Portugal Diário

05-09-2003
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Maria Elisa queixa-se de «perseguição política»

PD 01-08-2003 19:32 Deputada acusa o PS de perseguição pessoal, algo «inédito» na história do parlamento Maria Elisa, deputada do PSD, acusou hoje o PS de a perseguir pessoal e politicamente por querer avaliar a suspensão do seu mandato por motivos médicos, quando está, ao mesmo tempo, na RTP a preparar um programa. "A acontecer, isso configura uma perseguição pessoal e, quiçá, política, que é completamente inédita na História da Assembleia da República", declarou Maria Elisa Domingues à agência Lusa. Em causa está o facto de alguns deputados do PS estarem a ponderar colocar à discussão da comissão parlamentar de Ética a situação da deputada do PSD que, no passado dia 24 Julho, pediu a suspensão das funções, por motivos de tratamento médico. Em declarações à agência Lusa, o socialista Vítor Ramalho admitiu ser sua intenção levantar a questão na próxima reunião da comissão de Ética, apesar de referir não ser necessário marcar uma reunião de emergência. "A suspensão de Maria Elisa é absolutamente legítima, sobretudo por motivos de tratamento de doença. Mas se é verdade que ela está a trabalhar na RTP, a deputada corre o risco da justificação para a sua suspensão ser interpretada como uma justificação esfarrapada", explicou o socialista. Vítor Ramalho adiantou que na próxima reunião da comissão irá colocar a questão à discussão, por forma a que seja clarificado se a suspensão do mandato por motivos de tratamento médico "é ou não compatível", quer com o facto da deputada estar alegadamente a trabalhar noutro local, quer com o facto do argumento ser aceite em termos de suspensão. Confrontada com esta situação, a deputada do PSD "atirou" para o presidente da comissão de Ética, o socialista Jorge Lacão, a responsabilidade deste tema poder ser colocado em discussão. "Para além da óbvia perseguição de que fui vítima no ano passado, quando o presidente da comissão de Ética decidiu propor a incompatibilidade da minha situação de deputada com o exercício das minhas funções na RTP, o que configurou uma situação única no Parlamento, mais faltaria que o mesmo presidente se atrevesse a pronunciar-se sobre os contornos da minha doença ou quaisquer limites", sublinhou Maria Elisa à agência Lusa. Questionada sobre se está, de facto, a trabalhar na RTP, a deputada do PSD garantiu estar de férias, embora reconheça que existe um programa que está a ser preparado por si, "no domínio intelectual", para a televisão do Estado. "Isso já se sabe há seis ou oito meses, quando o disse numa entrevista ao Expresso", argumentou a ex-directora de programação da RTP, acrescentando não saber sequer quando o programa será emitido. "Acho que o presidente da comissão de Ética quer controlar o meu pensamento, pois preparar um programa representa a livre expressão do pensamento", afirmou Maria Elisa, questionando se Jorge Lacão poderá impedir esse livre exercício. Manifestando desagrado pelo facto da sua suspensão poder, eventualmente, ser colocada em causa, a deputada do PSD argumentou que existem muitos deputados que suspenderam funções por idênticas razões à sua, ou seja, por motivos de tratamento médico. "Mas, com esses deputados, nunca ninguém foi saber o que estavam a fazer", frisou Maria Elisa. A agência Lusa tentou contactar com o deputado do PS, Jorge Lacão, a fim de saber como o parlamentar reagia às acusações que lhe foram dirigidas, embora sem sucesso. No ano passado, pouco tempo depois de Maria Elisa ter assumido as funções de deputada, a comissão de Ética questionou internamente se as funções de parlamentar configurariam algum tipo de incompatibilidade com a profissão de jornalista da televisão do Estado. Na altura foi feito um estudo que concluiu pela compatibilidade, apesar de Maria Elisa já ter, pouco tempo antes, escolhido a política, embora mantendo-se no quadro da RTP.

