando o Governo, procurando explicitar o seu conceito de descentralização, veio reunir a Coimbra, muitos julgaram que seriam portadores da boa nova (se bem que o facto de não terem reunido a bordo do Basófias, fazia temer o pior).

Não se confirmaram os nossos melhores desejos, contudo havia sinais

O tempo foi passado, e em Novembro todo o processo já estava em Lisboa prontinho para aprovação. Publicamente foi dito que o empenhamento do Governo era total e que se aguardava um sinal.

De repente começa a ficar claro a utilidade da grande torre!

Pela calada da noite o guardião da torre aguardava o sinal que tornaria as setas laranja mais laranja. A transferência de calor iria incendiar uma tocha, que deveria ser imediatamente levada aos Paços do Município. Os trombeteiros oficiais ao vê-la, deveriam de imediato fazer soar as suas trombetas até que a garganta lhes doesse, fosse qual fosse a hora do dia ou da noite.

De imediato se começariam as obras, e se anunciaria a candidatura das autoridades a novo mandato municipal.

Seria um processo digno de uma capital da cultura.

- Majestade, o que é um metro?

- É uma unidade de medida mais rigorosa que o palmo, respondeu sua alteza

- Não têm uma visão de futuro, pensou para si o bobo Comentários: (2) Posted by ptrincao at 06:16 PM

Surrealismo Santana Lopes deu terça-feira uma conferência de imprensa com o fim de anunciar uma conferência de imprensa para hoje, quinta-feira, em que, após a reunião do conselho de ministros, seria comunicada a solução para o défice público.

A conferência anunciada para as 13H30 teve lugar perto das 15H00, tendo aparecido o ministro Morais Sarmento a comunicar que será o ministro Bagão Félix a fazer a conferência de imprensa em que anunciará a solução do défice, às 17H00.

A razão do atraso deve-se ao facto de o conselho de ministros – segundo Morais Sarmento – se ter debruçado especialmente sobre o problema dos incêndios e a abertura das aulas no próximo ano lectivo.

Verdadeiramente surrealista.

Apostila – Do ministro Paulo Portas apenas se sabe que visitou os mancebos destacados na Bósnia. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 04:01 PM

O atoleiro iraquiano Do último ataque a uma base americana, no Iraque, resultaram mais 24 mortos e mais de 60 feridos, segundo o «PÚBLICO» de 22-12. As anunciadas eleições, que Bush pretende manter, são uma fantochada para ingleses e americanos verem sem que resolvam um só problema ou alterem a tragédia iraquiana e o beco sem saída dos ocupantes. Não se trava uma batalha ente a democracia e o terror, como afirmou Tony Blair, mistura-se o fanatismo religioso, o ódio ao invasor, as rivalidades étnicas e o desespero pela sobrevivência numa orgia de horror e crueldade.

As eleições impostas raramente são o caminho para a democracia. Neste caso os sunitas fogem delas, como Maomé do toucinho, porque sabem que as perdem. Os xiitas desejam-nas para retaliar a minoria sunita que tradicionalmente ocupou o poder. Os curdos vivem a inquietação de quem sabe que lhes está reservada a opressão de xiitas, turcos ou sunitas ou de dois deles em simultâneo.

A trágica aventura do Iraque é um libelo acusatório contra os invasores e motivo de desconfiança árabe face às democracias. Trata-se de uma guerra ilegal, baseada na mentira das armas de destruição maciça, sob pretexto da defesa dos direitos humanos. Ironicamente, os auto-intitulados libertadores foram cruéis em Abu Graib e na base de Guantánamo onde surgem novas revelações sobre maus tratos, segundo o «Público» supracitado, com métodos de interrogatório proibidos e eventualmente autorizados pelo Presidente dos EUA.

Esta guerra, longe de ser um combate contra o terrorismo, é responsável pelo seu aumento. O fudamentalismo islâmico ameaça contagiar outras religiões, em países secularizados, e despertar confrontos religiosos, enquanto a superioridade moral de que o Ocidente se reclama fica chamuscada com a matança de milhares de civis e as sevícias infligidas. O desprezo pelos direitos humanos é uma nódoa que não há benzina que possa desencardir. Comentários: (1) Posted by carlos_esperanca at 12:11 AM

Contas públicas de 2003 O Tribunal de Contas tem dúvidas sobre as contas públicas de 2003 e admite que o valor do défice público apresentado nesse ano possa ser falso» - noticia a TSF. O Tribunal de Contas diz que a informação disponibilizada pelo Executivo «não apresenta, de forma fidedigna, a situação financeira resultante das operações realizadas no decurso do ano».

Se a ministra Manuela Ferreira Leite , a referência ética do Governo de Durão Barroso, deixou de merecer confiança, a ponto de Bagão Félix a denunciar, que ideia podem ter os portugueses de quem foi tão cáustico para o Governo PS e se revelou tão leviano na condução dos negócios do Estado?

Com a ameaça de demissão do ministro Nobre Guedes (uma demissão de um ministro de um Governo demitido) vê-se a desorientação a que chegou este deteriorado Governo que o PSD é responsável por ter posto nas mãos perdulárias de Santana Lopes.

Nunca um Governo de escassos três anos foi tão incompetente e perigoso como o que vai a votos no próximo dia 20 de Fevereiro. Nem, depois do 25 de Abril, tinha chegado a primeiro-ministro alguém sem a mínima preparação para ultrapassar o cargo de «ajudante de ministro» que o Prof. Cavaco lhe distribuiu. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 11:52 PM

Aviso à navegação O ministro Bagão Félix, logo que tomou conta do ministério da Trabalho e da Segurança Social, demitiu por fax (método «faxista»?) 18 directores regionais e igual número de sub-directores da Segurança Social, para colocar pessoas de confiança política e, eventualmente, cumprir promessas eleitorais.

Bagão Félix, além de se ter revelado um enorme erro de «casting» como ministro das Finanças e de ter beneficiado de excessiva benevolência da comunicação social como ministro da Segurança Social, deixou uma imagem de crueldade junto dos trabalhadores e revelou-se o mais entusiasta distribuidor de sinecuras pelos seus apaniguados políticos. A colocação recente da correligionária Celeste Cardona, como administradora da CGD, apesar da modéstia do currículo, no mínimo bem inferior ao de Manuela Ferreira Leite, revela a forma partidária como geriu os negócios do Estado.

Espero do PS outra prudência nas substituições, mais rigor nas nomeações e que o mérito seja o único critério a considerar.

Se o PS se aproximar sequer do regabofe destes quase três anos de desgoverno PSD/CDS, terá em mim um adversário tão vigoroso quanto o fui e sou desta coligação onde o CDS foi discreto e eficiente no assalto ao aparelho de Estado. Comentários: (1) Posted by carlos_esperanca at 05:19 PM

Marcelo Nuno – o defensor dos lixos e resíduos tóxicos No «Diário as Beiras» de hoje, Marcelo Nuno, presidente da comissão concelhia do PSD, afirma: «A nossa posição [do PSD] não muda. O PSD foi o responsável pelo fim da co-incineração no país, por acreditar que há outras soluções melhores para o ambiente e a saúde das populações.»

É surpreendente que, durante o tempo em que o PSD tem sido Governo, não tenha posto em prática as soluções a que alude Marcelo Nuno.

Ficamos a saber que há um partido (o PSD) que sabe sempre o que é melhor para o País, mas não o põe em prática para poder usar esse trunfo quando naufraga na condução dos negócios públicos.

A isto chama-se demagogia; à ausência de medidas, incúria; à reincidência no desleixo com que trataram os lixos e resíduos tóxicos, falta de sentido de Estado e cumplicidade no agravamento das condições de saúde pública. Comentários: (4) Posted by carlos_esperanca at 04:50 PM

O ministério da Propaganda Acabo de ler na TSF que vai sair hoje nos jornais, como publicidade paga, uma revista a explicar as últimas decisões do Governo. Aguardo para ler, pela manhã, a propaganda eleitoral paga pelos impostos dos portugueses. Até parece que tem faltado ao Executivo liberdade para enganar os eleitores! Estes é que deixaram de ser crédulos.

«A revista começa por esclarecer um ponto prévio: o Estado gasta mais com cada cidadão português do que aquilo que recebe de cada cidadão. É o desequilíbrio da prestação a justificar assim, em parte, algum desequilíbrio nas contas.» - diz a TSF.

Isto nunca foi um Governo. Foi um conjunto de ministros e secretários de Estado, distribuídos pelo País, em que um deles fazia de primeiro-ministro, cada um tinha uma noção diferente dos objectivos e todos rivalizavam no número de assessores e consultores. Não é sobre isso que nos irão falar. É sobre a excelência do desastre que provocaram, com a melhor das intenções, com o mais devotado amor e com a presunção de que os eleitores os deixem reincidir. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 02:17 AM

“Património – o último tiro no pé” Acaba de chegar a decisão de Bruxelas sobre a venda/aluguer do património. A prova, mais uma, da lusitana incapacidade para decidir, acertado e em tempo.

A ver vamos, se “Alguém se importa?” como rezava o editorial de 16Dez.

Para que servem em Portugal os senhores Directores Gerais, neste caso do património do Estado (e são vários, em ministérios vários)?

Extracto de uma radiografia militar enviada em 2002 ao MDN/SEDAC, de recepção amavelmente acusada, quando um poder dito reformista, o actual, sucedeu à estagnação socialista do governo anterior:

«... E uma economia incalculável noutro campo para o país – a que resultará do aproveitamento das extraordinárias instalações militares espalhadas pelo território nacional. Aqui, é mesmo incalculável o conjunto de benefícios que podem reverter para a administração central e local, para os agentes económicos, para as populações que as pagaram, dando-lhes o que pode considerar-se um fim social útil. São áreas de muitos hectares, cada uma delas com um conjunto de magníficas instalações atingindo largas centenas de excelentes construções – edifícios administrativos, cozinhas, salas de aulas, oficinas, dormitórios, instalações desportivas, parques auto. Se não aproveitadas em tempo útil, não só perdem as populações e o país, como ficarão destinadas a tornarem-se outras tantas ruínas e desperdícios à semelhança do sucedido com o extraordinário Forte da Graça junto a Elvas, votado ao abandono e ao vandalismo da terra de ninguém...»

Quando nas intenções do/s governo/s da nossa desgovernação constam projectos como o da construção de 10 (dez) novos hospitais em terrenos a adquirir... deixando para trás o monumental património esquecido nas corporações (neste caso a militar), que fazer? Escolas/ Hospitais ou Centros de Saúde/ Centros de Apoio Social – recolha de carenciados, Lares/ Prisões/ Autarquias/ Empresas... nalguns casos, a custo quase zero, ou vendidos à iniciativa privada nas devidas condições “Quem se importa?”

O que parece é que mais do que pensar, prever e planear, e actuar, estarmos alegremente condenados a repetir o fado da década de 1890. Terminada uma fase de estabilidade do regime liberal de 1820, o país aparentemente modernizado pelas obras públicas do fontismo, a banca rota instalada, com a recusa dos banqueiros de Paris e Londres em continuarem a financiar o défice, nem mais. “Malfadado património” o do nosso destino.

JB Barroca Monteiro. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 10:47 PM

Bagão Félix – um erro de casting nas Finanças O objectivo declarado do actual Governo foi a redução do défice público e o equilíbrio orçamental. Pretendia assim mostrar superioridade em relação ao PS.

Foram dois anos sem actualizações salariais dos funcionários públicos, cortes orçamentais no funcionamento de instituições relevantes, que levaram à sua asfixia, e interdição de entradas na função pública, enquanto as autarquias, as empresas públicas e os gabinetes governamentais se enchiam de pessoal político com vencimentos generosos e obscenas mordomias.

Quando terminarem os três anos de descalabro a que a coligação PSD/CDS conduziu o país, a herança é uma desgraça que exige muita determinação para impedir a tragédia que se adivinha.

O Eurostat acaba de chumbar a proposta do governo português de transferir para um consórcio privado a exploração temporária de alguns imóveis do Estado, expediente com que pretendia mascarar o défice. Não desautorizou apenas o ministro das Finanças, foi um vexame e um julgamento arrasador do Governo.

Por este Governo passaram ministros bons e maus. Os primeiros foram parar a ministérios errados e os outros limitaram-se a fazer currículo para administradores de Empresas Públicas. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 11:25 PM

Onde estavam os seguranças? «Tenho as costas cheias de cicatrizes das facadas que levei.»

(Santana Lopes à TVI, 18-12-04) Comentários: (1) Posted by carlos_esperanca at 12:44 PM

A co-incineração de volta «O secretário-geral do PS, José Sócrates, afirmou hoje que vai haver co-incineração para resolver o problema dos resíduos industriais perigosos, se o seu partido vencer as eleições de 20 de Fevereiro» - lê-se no «Público».

Não sei se há soluções melhores mas, no tempo em que o PS pretendeu levá-la à prática, era, segundo o estado da arte, a solução mais vantajosa para o País e a melhor para o ambiente. Entretanto, durante dois anos e meio, este assunto foi, como muitos outros, criminosamente descurado.

Só tenho uma dúvida: Se o PS não tiver maioria absoluta como será possível resolver o problema depois de se ter aberto o precedente de discutir o assunto na A. R.? Comentários: (4) Posted by carlos_esperanca at 01:04 AM

Uma coisa de cada vez «Não se pode praticar o catolicismo e a homossexualidade ao mesmo tempo».

(Afirmação de Frederico Lourenço durante a entrevista à jornalista Alexandra Lucas Coelho, «Pública» n.º 447 de 19-12-2004).

Os católicos heterossexuais têm o mesmo problema. Comentários: (1) Posted by carlos_esperanca at 11:47 PM

Cinismo? A Redacção do «Expresso» elegeu Durão Barroso e George W. Bush, como figuras do ano. O primeiro é a Figura Nacional e o segundo a Figura Internacional.

Só na próxima semana serão desenvolvidas as razões da escolha. Comentários: (8) Posted by carlos_esperanca at 12:40 AM

Uma morte anunciada 1.º ministro faz-se acompanhar 24 horas por dia por unidade de cuidados intensivos.

(Notícia de 1.ª página, a seis colunas, do «Expresso»)

Os cuidados intensivos são inúteis. Em 20 de Janeiro exala o último suspiro como primeiro-ministro. Solidarizo-me com os lisboetas que terão de o suportar até ao fim do mandato autárquico. Comentários: (2) Posted by carlos_esperanca at 10:42 PM

Homenagem ao General Carlos Fabião Sob os auspícios da Associação 25 de Abril e do Grande Oriente Lusitano teve hoje lugar em Lisboa (num restaurante da antiga F.I.L.) um almoço de confraternização e homenagem a Carlos Alberto Idães Soares Fabião, militar de Abril, coronel na reforma, antigo CEMGE.

Carlos Fabião, hoje doente e envelhecido, foi um dos mais brilhantes militares do Exército português. Foi e é um democrata coerente e sincero. Denunciou e impediu, antes do 25 de Abril, uma tentativa de golpe fascista do gen. Kaulza de Arriaga que pretendia perpetuar a ditadura em moldes ainda mais autoritários.

Foi um destacado militar de Abril, responsável pela descolonização da Guiné e Chefe de Estado Maior General do Exército em 1974/75, indigitado para primeiro-ministro de um governo provisório que não chegaria a constituir-se sob a sua presidência.

Carlos Fabião foi e é um homem bom. À sua volta teve hoje centenas de amigos que após as palavras emocionadas de um amigo de sempre, outro herói de Abril, Cor. José Cardoso Fontão , não resistiram a testemunhar de viva voz o apreço e gratidão que lhes merece este veterano da guerra colonial e herói da paz e da democracia.

O senhor Presidente da República agraciou-o com a medalha de Grande Oficial da Ordem da Liberdade, um tributo com duas décadas de atraso, uma venera para um peito onde a honra e a dignidade brilham mais que todas as medalhas.

Vasco Lourenço e António Arnaut encerraram os discursos. Os amigos, comovidos, abraçaram o velho general. Portugal continua a ignorar um dos melhores e mais generosos heróis de Abril.

Injusta e iniquamente afastado da vida militar activa, na sequência do 25 de Novembro, nunca recriminou os que o ostracizaram. Raramente tantos deveram tanto a quem nunca pediu e tanto deu. Portugal e os portugueses devem muito a Carlos Fabião.

Eu devo-lhe uma amizade de duas décadas, o exemplo dos bravos e a simplicidade dos homens superiores. Obrigado, Carlos Fabião. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 10:01 PM

De bradar aos Céus...Aos Infernos...Aos Purgatórios e aos Limbos! Este país do faz-de-conta é cada vez mais uma anedota pegada; Ora leiam lá esta coisa vinda no Diário da República n.º 285 de 06 de Dezembro 2004:

No aviso n.º 11 466/2004 ( 2ª Série ), declara-se aberto concurso no I.P.J. para um cargo de ASSESSOR, cujo vencimento anda à roda de 500 contos.

Na alínea 7:..." Método de selecção a utilizar é o concurso de prova pública que consiste na apreciação e discussão do currículo profissional do candidato."

No Aviso simples da Pág.26922, a Câmara Municipal de Lisboa lança concurso externo de ingresso para COVEIRO , cujo vencimento anda à roda de 70 contos mensais. "...Método de selecção: Prova de conhecimentos globais de natureza teórica e escrita com a duração de 90 minutos. A prova consiste no seguinte:

1. - Direitos e Deveres da Função Pública e Deontologia Profissional.

2. - Regime de Férias, Faltas e Licenças.

3. - Estatuto Disciplinar dos Funcionários Públicos.

Depois vem a prova de conhecimentos técnicos:

Inumações, cremações, exumações, trasladações, ossários, jazigos, columbários o cendrários. Por fim, o homem tem que perceber de transporte e remoção de restos mortais.

Os cemitérios fornecem documentação para estudo.

Para rematar:

- Se o candidato tiver a escolaridade obrigatória somará + 16 valores

- " " " o 11º ano de escolaridade somará + 18 valores

- " " " 0 12º ano " " somará + 20 valores

No final haverá um exame médico para aferimento das capacidades físicas e psíquicas do candidato.

ISTO TUDO PARA UM VENCIMENTO DE 70!!! CONTOS MENSAIS!

Enquanto o outro, com 500!!! só precisa de uma cunha. Obs.: Não podendo confirmar a informação, acredito na idoneidade de quem ma prestou. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 05:31 PM

Bagão Félix, ministro falhado Alguém propalou a excelência do governante sem exigência de contraditório ou apreciação isenta dos resultados obtidos. Pensa-se que a origem do boato sobre a alegada competência se deve a canais ligados a meios católicos fundamentalistas e ao embrião da central de intoxicação reaccionária que esteva em curso.

De facto, Bagão Félix, como ministro do Trabalho e da Segurança Social, substituiu o Rendimento Mínimo Garantido, cujo pendor socialista era evidente, pelo acto de caridade do Rendimento de Inserção Social que, segundo o «Público» de hoje, vale um euro por dia. O piedoso ministro atribuiu aos beneficiários do Rendimento de Inserção, em média, pouco mais de um euro por dia. O outro acto por que será lembrado foi a demissão por fax de 18 directores e outros tantos subdirectores dos Centros Regionais da Segurança Social, de uma só vez, para colocar pessoas da sua confiança.

Transformado em ministro das Finanças do recém despedido governo de Santana Lopes, após um orçamento cujo mérito maior foi a unanimidade que gerou a sua recusa, decidiu dedicar-se à intermediação imobiliária, predispondo-se a vender seis dezenas e meia de edifícios públicos, onde estão instalados serviços do Estado, para passar a pagar renda aos eventuais compradores. Nem o facto de integrar um governo demitido o levou a ponderar a ideia de que foi obrigado a recuar.

