Portugal Diário

18-05-2003
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PS questiona aviões americanos

Carmo Só 05-03-2003 13:03 Portas optou por aviões da Lockheed, em detrimento de consórcio europeu. Ministro disponível para explicar tudo A proposta da Lei de Programação Militar (LPM) discutida esta quarta-feira prevê o abandono do consórcio europeu para a construção do Airbus de transporte militar. A decisão do ministro da Defesa em comprar aviões à Lockheed tem gerado polémica. Afinal, esta empresa americana está associada ao actual esforço de guerra dos Estados Unidos. Ana Gomes, dirigente socialista, questionou a decisão do Governo, em declarações à TSF: «Talvez o ministro tenha obtido contrapartidas financeiras e tecnológicas da Lockheed». O PS não está satisfeito com as escolhas de armamento americano do Governo, em detrimento do europeu. O deputado Marques Júnior, disse ao PortugalDiário, que «Portas não tem razão ao dizer que esta opção é a mais barata». «Os aviões A-400/M têm um preço mais elevado, mas comprar seis aviões C-130 produzidos pela Lockheed custarão mais do que os três aviões europeus A-400/M», defendeu o deputado. Além dos argumentos financeiros, os socialistas defendem que os aviões da americana Lockheed têm uma capacidade de transporte estratégica limitada, «visto que os aviões europeus têm o dobro da capacidade de transporte e uma maior autonomia». O consórcio europeu vai avançar assim sem Portugal o que, na opinião de Marques Júnior, «vai pôr em causa a Política Comum de Defesa Europeia e deitar por terra a possibilidade da indústria de Defesa Nacional participar num projecto de desenvolvimento tecnológico». «Este projecto europeu, que previa a aquisição dos aviões A-400/M, seria um investimento, enquanto que a compra de aviões à Lockheed será mais uma despesa», concluiu. O PS vai abster-se na votação na generalidade da LPM. Segundo o deputado Marques Júnior, os socialistas estão de acordo com os programas principais e com o modelo financeiro desta revisão da lei, mas rejeitam a opção pelos aviões da Lockheed e pedem mais informação ao ministro da tutela. Marques Júnior salienta ser importante que Paulo Portas dê explicações sobre o grau de execução da LPM em 2003, o tempo previsível para a execução de cada um dos programas e os atrasos existentes. Fonte do gabinete do ministro da Defesa disse ao PortugalDiário que, da parte de Paulo Portas, «há uma total disponibilidade em reunir com o deputado Marques Júnior para esclarecer tudo». Rudolfo Begonha, da Associação de Auditores da Defesa, considera que a decisão do Governo de comprar aviões à Lockheed «não foi uma decisão unilateral, foi suficientemente pensada com os ramos das Forças Armadas». O general adianta que alguns países europeus já tinham saído do consórcio europeu, e que «há argumentos válidos de ambos os lados», relativamente à compra de aviões europeus ou americanos. «Temos de ter um mínimo de segurança, e actualmente estamos abaixo dos níveis de segurança exigidos a um país da Europa que não está num sítio tranquilo», argumentou o militar, em defesa do investimento na Defesa Nacional. Begonha defende que mais importante que a questão da compra dos aviões «é necessário concertar as forças de segurança com as Forças Armadas para que a compra de armamento seja mais racional, dando mais poder à Direcção Geral de Armamento».

PS questiona aviões americanos

Carmo Só 05-03-2003 13:03 Portas optou por aviões da Lockheed, em detrimento de consórcio europeu. Ministro disponível para explicar tudo A proposta da Lei de Programação Militar (LPM) discutida esta quarta-feira prevê o abandono do consórcio europeu para a construção do Airbus de transporte militar. A decisão do ministro da Defesa em comprar aviões à Lockheed tem gerado polémica. Afinal, esta empresa americana está associada ao actual esforço de guerra dos Estados Unidos. Ana Gomes, dirigente socialista, questionou a decisão do Governo, em declarações à TSF: «Talvez o ministro tenha obtido contrapartidas financeiras e tecnológicas da Lockheed». O PS não está satisfeito com as escolhas de armamento americano do Governo, em detrimento do europeu. O deputado Marques Júnior, disse ao PortugalDiário, que «Portas não tem razão ao dizer que esta opção é a mais barata». «Os aviões A-400/M têm um preço mais elevado, mas comprar seis aviões C-130 produzidos pela Lockheed custarão mais do que os três aviões europeus A-400/M», defendeu o deputado. Além dos argumentos financeiros, os socialistas defendem que os aviões da americana Lockheed têm uma capacidade de transporte estratégica limitada, «visto que os aviões europeus têm o dobro da capacidade de transporte e uma maior autonomia». O consórcio europeu vai avançar assim sem Portugal o que, na opinião de Marques Júnior, «vai pôr em causa a Política Comum de Defesa Europeia e deitar por terra a possibilidade da indústria de Defesa Nacional participar num projecto de desenvolvimento tecnológico». «Este projecto europeu, que previa a aquisição dos aviões A-400/M, seria um investimento, enquanto que a compra de aviões à Lockheed será mais uma despesa», concluiu. O PS vai abster-se na votação na generalidade da LPM. Segundo o deputado Marques Júnior, os socialistas estão de acordo com os programas principais e com o modelo financeiro desta revisão da lei, mas rejeitam a opção pelos aviões da Lockheed e pedem mais informação ao ministro da tutela. Marques Júnior salienta ser importante que Paulo Portas dê explicações sobre o grau de execução da LPM em 2003, o tempo previsível para a execução de cada um dos programas e os atrasos existentes. Fonte do gabinete do ministro da Defesa disse ao PortugalDiário que, da parte de Paulo Portas, «há uma total disponibilidade em reunir com o deputado Marques Júnior para esclarecer tudo». Rudolfo Begonha, da Associação de Auditores da Defesa, considera que a decisão do Governo de comprar aviões à Lockheed «não foi uma decisão unilateral, foi suficientemente pensada com os ramos das Forças Armadas». O general adianta que alguns países europeus já tinham saído do consórcio europeu, e que «há argumentos válidos de ambos os lados», relativamente à compra de aviões europeus ou americanos. «Temos de ter um mínimo de segurança, e actualmente estamos abaixo dos níveis de segurança exigidos a um país da Europa que não está num sítio tranquilo», argumentou o militar, em defesa do investimento na Defesa Nacional. Begonha defende que mais importante que a questão da compra dos aviões «é necessário concertar as forças de segurança com as Forças Armadas para que a compra de armamento seja mais racional, dando mais poder à Direcção Geral de Armamento».

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