Artigo II

17-05-2002
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PME Digital cria incentivosA iniciativa PME Digital vai atribuir 4 milhões de contos para colocar Pequenas e Médias Empresas na economia digital

As RIAT, compostas por associações empresariais, universidades e entidades do sistema científico, prevêem o apoio local às PME disseminadas pelo país

O GOVERNO anunciou que vai disponibilizar 20 milhões de euros (4 milhões de contos) para reforçar a entrada das PME (Pequenas e Médias Empresas) portuguesas na economia digital. Intitulada «PME Digital», esta iniciativa insere-se no POE (Programa Operacional da Economia) do III Quadro Comunitário de Apoio e comporta essencialmente duas vertentes: criar um sistema de incentivos à participação de PME na economia digital, para o qual serão disponibilizados 15 milhões de euros (3 milhões de contos) e formar um conjunto de redes de informação e assistência técnica (designadas RIAT) que contará com 5 milhões de euros (1 milhão de contos) de apoio.

«Esta iniciativa é uma das principais apostas do Governo para vencer o atraso estrutural da produtividade das empresas portuguesas face às congéneres europeias», referiu António Guterres, esta semana, na apresentação do «PME Digital». Uma opinião partilhada por Luís Braga da Cruz, ministro da Economia, acrescentando que «não se trata de distribuir computadores ou criar sítios, mas sim ganhar massa crítica para a utilização da economia digital e o acesso a novos mercados, não se resumindo a uma mera utilização esporádica de comércio electrónico»

A criação das RIAT será feita em paralelo com os incentivos, através de um caderno de encargos que prevê um concurso e tem como objectivo juntar universidades, entidades do sistema científico e tecnológico e associações empresariais, para fazer um trabalho preparatório do lançamento das diversas iniciativas e orientar as empresas ao longo de todo o processo.

Mil empresas na fase-piloto

«Nesta fase-piloto serão admitidas cerca de mil empresas pelo que os critérios de selecção vão ser muito rigorosos, incidindo na conjugação dos três pilares fundamentais», refere, por seu lado, Maximiano Martins, gestor do POE. Primeiro dar-se-á prioridade às empresas que apresentem um elevado grau de integração interna da presença na economia digital - ou seja, aferir a efectiva participação dos colaboradores nas empresas, bem como a utilização das tecnologias de informação enquanto elemento catalizador da mudança nos processos e na tecnologia. Por outro lado, será avaliado o desenvolvimento de interfaces electrónicos com clientes, parceiros ou com os próprios elementos internos à organização.

Por último, os projectos terão que reflectir qualidade no interface electrónico proposto e a sua adequação à necessidades do público-alvo a que se dirigem. Braga da Cruz admite o atraso das PME portuguesas nos negócios feitos por via electrónica, também designados «Business to Busienss» (B2B), mas reconhece que «o carácter instrumental desta ferramenta - que permite a transmissão de encomendas e de dados, por via electrónica - é a única maneira de alavancar as PME que estão isoladas num universo cada vez mais global e é a única forma de dar passos rápidos e significativos nesta matéria».

Apesar do atraso da Administração Pública - a maior entidade compradora em Portugal - na utilização da via electrónica para efectuar as suas compras, Braga da Cruz remete para recentes relatórios do Ministério da Ciência e Tecnologia que indicam que o Estado já está a comprar por esta via.

«Inclusive a previsão é ter todos os serviços públicos 'on-line' até 2005, mas trata-se de uma questão sensível e onde o Governo está a actuar de uma forma cautelosa para não correr o risco de cartelização das empresas fornecedoras», referiu.

Quanto ao ponto de situação da taxa de execução do POE, Braga da Cruz referiu que estão em curso cerca de 22 mil candidaturas, envolvendo 150 milhões de euros (30 milhões de contos) em incentivos, «um pouco abaixo do objectivo dos 500 milhões de euros previstos até ao final do ano».

Para o ministro, 2002 será o ano do POE entrar em velocidade de cruzeiro.