Tendo falhado como ministro, pretendeu ter êxito como mediador imobiliário mas, para isso, deve começar por tipologias mais modestas: T-1 e T-2, para ocupar o tempo que a reforma dourada lhe vai deixar disponível, no seu caso muito antes dos 65 anos, a idade mínima que pretendia exigir para a reforma dos trabalhadores. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 01:33 PM

Insultos no Parlamento madeirense O deputado do PS, Jacinto Serrão, farto dos apartes de Alberto João que frequentemente o interrompia, lembrou-lhe que, na véspera, o seu discurso de duas horas e meia foi tão longo que faria «adormecer rinocerontes». Segundo o jornalista Tolentino de Nóbrega, que assina a notícia no «Público», Jaime Ramos, na sequência de tal afirmação, chamou ao deputado do PS «rinoceronte», «gatuno» e «burro». O deputado socialista pediu-lhe que não enveredasse pelo caminho da «zoologia» e acabou por acusar Jaime Ramos de «chegar a milionário ao fim de dez anos», quando antes era «vendedor de sifões para retretes».

Vale a pena ler o artigo do «Público».

Para os que não conhecem Jaime Ramos, líder da bancada social-democrata da Madeira, recordo que já uma vez desabafou em plena Assembleia, contra um deputado do PS: «Isto só se resolve com um tiro na cabeça ou com um tiro nos cornos». Felizmente desistiu, respectivamente, do assassinato do adversário e do suicídio. Comentários: (4) Posted by carlos_esperanca at 07:01 PM

DÚVIDA Há algum tempo que me interrogo por que razão tantos ilustres socialistas integram a candidatura de José Eduardo Simões à presidência da AAC/OAF quando publicamente lhe têm feito as maiores criticas, exigindo a demissão do cargo que ocupa na autarquia , o qual, segundo dizem, lhe tem permitido obter coactivamente muitos apoios para o clube.

Também não percebo como Maló de Abreu diz ter um patrocinador forte e não o apresentou, sabendo como devia saber que muitos votos lhe fugirão porque os associados entendem que ele não tem capacidade financeira para suportar o actual orçamento da AAC/OAF.

Alguém me explica ? Comentários: (0) Posted by mmgtr at 12:40 PM

A ESTRATÉGIA DA DIREITA A campanha eleitoral já começou e mais uma vez, na coligação governamental, Portas levou a melhor sobre Santana Lopes e logo a seguir à queda do governo dá uma longa entrevista à RTP 1 . Parece nada ter a ver com o governo e deixa passar a ideia que este só caíu por causa do Presidente da Republica e de " uns atiradores furtivos" do PSD onde, surpreendentemente, inclui Dias Loureiro.

Mas vem nessa entrevista tentar mobilizar a direita sustentando que se os dois grupos parlamentares tiverem maioria absoluta no próximo parlamento devem ser chamados a formar governo.

A intelegência e argúcia do líder do PP deve ser sublinhada. Não estou a ver como tal pode ser possível caso o PSD não seja o partido mais votado. Mas no quadro apresentado por Paulo Portas, e assumido antes das eleições, de que nenhuma daqueles partidos viabilizará outro governo, só tenho que concordar com a tese de Portas.

Não haverá condições de governabilidade mesmo que o PS tenha vencido as eleições se a esquerda não tiver a maioria absoluta no parlamento.

Os portugueses têm de ter noção de que esta é uma situação que se vai colocar, repetindo-se um governo incompetente, liderado por um primeiro ministro incapaz de assumir a liderança, caso não se empenhem em participar activamente nesta campanha e no próximo acto eleitoral.

Ficar em casa pode ser o contributo decisivo para se lamentar depois dos resultados apurados.

Como diz Socrates, se gostaram da acção deste governo e se reveem nas medidas por ele tomadas e se sentem orgulhosos do primeiro ministro, devem votar num dos partidos da coligação.

Se acham que basta de tanta falsidade, tanta hipocrisia e incompetência, concretiazada até na forma como os partidos da coligação se apresentam a este acto eleitoral, então devem votar por forma a garantir as condições seguras de uma derrota eleitoral da direita. E pensar que o Parlamento é constituído por deputados, que são eleitos por Distritos, não valendo para essa eleição os votos em partidos de esquerda cuja representação em muitos distritos não lhes permite a obtenção de qualquer mandato.

Comentários: (2) Posted by mmgtr at 12:30 PM

A democracia segundo Paulo Portas No caso do PS ser o partido mais votado nas próximas eleições, mas o PSD e o PP terem mais votos juntos, então devem ser estes dois partidos a formar Governo. A ideia foi manifestada por Paulo Portas na «Grande Entrevista» - revela a TSF.

1 - Estranho conceito de democracia em que à direita lhe basta ter mais um só voto do que um único partido de esquerda para se julgar com direito ao poder. O direito divino é substituído por uma espécie de doação de Constantino.

2 – Na mesma entrevista Paulo Portas afirmou que ele e Santana Lopes não acreditam em sondagens. Talvez a falência da «Amostra», empresa de sondagens que ambos dirigiram, esteja na base de semelhante cepticismo. Comentários: (3) Posted by carlos_esperanca at 01:29 AM

Democracia, ditadura e partidos «A ditadura dos partidos está a degradar a democracia»

Marques Bessa, «O Diabo», 14-12.2004

Felizmente que muitos se lembram ainda da «democracia» sem partidos. Comentários: (2) Posted by carlos_esperanca at 06:02 PM

MENINO LOPES

O menino Lopes é mentiroso!

Muito zangadinho com o Presidente Sampaio, o menino Lopes disse, na segunda-feira, que, na política, não devia haver segredos e que o povo português ainda não conhecia as razões que tinham levado o Presidente a dissolver a Assembleia. Disse ainda que, quando foi a Belém, por três vezes perguntou ao Presidente se o Governo se mantinha e, por três vezes, o Presidente lhe garantiu que sim - tal como Judas negou três vezes o nome de Cristo, também o Presidente tinha negado por três vezes o que, afinal, acabou por fazer: dissolver a Assembleia, convocar eleições e pôr o menino Lopes no desemprego!

Ficámos todos muito espantados! Então, o Presidente Sampaio tinha garantido ao menino Lopes que não dissolvia a Assembleia e, depois, sem mais explicações, dissolvia mesmo?

Isso não se fazia ao menino Lopes!

Ontem, um porta-voz do Presidente veio explicar tudo: em primeiro lugar, o Presidente não é obrigado a discutir com o primeiro-ministro as razões para a dissolução da Assembleia; em segundo lugar, o menino Lopes sabia, desde o primeiro minuto, quais eram essas razões.

Hoje, um porta-voz do menino Lopes veio afirmar que o menino Lopes nunca tinha dito que não conhecia essas razões - apenas tinha dito que o povo português não as conhecia!

Afinal, o menino Lopes é um mentiroso e um malandreco! Afinal, o menino Lopes sabe por que razão o Presidente decidiu dissolver a Assembleia - e se ficou assim tão chocado com a decisão do Presidente, por que razão não é o menino Lopes a dizer ao povo quais foram essas razões? Será que está com medo?...

Ai menino Lopes, menino Lopes, que ainda leva umas nalgadas nesse rabinho !...

(RECEBIDO POR MAIL HÁ ALGUNS DIAS, POR ISSO DEVEM NOTAR-SE ALGUNS LAPSOS TEMPORAIS) Comentários: (0) Posted by mmgtr at 05:01 PM

ÚLTIMA HORA

O PPD convoca por este meio uma conferência de imprensa para as 20 horas de hoje onde será anunciado o futuro da coligação com o PSD.

24 horas após ter resolvido o problema conjugal com o PP, aí será anunciada a forma como o partido resolveu o problema com todos aqueles que se revêm na social democracia.

Será também apresentada o hino oficial da campanha. Comentários: (0) Posted by mmgtr at 04:55 PM

Durão Barroso perturbado A notícia do «Público» de ontem revela-nos um José Manuel Barroso, presidente da Comissão Europeia, perturbado com o despedimento do seu Governo português, por incompetência, e da do seu substituto designado, por lhe faltarem as mais elementares qualidades para o exercício do cargo.

Com efeito, andou mal ao dar publicidade à votação de cinco deputados socialistas portugueses contra a sua investidura. Ao afirmar-se «surpreendido, magoado e incomodado» com o facto, apenas recorda o mau primeiro-ministro e faz esquecer o bom ministro dos Negócios Estrangeiros de Cavaco e Silva:

Assim:

è É intolerável que aproveite este período pré-eleitoral para tais afirmações, imiscuindo-se numa pugna que deve merecer absoluta neutralidade do presidente da Comissão Europeia;

è Revela hipocrisia, pois há muito que o facto é do conhecimento público, tendo os próprios feito questão de o referir;

è Esquece o comportamento dos euro-deputados eleitos pelo PSD, partido de que era então presidente, quando o Dr. Mário Soares se candidatou à presidência do Parlamento Europeu, e o seu silêncio perante as afirmações truculentas e insultuosas do Dr. Jardim a advertir que os deputados do PSD deviam votar contra;

è Traz à memória a tentativa de manter como comissário Rocco Buttiglione com os votos da extrema-direita, infâmia de que o presidente francês o dissuadiu;

è Todavia, a mais desastrada e infeliz afirmação foi esta: «Provavelmente prefeririam que o presidente da Comissão fosse um grego em vez de um português», proferida com indignação.

Não sei o que vão pensar os gregos que, durante o período em que foi primeiro-ministro, ultrapassaram o PIB per capita dos portugueses. De qualquer modo, esse desabafo revela racismo, xenofobia e nacionalismo, defeitos incompatíveis com o europeísmo que deve ultrapassar a mentalidade bairrista dos municípios rurais.

Apostila: Como europeísta convicto é-me indiferente que o presidente da Comissão Europeia tenha nascido em Boliqueime, em Lisboa ou nos arredores de Atenas. Quero que seja competente e continuo a ter saudades de Jacques Délors. Comentários: (1) Posted by carlos_esperanca at 04:52 PM

FIM DO ANO DO MACACO

A astrologia chinesa refere que estamos a viver o fim do ano do Macaco, a que se seguirá o ano do Galo. Seria irrelevante se uma astróloga, supostamente amiga de Santana Lopes, não nos tivesse informado que este era do signo do macaco. E que José Sócrates é do signo galo!

Ora aí está como uma chinesice se torna em algo verdadeiramente importante.

Na verdade, tirando Santana Lopes, todos os portugueses têm esta capacidade de antever o futuro político do rectângulo. Santana tem os dias de gestão contados.

Mas reconheço que a culpa não é dele. Teve azar de ter nascido num ano que os chineses dizem de macaco. E depois foi um sem número de macaquices.

( Retirado das Beiras de 15.12.04) Comentários: (0) Posted by mmgtr at 04:17 PM

A Direita que nos coube A direita tem sempre sofreguidão do poder mas, às vezes, faz pagar caro ao País a pressa e a impreparação. Nas eleições legislativas provocadas pela saída de Guterres, numa atitude exemplar de desapego ao poder e clarividência política, o cavaquismo acordou de seis anos de hibernação por interposto cherne dado à costa, já sem fôlego. Com mais uma semana de campanha morreria exausto, à vista da praia, afogado em sumo de laranja amarga.

A tarefa começou aí a ser difícil, não tanto por ter o PSD prometido o que não podia mas por ser incapaz de fazer o que era preciso e por necessitar da companhia pouco recomendável do CDS.

Durão Barroso quando disse que, enquanto houvesse pensões de miséria, não seria construído o aeroporto da Ota, limitou-se a dizer que cancelava o aeroporto e as pessoas julgaram que ia alterar as pensões. Quando afirmou que ia acabar com as listas de espera nos hospitais apenas pensou em fazer pagar as consultas e as pessoas julgaram que iam ser atendidas. Ao prometer fazer sair Portugal da cauda da Europa não foi a aproximação que prometeu mas o afastamento que vislumbrou preparando-se para ver passar a Grécia.

O ameaçador choque fiscal não passou de ligeiro encontrão. As reformas prometidas confinaram-se às concedidas pela Caixa de Aposentações.

Só a co-incineração foi parada. Os lixos puderam crescer descansados.

O Benfica e a Conferência Episcopal, o Dr. Balsemão e o Eng.º Belmiro, a Associação Nacional de Farmácias e as empresas de construção civil, os autarcas das maiores cidades e os presidentes de junta dos mais obscuros meios rurais, o Prof. Cavaco e o Prof. Freitas, o urânio empobrecido e a ponte de Entre os Rios, a alcoolemia e as eleições autárquicas, a meningite e o Prof. Marcelo, tudo e todos apostaram numa maioria absoluta do PSD a que se juntaram os independentes do costume, ávidos de se sentarem à mesa do orçamento. Sabemos hoje a desolação que tiveram ao verem-se reféns do Dr. Portas (Paulo) que construiu a desforra de feira em feira, a pulso e rancor, enquanto o Dr. Monteiro fazia campanha pelo inimigo e o Dr. Santana Lopes reconhecia Durão Barroso como grande líder.

Nunca tantos esperaram tanto de quem prometia tão pouco.

Dois anos após, Durão Barroso, incapaz de remodelar o Governo, incompetente para resolver os problemas do país, endossou-os a quem só podia agravá-los. Eis como Santana Lopes, experiente em jogos de televisão com a cadeira do poder se encontrou de repente sem saber como ocupar tal cadeira.

Bastaram quatro meses para tudo o que podia correr mal corresse efectivamente mal e da pior maneira.

Santana Lopes e Paulo Portas foram os coveiros da esperança e os artífices do pior Governo que, desde a ditadura de Pimenta de Castro, Portugal tinha suportado. Só assim o Dr. Durão Barroso conseguiu quem fizesse pior do que ele próprio.

É com esta herança trágica que o País espera que o Eng. Sócrates possa fazer renascer a esperança. Comentários: (3) Posted by carlos_esperanca at 01:21 AM

Cumprir o sonho de Sá Carneiro Seria uma saborosa ironia do destino que o PS cumprisse finalmente o sonho de Sá Carneiro – um Governo, uma Maioria e um Presidente. Espera-se que José Sócrates comece a concretizá-lo, tornando realidade a obsessão de Santana Lopes e do seu PPD/PSD . Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 07:04 PM

Confesso que estou surpreendido

O que se tem passado desde há quatro meses em Portugal vai ser certamente muito complicado de relatar pelos historiadores. A realidade cada vez mais se parece com o filme “Good by Lennine” ou melhor ainda, esta história é quase decalcada da paródia portuguesa, “Adeus Lorrenine” que as produções fictícias criaram. Nesse mundo imaginário uma senhora dependente de calmantes engana-se na quantidade de comprimidos a tomar e fica 30 dias fora do mundo. Ao acordar o marido conta-lhe que Santana Lopes é Primeiro Ministro e que Durão Barroso vai para Presidente da Comissão Europeia. A senhora que sempre duvidou das capacidades intelectuais do marido, interna-o de imediato, por manifesta loucura. Na continuação da história, agora da minha autoria, o pobre homem é metido numa camisa de forças e é realmente internado. Isolado do mundo, só lhe é permitido ver televisão. Inconformado e revoltado com a sua situação procura explicar aos seus colegas de hospício que não está louco. Todos lhe respondem da mesma maneira: eu também não!

O pobre homem assiste impotente à tomada de posse do Governo. A televisão está sem som, e mostra-lhe um Primeiro Ministro lutando com um conjunto de papéis que vai desfolhando às duas e três folhas de cada vez, ficando cada vez mais aflito com a confusão daquela papelada. Por trás, os futuros ministros perfilam-se aguardando a sua vez de tomarem posse. Quando chega a vez do ministro Paulo Portas tomar posse o candidato faz uma careta como se tivesse tido uma enorme surpresa. Saiu rapidamente da sala, começando a pensar que louco não estaria, mas talvez descansar uma temporada não lhe fizesse mal.

De vez enquanto foi dando uma vista de olhos à televisão sempre procurando saber o que se passa com os responsáveis da sua situação. Um dia viu o Conselho de Ministros reunido em Coimbra, outro dia em Bragança. Quando os viu todos juntos num barco com bonés de marujos na cabeça, não resistiu e aumentou o volume da televisão. Só pôde ouvir o Primeiro Ministro dizer: “ e ninguém enjoou”. Era tudo muito estranho, talvez a mulher tivesse um pouco de razão sobre o seu estado de saúde.

No seu isolamento o tempo passou devagar, mas como era verão procurava gozar o sol e descansar, aguardando o dia em que alguém percebesse que realmente não estava louco.

No princípio de Setembro devido ao seu comportamento normal, antevê a sua saída lá para o dia 15. É uma altura boa porque começam as aulas e poderá levar os netos à escola. É prometido pelo Director que sairá no dia do início das aulas. Na data marcada é-lhe comunicado que as aulas não começaram. Três vezes fez a pergunta e três vezes lhe disseram não, e só lá para o fim do mês o deixaram realmente sair.

Na ânsia de retomar o contacto com a realidade procura ler os jornais, ver muita televisão. Repara em tudo e rapidamente percebe que o que um membro do Governo diz num dia, é posto em causa no dia seguinte, ou mesmo no mesmo dia. Ao Domingo, pelo menos tem o Professor Marcelo que fala de uma forma engraçada e que se entende. Faz muita companhia.

Mantém guardadas a sete chaves as incoerências e faltas de sentido do que vai ouvindo, porque o seu estado de declarada loucura ainda é recente. Pensa com os seus botões: “mas será que sou só eu que vejo estas coisas?”.

Calado, viu o Bush ganhar as eleições, chefes de gabinetes a mudar, Secretários de Estado a serem substituídos, o Prof. Marcelo a bater com a porta, avisos aos jornalista,. eu sei lá mais o quê!. Ouviu histórias de incubadores e bebés, irmãos maus infanticidas, promessas de governar o país até 2014, Secretarias de Estado a nascerem no país como cogumelos e outras histórias de encantar.

Num Domingo, um ministro demitiu-se e disse pelas suas palavras o que ele vinha a pensar há tanto tempo. Passados dois dias o Presidente da Republica anunciou o início do processo de dissolução da Assembleia da Republica. Na sua cabeça tudo parecia lógico, normal. Finalmente todos sentiam o que ele sentia.

Foi falar com a mulher dizendo: “Vês!”.

Nessa noite sentia-se calmo e seguro quando viu o Presidente da Comissão Europeia (afinal o responsável por todo este processo) dizer com ar de serafim:

- “Não compete ao Presidente falar sobre os problemas internos dos países, mas confesso que estou surpreendido com a situação actual”.

O nosso homem, olhou para a mulher, desligou a televisão e ligou para o hospício, perguntando:

-“Por acaso têm alguma vaga?” - Majestade, o que é a hipocrisia? Perguntou o jovem príncipe

- É o vício pelo qual se manifesta uma piedade, virtude ou sentimento que não se tem.

- Obrigado meu pai, pensava que era só falsidade.

Olho de vidro para o responsável situação, Durão Barroso.

Comentários: (2) Posted by ptrincao at 07:04 PM

Desorientação Após a dissolução da Assembleia da República, Vítor Cruz, em nome do PSD, diz que o partido acata a decisão, querendo dizer que as peixeiradas terminam pois o PSD não pode deixar de acatá-la. No entanto, logo a seguir, foi o que se viu...

Depois é Dias Loureiro a dizer que o Presidente da República não é adversário do PSD que, aliás, andou com o partido ao colo e com o seu inimaginável líder Santana Lopes.

Imediatamente, os almocreves do santanismo e o próprio desataram, de cabeça perdida, numa demente e enraivecida sessão de insultos ao PR que não se sabe até onde vai nem quando termina.

Não admira que Vital Moreira dê hoje o mais feliz exemplo de oxímoro – Pedro Santana Lopes, no Causa Nossa. Nem mais.

Vale a pena a transcrição integral:

A notícia de que, em reacção à comunicação do Presidente da República sobre os motivos da dissolução da AR e da convocação de eleições, Santana Lopes encarou a ideia de abandono de funções -- acto inconstitucional de indizível gravidade --, tendo sido preciso refreá-lo nesse intento, mostra que o ainda primeiro-ministro não preenche os requisitos mínimos para um governante, a começar pelo respeito das instituições e a acabar na estabilidade emocional. Ligar a noção de governante a Santana Lopes é uma contradição nos termos.

