Líder do PS-Lisboa lança Jorge Coelho para a sucessão de Ferro

12-08-2004
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Líder do PS-Lisboa Lança Jorge Coelho para a Sucessão de Ferro

Por FILOMENA FONTES, com E.L. e A.H.

Domingo, 11 de Julho de 2004 "Só o dr. Jorge Coelho pode salvaguardar a unidade do PS e tem perfil para dar ânimo e força ao partido, preparando-o para os combates políticos que tem pela frente, com todas as condições para os vencer". Esta é a convição do líder da concelhia socialista de Lisboa, Miguel Coelho, que, um dia depois da demissão de Ferro Rodrigues, lança o nome do antigo ministro dos governos de António Guterres na corrida para a liderança do PS. Em declarações ao PÚBLICO e fazendo questão de falar a título pessoal, o líder do PS-Lisboa fez da "unidade do partido" o princípio de todas as certezas para apostar nesta candidatura. "Jorge Coelho é a pessoa do PS que está sempre presente nas horas difíceis, tem perfil de figura de Estado, como já demonstrou quando foi ministro e creio que a sua candidatura a secretário-geral poupará o PS a uma divisão de forças que, neste momento, é de todo indesejável, face ao adversário que temos de enfrentar, que é a direita portuguesa", garante. Instado a enunciar as vantagens desta escolha sobre as eventuais candidaturas de José Sócrates e António Vitorino, Miguel Coelho reconhece que essas duas figuras "estão preparadas para ser líderes, tal como outras personalidades como António Costa". Mas volta a valorizar a coesão partidária e insiste: "Num momento tão difícil, em que o PS e a esquerda em geral se sente órfã, desorientada, depois desta decisão do Presidente da República, o dr. Jorge Coelho é a figura que maior unidade provoca dentro do partido". Há alguns meses em entrevista ao PÚBLICO e Rádio Renascença, Jorge Coelho admitia uma candidatura à liderança do PS, mas, mais recentemente, veio dizer que não tinha condições pessoais para o fazer. Severo nas críticas à decisão de Jorge Sampaio em não convocar eleições antecipadas,Miguel Coelho vaticina mesmo que "a qualidade da democracia se vai agravar e também as condições de vida do povo português". E deixa um elogio à atitude de Ferro Rodrigues: "Revelou uma dimensão fora do vulgar no mundo da política." A tomada de posição deste dirigente acaba por ser a primeira a dar expressão pública às movimentações de bastidores entre as diversas facções que se preparam para disputar o congresso da sucessão. Para já, José Sócrates desejará gerir o silêncio depois de ter feito uma curta declaração ao "Expresso", na qual manifestava solidariedade a Ferro Rodrigues e considerava "infeliz" a decisão do Presidente da República. Aparentemente pouco interessado em assumir uma candidatura num momento em que o partido se defronta ainda com a perda de um líder ( "há um período de nojo que se deve respeitar", explicavam ontem socialistas), Sócrates estuda o tempo e o modo de entrar na corrida à liderança do PS, onde se mantêm João Soares e José Lamego, que anunciaram as suas candidaturas ainda antes da crise política desencadeada com a demissão de Durão Barroso. Mas, no âmbito da campanha interna que Sócrates ia desenvolvendo discretamente pelo país, chegou a estar marcado um almoço para ontem, em Braga, com apoiantes, que veio a ser anulado. Há quem, no PS, receie uma multiplicação de candidaturas. Para além de Lamego e João Soares, de Coelho e Sócrates, há ainda a hipótese de António Seguro Seguro, actual líder parlamentar, também entrar na corrida. Há, contudo, um candidato que, a confirmar-se, poderia fazer com que, pelo menos, alguns candidatos não avançassem: António Vitorino. Contudo, o ainda comissário europeu só pretendia voltar às lides partidárias no início de Novembro. Os desenvolvimentos de anteontem à noite lançaram dados novos, pelo que, entre os socialistas, espera-se por um sinal de Vitorino. Seguro apela à "serenidade" O certo é que o descontentamento provocado pela decisão de Sampaio semeou o descontentamento entre muitos socialistas. "Está criado um problema entre o PS e o Presidente da República, que vai ter de ser resolvido", advertia um destacado dirigente E ontem foram dados vários os sinais de que é necessário "desdramatizar". A começar pelo líder parlamentar, António José Seguro, que, em Setúbal, lançou um apelo aos militantes: "A decisão de Jorge Sampaio em não convocar eleições antecipadas é criticável, mas o adversário do PS é o Governo e não o Presidente da República", disse. Já o líder do PS-Açores, Carlos César, dirigiu-se aos dirigentes do partido. "O actual Presidente da República, como personalidade política, integra o que de melhor há do património de combate, convicções e sucesso do PS na sociedade portuguesa", defendeu César, para quem "esse património não pode ser alienado por declarações menos avisadas, intempestivas ou precipitadas" dos dirigentes do partido. OUTROS TÍTULOS EM NACIONAL Santana quer apresentar amanhã ao Presidente os principais nomes do Governo

CDS impõe "doutrina das cautelas"

PSD não está preocupado com avisos de vigilância de Jorge Sampaio

Santanistas deverão ter pouco peso

O que restará do actual Governo

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Ele é que é o presidente da junta

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Por FILOMENA FONTES, com E.L. e A.H.

