PSD deu a palavra a deputado pró-despenalização

24-09-2004
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PSD Deu a Palavra a Deputado Pró-despenalização

Sábado, 18 de Setembro de 2004

O defensor da despenalização Massano Cardoso foi ontem a cara do PSD no debate sobre aborto

São José Almeida

Foi com uma ar visivelmente constrangido que o deputado do PSD Massano Cardoso - professor catedrático de Medicina na Universidade de Coimbra e conhecido por ser a favor da despenalização do aborto - se viu colocado perante a divergência entre a sua posição pessoal sobre a despenalização do aborto e a recusa em mudar a lei antes de 2006 por parte do seu partido e do parceiro de coligação, o CDS.

O deputado acabou a lembrar que o PSD está atado a um compromisso eleitoral - a promessa de Durão Barroso de não mexer na lei -, bem como pelo acordo de governo com o CDS. Escudando-se no facto de estar a falar em nome do PSD, relegou para segundo plano a sua posição."A minha posição pessoal é minha. Naturalmente não posso expressá-la aqui porque estou a falar em nome do meu grupo parlamentar e poderia estar a violar a consciência de alguns dos meus colegas", disse Massano Cardoso.

Estreando-se em São Bento na presente legislatura eleito pelo círculo de Coimbra, aos 53 anos - que nasceu em Santa Comba Dão, a 11 de Janeiro de 1951 -, Massano Cardoso é professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra com doutoramento feito na área de epidemologia e medicina preventiva. Foi director do Instituto de Higiene e Medicina Social da mesma faculdade, além de ser vice-presidente da secção do centro da Ordem dos Médicos.

Oficialmente destacado na véspera para intervir no debate parlamentar em nome do PSD, Massano Gonçalves teve nas mãos a tarefa de fazer um discurso em que não comprometesse a posição da sua bancada parlamentar, ou seja, a inexistência de uma posição oficial do PSD, e aquilo que é a sua posição pessoal pela despenalização.

Fê-lo lendo um discurso escrito em que cumpriu o difícil exercício de não comprometer o partido e não se comprometer a si mesmo. Daí que tenha optado por uma intervenção em que nunca tocou directamente a questão de fundo, ou seja, a despenalização.

Dedicou-se primeiro a dissertar sobre a saúde reprodutiva, a educação sexual, o apoio à maternidade, o planeamento familiar, para apenas abordar a despenalização no final, questionando-se sobre as razões pelas quais a lei portuguesa é idêntica à espanhola, mas interpretada de maneiras diferentes. E lembrou que os médicos espanhóis têm a "interpretação de que gravidezes indesejadas podem constituir fonte de graves problemas da esfera psíquica".

PSD Deu a Palavra a Deputado Pró-despenalização

Sábado, 18 de Setembro de 2004

O defensor da despenalização Massano Cardoso foi ontem a cara do PSD no debate sobre aborto

São José Almeida

Foi com uma ar visivelmente constrangido que o deputado do PSD Massano Cardoso - professor catedrático de Medicina na Universidade de Coimbra e conhecido por ser a favor da despenalização do aborto - se viu colocado perante a divergência entre a sua posição pessoal sobre a despenalização do aborto e a recusa em mudar a lei antes de 2006 por parte do seu partido e do parceiro de coligação, o CDS.

O deputado acabou a lembrar que o PSD está atado a um compromisso eleitoral - a promessa de Durão Barroso de não mexer na lei -, bem como pelo acordo de governo com o CDS. Escudando-se no facto de estar a falar em nome do PSD, relegou para segundo plano a sua posição."A minha posição pessoal é minha. Naturalmente não posso expressá-la aqui porque estou a falar em nome do meu grupo parlamentar e poderia estar a violar a consciência de alguns dos meus colegas", disse Massano Cardoso.

Estreando-se em São Bento na presente legislatura eleito pelo círculo de Coimbra, aos 53 anos - que nasceu em Santa Comba Dão, a 11 de Janeiro de 1951 -, Massano Cardoso é professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra com doutoramento feito na área de epidemologia e medicina preventiva. Foi director do Instituto de Higiene e Medicina Social da mesma faculdade, além de ser vice-presidente da secção do centro da Ordem dos Médicos.

Oficialmente destacado na véspera para intervir no debate parlamentar em nome do PSD, Massano Gonçalves teve nas mãos a tarefa de fazer um discurso em que não comprometesse a posição da sua bancada parlamentar, ou seja, a inexistência de uma posição oficial do PSD, e aquilo que é a sua posição pessoal pela despenalização.

Fê-lo lendo um discurso escrito em que cumpriu o difícil exercício de não comprometer o partido e não se comprometer a si mesmo. Daí que tenha optado por uma intervenção em que nunca tocou directamente a questão de fundo, ou seja, a despenalização.

Dedicou-se primeiro a dissertar sobre a saúde reprodutiva, a educação sexual, o apoio à maternidade, o planeamento familiar, para apenas abordar a despenalização no final, questionando-se sobre as razões pelas quais a lei portuguesa é idêntica à espanhola, mas interpretada de maneiras diferentes. E lembrou que os médicos espanhóis têm a "interpretação de que gravidezes indesejadas podem constituir fonte de graves problemas da esfera psíquica".

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