Se dúvidas houvesse antes sobre as razões presidenciais, esta reacção de Santana Lopes encarregar-se-ai de as dissipar. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 02:22 PM

António Guterres Alertado por Vital Moreira, no blogue Causa Nossa, li da entrevista que António Guterres deu à Capital, apenas a parte que se encontra online. Infelizmente o diário «A Capital» tem uma má e insuficiente distribuição em Coimbra e não consegui o acesso ao texto integral.

Vale, todavia, a pena ler o que sobre a situação internacional e a reforma das Nações Unidas diz um dos mais lúcidos e profundos pensadores políticos do nosso tempo.

Só por isso, e nem precisava de tratar-se de um dos mais influentes e didácticos blogues portugueses, vale a pena procurar o Causa Nossa.

Apostila – Não podemos perder de vista os ataques concertados às Nações Unidas, a pretexto de um deplorável e inadmissível caso de corrupção, vindos dos meios mais reaccionários dos EUA. A alternativa à ONU é o poder solitário dos EUA e o caos internacional. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 12:30 AM

Jornalista condenado a pena suspensa Manso Preto, jornalista do «Expresso» foi condenado a 11 meses de prisão com pena suspensa. Num país habituado à delação, durante meio século, trinta anos de democracia é tempo insuficiente para se respeitar o sigilo profissional de um jornalista.

Surpreende que um tribunal pretenda que um jornalista viole o seu código ético para ajudar uma investigação para a qual, pelos vistos, se revelaram incompetentes as autoridades «competentes».

Modestamente, aqui no VERITAS, presto homenagem ao jornalista Manso Preto. Espero que a plêiade de jornalistas que honram a profissão saibam defender-se e defender-nos da ofensiva que desenvolveram o defunto governo de Santana Lopes, alguns patrões da comunicação social e vários interesses económicos, para cercear o direito a uma informação livre e isenta. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 09:46 PM

Funeral de Estado Santana e Portas Enterram Coligação e Declaram Guerra a Sampaio

(Título de caixa alta do «Público») Governo Demissionário Passa a Ser de Gestão/ Líder do PP Acusa Presidente de Ter Dissolvido Parlamento por Pressões da Banca/ Direcções dos Partidos da Coligação Definem Estratégia para Candidaturas Separadas/ Sócrates Lamenta Instabilidade (Notícia de primeira página, a quatro colunas, tendo por baixo uma foto do Governo, alinhado, enquanto Santana Lopes passa pela frente em pose de quem acaba de apresentar pêsames). Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 07:15 PM

Tragédia

«Desabou sobre o mundo uma enorme tragédia que foi o desaparecimento da União Soviética».

Domingos Abrantes - «Expresso», 11-12-2004

Como é que coisas tão graves se passam à nossa volta sem entrarmos em pânico? Comentários: (3) Posted by carlos_esperanca at 06:44 PM

Conselho de Ministros Extraordinário

Desta vez, o divórcio por mútuo consentimento, entre os dois partidos da coligação, consumou-se na própria sede do Conselho de Ministros, ao contrário da vocação nómada que Santana Lopes exoticamente tinha imprimido às reuniões ministeriais.

Parece já decidido que os dois partidos concorrem separados às próximas eleições. Antes de afiarem as facas com que vão digladiar-se, ainda vão manter-se unidos nos ataques ao PR e aos partidos de Esquerda.

Santana Lopes falará dentro de momentos ao País para anunciar a demissão. Ainda ontem Vítor Cruz, porta-voz do PSD, dizia que o partido ia respeitar a decisão do PR, o que revelou falta de fibra para responder às acusações.

Vinte e quatro horas é muito para Santana Lopes manter a mesma posição. Ou só hoje se deu conta do desprestígio em que se encontrava e da posição caricata que mantinha. Comentários: (1) Posted by carlos_esperanca at 09:21 PM

Sampaio e a dissolução da A. R. Contrariamente ao que muitos comentadores afirmam, creio que Jorge Sampaio não poderia ter ido mais longe no anúncio das razões que o levam a dissolver a Assembleia da República. Ir além do que disse era entrar na campanha eleitoral com ataques demolidores à coligação e ao primeiro-ministro substituto que, em teoria, dirigia o Governo. Não é esse o seu papel.

Nem o truculento ministro Morais Sarmento, nem o arruaceiro líder parlamentar do PSD, Guilherme Silva, nem os jovens reaccionários do CDS têm dúvidas quanto ao péssimo Governo de Durão Barroso que os portugueses são chamados a julgar em 20 de Fevereiro de 2005, bem como à maioria que o sustentou. Claro que a incompetência de um Governo com maioria parlamentar estável não é razão para o fazer cair. Mas, neste caso, caiu um Governo sem legitimidade política, formalmente dirigido por quem não tinha o mínimo perfil para tais funções, enredado num conjunto de trapalhadas que só ameaçava agravar. É este Governo de três anos, que envolveu Portugal na invasão do Iraque, que vai ser julgado.

Não cabe ao PR denunciar um primeiro-ministro que preferia um casamento a uma tomada de posse de secretários de Estado, que desdizia o que os ministros acabavam de dizer, que alterava as decisões recém tomadas, que levou a mesma incompetência e leviandade com que geriu a secretaria de Estado da Cultura, a Câmara da Figueira da Foz ou a de Lisboa para o Governo de Portugal.

Essa denúncia cabe aos partidos políticos. O ónus de reincidirem em semelhante personagem cabe aos partidos da maioria. A responsabilidade pelo futuro de Portugal está de novo nas mãos dos portugueses, num rectângulo de papel à espera de uma cruz no próximo dia 20 de Fevereiro. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 06:48 PM

Cidades e vilas Para satisfação da vaidade autóctone e exaltação do provincianismo, a mercearia legislativa da Assembleia da República vai aprovando ciclicamente a elevação de aldeias a vilas e destas a cidades. Ontem na rifa saíram mais 15 novas vilas e 9 cidades. É a apoteose da prosápia bairrista.

Mais valera, de uma vez por todas, que se legislasse no sentido de abolir as aldeias e vilas, passando todos as povoações à categoria de cidades. Daí não vem mal ao mundo. Como não viria da elevação das ruas a avenidas e dos largos a praças. Mais difícil é fazer de Portugal uma superpotência ou, ao menos, um país razoável.

Grave é consentir na irracionalidade das áreas metropolitanas desenhadas ao sabor dos interesses dos caciques locais e das rivalidades regionais. Grave é não cumprir a Constituição no que diz respeito à regionalização, partindo das cinco Regiões-plano e esquecer aquele mapa que me levou a votar «Não» no referendo em que o PS se deixou enredar.

Grave é multiplicar o número de autarquias, duplicar funções entre juntas de freguesia e municípios, para discutir a contabilidade partidária em noite de eleições autárquicas. Nos últimos anos o número de assessores e vereadores a tempo inteiro aumentou vertiginosamente em concelhos donde a população desaparece a ritmo alucinante.

Com o PS vamos ter novos concelhos, aumento do número de freguesias, violações das normas legais para calar Fátima ou Canas de Senhorim? Já alguém fez as contas de quanto custa este regabofe administrativo, sem benefícios para o País?

E quantas vidas custaria a eliminação de concelhos que já não têm razão de ser? Comentários: (1) Posted by carlos_esperanca at 05:15 PM

Morais Sarmento – almocreve de Santana Lopes Em entrevista ao «Diário Económico», com a delicadeza com que um elefante atravessa uma loja de cristais, Morais Sarmento acusa o Presidente da República de «imaturidade democrática» ao decidir dissolver a A.R. – revela a T.S.F..

Numa linguagem um pouco mais comedida do que a usada para com Marques Mendes no último congresso do PSD, Morais Sarmento, o ministro que liderou a tentativa de organizar uma central de intoxicação informativa, ainda acusou o PR de ter decidido numa lógica de «caudilho».

Todavia, terminou dizendo que «o Governo vai respeitar a decisão do presidente, manifestar discordância e ser responsável até ao fim».

Congratulando-me pela promessa de ser um governo responsável até ao fim, com pena de que o não tenha sido até agora, é altura de perguntar:

- Que outra alternativa restava ao Governo senão respeitar a decisão do Presidente?

- Quiçá, passou-lhe pela cabeça, tendo-a, algum golpe militar?

Há afirmações, totalmente gratuitas e irresponsáveis, dignas do lugar-tenente de Santana Lopes. Comentários: (5) Posted by carlos_esperanca at 06:13 PM

Negócio da EDP chumbado por Bruxelas A Comissão Europeia, presidida por José Manuel Barroso, acaba de vetar a compra da Gás de Portugal pela EDP e pela ENI, negócio gizado e conduzido pelo Governo presidido por Durão Barroso.

O negócio foi dirigido com total amadorismo, sem previsão de um possível veto que veio a confirmar-se. A incompetência e incúria prolongaram-se no curto e desastrado consulado do seu substituto Santana Lopes. O dossiê nunca foi convenientemente acompanhado em Bruxelas, os interesses portugueses não foram acautelados e desconhece-se o que pretenderia fazer, face a esta decisão, o Governo que se encontra em fase terminal.

A Comissão Europeia justificou o veto da compra com o reforço das posições já dominantes da EDP e da Gás de Portugal. O ministro responsável limita-se a dizer que não concorda com a decisão, depois de terem sido descurados os interesses portugueses por um Governo de dois primeiros-ministros de triste memória. Cabe ao próximo Executivo, saído das eleições antecipadas, tentar limitar os danos económicos da derrota política acabada de sofrer.

É o próprio ministro Álvaro Barreto quem afirma que o Governo não tem qualquer iniciativa preparada, para fazer face ao fracasso. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 05:43 PM

Pedro Santana Lopes no seu melhor Dizer mal do Governo, ainda em funções, é de mau gosto pelo respeito que merecem os cadáveres. O mesmo não se aplica às malfeitorias em que persiste e ao ambiente pantanoso que o ainda primeiro-ministro vai agravando com a cumplicidade de indefectíveis cortesãos que almejam lugar nas listas de deputados ou nos executivos municipais.

O primeiro-ministro que não reage à acusação de falta de lealdade e de verdade, feita por um ministro que se demite quatro dias após a posse, que autoridade lhe sobra para a campanha difamatória do Presidente da República (PR), numa tentativa de vitimização que faça esquecer as trapalhadas, incoerências e completa inaptidão para as funções que o seu antecessor lhe endossou com a complacência do PR?

Santana Lopes (PSL) confundiu o lugar de governante com um emprego por conta de outrem. Falta a um jantar com Joaquim Chissano enquanto vai à Moda Lisboa, adia a posse de secretários de Estado para não perder um casamento, recita o monólogo da incubadora em vez de falar de projectos para o país.

Não está para fazer horas extraordinárias. É por isso que se encarniça a contestar o despedimento com justa causa, com uma sanha virulenta. Exibe uma espécie de direito sindical contra o PR a quem acusa de ter prometido «três vezes, no princípio, no meio e no fim de uma entrevista» que não o despediria. E, pior, num acto pusilânime, ameaça ter muito mais para contar, em tom de chantagem e com um sentido de Estado ao nível de um almocreve.

Seria gravíssima a dúvida sobre qual dos dois, PSL ou o PR, teria mentido, se não se conhecesse suficientemente bem um e o outro. Aliás, um dos numerosos assessores de PSL já veio confirmar que ele sabe as razões do despedimento. Só não se percebe a surpresa. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 02:29 AM

O PSD e o PR O PSD anda para aí armado em vítima, enquanto, à sorrelfa, Paulo Portas enche o SIS com gente da sua confiança e o primeiro-ministro afirma não fazer ideia dos motivos que levam Jorge Sampaio a convocar eleições.

Quem, numa entrevista, pergunta ao PR, três vezes, «no princípio, no meio e no fim», se dava posse ao ministro que iria substituir o que se demitira quatro dias após a posse, chamando-lhe desleal e incompetente, por que razão se coibiria de perguntar-lhe o motivo da convocação de eleições antecipadas?

O espectáculo que está a ser montado para substituir o «Auto da Incubadora» é pífio, vergonhoso e à altura do encenador. Os ventríloquos do santanismo andam à solta a insultar o PR; os fiéis e os dependentes entraram em delírio e incontinência verbal.

Foi penoso ver o Dr. Guilherme Silva, educado na esmerada escola de civismo da Madeira, discípulo de Alberto João Jardim, a dar lições de democracia na Assembleia da República. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 11:38 PM

Parabéns a Mário Soares Não é a idade que agiganta os homens, é a capacidade de se anteciparem à história.

Estive quase sempre em desacordo com Mário Soares e quase sempre me enganei. O suplemento de esperança que transmite este octogenário é o lenitivo para a apagada e vil tristeza dos dias que correm, neste crepúsculo moral em que a Pátria parece afundar-se..

Parabéns Presidente Mário Soares. O epíteto de Presidente ficará sempre bem a este homem que alia uma enorme sagacidade a um incorrigível optimismo.

Até parece que quando aparenta estar fora da realidade é esta que acaba por se alterar, para se submeter ao homem.

O País deve-lhe muito, mas a sua coragem física e intelectual continua a ser um estímulo para combatermos os oportunistas e reaccionários que querem confiscar o aparelho de Estado.

VERITAS deseja a Mário Soares as maiores felicidade e apresenta-lhe o testemunho da sua admiração, neste dia do seu 80.º aniversário. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 06:46 PM

Ele há coisas Terça-feira dia 30 de Novembro, parecia um dia qualquer, igual a tantos outros. De manhã chovia um pouco e o dia estava triste e cinzento. Como faço todas as manhãs, antes de sair de casa, vou à caixa de correio retirar a correspondência. Normalmente levo o Diário de Coimbra para o carro e durante o dia leio-o quando tenho tempo. Nesse dia o jornal não estava no seu local do costume, fruto de uma distribuição da correspondência um pouco mais atrasada do que é habitual. Nada de grave.

Por vezes é à terça-feira que escrevo o “Rei vai nu” (que é publicado à quarta-feira) o que confesso, me angústia sempre um pouco, obrigando-me a prometer a mim próprio que, na semana seguinte, irei escrever o artigo dois dias antes da data limite...

A semana fiquei bastante impressionado com o espectáculo da governação em Portugal. O comportamento de tanta gente era tão bizarro que o “Inimigo Público”, que à sexta-feira nos relata o melhor da semana, se arriscava a ser promovido a Diário da República, por se aproximar tanto da realidade. Na madrugada de sábado o programa “Eixo do mal” terminava com a seguinte frase “...em princípio no decurso da última hora, não caiu nenhum ministro”...

Era natural escolher esta tragicomédia lusitana para tema do “Rei vai nu”. A forma despudorada como o último ministro a demitir-se se tinha referido ao seu velho amigo (ocasionalmente primeiro ministro) fez surgir na minha cabeça a velha máxima “com amigos assim, quem precisa de inimigos”. Estava encontrado o título do capítulo 42.

A minha previsão de que o Governo não poderia durar muito, que o Presidente da República deveria impedir este estado de coisas, veio juntar-se ao que tantos portugueses pensavam sobre o assunto, e por isso, não teve nada de original.

Só no final do dia regressei a casa muito feliz com as novidades que, ao final da tarde, nos fizeram outra vez sentir que afinal talvez ainda valha a pena viver em Portugal.

Retirei o meu Diário de Coimbra da caixa do correio. Tive alguma dificuldade em desfolhá-lo porque estava encharcado. Qual não é o meu espanto quando vejo na página 10 um artigo com o título do meu texto (que deveria sair no dia seguinte). Ao princípio o título pareceu-me exactamente igual, mas uma análise mais atenta fez-me perceber que Miguel Coleta, o autor do texto, o denominou “Com amigos destes” enquanto o meu seria “Com amigos assim”. Ele há coisas...

Só outro milagre faria com que os conteúdos fossem semelhantes, ou no mínimo apontassem para um fio de pensamento com a mesma orientação. Não o são realmente. Miguel Coleta o mais longe que vai não sua análise crítica é constatar que “Se é certo que o Governo não tem sido feliz na imagem que projecta de si mesmo não é menos verdade que uma análise da sua acção concreta revela uma imagem bem diferente daquela que é projectada”. Concordo inteiramente com a afirmação, a imagem real é bem diferente da projecção: não é infeliz, é péssima. Concordo eu e a maioria dos portugueses, e melhor do que tudo, concorda (finalmente) o Presidente da República.

Quanto à natureza dos amigos ministros do primeiro-ministro, a muita gente deve ter ocorrido o dito popular: “ com amigos (destes, assim, como estes, etc.).

De qualquer forma é a mim que me compete explicar que não sabia que o título do artigo já estava a ser utilizado, apresentando por isso as minhas desculpas.

E assim perdi a sorte que me estava reservada num dia de coincidências, não utilizando essa magia que pairava no ar, para jogar no totoloto, mas a dissolução do Governo já foi um bom prémio para os portugueses.

Olho vivo para o Presidente da República que passa a ser o primeiro português a ganhar em duas semanas consecutivas um olho de vidro e um vivo. Bolas... -Majestade, como é que um Governo se dissolve, disse o Bôbo, fazendo uma pirueta?

-Os verdadeiros caem, os assim-assim, só com benzina (isto diz o Eça) mas em água, não tinha visto... disse o Rei

-São as chuvas ácidas, majestades disseram os físicos (que procuram na corte fundos para o ano mundial da Física)

-É o sinal dos tempos, pensou o Rei, olhando para o vazio. Comentários: (0) Posted by ptrincao at 06:28 PM

Santana tem mau perder Santana Lopes está desesperado. O projecto populista está desfeito e a coligação já está mais nas mãos de Paulo Portas do que nas suas. Talvez por isso, enganou-se no sítio e fez na Assembleia da República um vibrante comício.

Os portugueses esperam dele que, em vez do Conselho de Ministros ambulante, decida levar a todos os distritos uma companhia de teatro para representar o «Auto da Incubadora». Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 12:38 AM

Aonde chegou o PSD Ao indigitar Santana Lopes para primeiro-ministro, quando da fuga de Durão Barroso, o PSD revelou que preza mais o poder do que os interesses do País. Então, foi o pânico de perder as sinecuras que levou os que nunca o deixaram ser presidente do partido a entronizá-lo como homem de Estado, perfil a que é completamente alheio.

Mas o que faz correr agora os indefectíveis santanistas depois das provas dadas, da errática condução dos negócios de Estado, do comportamento pusilânime que o leva a revelar pretensas conversas com o Presidente da República e a ameaçar «e eu ainda não disse metade»?

Não é o facto dos accionistas (Comissão Política do PSD) terem nomeado para administrador de falências o gerente que levou a Empresa à bancarrota que mais me repugna. É a falta de ética de quem é capaz de reincidir numa pessoa que se comporta com tal leviandade, apenas para garantir o lugar de deputado ou a indigitação para uma Câmara Municipal onde já nem os indefectíveis cabem. É esta frivolidade que dá relevância a quaisquer palavras que profira Cavaco e Silva, regressado das profundezas de Boliqueime, para preparar a sua campanha presidencial. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 09:08 PM

Portas & Santana Há quem veja na eventual coligação eleitoral Santana/Portas uma irreprimível tendência para o haraquiri, única forma de lavarem a desonra que foi a sua governação. Mas, anunciar a morte de dois actores demasiado perigosos para o processo democrático e excessivamente funestos para a gestão dos negócios do Estado, é ainda prematuro.

Se, há seis meses, alguém dissesse que Santana Lopes podia ser primeiro-ministro de Portugal não era levado a sério, apesar do precedente da desastrosa experiência de Durão Barroso e da perigosa relevância que o ministro Paulo Portas tinha assumido nas Forças Armadas e, por interpostas pessoas, nas forças policiais.