Domingo, 11 de Julho de 2004 "Só o dr. Jorge Coelho pode salvaguardar a unidade do PS e tem perfil para dar ânimo e força ao partido, preparando-o para os combates políticos que tem pela frente, com todas as condições para os vencer". Esta é a convição do líder da concelhia socialista de Lisboa, Miguel Coelho, que, um dia depois da demissão de Ferro Rodrigues, lança o nome do antigo ministro dos governos de António Guterres na corrida para a liderança do PS. Em declarações ao PÚBLICO e fazendo questão de falar a título pessoal, o líder do PS-Lisboa fez da "unidade do partido" o princípio de todas as certezas para apostar nesta candidatura. "Jorge Coelho é a pessoa do PS que está sempre presente nas horas difíceis, tem perfil de figura de Estado, como já demonstrou quando foi ministro e creio que a sua candidatura a secretário-geral poupará o PS a uma divisão de forças que, neste momento, é de todo indesejável, face ao adversário que temos de enfrentar, que é a direita portuguesa", garante. Instado a enunciar as vantagens desta escolha sobre as eventuais candidaturas de José Sócrates e António Vitorino, Miguel Coelho reconhece que essas duas figuras "estão preparadas para ser líderes, tal como outras personalidades como António Costa". Mas volta a valorizar a coesão partidária e insiste: "Num momento tão difícil, em que o PS e a esquerda em geral se sente órfã, desorientada, depois desta decisão do Presidente da República, o dr. Jorge Coelho é a figura que maior unidade provoca dentro do partido". Há alguns meses em entrevista ao PÚBLICO e Rádio Renascença, Jorge Coelho admitia uma candidatura à liderança do PS, mas, mais recentemente, veio dizer que não tinha condições pessoais para o fazer. Severo nas críticas à decisão de Jorge Sampaio em não convocar eleições antecipadas,Miguel Coelho vaticina mesmo que "a qualidade da democracia se vai agravar e também as condições de vida do povo português". E deixa um elogio à atitude de Ferro Rodrigues: "Revelou uma dimensão fora do vulgar no mundo da política." A tomada de posição deste dirigente acaba por ser a primeira a dar expressão pública às movimentações de bastidores entre as diversas facções que se preparam para disputar o congresso da sucessão. Para já, José Sócrates desejará gerir o silêncio depois de ter feito uma curta declaração ao "Expresso", na qual manifestava solidariedade a Ferro Rodrigues e considerava "infeliz" a decisão do Presidente da República. Aparentemente pouco interessado em assumir uma candidatura num momento em que o partido se defronta ainda com a perda de um líder ( "há um período de nojo que se deve respeitar", explicavam ontem socialistas), Sócrates estuda o tempo e o modo de entrar na corrida à liderança do PS, onde se mantêm João Soares e José Lamego, que anunciaram as suas candidaturas ainda antes da crise política desencadeada com a demissão de Durão Barroso. Mas, no âmbito da campanha interna que Sócrates ia desenvolvendo discretamente pelo país, chegou a estar marcado um almoço para ontem, em Braga, com apoiantes, que veio a ser anulado. Há quem, no PS, receie uma multiplicação de candidaturas. Para além de Lamego e João Soares, de Coelho e Sócrates, há ainda a hipótese de António Seguro Seguro, actual líder parlamentar, também entrar na corrida. Há, contudo, um candidato que, a confirmar-se, poderia fazer com que, pelo menos, alguns candidatos não avançassem: António Vitorino. Contudo, o ainda comissário europeu só pretendia voltar às lides partidárias no início de Novembro. Os desenvolvimentos de anteontem à noite lançaram dados novos, pelo que, entre os socialistas, espera-se por um sinal de Vitorino. Seguro apela à "serenidade" O certo é que o descontentamento provocado pela decisão de Sampaio semeou o descontentamento entre muitos socialistas. "Está criado um problema entre o PS e o Presidente da República, que vai ter de ser resolvido", advertia um destacado dirigente E ontem foram dados vários os sinais de que é necessário "desdramatizar". A começar pelo líder parlamentar, António José Seguro, que, em Setúbal, lançou um apelo aos militantes: "A decisão de Jorge Sampaio em não convocar eleições antecipadas é criticável, mas o adversário do PS é o Governo e não o Presidente da República", disse. Já o líder do PS-Açores, Carlos César, dirigiu-se aos dirigentes do partido. "O actual Presidente da República, como personalidade política, integra o que de melhor há do património de combate, convicções e sucesso do PS na sociedade portuguesa", defendeu César, para quem "esse património não pode ser alienado por declarações menos avisadas, intempestivas ou precipitadas" dos dirigentes do partido. OUTROS TÍTULOS EM NACIONAL Santana quer apresentar amanhã ao Presidente os principais nomes do Governo

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