Maria Elisa queixa-se de «perseguição política»

PD 01-08-2003 19:32 Deputada acusa o PS de perseguição pessoal, algo «inédito» na história do parlamento Maria Elisa, deputada do PSD, acusou hoje o PS de a perseguir pessoal e politicamente por querer avaliar a suspensão do seu mandato por motivos médicos, quando está, ao mesmo tempo, na RTP a preparar um programa. "A acontecer, isso configura uma perseguição pessoal e, quiçá, política, que é completamente inédita na História da Assembleia da República", declarou Maria Elisa Domingues à agência Lusa. Em causa está o facto de alguns deputados do PS estarem a ponderar colocar à discussão da comissão parlamentar de Ética a situação da deputada do PSD que, no passado dia 24 Julho, pediu a suspensão das funções, por motivos de tratamento médico. Em declarações à agência Lusa, o socialista Vítor Ramalho admitiu ser sua intenção levantar a questão na próxima reunião da comissão de Ética, apesar de referir não ser necessário marcar uma reunião de emergência. "A suspensão de Maria Elisa é absolutamente legítima, sobretudo por motivos de tratamento de doença. Mas se é verdade que ela está a trabalhar na RTP, a deputada corre o risco da justificação para a sua suspensão ser interpretada como uma justificação esfarrapada", explicou o socialista. Vítor Ramalho adiantou que na próxima reunião da comissão irá colocar a questão à discussão, por forma a que seja clarificado se a suspensão do mandato por motivos de tratamento médico "é ou não compatível", quer com o facto da deputada estar alegadamente a trabalhar noutro local, quer com o facto do argumento ser aceite em termos de suspensão. Confrontada com esta situação, a deputada do PSD "atirou" para o presidente da comissão de Ética, o socialista Jorge Lacão, a responsabilidade deste tema poder ser colocado em discussão. "Para além da óbvia perseguição de que fui vítima no ano passado, quando o presidente da comissão de Ética decidiu propor a incompatibilidade da minha situação de deputada com o exercício das minhas funções na RTP, o que configurou uma situação única no Parlamento, mais faltaria que o mesmo presidente se atrevesse a pronunciar-se sobre os contornos da minha doença ou quaisquer limites", sublinhou Maria Elisa à agência Lusa. Questionada sobre se está, de facto, a trabalhar na RTP, a deputada do PSD garantiu estar de férias, embora reconheça que existe um programa que está a ser preparado por si, "no domínio intelectual", para a televisão do Estado. "Isso já se sabe há seis ou oito meses, quando o disse numa entrevista ao Expresso", argumentou a ex-directora de programação da RTP, acrescentando não saber sequer quando o programa será emitido. "Acho que o presidente da comissão de Ética quer controlar o meu pensamento, pois preparar um programa representa a livre expressão do pensamento", afirmou Maria Elisa, questionando se Jorge Lacão poderá impedir esse livre exercício. Manifestando desagrado pelo facto da sua suspensão poder, eventualmente, ser colocada em causa, a deputada do PSD argumentou que existem muitos deputados que suspenderam funções por idênticas razões à sua, ou seja, por motivos de tratamento médico. "Mas, com esses deputados, nunca ninguém foi saber o que estavam a fazer", frisou Maria Elisa. A agência Lusa tentou contactar com o deputado do PS, Jorge Lacão, a fim de saber como o parlamentar reagia às acusações que lhe foram dirigidas, embora sem sucesso. No ano passado, pouco tempo depois de Maria Elisa ter assumido as funções de deputada, a comissão de Ética questionou internamente se as funções de parlamentar configurariam algum tipo de incompatibilidade com a profissão de jornalista da televisão do Estado. Na altura foi feito um estudo que concluiu pela compatibilidade, apesar de Maria Elisa já ter, pouco tempo antes, escolhido a política, embora mantendo-se no quadro da RTP.

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