Portas sobreviveu às tropelias da ministra Celeste Cardona, à tentativa conseguida de infiltrar agentes políticos do CDS nas forças policiais, à gestão política da Polícia Judiciária, às suas próprias trapalhadas com o fisco, ao passado como director do semanário «O Independente» e gestor da arruinada Amostra. Nem a inenarrável secretária de Estado Mariana Cascais lhe fez mossa. Portas não é um governante, é um agente infiltrado no aparelho de Estado com um projecto autoritário, populista e reaccionário.

Santana Lopes é o que há de mais desajustado ao perfil de primeiro-ministro. Um homem capaz de adiar a posse de secretários de Estado para não se privar de um casamento, capaz de faltar a um dever de Estado por causa de um acontecimento mundano, é capaz de tudo menos de governar.

Alguém acredita que perguntou «três (3) vezes» ao Presidente da República,«no princípio, no meio e no fim de uma audiência», se não o demitia, e que tivesse obtido garantias de o manter à frente de um Governo que se desfazia e que ninguém já suportava?

Pois é este actor, que aguarda um casamento de conveniência pré-eleitoral com Paulo Portas, que vai armar-se em vítima e degradar ainda mais o ambiente político. A derrota tem de ser do tamanho da sua ambição. Doutro modo, se o PS não tiver maioria absoluta, haverá na Assembleia da República o que de pior tem a Direita populista e reaccionária – os homens de mão de Santana Lopes e Paulo Portas, num ataque constante ao que resta das conquistas de Abril e à Constituição da República. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 10:08 PM

O hino do PSD (...)

«Santana Lopes é a voz/ na vanguarda do futuro/ de norte a sul/ de todos nós».

(...)

Comentário: Ou muito me engano ou a música e a letra vão ser substituídas em breve. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 11:15 PM

Pedro Santana Lopes O Conselho Nacional do PSD acaba de indigitar Pedro Santana Lopes (PSL) como candidato a primeiro-ministro nas próximas eleições legislativas, com 93 votos a favor, 6 contra e 1 abstenção.

Depois destes quatro meses de Governo o PSD mostra que adora PSL ou que detesta o País ou ambas as coisas.

Apenas pretende que as eleições não coincidam com o Carnaval, talvez para evitar as piadas fáceis com o desempenho político do bem-amado líder.

Apostila – Afinal as eleições legislativas disputam-se em torno de potenciais candidatos a primeiro-ministro, contrariamente à argumentação da defunta maioria que reivindicou em Julho legitimidade política para a nomeação de PSL. Sobrou-lhe em descaramento o que lhe minguou em competência. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 10:38 PM

Viva a União Europeia O «Sim» do PS francês à Constituição Europeia é uma boa notícia para todos os que a desejam e defendem o reforço da coesão social. A Constituição, contrariamente ao que proclamam os seus adversários, não impede o aprofundamento da democracia nas suas várias vertentes: económica, social e política.

Pessoalmente, nutro um grande cepticismo quanto à unanimidade dos 25 países em relação à sua aprovação, desconfiado dos referendos portugueses, em que se vota contra o que não está em causa e se esquece e despreza a razão da consulta, mas desejo intensamente a vitória da Constituição.

Para já, os 59% de votos expressos pelos militantes do PS francês são de bom augúrio para uma luta em que a extrema direita xenófoba vai juntar os seus votos com os de respeitáveis cidadãos que não se conformam com o facto de o bom ser inimigo do óptimo. A melhor Esquerda arrisca-se a votar com a pior Direita.

A Carta de Direitos Fundamentais é a garantia de que o tratado contempla as aspirações mais profundas dos cidadãos. Contrariamente ao que dizem os detractores, nenhum outro documento político tem sido tão ampla e profundamente divulgado e discutido. À vocação portuguesa «orgulhosamente sós» não interessa que Portugal seja dos países que mais tem a perder com o «Não» à Constituição europeia.

É na Europa que Portugal se cumpre e, quanto mais se aprofundar a União Europeia, menos riscos correm os portugueses de se isolarem e dependerem de Madrid. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 05:32 PM

Pinto da Costa e o «Apito Dourado» O «Público» de hoje titula a quatro colunas, a vermelho, em letras maiúsculas e garrafais:

«PINTO DA COSTA SÓ NÃO FOI DETIDO POR SE ENCONTRAR EM ESPANHA».

Pode, todavia, acontecer que Pinto da Costa só se encontrava em Espanha porque podia ser detido. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 04:35 PM

Paulo Portas já está em campanha eleitoral O antigo director do Independente, mestre na arte da intriga e do disfarce, com particular apetência pelas forças da «ordem» e, em especial, pelo controlo das mais discretas (secretas) já começou a campanha eleitoral.

Usa três argumentos:

- A responsabilidade do PSD em não querer coligação pré-eleitoral;

- O referencial de estabilidade e sentido de Estado que era ele próprio;

- A qualidade dos ministros do CDS/PP

Vamos por partes:

1 – Não é só o PSD que detesta o CDS/PP de Paulo Portas, é uma alergia que percorre o campo democrático de Freitas do Amaral e Marques Mendes a Mário Soares e Ferro Rodrigues, por exemplo;

2 – Esqueceu rapidamente as trapalhadas da Moderna e os problemas fiscais em que se envolveu. Pensa que a gestão danosa da Amostra está esquecida e que só o facto de o crime ser semi-público, e os sócios se não queixarem, o absolveu. Esses sócios foram depois integrar o seu gabinete ministerial;

3 – Celeste Cardona e ele próprio foram ministros do CDS e o prestígio de alguns outros deve-se mais à estratégia política de combater o PSD do que aos méritos dos que conseguiu colocar no aparelho de Estado para relançar o partido e adquirir poder.

Talvez a Senhora de Fátima não lhe seja tão dedicada nas próximas eleições como o foi na maré negra do petroleiro Prestige. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 07:26 PM

Com amigos assim (artigo escrito duas horas antes da grande notícia...) Durante o fim de semana caiu mais um ministro. Este facto já não é notícia, porque neste Outono os membros do governo caem um a um, amarelos de agonia, como as folhas dos plátanos da avenida.

O governo parece acompanhar o ritmo da natureza, está triste e cinzento arrastando-se até a um Inverno que todos esperam a qualquer momento. As aventuras da governação sucedessem-se ao ritmo necessário para competirem em audiência com as várias “quintas”. Nada parece já espantar os portugueses.

O conhecimento que a maioria das pessoas têm de quem as governa é escasso.

Quem é capaz de dizer rapidamente o nome dos ministérios?

Dá-se um doce a quem souber o nome dos ministros!

Eu confesso que só conheço alguns, normalmente ligados a alguma “gaffe” importante.

Quando me começava a convencer que nada já me poderia espantar, sou surpreendido com o pedido de demissão dominical de Henrique Chaves.

Guardava uma recordação muito positiva deste senhor quando o ouvi defender Pedro Santana Lopes na fase em que o país esperava que o Presidente da República fizesse o que (a realidade actual prova-o) era mais lógico, dissolver a assembleia. A forma quente, empenhada e amiga com que defendeu o actual primeiro ministro, dos ataques mordazes do coordenador daquele telejornal, fez-me pensar como é importante a confiança pessoal aliada à partilha de ideais políticos (esta história não afectou em nada o que penso sobre este assunto, apesar de me fazer lembrar o famoso dito popular: “ na melhor toalha cai a nódoa”).

Retomando a narração, Henrique Chaves aparecia assim aos olhos da opinião pública como um fiel “escudeiro” que ajudaria o seu amigo e companheiro a salvar a Pátria que se encontrava à deriva, porque outra Pátria ainda maior, a Europa, precisou de ser igualmente salva. Com elevado sentido europeu avançou da Lusitânia o Sr. Durão Barroso, que devido à dificuldade reconhecida dos outros povos a prenunciaram em condições o “ão”, deixou cair o Durão passando a ser somente Barroso.

Foi sem surpresa que Henrique Chaves foi nomeado ministro em colaboração muito estreita com o primeiro.

Passaram-se alguns meses e efectivamente a sua presença na sociedade portuguesa era discreta o que normalmente até é bom sinal. Qual não é o meu espanto que nas “nomeações” da semana aparece indicado para sair da casa. Acabou por não deixar de ser ministro mas, “porque já tinha muitas competências” foi nomeado Ministro do Desporto e Juventude, que não me perguntem porquê, é considerado um cargo menor dentro de estranha hierarquia do poder. Tomou posse com cara de poucos amigos, facto em que só notei ao voltar a ver as imagens (que foram repetidas depois da sua demissão). Demitiu-se quatro dias depois sem sequer os seus secretários de estado tomarem posse.

Dentro da loucura onde vivemos, tudo isto é normal.

O que realmente me espantou foi fazer acompanhar a sua demissão de um comunicado onde explica as razões que o levaram a tomar esta atitude. De entre os vários aspectos apresentados realço as afirmações sobre as capacidades de liderança do primeiro ministro e sobre a falta de lealdade.

Que a escolha dos ministros possa ser errada é normal, agora que um ex ministro descubra em quatro meses o que não descobriu numa vida e venha por em causa na praça pública a lealdade das suas relações, parece-me demais!

Nesta fotografia “à la minute” ficam os dois mal e fica mal o país!

Quem nos garante que aquilo que Henrique Chaves nos disse não é verdade? E se for mentira com que critério o primeiro ministro escolheu os seus ministros? - Majestade não sei a quem devemos atribuir o olho de vidro, disse o ministro do reino

- A coisa não está fácil real ministro, nada fácil. Dai-me meu espelho. O rei ao ver sua cara reflectida no dito, exclamou:

- Já sei! o olho de vidro vai para o presidente da república que não soube perceber a situação!

Assim foi feito. (A história ainda hoje não sabe explicar como é que o rei atribuiu o olho de vidro ao presidente muito antes de haver república )

Comentários: (0) Posted by ptrincao at 06:55 PM

Notas soltas: Dezembro/2004 Política – O fiasco da dupla Santana Lopes/Paulo Portas interrompeu o projecto autoritário, populista e reaccionário em curso. A inépcia dos actores desiludiu o País, dividiu o PSD e fez perder a paciência ao P.R..

Eleições – O PSD bem pode lamentar-se do actual líder mas foi Durão Barroso o causador do descrédito do partido, da mediocridade do Governo e do disparate da solução que impôs para preparar a fuga.

Jorge Sampaio – A decisão de empossar em Julho um governo sem legitimidade política foi discutível mas pode ter poupado o país a uma desgraça de quatro anos para cuja vacina sobraram quatro meses.

António Borges – É um brilhante economista, liberal assumido, a quem sobeja ambição e falta experiência política. Cavaco e parte do PSD lançaram o seu nome contra Barroso. Perante o falhanço de então, reincidem agora para despedir Santana.

Apito Dourado – O silêncio, que ameaçava transformá-lo em «Apito Laranja», quebrou-se. O processo parece seguir agora o curso normal, com a presunção de inocência dos arguidos, até decisão final, como se exige num Estado de direito.

ONU – Os ataques orquestrados, após um lamentável e inadmissível caso de corrupção, visam destruir a sede da legitimidade internacional e impor o poder discricionário dos EUA. O descrédito da ONU é perigoso e o seu fim seria dramático.

Mário Soares – O vigor e lucidez do mais prestigiado político português do último meio século, tornam respeitada a sua voz quando denuncia a falta de rumo de um País à deriva.

Camarate – Na 8.ª comissão criada para o efeito, 7 dos 12 peritos concluíram que o avião que vitimou Sá Carneiro, em 1980, foi alvo de sabotagem. Anteriores comissões optaram sucessivamente por sabotagem e acidente. Que decidirá a próxima?

EDP – O chumbo da Comissão Europeia, presidida por José Manuel Barroso, à compra da Gás de Portugal pela EDP, é uma enorme derrota política, de graves efeitos económicos, ao frágil dossiê elaborado pelo Governo de Durão Barroso.

CDS – A facilidade com que esqueceu Celeste Cardona, a gozar uma sinecura na CGD, ou a inefável Mariana Cascais, permite o despudor de enaltecer os seus ministros incluindo o desastre de Bagão Félix nas Finanças.

Coligação PSD/CDS – A separação a prazo, por mútuo consentimento, apenas adia a expressão pública de sólidos rancores e ódios viscerais que dilaceram os partidos que a partilha do poder manteve unidos.

Carlos Fabião – Um dos mais distintos militares de Abril, ultrajado e esquecido, teve no dia 18 uma afectuosa e merecida homenagem e a Ordem da Liberdade, grau de grande Oficial, atribuída pelo P.R. com duas décadas de atraso.

Eurostat – O chumbo da cedência dos edifícios públicos, para mascarar o défice de 2004, não é apenas uma derrota para Bagão Félix e um vexame para o Governo, é a prova do malogro da prometida consolidação orçamental.

Défice – O Governo excedeu-se em oportunismo político, opacidade das decisões e desrespeito pelos portugueses nas manobras para a ocultação do défice e terminou com a desesperada reincidência no assalto ao fundo de pensões da CGD.

Iraque – Com a guerra e o caos a agravarem-se, as eleições anunciadas são uma fantochada que nada melhoram enquanto cresce a resignação com o provérbio árabe: «é melhor um século de tirania do que um dia de anarquia».

D. José Policarpo – O convite para o Vaticano honra um destacado prelado e premeia a negociação da concordata que privilegiou a Igreja católica e a beneficia em detrimento do Estado.

Desemprego – O drama agrava-se enquanto o futuro se adivinha cada vez mais sombrio, com a economia estagnada e o desespero a chegar a numerosas famílias e a atingir em cheio os portugueses jovens, sendo falsa a retoma anunciada.

Sudoeste asiático – O maior sismo dos últimos 40 anos levou a destruição e a dor a países pobres. Um número colossal de mortos, feridos, desaparecidos e desalojados é o resultado de uma tragédia que a fome e as doenças se encarregarão de ampliar.

Notas Soltas – Deseja a todos os seus leitores um feliz 2005. Não são apenas os votos canónicos que é mister apresentar, é um desejo profundo de que nunca mais se repita um ano tão mau como o que ora finda.

Monumento ao 25 de Abril em Almeida – Ou o sítio não é o ideal para o fim, ou o fim não é ideal para o sítio; ou o ideal para o sítio é outro fim, ou o ideal para o fim é sítio nenhum. Não percebo a posição actual do IPPAR. Será azar ao 25 de Abril? Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 12:11 AM

O Governo mente Acabo de ver o jornal da SIC-Notícias. Apareceu um senhor, director do Centro Regional de Segurança Social de Lisboa e Vale do Tejo, a garantir que as prestações de Abono de Família e os subsídio de desemprego tinham sido processados normalmente.

Deve ser um dos 18 directores que o Dr. Bagão Félix nomeou na companhia de mais 18 subdirectores na sequência da demissão por fax de 36, alguns nomeados pelo Governo de Cavaco Silva, quando passou pelo ministério da Segurança Social.

A verdade é que, quer os abonos de família, quer os subsídios de desemprego, às 22:00 do dia 30 ainda não se encontravam depositados na conta dos beneficiários. Fiz vários telefonemas que o confirmam e ouvi numerosos testemunhos televisivos no mesmo sentido.

Pior do que o desespero do imprevidente ministro Bagão Félix, useiro em expedientes saloios, é o recurso à mentira a que o seu ministério nos habituou - um péssimo comportamento de quem é temente a Deus e tanto cuidado parecia ter com o destino da alma. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 10:46 PM

Liberdade religiosa Há temas, ditos fracturantes, que muitos gostariam de silenciar. O aborto, a eutanásia e o casamento de homossexuais são os que mais crispam e apaixonam. E, no entanto, não podem ser ignorados nem perpetuamente adiadas as soluções legais.

A moral não é universal nem legitima a imposição de todas as normas e, muito menos, a punição pela sua violação. O divórcio, por exemplo, que é um mal, não pode ser proibido e só a intolerância religiosa e a cumplicidade da ditadura o limitou e, na prática, impediu, até ao regresso à democracia. O adultério é certamente iníquo e, no entanto, ninguém de são juízo se atreveria a propor uma punição legal, mas é bom lembrar que foi esse o crime que levou Camilo Castelo Branco ao cárcere.

Os que hoje se opõem à descriminalização do aborto são os mesmos que, já depois do 25 de Abril, não aceitavam que o risco de vida da mãe, as malformações fetais e a violação fossem motivos legítimos para a interrupção voluntária da gravidez, como se a lei impusesse a obrigação e não, apenas, consagrasse a permissão.

O mesmo acabará por acontecer com a eutanásia e com os casamentos dos homossexuais, cujo precedente existe em vários países europeus, apesar do terrorismo ideológico com que os adversários se opuseram. Convém repetir que é um direito que se consagra e não uma obrigação que se impõe.

O que surpreende nos adversários das alterações legais liberalizadoras, ou da simples discussão, não são as opiniões respeitáveis que perfilham, é o ódio que nutrem pelas ideias que colidem com as suas.

Há pessoas para quem a liberdade religiosa se confunde com o direito ao proselitismo e a exigência de conversão dos réprobos. Não lhes passa pela cabeça que a conversão ou a apostasia, a ortodoxia ou a heterodoxia, a devoção ou o agnosticismo, a beatice ou o ateísmo são direitos que se inserem na liberdade religiosa que, até hoje, só a laicidade do Estado conseguiu tornar efectiva.

(Texto publicado hoje, Diário as Beiras) Comentários: (3) Posted by carlos_esperanca at 06:36 PM

Afinal houve «falhas» «O primeiro ministro admite «falha» na embaixada da Tailândia. Governo baseou-se sempre nas informações veiculadas pela comunicação social.» - lê-se no Público.

Um Governo assim, não precisa de corpo diplomático, basta-lhe a assinatura de jornais. Comentários: (2) Posted by carlos_esperanca at 02:14 PM

Grande tragédia e pequena comédia 1 – O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros considera correcta a actuação do Embaixador na Tailândia, «diplomata muito competente, que foi assessor de Guterres»;

2 – Santana Lopes considera adequada a actuação do Ministério dos Negócios Estrangeiros na ajuda aos portugueses afectados pela tragédia na Ásia;

3 – O MNE considera adequada a actuação do Embaixador em relação aos portugueses vítimas da catástrofe;

4 – O Governo deu ordens ao Embaixador para interromper as férias e partir para a Tailândia;

5 – Santana Lopes acha que nem tudo correu da melhor maneira. Comentários: (1) Posted by carlos_esperanca at 11:37 PM

Expediente para controlar o défice O pagamento dos subsídios de doença e de desemprego estão (ou estiveram) em perigo. Apesar do desmentido do ministério de Bagão Félix, esse pilar da ética e da piedade, o Governo preparava-se para pagar em Janeiro os subsídios de doença e os de desemprego relativos a Dezembro.

O Diário Económico já apresentou provas de que era verdade.

Um Governo que fez do rigor orçamental e do crescimento económico (com a promessa de ser superior à média europeia) a sua bandeira, transformou um país de tanga num parque de nudismo habitado por desnutridos. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 11:02 PM

Há um ano que o Rei vai nu

Que o tempo passa depressa, todos nós sabemos, embora na verdade esse facto em nada influencie o ritmo com que aquilo a que chamamos “tempo” passa.

A materialização mais bonita que conheço da passagem do tempo é a que podemos ver numa ampulheta. A areia corre rápida de um balão de vidro para o outro. Cada grão que passa é para mim, a materialização mais poética de uma partícula de tempo.

Em tempos olhei para as rochas areniticas dessa forma. Ali estavam calados, milhões de anos de informação, acumulados à espera de poderem ser lidos com a simplicidade de quem lê um livro. Procurava no meio dessas “folhas de areia” restos de seres vivos, plantas e animais, que tendo vivido contemporaneamente com o acumular desses materiais, me contassem como era viver nesses tempos. Cretácico, Jurássico, eram as palavras que se usavam para denominar esses tempos, muito para além do tempo que o Homem consegue abraçar com as suas mãos: o tempo da sua vida.

O tempo que me cabe viver continua a passar indiferente a outros tempos com que eu um dia trabalhei.