MANUEL POSSER DE ANDRADE

PME Digital cria incentivosA iniciativa PME Digital vai atribuir 4 milhões de contos para colocar Pequenas e Médias Empresas na economia digital

As RIAT, compostas por associações empresariais, universidades e entidades do sistema científico, prevêem o apoio local às PME disseminadas pelo país

O GOVERNO anunciou que vai disponibilizar 20 milhões de euros (4 milhões de contos) para reforçar a entrada das PME (Pequenas e Médias Empresas) portuguesas na economia digital. Intitulada «PME Digital», esta iniciativa insere-se no POE (Programa Operacional da Economia) do III Quadro Comunitário de Apoio e comporta essencialmente duas vertentes: criar um sistema de incentivos à participação de PME na economia digital, para o qual serão disponibilizados 15 milhões de euros (3 milhões de contos) e formar um conjunto de redes de informação e assistência técnica (designadas RIAT) que contará com 5 milhões de euros (1 milhão de contos) de apoio.

«Esta iniciativa é uma das principais apostas do Governo para vencer o atraso estrutural da produtividade das empresas portuguesas face às congéneres europeias», referiu António Guterres, esta semana, na apresentação do «PME Digital». Uma opinião partilhada por Luís Braga da Cruz, ministro da Economia, acrescentando que «não se trata de distribuir computadores ou criar sítios, mas sim ganhar massa crítica para a utilização da economia digital e o acesso a novos mercados, não se resumindo a uma mera utilização esporádica de comércio electrónico»

A criação das RIAT será feita em paralelo com os incentivos, através de um caderno de encargos que prevê um concurso e tem como objectivo juntar universidades, entidades do sistema científico e tecnológico e associações empresariais, para fazer um trabalho preparatório do lançamento das diversas iniciativas e orientar as empresas ao longo de todo o processo.

Mil empresas na fase-piloto

«Nesta fase-piloto serão admitidas cerca de mil empresas pelo que os critérios de selecção vão ser muito rigorosos, incidindo na conjugação dos três pilares fundamentais», refere, por seu lado, Maximiano Martins, gestor do POE. Primeiro dar-se-á prioridade às empresas que apresentem um elevado grau de integração interna da presença na economia digital - ou seja, aferir a efectiva participação dos colaboradores nas empresas, bem como a utilização das tecnologias de informação enquanto elemento catalizador da mudança nos processos e na tecnologia. Por outro lado, será avaliado o desenvolvimento de interfaces electrónicos com clientes, parceiros ou com os próprios elementos internos à organização.

Por último, os projectos terão que reflectir qualidade no interface electrónico proposto e a sua adequação à necessidades do público-alvo a que se dirigem. Braga da Cruz admite o atraso das PME portuguesas nos negócios feitos por via electrónica, também designados «Business to Busienss» (B2B), mas reconhece que «o carácter instrumental desta ferramenta - que permite a transmissão de encomendas e de dados, por via electrónica - é a única maneira de alavancar as PME que estão isoladas num universo cada vez mais global e é a única forma de dar passos rápidos e significativos nesta matéria».

Apesar do atraso da Administração Pública - a maior entidade compradora em Portugal - na utilização da via electrónica para efectuar as suas compras, Braga da Cruz remete para recentes relatórios do Ministério da Ciência e Tecnologia que indicam que o Estado já está a comprar por esta via.

«Inclusive a previsão é ter todos os serviços públicos 'on-line' até 2005, mas trata-se de uma questão sensível e onde o Governo está a actuar de uma forma cautelosa para não correr o risco de cartelização das empresas fornecedoras», referiu.

Quanto ao ponto de situação da taxa de execução do POE, Braga da Cruz referiu que estão em curso cerca de 22 mil candidaturas, envolvendo 150 milhões de euros (30 milhões de contos) em incentivos, «um pouco abaixo do objectivo dos 500 milhões de euros previstos até ao final do ano».

Para o ministro, 2002 será o ano do POE entrar em velocidade de cruzeiro.

MANUEL POSSER DE ANDRADE

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