Há um ano que o rei vai nu às quartas-feiras. Na verdade desde que existem “reis” a exibição da sua nudez deve ter sido imediata.

Neste ano de 2004, a minha maior dificuldade foi encontrar na vida desta cidade situações, acontecimentos, factos que me entusiasmem, que me façam ter orgulho em aqui viver. Começo a pensar que talvez o defeito seja meu, e que afinal se resuma ao simples facto de eu querer coisas que nada têm a ver com a cidade que me viu nascer. Na verdade neste ponto estamos os dois em igual posição, nem eu nem ela fomos ouvidos sobre o assunto.

Num esforço para encontrar o que de mais positivo (não o mais importante) aconteceu neste ano de 2004, limpando toda a poeira, apropriações, esquemas e truques que ofuscaram o seu brilho, atribuo o Olho Vivo do Ano a: - Parque Verde do Mondego

- Ponte Europa

- Saneamento de parte da margem esquerda

- Esforços para a criação do Museu das Ciências

- Orquestra de Câmara de Coimbra

- Aos resistentes do Jazz

Não quero salientar os aspectos negativos, porque além da manifesta falta de espaço, tenho vindo a fazê-lo durante todo o ano. - Majestade está outro ano à porta. Disse o Escrivão Mor

- E que tal te parece? Perguntou o rei

- Melhor Majestade, muito melhor!

- Viva, urra, bestial! Disse o rei (ligeiramente desfasado do seu tempo) Olho Vivo para o ano de 2005

Comentários: (0) Posted by ptrincao at 05:47 PM

Carlos Encarnação lidera «Encarnação lidera lista do PSD Coimbra»

(Notícia de 1.ª pagina, a quatro colunas, do Diário as Beiras)

É bem melhor do que o cabeça de lista a nível nacional. E não é mérito do edil de Coimbra. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 05:29 PM

Co-incineração Se alguma coisa autoriza um governo do PS a fazer o que entender em relação aos lixos e resíduos industriais perigosos (RIP), deve-se à irresponsabilidade da coligação PSD/CDS e ao desleixo de três anos sem alternativa à co-incineração.

Saber que centenas de milhares de toneladas de farinhas oriundas de animais suspeitos de BSE andam por aí em precárias condições de armazenamento, como caldo de cultura de agentes patogénicos, é um libelo acusatório à incúria deste Governo. Pneus, electrodomésticos, automóveis, produtos tóxicos, baterias, montanhas de sucata e RIP conspurcam, envenenam e transformam o País num monturo.

Assim, a co-incineração efectuada na cimenteira do Outão (EXPRESSO, 24-12-04), longe de constituir escândalo, foi uma boa solução que, há apenas três anos, era para os lixos e RIP, segundo o estado da arte, a melhor e a mais rentável. Nada pode ser pior do que a manutenção do problema.

O que surpreende é a falta de transparência, a discrição e o acordo da Quercus. Em Portugal acredita-se piamente na pureza das intenções dos ambientalistas mas levanta alguma perplexidade a presença de Francisco Ferreira, da referida associação, a integrar a comissão instituída pela Secil para acompanhar a co-incineração. Só o EXPRESSO desvendou a operação e tem havido um relativo silêncio da Quercus quanto ao calamitoso problema de saúde pública que os lixos e RIP têm constituído.

Creio que é legítimo saber se Francisco Ferreira integrou a referida comissão a título gracioso ou se foi remunerado; se os elementos da Quercus são completamente alheios aos interesses que se movem nesta área; se a posição relativa à queima de farinhas, pneus e outros resíduos, em regime de co-incineração, sofreu alteração recente. O prestígio da Quercus exige resposta às dúvidas. Tal como à mulher de César não basta à Quercus ser séria. Comentários: (2) Posted by carlos_esperanca at 01:35 AM

Carlos Encarnação – rival de Santana Lopes «A Câmara de Coimbra revelou [em Setembro] que tem um endividamento de 28 milhões de euros, com as dívidas a aumentarem 46,8%»

(Diário de Coimbra, 26-12-2004) Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 10:59 PM

Mensagem de Natal Na primeira e última mensagem de Natal que teve oportunidade de dirigir aos portugueses, Santana Lopes exortou à esperança. Finalmente, convenceu-se de que não volta a ser primeiro-ministro Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 10:52 PM

O preço de Durão Barroso «Parece que tínhamos de pagar um preço [PPD/PSD] por Durão Barroso ter conseguido, para ele mas sobretudo para Portugal, a presidência da Comissão Europeia», lamentou Santana Lopes no jantar de Natal do PSD, segundo a TSF.

Quem pagou um preço pesado foi Portugal pelo tempo em que o teve como primeiro-ministro e um preço ainda mais devastador pela herança que deixou, quer no que se refere ao Governo quer no sucessor que designou para chefiá-lo.

Como europeu convicto espero que a Europa não pague um preço demasiado elevado por ter escolhido José Manuel Barroso, o único primeiro-ministro capaz de renunciar aos compromissos com o eleitorado e que acabou por ser o pior que a União Europeia estava disposta a tolerar e o melhor que os EUA estavam em condições de impor. Comentários: (5) Posted by carlos_esperanca at 07:14 PM

A Quercus e a co-incineração «Francisco Ferreira, da Quercus, que faz parte da comissão instituída pela Secil para acompanhar a co-incineração na cimenteira de Outão, diz que sabia da autorização do Ministério do Ambiente para este projecto, depois da notícia do Expresso que diz que tudo estava no segredo dos deuses» - diz a TSF.

A isenção da Quercus neste processo é, como, a virgindade de Maria, uma questão de fé. Apesar da simpatia que normalmente nutro pelas associações ambientalistas, não acredito em dogmas e, neste caso, assaltam-me algumas suspeitas. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 01:02 PM

Desmentido de Nobre Guedes Na sequência da notícia do EXPRESSO sobre uma autorização secreta para a co-incineração na cimenteira de Outão, na Serra da Arrábida, o ministro Nobre Guedes declarou:

«Não sou nenhum bandido, nem nenhum mafioso, que decide as coisas em segredo».

Com a fama do Governo, a declaração foi oportuna. Comentários: (2) Posted by carlos_esperanca at 02:14 AM

Golpe de Estado à portuguesa «O que o Dr. Jorge Sampaio fez [dissolução da A.R. e convocação de eleições] foi um golpe de Estado».

(Alexandre Soares dos Santos «Semanário Económico», 23-12-04)

A cultura do Estado Novo mantém-se viva. Comentários: (2) Posted by carlos_esperanca at 07:02 PM

Demissões na Caixa Geral de Depósitos O presidente e o vice-presidente da CGD demitiram-se, em rota de colisão com o Governo, na sequência da integração na Caixa Geral de Aposentações de mais de mil milhões de euros do fundo de pensões dos trabalhadores da instituição.

O confronto deve-se não só à profunda discordância pelo expediente do ministro Bagão Félix para esconder o défice mas, sobretudo, à quebra da sua promessa recente de não mexer no fundo de pensões da CGD.

Apesar da promessa pública em contrário, o ministro não resistiu a comportar-se como o resto do Governo relativamente às promessas que faz. Aliás, o traço característico do Governo Durão Barroso/Portas/Santana Lopes é desdizer à tarde o que disse de manhã e vice-versa.

Os demissionários Vítor Martins e Maldonado Gonelha mantêm-se em funções até à sua substituição, evitando o perigo de deixar cair a CGD, o maior activo que ainda resta ao Estado português, nas mãos da administradora Celeste Cardona cuja aptidão para as funções não ultrapassa a que demonstrou no exercício do cargo de ministra da Justiça. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 05:35 PM

À espera de um sinal Desde há mais de dois anos que tudo vem a ser preparado. Primeiro, em silêncio, procurando dia a dia resolver todos os inúmeros problemas, que construir um Metro dá. Mesmo meio metro já é uma obra notável, quanto mais um metro!

Primeiro foi a decisão sobre o percurso que o dito deveria seguir. A polémica foi muito grande porque por pouco que se teria que demolir a Câmara Municipal (situação que na verdade até tinha algum apoio). Esta situação foi habilmente contornada, e o Metro lá seguiu viagem. Nos primeiros cálculos passavam por dentro da Penitenciária, mesmo em frente da cela 324, a do “Mareco” e a do Toninho da Azinheira. Atendendo a que este percurso teria necessariamente poucos passageiros (visto a manifesta falta de mobilidade daquele publico alvo) foi decidido alterar o percurso de forma a cortar mesmo a meio o Exploratório Infante D. Henrique. Este facto não levantou qualquer problema tendo sido decidido avisar com tempo as criancinhas da chegada do comboio.

Resolvidos os problemas principais, os da cidade, restava acertar o que fosse necessário lá para as bandas da Lousã.

Numa análise cuidada alguém reparou que se podia poupar alguma coisa cortando um bocado da linha lá para os lados de Sepins. Uma camioneta de carreira serviria muito bem para resolver o problema.

Mas os problemas não acabavam aqui. Era preciso escolher os carris, os semáforos das passagens de nível, a cor dos estofos das carruagens, o tipo de bilhetes a usar, a posição da fotografia no passe, enfim um sem número de coisas que só quem passa por elas é que sabe.

Quando começaram a construir a torre, muitos julgaram que era uma tentativa de fazer uma árvore de natal ainda maior do que a de Lisboa, o que seria um gesto bonito que muito prestigiaria esta cidade do conhecimento. Mas não, a torre não parava de crescer, continuando despida de qualquer ornamentação natalícia.

A cidade começava a falar sobre a razão de tão estranha construção, mas como sempre vai-se habituando a tudo.

Tranquilamente, a torre não parava de crescer. Os mais atentos diziam que lhes parecia que, se continuasse a crescer assim, quase que se podia ver a capital (isto em dias de céu particularmente limpo). É sabido que esta afirmação é um exagero, mas no fundo ela tinha um pouco de verdade.

Um belo dia, começaram a chegar grandes peças de metal revestidas a espelho. Como um puzzle foram sendo montadas no cimo da torre. No seu conjunto formavam três setas um pouco destorcidas apontado claramente para Sul.

Desde há muito que se anunciava que o concurso para o arranque das obras do Metro estava por dias, ou mesmo por horas. Este facto estava cientificamente correcto, uma vez que qualquer acontecimento, está sempre a dias e a horas de se verificar.

O próprio Presidente da Câmara anunciou solenemente que não se recandidaritaria a novo mandato se as obras não arrancassem.

Quando o Governo, procurando explicitar o seu conceito de descentralização, veio reunir a Coimbra, muitos julgaram que seriam portadores da boa nova (se bem que o facto de não terem reunido a bordo do Basófias, fazia temer o pior).

Não se confirmaram os nossos melhores desejos, contudo havia sinais

O tempo foi passado, e em Novembro todo o processo já estava em Lisboa prontinho para aprovação. Publicamente foi dito que o empenhamento do Governo era total e que se aguardava um sinal.

De repente começa a ficar claro a utilidade da grande torre!

Pela calada da noite o guardião da torre aguardava o sinal que tornaria as setas laranja mais laranja. A transferência de calor iria incendiar uma tocha, que deveria ser imediatamente levada aos Paços do Município. Os trombeteiros oficiais ao vê-la, deveriam de imediato fazer soar as suas trombetas até que a garganta lhes doesse, fosse qual fosse a hora do dia ou da noite.

De imediato se começariam as obras, e se anunciaria a candidatura das autoridades a novo mandato municipal.

Seria um processo digno de uma capital da cultura.

- Majestade, o que é um metro?

- É uma unidade de medida mais rigorosa que o palmo, respondeu sua alteza

- Não têm uma visão de futuro, pensou para si o bobo Comentários: (2) Posted by ptrincao at 06:16 PM

Surrealismo Santana Lopes deu terça-feira uma conferência de imprensa com o fim de anunciar uma conferência de imprensa para hoje, quinta-feira, em que, após a reunião do conselho de ministros, seria comunicada a solução para o défice público.

A conferência anunciada para as 13H30 teve lugar perto das 15H00, tendo aparecido o ministro Morais Sarmento a comunicar que será o ministro Bagão Félix a fazer a conferência de imprensa em que anunciará a solução do défice, às 17H00.

A razão do atraso deve-se ao facto de o conselho de ministros – segundo Morais Sarmento – se ter debruçado especialmente sobre o problema dos incêndios e a abertura das aulas no próximo ano lectivo.

Verdadeiramente surrealista.

Apostila – Do ministro Paulo Portas apenas se sabe que visitou os mancebos destacados na Bósnia. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 04:01 PM

O atoleiro iraquiano Do último ataque a uma base americana, no Iraque, resultaram mais 24 mortos e mais de 60 feridos, segundo o «PÚBLICO» de 22-12. As anunciadas eleições, que Bush pretende manter, são uma fantochada para ingleses e americanos verem sem que resolvam um só problema ou alterem a tragédia iraquiana e o beco sem saída dos ocupantes. Não se trava uma batalha ente a democracia e o terror, como afirmou Tony Blair, mistura-se o fanatismo religioso, o ódio ao invasor, as rivalidades étnicas e o desespero pela sobrevivência numa orgia de horror e crueldade.

As eleições impostas raramente são o caminho para a democracia. Neste caso os sunitas fogem delas, como Maomé do toucinho, porque sabem que as perdem. Os xiitas desejam-nas para retaliar a minoria sunita que tradicionalmente ocupou o poder. Os curdos vivem a inquietação de quem sabe que lhes está reservada a opressão de xiitas, turcos ou sunitas ou de dois deles em simultâneo.

A trágica aventura do Iraque é um libelo acusatório contra os invasores e motivo de desconfiança árabe face às democracias. Trata-se de uma guerra ilegal, baseada na mentira das armas de destruição maciça, sob pretexto da defesa dos direitos humanos. Ironicamente, os auto-intitulados libertadores foram cruéis em Abu Graib e na base de Guantánamo onde surgem novas revelações sobre maus tratos, segundo o «Público» supracitado, com métodos de interrogatório proibidos e eventualmente autorizados pelo Presidente dos EUA.

Esta guerra, longe de ser um combate contra o terrorismo, é responsável pelo seu aumento. O fudamentalismo islâmico ameaça contagiar outras religiões, em países secularizados, e despertar confrontos religiosos, enquanto a superioridade moral de que o Ocidente se reclama fica chamuscada com a matança de milhares de civis e as sevícias infligidas. O desprezo pelos direitos humanos é uma nódoa que não há benzina que possa desencardir. Comentários: (1) Posted by carlos_esperanca at 12:11 AM

Contas públicas de 2003 O Tribunal de Contas tem dúvidas sobre as contas públicas de 2003 e admite que o valor do défice público apresentado nesse ano possa ser falso» - noticia a TSF. O Tribunal de Contas diz que a informação disponibilizada pelo Executivo «não apresenta, de forma fidedigna, a situação financeira resultante das operações realizadas no decurso do ano».

Se a ministra Manuela Ferreira Leite , a referência ética do Governo de Durão Barroso, deixou de merecer confiança, a ponto de Bagão Félix a denunciar, que ideia podem ter os portugueses de quem foi tão cáustico para o Governo PS e se revelou tão leviano na condução dos negócios do Estado?

Com a ameaça de demissão do ministro Nobre Guedes (uma demissão de um ministro de um Governo demitido) vê-se a desorientação a que chegou este deteriorado Governo que o PSD é responsável por ter posto nas mãos perdulárias de Santana Lopes.

Nunca um Governo de escassos três anos foi tão incompetente e perigoso como o que vai a votos no próximo dia 20 de Fevereiro. Nem, depois do 25 de Abril, tinha chegado a primeiro-ministro alguém sem a mínima preparação para ultrapassar o cargo de «ajudante de ministro» que o Prof. Cavaco lhe distribuiu. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 11:52 PM

Aviso à navegação O ministro Bagão Félix, logo que tomou conta do ministério da Trabalho e da Segurança Social, demitiu por fax (método «faxista»?) 18 directores regionais e igual número de sub-directores da Segurança Social, para colocar pessoas de confiança política e, eventualmente, cumprir promessas eleitorais.

Bagão Félix, além de se ter revelado um enorme erro de «casting» como ministro das Finanças e de ter beneficiado de excessiva benevolência da comunicação social como ministro da Segurança Social, deixou uma imagem de crueldade junto dos trabalhadores e revelou-se o mais entusiasta distribuidor de sinecuras pelos seus apaniguados políticos. A colocação recente da correligionária Celeste Cardona, como administradora da CGD, apesar da modéstia do currículo, no mínimo bem inferior ao de Manuela Ferreira Leite, revela a forma partidária como geriu os negócios do Estado.

Espero do PS outra prudência nas substituições, mais rigor nas nomeações e que o mérito seja o único critério a considerar.

Se o PS se aproximar sequer do regabofe destes quase três anos de desgoverno PSD/CDS, terá em mim um adversário tão vigoroso quanto o fui e sou desta coligação onde o CDS foi discreto e eficiente no assalto ao aparelho de Estado. Comentários: (1) Posted by carlos_esperanca at 05:19 PM

Marcelo Nuno – o defensor dos lixos e resíduos tóxicos No «Diário as Beiras» de hoje, Marcelo Nuno, presidente da comissão concelhia do PSD, afirma: «A nossa posição [do PSD] não muda. O PSD foi o responsável pelo fim da co-incineração no país, por acreditar que há outras soluções melhores para o ambiente e a saúde das populações.»

É surpreendente que, durante o tempo em que o PSD tem sido Governo, não tenha posto em prática as soluções a que alude Marcelo Nuno.

Ficamos a saber que há um partido (o PSD) que sabe sempre o que é melhor para o País, mas não o põe em prática para poder usar esse trunfo quando naufraga na condução dos negócios públicos.

A isto chama-se demagogia; à ausência de medidas, incúria; à reincidência no desleixo com que trataram os lixos e resíduos tóxicos, falta de sentido de Estado e cumplicidade no agravamento das condições de saúde pública. Comentários: (4) Posted by carlos_esperanca at 04:50 PM

O ministério da Propaganda Acabo de ler na TSF que vai sair hoje nos jornais, como publicidade paga, uma revista a explicar as últimas decisões do Governo. Aguardo para ler, pela manhã, a propaganda eleitoral paga pelos impostos dos portugueses. Até parece que tem faltado ao Executivo liberdade para enganar os eleitores! Estes é que deixaram de ser crédulos.

«A revista começa por esclarecer um ponto prévio: o Estado gasta mais com cada cidadão português do que aquilo que recebe de cada cidadão. É o desequilíbrio da prestação a justificar assim, em parte, algum desequilíbrio nas contas.» - diz a TSF.

Isto nunca foi um Governo. Foi um conjunto de ministros e secretários de Estado, distribuídos pelo País, em que um deles fazia de primeiro-ministro, cada um tinha uma noção diferente dos objectivos e todos rivalizavam no número de assessores e consultores. Não é sobre isso que nos irão falar. É sobre a excelência do desastre que provocaram, com a melhor das intenções, com o mais devotado amor e com a presunção de que os eleitores os deixem reincidir. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 02:17 AM

“Património – o último tiro no pé” Acaba de chegar a decisão de Bruxelas sobre a venda/aluguer do património. A prova, mais uma, da lusitana incapacidade para decidir, acertado e em tempo.

A ver vamos, se “Alguém se importa?” como rezava o editorial de 16Dez.

Para que servem em Portugal os senhores Directores Gerais, neste caso do património do Estado (e são vários, em ministérios vários)?

Extracto de uma radiografia militar enviada em 2002 ao MDN/SEDAC, de recepção amavelmente acusada, quando um poder dito reformista, o actual, sucedeu à estagnação socialista do governo anterior:

«... E uma economia incalculável noutro campo para o país – a que resultará do aproveitamento das extraordinárias instalações militares espalhadas pelo território nacional. Aqui, é mesmo incalculável o conjunto de benefícios que podem reverter para a administração central e local, para os agentes económicos, para as populações que as pagaram, dando-lhes o que pode considerar-se um fim social útil. São áreas de muitos hectares, cada uma delas com um conjunto de magníficas instalações atingindo largas centenas de excelentes construções – edifícios administrativos, cozinhas, salas de aulas, oficinas, dormitórios, instalações desportivas, parques auto. Se não aproveitadas em tempo útil, não só perdem as populações e o país, como ficarão destinadas a tornarem-se outras tantas ruínas e desperdícios à semelhança do sucedido com o extraordinário Forte da Graça junto a Elvas, votado ao abandono e ao vandalismo da terra de ninguém...»

Quando nas intenções do/s governo/s da nossa desgovernação constam projectos como o da construção de 10 (dez) novos hospitais em terrenos a adquirir... deixando para trás o monumental património esquecido nas corporações (neste caso a militar), que fazer? Escolas/ Hospitais ou Centros de Saúde/ Centros de Apoio Social – recolha de carenciados, Lares/ Prisões/ Autarquias/ Empresas... nalguns casos, a custo quase zero, ou vendidos à iniciativa privada nas devidas condições “Quem se importa?”

O que parece é que mais do que pensar, prever e planear, e actuar, estarmos alegremente condenados a repetir o fado da década de 1890. Terminada uma fase de estabilidade do regime liberal de 1820, o país aparentemente modernizado pelas obras públicas do fontismo, a banca rota instalada, com a recusa dos banqueiros de Paris e Londres em continuarem a financiar o défice, nem mais. “Malfadado património” o do nosso destino.

JB Barroca Monteiro. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 10:47 PM

Bagão Félix – um erro de casting nas Finanças O objectivo declarado do actual Governo foi a redução do défice público e o equilíbrio orçamental. Pretendia assim mostrar superioridade em relação ao PS.

Foram dois anos sem actualizações salariais dos funcionários públicos, cortes orçamentais no funcionamento de instituições relevantes, que levaram à sua asfixia, e interdição de entradas na função pública, enquanto as autarquias, as empresas públicas e os gabinetes governamentais se enchiam de pessoal político com vencimentos generosos e obscenas mordomias.

Quando terminarem os três anos de descalabro a que a coligação PSD/CDS conduziu o país, a herança é uma desgraça que exige muita determinação para impedir a tragédia que se adivinha.

O Eurostat acaba de chumbar a proposta do governo português de transferir para um consórcio privado a exploração temporária de alguns imóveis do Estado, expediente com que pretendia mascarar o défice. Não desautorizou apenas o ministro das Finanças, foi um vexame e um julgamento arrasador do Governo.

Por este Governo passaram ministros bons e maus. Os primeiros foram parar a ministérios errados e os outros limitaram-se a fazer currículo para administradores de Empresas Públicas. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 11:25 PM

Onde estavam os seguranças? «Tenho as costas cheias de cicatrizes das facadas que levei.»

(Santana Lopes à TVI, 18-12-04) Comentários: (1) Posted by carlos_esperanca at 12:44 PM

A co-incineração de volta «O secretário-geral do PS, José Sócrates, afirmou hoje que vai haver co-incineração para resolver o problema dos resíduos industriais perigosos, se o seu partido vencer as eleições de 20 de Fevereiro» - lê-se no «Público».

Não sei se há soluções melhores mas, no tempo em que o PS pretendeu levá-la à prática, era, segundo o estado da arte, a solução mais vantajosa para o País e a melhor para o ambiente. Entretanto, durante dois anos e meio, este assunto foi, como muitos outros, criminosamente descurado.

Só tenho uma dúvida: Se o PS não tiver maioria absoluta como será possível resolver o problema depois de se ter aberto o precedente de discutir o assunto na A. R.? Comentários: (4) Posted by carlos_esperanca at 01:04 AM

Uma coisa de cada vez «Não se pode praticar o catolicismo e a homossexualidade ao mesmo tempo».

(Afirmação de Frederico Lourenço durante a entrevista à jornalista Alexandra Lucas Coelho, «Pública» n.º 447 de 19-12-2004).

Os católicos heterossexuais têm o mesmo problema. Comentários: (1) Posted by carlos_esperanca at 11:47 PM

Cinismo? A Redacção do «Expresso» elegeu Durão Barroso e George W. Bush, como figuras do ano. O primeiro é a Figura Nacional e o segundo a Figura Internacional.

Só na próxima semana serão desenvolvidas as razões da escolha. Comentários: (8) Posted by carlos_esperanca at 12:40 AM

Uma morte anunciada 1.º ministro faz-se acompanhar 24 horas por dia por unidade de cuidados intensivos.

(Notícia de 1.ª página, a seis colunas, do «Expresso»)

Os cuidados intensivos são inúteis. Em 20 de Janeiro exala o último suspiro como primeiro-ministro. Solidarizo-me com os lisboetas que terão de o suportar até ao fim do mandato autárquico. Comentários: (2) Posted by carlos_esperanca at 10:42 PM

Homenagem ao General Carlos Fabião Sob os auspícios da Associação 25 de Abril e do Grande Oriente Lusitano teve hoje lugar em Lisboa (num restaurante da antiga F.I.L.) um almoço de confraternização e homenagem a Carlos Alberto Idães Soares Fabião, militar de Abril, coronel na reforma, antigo CEMGE.

Carlos Fabião, hoje doente e envelhecido, foi um dos mais brilhantes militares do Exército português. Foi e é um democrata coerente e sincero. Denunciou e impediu, antes do 25 de Abril, uma tentativa de golpe fascista do gen. Kaulza de Arriaga que pretendia perpetuar a ditadura em moldes ainda mais autoritários.

Foi um destacado militar de Abril, responsável pela descolonização da Guiné e Chefe de Estado Maior General do Exército em 1974/75, indigitado para primeiro-ministro de um governo provisório que não chegaria a constituir-se sob a sua presidência.

Carlos Fabião foi e é um homem bom. À sua volta teve hoje centenas de amigos que após as palavras emocionadas de um amigo de sempre, outro herói de Abril, Cor. José Cardoso Fontão , não resistiram a testemunhar de viva voz o apreço e gratidão que lhes merece este veterano da guerra colonial e herói da paz e da democracia.

O senhor Presidente da República agraciou-o com a medalha de Grande Oficial da Ordem da Liberdade, um tributo com duas décadas de atraso, uma venera para um peito onde a honra e a dignidade brilham mais que todas as medalhas.

Vasco Lourenço e António Arnaut encerraram os discursos. Os amigos, comovidos, abraçaram o velho general. Portugal continua a ignorar um dos melhores e mais generosos heróis de Abril.

Injusta e iniquamente afastado da vida militar activa, na sequência do 25 de Novembro, nunca recriminou os que o ostracizaram. Raramente tantos deveram tanto a quem nunca pediu e tanto deu. Portugal e os portugueses devem muito a Carlos Fabião.

Eu devo-lhe uma amizade de duas décadas, o exemplo dos bravos e a simplicidade dos homens superiores. Obrigado, Carlos Fabião. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 10:01 PM

De bradar aos Céus...Aos Infernos...Aos Purgatórios e aos Limbos! Este país do faz-de-conta é cada vez mais uma anedota pegada; Ora leiam lá esta coisa vinda no Diário da República n.º 285 de 06 de Dezembro 2004:

No aviso n.º 11 466/2004 ( 2ª Série ), declara-se aberto concurso no I.P.J. para um cargo de ASSESSOR, cujo vencimento anda à roda de 500 contos.

Na alínea 7:..." Método de selecção a utilizar é o concurso de prova pública que consiste na apreciação e discussão do currículo profissional do candidato."

No Aviso simples da Pág.26922, a Câmara Municipal de Lisboa lança concurso externo de ingresso para COVEIRO , cujo vencimento anda à roda de 70 contos mensais. "...Método de selecção: Prova de conhecimentos globais de natureza teórica e escrita com a duração de 90 minutos. A prova consiste no seguinte:

1. - Direitos e Deveres da Função Pública e Deontologia Profissional.

2. - Regime de Férias, Faltas e Licenças.

3. - Estatuto Disciplinar dos Funcionários Públicos.

Depois vem a prova de conhecimentos técnicos:

Inumações, cremações, exumações, trasladações, ossários, jazigos, columbários o cendrários. Por fim, o homem tem que perceber de transporte e remoção de restos mortais.

Os cemitérios fornecem documentação para estudo.

Para rematar:

- Se o candidato tiver a escolaridade obrigatória somará + 16 valores

- " " " o 11º ano de escolaridade somará + 18 valores

- " " " 0 12º ano " " somará + 20 valores

No final haverá um exame médico para aferimento das capacidades físicas e psíquicas do candidato.

ISTO TUDO PARA UM VENCIMENTO DE 70!!! CONTOS MENSAIS!

Enquanto o outro, com 500!!! só precisa de uma cunha. Obs.: Não podendo confirmar a informação, acredito na idoneidade de quem ma prestou. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 05:31 PM

Bagão Félix, ministro falhado Alguém propalou a excelência do governante sem exigência de contraditório ou apreciação isenta dos resultados obtidos. Pensa-se que a origem do boato sobre a alegada competência se deve a canais ligados a meios católicos fundamentalistas e ao embrião da central de intoxicação reaccionária que esteva em curso.

De facto, Bagão Félix, como ministro do Trabalho e da Segurança Social, substituiu o Rendimento Mínimo Garantido, cujo pendor socialista era evidente, pelo acto de caridade do Rendimento de Inserção Social que, segundo o «Público» de hoje, vale um euro por dia. O piedoso ministro atribuiu aos beneficiários do Rendimento de Inserção, em média, pouco mais de um euro por dia. O outro acto por que será lembrado foi a demissão por fax de 18 directores e outros tantos subdirectores dos Centros Regionais da Segurança Social, de uma só vez, para colocar pessoas da sua confiança.

Transformado em ministro das Finanças do recém despedido governo de Santana Lopes, após um orçamento cujo mérito maior foi a unanimidade que gerou a sua recusa, decidiu dedicar-se à intermediação imobiliária, predispondo-se a vender seis dezenas e meia de edifícios públicos, onde estão instalados serviços do Estado, para passar a pagar renda aos eventuais compradores. Nem o facto de integrar um governo demitido o levou a ponderar a ideia de que foi obrigado a recuar.

Tendo falhado como ministro, pretendeu ter êxito como mediador imobiliário mas, para isso, deve começar por tipologias mais modestas: T-1 e T-2, para ocupar o tempo que a reforma dourada lhe vai deixar disponível, no seu caso muito antes dos 65 anos, a idade mínima que pretendia exigir para a reforma dos trabalhadores. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 01:33 PM

Insultos no Parlamento madeirense O deputado do PS, Jacinto Serrão, farto dos apartes de Alberto João que frequentemente o interrompia, lembrou-lhe que, na véspera, o seu discurso de duas horas e meia foi tão longo que faria «adormecer rinocerontes». Segundo o jornalista Tolentino de Nóbrega, que assina a notícia no «Público», Jaime Ramos, na sequência de tal afirmação, chamou ao deputado do PS «rinoceronte», «gatuno» e «burro». O deputado socialista pediu-lhe que não enveredasse pelo caminho da «zoologia» e acabou por acusar Jaime Ramos de «chegar a milionário ao fim de dez anos», quando antes era «vendedor de sifões para retretes».

Vale a pena ler o artigo do «Público».

Para os que não conhecem Jaime Ramos, líder da bancada social-democrata da Madeira, recordo que já uma vez desabafou em plena Assembleia, contra um deputado do PS: «Isto só se resolve com um tiro na cabeça ou com um tiro nos cornos». Felizmente desistiu, respectivamente, do assassinato do adversário e do suicídio. Comentários: (4) Posted by carlos_esperanca at 07:01 PM

DÚVIDA Há algum tempo que me interrogo por que razão tantos ilustres socialistas integram a candidatura de José Eduardo Simões à presidência da AAC/OAF quando publicamente lhe têm feito as maiores criticas, exigindo a demissão do cargo que ocupa na autarquia , o qual, segundo dizem, lhe tem permitido obter coactivamente muitos apoios para o clube.

Também não percebo como Maló de Abreu diz ter um patrocinador forte e não o apresentou, sabendo como devia saber que muitos votos lhe fugirão porque os associados entendem que ele não tem capacidade financeira para suportar o actual orçamento da AAC/OAF.

Alguém me explica ? Comentários: (0) Posted by mmgtr at 12:40 PM

A ESTRATÉGIA DA DIREITA A campanha eleitoral já começou e mais uma vez, na coligação governamental, Portas levou a melhor sobre Santana Lopes e logo a seguir à queda do governo dá uma longa entrevista à RTP 1 . Parece nada ter a ver com o governo e deixa passar a ideia que este só caíu por causa do Presidente da Republica e de " uns atiradores furtivos" do PSD onde, surpreendentemente, inclui Dias Loureiro.

Mas vem nessa entrevista tentar mobilizar a direita sustentando que se os dois grupos parlamentares tiverem maioria absoluta no próximo parlamento devem ser chamados a formar governo.

A intelegência e argúcia do líder do PP deve ser sublinhada. Não estou a ver como tal pode ser possível caso o PSD não seja o partido mais votado. Mas no quadro apresentado por Paulo Portas, e assumido antes das eleições, de que nenhuma daqueles partidos viabilizará outro governo, só tenho que concordar com a tese de Portas.

Não haverá condições de governabilidade mesmo que o PS tenha vencido as eleições se a esquerda não tiver a maioria absoluta no parlamento.

Os portugueses têm de ter noção de que esta é uma situação que se vai colocar, repetindo-se um governo incompetente, liderado por um primeiro ministro incapaz de assumir a liderança, caso não se empenhem em participar activamente nesta campanha e no próximo acto eleitoral.

Ficar em casa pode ser o contributo decisivo para se lamentar depois dos resultados apurados.

Como diz Socrates, se gostaram da acção deste governo e se reveem nas medidas por ele tomadas e se sentem orgulhosos do primeiro ministro, devem votar num dos partidos da coligação.

Se acham que basta de tanta falsidade, tanta hipocrisia e incompetência, concretiazada até na forma como os partidos da coligação se apresentam a este acto eleitoral, então devem votar por forma a garantir as condições seguras de uma derrota eleitoral da direita. E pensar que o Parlamento é constituído por deputados, que são eleitos por Distritos, não valendo para essa eleição os votos em partidos de esquerda cuja representação em muitos distritos não lhes permite a obtenção de qualquer mandato.

Comentários: (2) Posted by mmgtr at 12:30 PM

A democracia segundo Paulo Portas No caso do PS ser o partido mais votado nas próximas eleições, mas o PSD e o PP terem mais votos juntos, então devem ser estes dois partidos a formar Governo. A ideia foi manifestada por Paulo Portas na «Grande Entrevista» - revela a TSF.

1 - Estranho conceito de democracia em que à direita lhe basta ter mais um só voto do que um único partido de esquerda para se julgar com direito ao poder. O direito divino é substituído por uma espécie de doação de Constantino.

2 – Na mesma entrevista Paulo Portas afirmou que ele e Santana Lopes não acreditam em sondagens. Talvez a falência da «Amostra», empresa de sondagens que ambos dirigiram, esteja na base de semelhante cepticismo. Comentários: (3) Posted by carlos_esperanca at 01:29 AM

Democracia, ditadura e partidos «A ditadura dos partidos está a degradar a democracia»

Marques Bessa, «O Diabo», 14-12.2004

Felizmente que muitos se lembram ainda da «democracia» sem partidos. Comentários: (2) Posted by carlos_esperanca at 06:02 PM

MENINO LOPES

O menino Lopes é mentiroso!

Muito zangadinho com o Presidente Sampaio, o menino Lopes disse, na segunda-feira, que, na política, não devia haver segredos e que o povo português ainda não conhecia as razões que tinham levado o Presidente a dissolver a Assembleia. Disse ainda que, quando foi a Belém, por três vezes perguntou ao Presidente se o Governo se mantinha e, por três vezes, o Presidente lhe garantiu que sim - tal como Judas negou três vezes o nome de Cristo, também o Presidente tinha negado por três vezes o que, afinal, acabou por fazer: dissolver a Assembleia, convocar eleições e pôr o menino Lopes no desemprego!

Ficámos todos muito espantados! Então, o Presidente Sampaio tinha garantido ao menino Lopes que não dissolvia a Assembleia e, depois, sem mais explicações, dissolvia mesmo?

Isso não se fazia ao menino Lopes!

Ontem, um porta-voz do Presidente veio explicar tudo: em primeiro lugar, o Presidente não é obrigado a discutir com o primeiro-ministro as razões para a dissolução da Assembleia; em segundo lugar, o menino Lopes sabia, desde o primeiro minuto, quais eram essas razões.

Hoje, um porta-voz do menino Lopes veio afirmar que o menino Lopes nunca tinha dito que não conhecia essas razões - apenas tinha dito que o povo português não as conhecia!

Afinal, o menino Lopes é um mentiroso e um malandreco! Afinal, o menino Lopes sabe por que razão o Presidente decidiu dissolver a Assembleia - e se ficou assim tão chocado com a decisão do Presidente, por que razão não é o menino Lopes a dizer ao povo quais foram essas razões? Será que está com medo?...

Ai menino Lopes, menino Lopes, que ainda leva umas nalgadas nesse rabinho !...

(RECEBIDO POR MAIL HÁ ALGUNS DIAS, POR ISSO DEVEM NOTAR-SE ALGUNS LAPSOS TEMPORAIS) Comentários: (0) Posted by mmgtr at 05:01 PM

ÚLTIMA HORA

O PPD convoca por este meio uma conferência de imprensa para as 20 horas de hoje onde será anunciado o futuro da coligação com o PSD.

24 horas após ter resolvido o problema conjugal com o PP, aí será anunciada a forma como o partido resolveu o problema com todos aqueles que se revêm na social democracia.

Será também apresentada o hino oficial da campanha. Comentários: (0) Posted by mmgtr at 04:55 PM

Durão Barroso perturbado A notícia do «Público» de ontem revela-nos um José Manuel Barroso, presidente da Comissão Europeia, perturbado com o despedimento do seu Governo português, por incompetência, e da do seu substituto designado, por lhe faltarem as mais elementares qualidades para o exercício do cargo.

Com efeito, andou mal ao dar publicidade à votação de cinco deputados socialistas portugueses contra a sua investidura. Ao afirmar-se «surpreendido, magoado e incomodado» com o facto, apenas recorda o mau primeiro-ministro e faz esquecer o bom ministro dos Negócios Estrangeiros de Cavaco e Silva:

Assim:

è É intolerável que aproveite este período pré-eleitoral para tais afirmações, imiscuindo-se numa pugna que deve merecer absoluta neutralidade do presidente da Comissão Europeia;

è Revela hipocrisia, pois há muito que o facto é do conhecimento público, tendo os próprios feito questão de o referir;

è Esquece o comportamento dos euro-deputados eleitos pelo PSD, partido de que era então presidente, quando o Dr. Mário Soares se candidatou à presidência do Parlamento Europeu, e o seu silêncio perante as afirmações truculentas e insultuosas do Dr. Jardim a advertir que os deputados do PSD deviam votar contra;

è Traz à memória a tentativa de manter como comissário Rocco Buttiglione com os votos da extrema-direita, infâmia de que o presidente francês o dissuadiu;

è Todavia, a mais desastrada e infeliz afirmação foi esta: «Provavelmente prefeririam que o presidente da Comissão fosse um grego em vez de um português», proferida com indignação.

Não sei o que vão pensar os gregos que, durante o período em que foi primeiro-ministro, ultrapassaram o PIB per capita dos portugueses. De qualquer modo, esse desabafo revela racismo, xenofobia e nacionalismo, defeitos incompatíveis com o europeísmo que deve ultrapassar a mentalidade bairrista dos municípios rurais.

Apostila: Como europeísta convicto é-me indiferente que o presidente da Comissão Europeia tenha nascido em Boliqueime, em Lisboa ou nos arredores de Atenas. Quero que seja competente e continuo a ter saudades de Jacques Délors. Comentários: (1) Posted by carlos_esperanca at 04:52 PM

FIM DO ANO DO MACACO

A astrologia chinesa refere que estamos a viver o fim do ano do Macaco, a que se seguirá o ano do Galo. Seria irrelevante se uma astróloga, supostamente amiga de Santana Lopes, não nos tivesse informado que este era do signo do macaco. E que José Sócrates é do signo galo!

Ora aí está como uma chinesice se torna em algo verdadeiramente importante.

Na verdade, tirando Santana Lopes, todos os portugueses têm esta capacidade de antever o futuro político do rectângulo. Santana tem os dias de gestão contados.

Mas reconheço que a culpa não é dele. Teve azar de ter nascido num ano que os chineses dizem de macaco. E depois foi um sem número de macaquices.

( Retirado das Beiras de 15.12.04) Comentários: (0) Posted by mmgtr at 04:17 PM

A Direita que nos coube A direita tem sempre sofreguidão do poder mas, às vezes, faz pagar caro ao País a pressa e a impreparação. Nas eleições legislativas provocadas pela saída de Guterres, numa atitude exemplar de desapego ao poder e clarividência política, o cavaquismo acordou de seis anos de hibernação por interposto cherne dado à costa, já sem fôlego. Com mais uma semana de campanha morreria exausto, à vista da praia, afogado em sumo de laranja amarga.

A tarefa começou aí a ser difícil, não tanto por ter o PSD prometido o que não podia mas por ser incapaz de fazer o que era preciso e por necessitar da companhia pouco recomendável do CDS.

Durão Barroso quando disse que, enquanto houvesse pensões de miséria, não seria construído o aeroporto da Ota, limitou-se a dizer que cancelava o aeroporto e as pessoas julgaram que ia alterar as pensões. Quando afirmou que ia acabar com as listas de espera nos hospitais apenas pensou em fazer pagar as consultas e as pessoas julgaram que iam ser atendidas. Ao prometer fazer sair Portugal da cauda da Europa não foi a aproximação que prometeu mas o afastamento que vislumbrou preparando-se para ver passar a Grécia.

O ameaçador choque fiscal não passou de ligeiro encontrão. As reformas prometidas confinaram-se às concedidas pela Caixa de Aposentações.

Só a co-incineração foi parada. Os lixos puderam crescer descansados.

O Benfica e a Conferência Episcopal, o Dr. Balsemão e o Eng.º Belmiro, a Associação Nacional de Farmácias e as empresas de construção civil, os autarcas das maiores cidades e os presidentes de junta dos mais obscuros meios rurais, o Prof. Cavaco e o Prof. Freitas, o urânio empobrecido e a ponte de Entre os Rios, a alcoolemia e as eleições autárquicas, a meningite e o Prof. Marcelo, tudo e todos apostaram numa maioria absoluta do PSD a que se juntaram os independentes do costume, ávidos de se sentarem à mesa do orçamento. Sabemos hoje a desolação que tiveram ao verem-se reféns do Dr. Portas (Paulo) que construiu a desforra de feira em feira, a pulso e rancor, enquanto o Dr. Monteiro fazia campanha pelo inimigo e o Dr. Santana Lopes reconhecia Durão Barroso como grande líder.

Nunca tantos esperaram tanto de quem prometia tão pouco.

Dois anos após, Durão Barroso, incapaz de remodelar o Governo, incompetente para resolver os problemas do país, endossou-os a quem só podia agravá-los. Eis como Santana Lopes, experiente em jogos de televisão com a cadeira do poder se encontrou de repente sem saber como ocupar tal cadeira.

Bastaram quatro meses para tudo o que podia correr mal corresse efectivamente mal e da pior maneira.

Santana Lopes e Paulo Portas foram os coveiros da esperança e os artífices do pior Governo que, desde a ditadura de Pimenta de Castro, Portugal tinha suportado. Só assim o Dr. Durão Barroso conseguiu quem fizesse pior do que ele próprio.

É com esta herança trágica que o País espera que o Eng. Sócrates possa fazer renascer a esperança. Comentários: (3) Posted by carlos_esperanca at 01:21 AM

Cumprir o sonho de Sá Carneiro Seria uma saborosa ironia do destino que o PS cumprisse finalmente o sonho de Sá Carneiro – um Governo, uma Maioria e um Presidente. Espera-se que José Sócrates comece a concretizá-lo, tornando realidade a obsessão de Santana Lopes e do seu PPD/PSD . Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 07:04 PM

Confesso que estou surpreendido

O que se tem passado desde há quatro meses em Portugal vai ser certamente muito complicado de relatar pelos historiadores. A realidade cada vez mais se parece com o filme “Good by Lennine” ou melhor ainda, esta história é quase decalcada da paródia portuguesa, “Adeus Lorrenine” que as produções fictícias criaram. Nesse mundo imaginário uma senhora dependente de calmantes engana-se na quantidade de comprimidos a tomar e fica 30 dias fora do mundo. Ao acordar o marido conta-lhe que Santana Lopes é Primeiro Ministro e que Durão Barroso vai para Presidente da Comissão Europeia. A senhora que sempre duvidou das capacidades intelectuais do marido, interna-o de imediato, por manifesta loucura. Na continuação da história, agora da minha autoria, o pobre homem é metido numa camisa de forças e é realmente internado. Isolado do mundo, só lhe é permitido ver televisão. Inconformado e revoltado com a sua situação procura explicar aos seus colegas de hospício que não está louco. Todos lhe respondem da mesma maneira: eu também não!

O pobre homem assiste impotente à tomada de posse do Governo. A televisão está sem som, e mostra-lhe um Primeiro Ministro lutando com um conjunto de papéis que vai desfolhando às duas e três folhas de cada vez, ficando cada vez mais aflito com a confusão daquela papelada. Por trás, os futuros ministros perfilam-se aguardando a sua vez de tomarem posse. Quando chega a vez do ministro Paulo Portas tomar posse o candidato faz uma careta como se tivesse tido uma enorme surpresa. Saiu rapidamente da sala, começando a pensar que louco não estaria, mas talvez descansar uma temporada não lhe fizesse mal.

De vez enquanto foi dando uma vista de olhos à televisão sempre procurando saber o que se passa com os responsáveis da sua situação. Um dia viu o Conselho de Ministros reunido em Coimbra, outro dia em Bragança. Quando os viu todos juntos num barco com bonés de marujos na cabeça, não resistiu e aumentou o volume da televisão. Só pôde ouvir o Primeiro Ministro dizer: “ e ninguém enjoou”. Era tudo muito estranho, talvez a mulher tivesse um pouco de razão sobre o seu estado de saúde.

No seu isolamento o tempo passou devagar, mas como era verão procurava gozar o sol e descansar, aguardando o dia em que alguém percebesse que realmente não estava louco.

No princípio de Setembro devido ao seu comportamento normal, antevê a sua saída lá para o dia 15. É uma altura boa porque começam as aulas e poderá levar os netos à escola. É prometido pelo Director que sairá no dia do início das aulas. Na data marcada é-lhe comunicado que as aulas não começaram. Três vezes fez a pergunta e três vezes lhe disseram não, e só lá para o fim do mês o deixaram realmente sair.

Na ânsia de retomar o contacto com a realidade procura ler os jornais, ver muita televisão. Repara em tudo e rapidamente percebe que o que um membro do Governo diz num dia, é posto em causa no dia seguinte, ou mesmo no mesmo dia. Ao Domingo, pelo menos tem o Professor Marcelo que fala de uma forma engraçada e que se entende. Faz muita companhia.

Mantém guardadas a sete chaves as incoerências e faltas de sentido do que vai ouvindo, porque o seu estado de declarada loucura ainda é recente. Pensa com os seus botões: “mas será que sou só eu que vejo estas coisas?”.

Calado, viu o Bush ganhar as eleições, chefes de gabinetes a mudar, Secretários de Estado a serem substituídos, o Prof. Marcelo a bater com a porta, avisos aos jornalista,. eu sei lá mais o quê!. Ouviu histórias de incubadores e bebés, irmãos maus infanticidas, promessas de governar o país até 2014, Secretarias de Estado a nascerem no país como cogumelos e outras histórias de encantar.

Num Domingo, um ministro demitiu-se e disse pelas suas palavras o que ele vinha a pensar há tanto tempo. Passados dois dias o Presidente da Republica anunciou o início do processo de dissolução da Assembleia da Republica. Na sua cabeça tudo parecia lógico, normal. Finalmente todos sentiam o que ele sentia.

Foi falar com a mulher dizendo: “Vês!”.

Nessa noite sentia-se calmo e seguro quando viu o Presidente da Comissão Europeia (afinal o responsável por todo este processo) dizer com ar de serafim:

- “Não compete ao Presidente falar sobre os problemas internos dos países, mas confesso que estou surpreendido com a situação actual”.

O nosso homem, olhou para a mulher, desligou a televisão e ligou para o hospício, perguntando:

-“Por acaso têm alguma vaga?” - Majestade, o que é a hipocrisia? Perguntou o jovem príncipe

- É o vício pelo qual se manifesta uma piedade, virtude ou sentimento que não se tem.

- Obrigado meu pai, pensava que era só falsidade.

Olho de vidro para o responsável situação, Durão Barroso.

Comentários: (2) Posted by ptrincao at 07:04 PM

Desorientação Após a dissolução da Assembleia da República, Vítor Cruz, em nome do PSD, diz que o partido acata a decisão, querendo dizer que as peixeiradas terminam pois o PSD não pode deixar de acatá-la. No entanto, logo a seguir, foi o que se viu...

Depois é Dias Loureiro a dizer que o Presidente da República não é adversário do PSD que, aliás, andou com o partido ao colo e com o seu inimaginável líder Santana Lopes.

Imediatamente, os almocreves do santanismo e o próprio desataram, de cabeça perdida, numa demente e enraivecida sessão de insultos ao PR que não se sabe até onde vai nem quando termina.

Não admira que Vital Moreira dê hoje o mais feliz exemplo de oxímoro – Pedro Santana Lopes, no Causa Nossa. Nem mais.

Vale a pena a transcrição integral:

A notícia de que, em reacção à comunicação do Presidente da República sobre os motivos da dissolução da AR e da convocação de eleições, Santana Lopes encarou a ideia de abandono de funções -- acto inconstitucional de indizível gravidade --, tendo sido preciso refreá-lo nesse intento, mostra que o ainda primeiro-ministro não preenche os requisitos mínimos para um governante, a começar pelo respeito das instituições e a acabar na estabilidade emocional. Ligar a noção de governante a Santana Lopes é uma contradição nos termos.

Se dúvidas houvesse antes sobre as razões presidenciais, esta reacção de Santana Lopes encarregar-se-ai de as dissipar. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 02:22 PM

António Guterres Alertado por Vital Moreira, no blogue Causa Nossa, li da entrevista que António Guterres deu à Capital, apenas a parte que se encontra online. Infelizmente o diário «A Capital» tem uma má e insuficiente distribuição em Coimbra e não consegui o acesso ao texto integral.

Vale, todavia, a pena ler o que sobre a situação internacional e a reforma das Nações Unidas diz um dos mais lúcidos e profundos pensadores políticos do nosso tempo.

Só por isso, e nem precisava de tratar-se de um dos mais influentes e didácticos blogues portugueses, vale a pena procurar o Causa Nossa.

Apostila – Não podemos perder de vista os ataques concertados às Nações Unidas, a pretexto de um deplorável e inadmissível caso de corrupção, vindos dos meios mais reaccionários dos EUA. A alternativa à ONU é o poder solitário dos EUA e o caos internacional. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 12:30 AM

Jornalista condenado a pena suspensa Manso Preto, jornalista do «Expresso» foi condenado a 11 meses de prisão com pena suspensa. Num país habituado à delação, durante meio século, trinta anos de democracia é tempo insuficiente para se respeitar o sigilo profissional de um jornalista.

Surpreende que um tribunal pretenda que um jornalista viole o seu código ético para ajudar uma investigação para a qual, pelos vistos, se revelaram incompetentes as autoridades «competentes».

Modestamente, aqui no VERITAS, presto homenagem ao jornalista Manso Preto. Espero que a plêiade de jornalistas que honram a profissão saibam defender-se e defender-nos da ofensiva que desenvolveram o defunto governo de Santana Lopes, alguns patrões da comunicação social e vários interesses económicos, para cercear o direito a uma informação livre e isenta. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 09:46 PM

Funeral de Estado Santana e Portas Enterram Coligação e Declaram Guerra a Sampaio

(Título de caixa alta do «Público») Governo Demissionário Passa a Ser de Gestão/ Líder do PP Acusa Presidente de Ter Dissolvido Parlamento por Pressões da Banca/ Direcções dos Partidos da Coligação Definem Estratégia para Candidaturas Separadas/ Sócrates Lamenta Instabilidade (Notícia de primeira página, a quatro colunas, tendo por baixo uma foto do Governo, alinhado, enquanto Santana Lopes passa pela frente em pose de quem acaba de apresentar pêsames). Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 07:15 PM

Tragédia

«Desabou sobre o mundo uma enorme tragédia que foi o desaparecimento da União Soviética».

Domingos Abrantes - «Expresso», 11-12-2004

Como é que coisas tão graves se passam à nossa volta sem entrarmos em pânico? Comentários: (3) Posted by carlos_esperanca at 06:44 PM

Conselho de Ministros Extraordinário

Desta vez, o divórcio por mútuo consentimento, entre os dois partidos da coligação, consumou-se na própria sede do Conselho de Ministros, ao contrário da vocação nómada que Santana Lopes exoticamente tinha imprimido às reuniões ministeriais.

Parece já decidido que os dois partidos concorrem separados às próximas eleições. Antes de afiarem as facas com que vão digladiar-se, ainda vão manter-se unidos nos ataques ao PR e aos partidos de Esquerda.

Santana Lopes falará dentro de momentos ao País para anunciar a demissão. Ainda ontem Vítor Cruz, porta-voz do PSD, dizia que o partido ia respeitar a decisão do PR, o que revelou falta de fibra para responder às acusações.

Vinte e quatro horas é muito para Santana Lopes manter a mesma posição. Ou só hoje se deu conta do desprestígio em que se encontrava e da posição caricata que mantinha. Comentários: (1) Posted by carlos_esperanca at 09:21 PM

Sampaio e a dissolução da A. R. Contrariamente ao que muitos comentadores afirmam, creio que Jorge Sampaio não poderia ter ido mais longe no anúncio das razões que o levam a dissolver a Assembleia da República. Ir além do que disse era entrar na campanha eleitoral com ataques demolidores à coligação e ao primeiro-ministro substituto que, em teoria, dirigia o Governo. Não é esse o seu papel.

Nem o truculento ministro Morais Sarmento, nem o arruaceiro líder parlamentar do PSD, Guilherme Silva, nem os jovens reaccionários do CDS têm dúvidas quanto ao péssimo Governo de Durão Barroso que os portugueses são chamados a julgar em 20 de Fevereiro de 2005, bem como à maioria que o sustentou. Claro que a incompetência de um Governo com maioria parlamentar estável não é razão para o fazer cair. Mas, neste caso, caiu um Governo sem legitimidade política, formalmente dirigido por quem não tinha o mínimo perfil para tais funções, enredado num conjunto de trapalhadas que só ameaçava agravar. É este Governo de três anos, que envolveu Portugal na invasão do Iraque, que vai ser julgado.

Não cabe ao PR denunciar um primeiro-ministro que preferia um casamento a uma tomada de posse de secretários de Estado, que desdizia o que os ministros acabavam de dizer, que alterava as decisões recém tomadas, que levou a mesma incompetência e leviandade com que geriu a secretaria de Estado da Cultura, a Câmara da Figueira da Foz ou a de Lisboa para o Governo de Portugal.

Essa denúncia cabe aos partidos políticos. O ónus de reincidirem em semelhante personagem cabe aos partidos da maioria. A responsabilidade pelo futuro de Portugal está de novo nas mãos dos portugueses, num rectângulo de papel à espera de uma cruz no próximo dia 20 de Fevereiro. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 06:48 PM

Cidades e vilas Para satisfação da vaidade autóctone e exaltação do provincianismo, a mercearia legislativa da Assembleia da República vai aprovando ciclicamente a elevação de aldeias a vilas e destas a cidades. Ontem na rifa saíram mais 15 novas vilas e 9 cidades. É a apoteose da prosápia bairrista.

Mais valera, de uma vez por todas, que se legislasse no sentido de abolir as aldeias e vilas, passando todos as povoações à categoria de cidades. Daí não vem mal ao mundo. Como não viria da elevação das ruas a avenidas e dos largos a praças. Mais difícil é fazer de Portugal uma superpotência ou, ao menos, um país razoável.

Grave é consentir na irracionalidade das áreas metropolitanas desenhadas ao sabor dos interesses dos caciques locais e das rivalidades regionais. Grave é não cumprir a Constituição no que diz respeito à regionalização, partindo das cinco Regiões-plano e esquecer aquele mapa que me levou a votar «Não» no referendo em que o PS se deixou enredar.

Grave é multiplicar o número de autarquias, duplicar funções entre juntas de freguesia e municípios, para discutir a contabilidade partidária em noite de eleições autárquicas. Nos últimos anos o número de assessores e vereadores a tempo inteiro aumentou vertiginosamente em concelhos donde a população desaparece a ritmo alucinante.

Com o PS vamos ter novos concelhos, aumento do número de freguesias, violações das normas legais para calar Fátima ou Canas de Senhorim? Já alguém fez as contas de quanto custa este regabofe administrativo, sem benefícios para o País?

E quantas vidas custaria a eliminação de concelhos que já não têm razão de ser? Comentários: (1) Posted by carlos_esperanca at 05:15 PM

Morais Sarmento – almocreve de Santana Lopes Em entrevista ao «Diário Económico», com a delicadeza com que um elefante atravessa uma loja de cristais, Morais Sarmento acusa o Presidente da República de «imaturidade democrática» ao decidir dissolver a A.R. – revela a T.S.F..

Numa linguagem um pouco mais comedida do que a usada para com Marques Mendes no último congresso do PSD, Morais Sarmento, o ministro que liderou a tentativa de organizar uma central de intoxicação informativa, ainda acusou o PR de ter decidido numa lógica de «caudilho».

Todavia, terminou dizendo que «o Governo vai respeitar a decisão do presidente, manifestar discordância e ser responsável até ao fim».

Congratulando-me pela promessa de ser um governo responsável até ao fim, com pena de que o não tenha sido até agora, é altura de perguntar:

- Que outra alternativa restava ao Governo senão respeitar a decisão do Presidente?

- Quiçá, passou-lhe pela cabeça, tendo-a, algum golpe militar?

Há afirmações, totalmente gratuitas e irresponsáveis, dignas do lugar-tenente de Santana Lopes. Comentários: (5) Posted by carlos_esperanca at 06:13 PM

Negócio da EDP chumbado por Bruxelas A Comissão Europeia, presidida por José Manuel Barroso, acaba de vetar a compra da Gás de Portugal pela EDP e pela ENI, negócio gizado e conduzido pelo Governo presidido por Durão Barroso.

O negócio foi dirigido com total amadorismo, sem previsão de um possível veto que veio a confirmar-se. A incompetência e incúria prolongaram-se no curto e desastrado consulado do seu substituto Santana Lopes. O dossiê nunca foi convenientemente acompanhado em Bruxelas, os interesses portugueses não foram acautelados e desconhece-se o que pretenderia fazer, face a esta decisão, o Governo que se encontra em fase terminal.

A Comissão Europeia justificou o veto da compra com o reforço das posições já dominantes da EDP e da Gás de Portugal. O ministro responsável limita-se a dizer que não concorda com a decisão, depois de terem sido descurados os interesses portugueses por um Governo de dois primeiros-ministros de triste memória. Cabe ao próximo Executivo, saído das eleições antecipadas, tentar limitar os danos económicos da derrota política acabada de sofrer.

É o próprio ministro Álvaro Barreto quem afirma que o Governo não tem qualquer iniciativa preparada, para fazer face ao fracasso. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 05:43 PM

Pedro Santana Lopes no seu melhor Dizer mal do Governo, ainda em funções, é de mau gosto pelo respeito que merecem os cadáveres. O mesmo não se aplica às malfeitorias em que persiste e ao ambiente pantanoso que o ainda primeiro-ministro vai agravando com a cumplicidade de indefectíveis cortesãos que almejam lugar nas listas de deputados ou nos executivos municipais.

O primeiro-ministro que não reage à acusação de falta de lealdade e de verdade, feita por um ministro que se demite quatro dias após a posse, que autoridade lhe sobra para a campanha difamatória do Presidente da República (PR), numa tentativa de vitimização que faça esquecer as trapalhadas, incoerências e completa inaptidão para as funções que o seu antecessor lhe endossou com a complacência do PR?

Santana Lopes (PSL) confundiu o lugar de governante com um emprego por conta de outrem. Falta a um jantar com Joaquim Chissano enquanto vai à Moda Lisboa, adia a posse de secretários de Estado para não perder um casamento, recita o monólogo da incubadora em vez de falar de projectos para o país.

Não está para fazer horas extraordinárias. É por isso que se encarniça a contestar o despedimento com justa causa, com uma sanha virulenta. Exibe uma espécie de direito sindical contra o PR a quem acusa de ter prometido «três vezes, no princípio, no meio e no fim de uma entrevista» que não o despediria. E, pior, num acto pusilânime, ameaça ter muito mais para contar, em tom de chantagem e com um sentido de Estado ao nível de um almocreve.

Seria gravíssima a dúvida sobre qual dos dois, PSL ou o PR, teria mentido, se não se conhecesse suficientemente bem um e o outro. Aliás, um dos numerosos assessores de PSL já veio confirmar que ele sabe as razões do despedimento. Só não se percebe a surpresa. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 02:29 AM

O PSD e o PR O PSD anda para aí armado em vítima, enquanto, à sorrelfa, Paulo Portas enche o SIS com gente da sua confiança e o primeiro-ministro afirma não fazer ideia dos motivos que levam Jorge Sampaio a convocar eleições.

Quem, numa entrevista, pergunta ao PR, três vezes, «no princípio, no meio e no fim», se dava posse ao ministro que iria substituir o que se demitira quatro dias após a posse, chamando-lhe desleal e incompetente, por que razão se coibiria de perguntar-lhe o motivo da convocação de eleições antecipadas?

O espectáculo que está a ser montado para substituir o «Auto da Incubadora» é pífio, vergonhoso e à altura do encenador. Os ventríloquos do santanismo andam à solta a insultar o PR; os fiéis e os dependentes entraram em delírio e incontinência verbal.

Foi penoso ver o Dr. Guilherme Silva, educado na esmerada escola de civismo da Madeira, discípulo de Alberto João Jardim, a dar lições de democracia na Assembleia da República. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 11:38 PM

Parabéns a Mário Soares Não é a idade que agiganta os homens, é a capacidade de se anteciparem à história.

Estive quase sempre em desacordo com Mário Soares e quase sempre me enganei. O suplemento de esperança que transmite este octogenário é o lenitivo para a apagada e vil tristeza dos dias que correm, neste crepúsculo moral em que a Pátria parece afundar-se..

Parabéns Presidente Mário Soares. O epíteto de Presidente ficará sempre bem a este homem que alia uma enorme sagacidade a um incorrigível optimismo.

Até parece que quando aparenta estar fora da realidade é esta que acaba por se alterar, para se submeter ao homem.

O País deve-lhe muito, mas a sua coragem física e intelectual continua a ser um estímulo para combatermos os oportunistas e reaccionários que querem confiscar o aparelho de Estado.

VERITAS deseja a Mário Soares as maiores felicidade e apresenta-lhe o testemunho da sua admiração, neste dia do seu 80.º aniversário. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 06:46 PM

Ele há coisas Terça-feira dia 30 de Novembro, parecia um dia qualquer, igual a tantos outros. De manhã chovia um pouco e o dia estava triste e cinzento. Como faço todas as manhãs, antes de sair de casa, vou à caixa de correio retirar a correspondência. Normalmente levo o Diário de Coimbra para o carro e durante o dia leio-o quando tenho tempo. Nesse dia o jornal não estava no seu local do costume, fruto de uma distribuição da correspondência um pouco mais atrasada do que é habitual. Nada de grave.

Por vezes é à terça-feira que escrevo o “Rei vai nu” (que é publicado à quarta-feira) o que confesso, me angústia sempre um pouco, obrigando-me a prometer a mim próprio que, na semana seguinte, irei escrever o artigo dois dias antes da data limite...

A semana fiquei bastante impressionado com o espectáculo da governação em Portugal. O comportamento de tanta gente era tão bizarro que o “Inimigo Público”, que à sexta-feira nos relata o melhor da semana, se arriscava a ser promovido a Diário da República, por se aproximar tanto da realidade. Na madrugada de sábado o programa “Eixo do mal” terminava com a seguinte frase “...em princípio no decurso da última hora, não caiu nenhum ministro”...

Era natural escolher esta tragicomédia lusitana para tema do “Rei vai nu”. A forma despudorada como o último ministro a demitir-se se tinha referido ao seu velho amigo (ocasionalmente primeiro ministro) fez surgir na minha cabeça a velha máxima “com amigos assim, quem precisa de inimigos”. Estava encontrado o título do capítulo 42.

A minha previsão de que o Governo não poderia durar muito, que o Presidente da República deveria impedir este estado de coisas, veio juntar-se ao que tantos portugueses pensavam sobre o assunto, e por isso, não teve nada de original.

Só no final do dia regressei a casa muito feliz com as novidades que, ao final da tarde, nos fizeram outra vez sentir que afinal talvez ainda valha a pena viver em Portugal.

Retirei o meu Diário de Coimbra da caixa do correio. Tive alguma dificuldade em desfolhá-lo porque estava encharcado. Qual não é o meu espanto quando vejo na página 10 um artigo com o título do meu texto (que deveria sair no dia seguinte). Ao princípio o título pareceu-me exactamente igual, mas uma análise mais atenta fez-me perceber que Miguel Coleta, o autor do texto, o denominou “Com amigos destes” enquanto o meu seria “Com amigos assim”. Ele há coisas...

Só outro milagre faria com que os conteúdos fossem semelhantes, ou no mínimo apontassem para um fio de pensamento com a mesma orientação. Não o são realmente. Miguel Coleta o mais longe que vai não sua análise crítica é constatar que “Se é certo que o Governo não tem sido feliz na imagem que projecta de si mesmo não é menos verdade que uma análise da sua acção concreta revela uma imagem bem diferente daquela que é projectada”. Concordo inteiramente com a afirmação, a imagem real é bem diferente da projecção: não é infeliz, é péssima. Concordo eu e a maioria dos portugueses, e melhor do que tudo, concorda (finalmente) o Presidente da República.

Quanto à natureza dos amigos ministros do primeiro-ministro, a muita gente deve ter ocorrido o dito popular: “ com amigos (destes, assim, como estes, etc.).

De qualquer forma é a mim que me compete explicar que não sabia que o título do artigo já estava a ser utilizado, apresentando por isso as minhas desculpas.

E assim perdi a sorte que me estava reservada num dia de coincidências, não utilizando essa magia que pairava no ar, para jogar no totoloto, mas a dissolução do Governo já foi um bom prémio para os portugueses.

Olho vivo para o Presidente da República que passa a ser o primeiro português a ganhar em duas semanas consecutivas um olho de vidro e um vivo. Bolas... -Majestade, como é que um Governo se dissolve, disse o Bôbo, fazendo uma pirueta?

-Os verdadeiros caem, os assim-assim, só com benzina (isto diz o Eça) mas em água, não tinha visto... disse o Rei

-São as chuvas ácidas, majestades disseram os físicos (que procuram na corte fundos para o ano mundial da Física)

-É o sinal dos tempos, pensou o Rei, olhando para o vazio. Comentários: (0) Posted by ptrincao at 06:28 PM

Santana tem mau perder Santana Lopes está desesperado. O projecto populista está desfeito e a coligação já está mais nas mãos de Paulo Portas do que nas suas. Talvez por isso, enganou-se no sítio e fez na Assembleia da República um vibrante comício.

Os portugueses esperam dele que, em vez do Conselho de Ministros ambulante, decida levar a todos os distritos uma companhia de teatro para representar o «Auto da Incubadora». Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 12:38 AM

Aonde chegou o PSD Ao indigitar Santana Lopes para primeiro-ministro, quando da fuga de Durão Barroso, o PSD revelou que preza mais o poder do que os interesses do País. Então, foi o pânico de perder as sinecuras que levou os que nunca o deixaram ser presidente do partido a entronizá-lo como homem de Estado, perfil a que é completamente alheio.

Mas o que faz correr agora os indefectíveis santanistas depois das provas dadas, da errática condução dos negócios de Estado, do comportamento pusilânime que o leva a revelar pretensas conversas com o Presidente da República e a ameaçar «e eu ainda não disse metade»?

Não é o facto dos accionistas (Comissão Política do PSD) terem nomeado para administrador de falências o gerente que levou a Empresa à bancarrota que mais me repugna. É a falta de ética de quem é capaz de reincidir numa pessoa que se comporta com tal leviandade, apenas para garantir o lugar de deputado ou a indigitação para uma Câmara Municipal onde já nem os indefectíveis cabem. É esta frivolidade que dá relevância a quaisquer palavras que profira Cavaco e Silva, regressado das profundezas de Boliqueime, para preparar a sua campanha presidencial. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 09:08 PM

Portas & Santana Há quem veja na eventual coligação eleitoral Santana/Portas uma irreprimível tendência para o haraquiri, única forma de lavarem a desonra que foi a sua governação. Mas, anunciar a morte de dois actores demasiado perigosos para o processo democrático e excessivamente funestos para a gestão dos negócios do Estado, é ainda prematuro.

Se, há seis meses, alguém dissesse que Santana Lopes podia ser primeiro-ministro de Portugal não era levado a sério, apesar do precedente da desastrosa experiência de Durão Barroso e da perigosa relevância que o ministro Paulo Portas tinha assumido nas Forças Armadas e, por interpostas pessoas, nas forças policiais.

Portas sobreviveu às tropelias da ministra Celeste Cardona, à tentativa conseguida de infiltrar agentes políticos do CDS nas forças policiais, à gestão política da Polícia Judiciária, às suas próprias trapalhadas com o fisco, ao passado como director do semanário «O Independente» e gestor da arruinada Amostra. Nem a inenarrável secretária de Estado Mariana Cascais lhe fez mossa. Portas não é um governante, é um agente infiltrado no aparelho de Estado com um projecto autoritário, populista e reaccionário.

Santana Lopes é o que há de mais desajustado ao perfil de primeiro-ministro. Um homem capaz de adiar a posse de secretários de Estado para não se privar de um casamento, capaz de faltar a um dever de Estado por causa de um acontecimento mundano, é capaz de tudo menos de governar.

Alguém acredita que perguntou «três (3) vezes» ao Presidente da República,«no princípio, no meio e no fim de uma audiência», se não o demitia, e que tivesse obtido garantias de o manter à frente de um Governo que se desfazia e que ninguém já suportava?

Pois é este actor, que aguarda um casamento de conveniência pré-eleitoral com Paulo Portas, que vai armar-se em vítima e degradar ainda mais o ambiente político. A derrota tem de ser do tamanho da sua ambição. Doutro modo, se o PS não tiver maioria absoluta, haverá na Assembleia da República o que de pior tem a Direita populista e reaccionária – os homens de mão de Santana Lopes e Paulo Portas, num ataque constante ao que resta das conquistas de Abril e à Constituição da República. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 10:08 PM

O hino do PSD (...)

«Santana Lopes é a voz/ na vanguarda do futuro/ de norte a sul/ de todos nós».

(...)

Comentário: Ou muito me engano ou a música e a letra vão ser substituídas em breve. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 11:15 PM

Pedro Santana Lopes O Conselho Nacional do PSD acaba de indigitar Pedro Santana Lopes (PSL) como candidato a primeiro-ministro nas próximas eleições legislativas, com 93 votos a favor, 6 contra e 1 abstenção.

Depois destes quatro meses de Governo o PSD mostra que adora PSL ou que detesta o País ou ambas as coisas.

Apenas pretende que as eleições não coincidam com o Carnaval, talvez para evitar as piadas fáceis com o desempenho político do bem-amado líder.

Apostila – Afinal as eleições legislativas disputam-se em torno de potenciais candidatos a primeiro-ministro, contrariamente à argumentação da defunta maioria que reivindicou em Julho legitimidade política para a nomeação de PSL. Sobrou-lhe em descaramento o que lhe minguou em competência. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 10:38 PM

Viva a União Europeia O «Sim» do PS francês à Constituição Europeia é uma boa notícia para todos os que a desejam e defendem o reforço da coesão social. A Constituição, contrariamente ao que proclamam os seus adversários, não impede o aprofundamento da democracia nas suas várias vertentes: económica, social e política.

Pessoalmente, nutro um grande cepticismo quanto à unanimidade dos 25 países em relação à sua aprovação, desconfiado dos referendos portugueses, em que se vota contra o que não está em causa e se esquece e despreza a razão da consulta, mas desejo intensamente a vitória da Constituição.

Para já, os 59% de votos expressos pelos militantes do PS francês são de bom augúrio para uma luta em que a extrema direita xenófoba vai juntar os seus votos com os de respeitáveis cidadãos que não se conformam com o facto de o bom ser inimigo do óptimo. A melhor Esquerda arrisca-se a votar com a pior Direita.

A Carta de Direitos Fundamentais é a garantia de que o tratado contempla as aspirações mais profundas dos cidadãos. Contrariamente ao que dizem os detractores, nenhum outro documento político tem sido tão ampla e profundamente divulgado e discutido. À vocação portuguesa «orgulhosamente sós» não interessa que Portugal seja dos países que mais tem a perder com o «Não» à Constituição europeia.

É na Europa que Portugal se cumpre e, quanto mais se aprofundar a União Europeia, menos riscos correm os portugueses de se isolarem e dependerem de Madrid. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 05:32 PM

Pinto da Costa e o «Apito Dourado» O «Público» de hoje titula a quatro colunas, a vermelho, em letras maiúsculas e garrafais:

«PINTO DA COSTA SÓ NÃO FOI DETIDO POR SE ENCONTRAR EM ESPANHA».

Pode, todavia, acontecer que Pinto da Costa só se encontrava em Espanha porque podia ser detido. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 04:35 PM

Paulo Portas já está em campanha eleitoral O antigo director do Independente, mestre na arte da intriga e do disfarce, com particular apetência pelas forças da «ordem» e, em especial, pelo controlo das mais discretas (secretas) já começou a campanha eleitoral.

Usa três argumentos:

- A responsabilidade do PSD em não querer coligação pré-eleitoral;

- O referencial de estabilidade e sentido de Estado que era ele próprio;

- A qualidade dos ministros do CDS/PP

Vamos por partes:

1 – Não é só o PSD que detesta o CDS/PP de Paulo Portas, é uma alergia que percorre o campo democrático de Freitas do Amaral e Marques Mendes a Mário Soares e Ferro Rodrigues, por exemplo;

2 – Esqueceu rapidamente as trapalhadas da Moderna e os problemas fiscais em que se envolveu. Pensa que a gestão danosa da Amostra está esquecida e que só o facto de o crime ser semi-público, e os sócios se não queixarem, o absolveu. Esses sócios foram depois integrar o seu gabinete ministerial;

3 – Celeste Cardona e ele próprio foram ministros do CDS e o prestígio de alguns outros deve-se mais à estratégia política de combater o PSD do que aos méritos dos que conseguiu colocar no aparelho de Estado para relançar o partido e adquirir poder.

Talvez a Senhora de Fátima não lhe seja tão dedicada nas próximas eleições como o foi na maré negra do petroleiro Prestige. Comentários: (0) Posted by carlos_esperanca at 07:26 PM

Com amigos assim (artigo escrito duas horas antes da grande notícia...) Durante o fim de semana caiu mais um ministro. Este facto já não é notícia, porque neste Outono os membros do governo caem um a um, amarelos de agonia, como as folhas dos plátanos da avenida.

O governo parece acompanhar o ritmo da natureza, está triste e cinzento arrastando-se até a um Inverno que todos esperam a qualquer momento. As aventuras da governação sucedessem-se ao ritmo necessário para competirem em audiência com as várias “quintas”. Nada parece já espantar os portugueses.

O conhecimento que a maioria das pessoas têm de quem as governa é escasso.

Quem é capaz de dizer rapidamente o nome dos ministérios?

Dá-se um doce a quem souber o nome dos ministros!

Eu confesso que só conheço alguns, normalmente ligados a alguma “gaffe” importante.

Quando me começava a convencer que nada já me poderia espantar, sou surpreendido com o pedido de demissão dominical de Henrique Chaves.

Guardava uma recordação muito positiva deste senhor quando o ouvi defender Pedro Santana Lopes na fase em que o país esperava que o Presidente da República fizesse o que (a realidade actual prova-o) era mais lógico, dissolver a assembleia. A forma quente, empenhada e amiga com que defendeu o actual primeiro ministro, dos ataques mordazes do coordenador daquele telejornal, fez-me pensar como é importante a confiança pessoal aliada à partilha de ideais políticos (esta história não afectou em nada o que penso sobre este assunto, apesar de me fazer lembrar o famoso dito popular: “ na melhor toalha cai a nódoa”).

Retomando a narração, Henrique Chaves aparecia assim aos olhos da opinião pública como um fiel “escudeiro” que ajudaria o seu amigo e companheiro a salvar a Pátria que se encontrava à deriva, porque outra Pátria ainda maior, a Europa, precisou de ser igualmente salva. Com elevado sentido europeu avançou da Lusitânia o Sr. Durão Barroso, que devido à dificuldade reconhecida dos outros povos a prenunciaram em condições o “ão”, deixou cair o Durão passando a ser somente Barroso.

Foi sem surpresa que Henrique Chaves foi nomeado ministro em colaboração muito estreita com o primeiro.

Passaram-se alguns meses e efectivamente a sua presença na sociedade portuguesa era discreta o que normalmente até é bom sinal. Qual não é o meu espanto que nas “nomeações” da semana aparece indicado para sair da casa. Acabou por não deixar de ser ministro mas, “porque já tinha muitas competências” foi nomeado Ministro do Desporto e Juventude, que não me perguntem porquê, é considerado um cargo menor dentro de estranha hierarquia do poder. Tomou posse com cara de poucos amigos, facto em que só notei ao voltar a ver as imagens (que foram repetidas depois da sua demissão). Demitiu-se quatro dias depois sem sequer os seus secretários de estado tomarem posse.

Dentro da loucura onde vivemos, tudo isto é normal.

O que realmente me espantou foi fazer acompanhar a sua demissão de um comunicado onde explica as razões que o levaram a tomar esta atitude. De entre os vários aspectos apresentados realço as afirmações sobre as capacidades de liderança do primeiro ministro e sobre a falta de lealdade.

Que a escolha dos ministros possa ser errada é normal, agora que um ex ministro descubra em quatro meses o que não descobriu numa vida e venha por em causa na praça pública a lealdade das suas relações, parece-me demais!

Nesta fotografia “à la minute” ficam os dois mal e fica mal o país!

Quem nos garante que aquilo que Henrique Chaves nos disse não é verdade? E se for mentira com que critério o primeiro ministro escolheu os seus ministros? - Majestade não sei a quem devemos atribuir o olho de vidro, disse o ministro do reino

- A coisa não está fácil real ministro, nada fácil. Dai-me meu espelho. O rei ao ver sua cara reflectida no dito, exclamou:

- Já sei! o olho de vidro vai para o presidente da república que não soube perceber a situação!

Assim foi feito. (A história ainda hoje não sabe explicar como é que o rei atribuiu o olho de vidro ao presidente muito antes de haver república )

Comentários: (0) Posted by ptrincao at 06:55 PM

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