EXPRESSO: País

28-11-2002
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Durão ganha apoios de «pesos-pesados»

O líder do PSD não revela nomes, mas já tem vários «notáveis» disponíveis para o Governo

Sérgio Granadeiro Durão Barroso com Rui Rio e Santana Lopes: com o PSD unido, o líder conquista independentes

DURÃO Barroso recusa-se a revelar os nomes que tem em mente para compor um eventual governo do PSD. Mas esta semana o partido aproveitou dois eventos públicos para revelar as figuras com que conta - e, de todos, o que assumiu maior peso foi Ernâni Lopes. O apoio do reputado economista, ex-ministro das Finanças de Mário Soares (nos anos difíceis de 1983/1985), serviu para o PSD passar a mensagem de que sabe o que fazer para resolver a difícil situação das Finanças. Além disso, quis-se mostrar capacidade de captar pessoas fora do campo social-democrata: Ernâni Lopes foi um dos apoiantes de Jorge Sampaio à Presidência da República.

O economista aproveitou um debate organizado pela «Missão: Portugal», associação próxima do PSD, para manifestar o seu apoio a Durão Barroso e a sua disponibilidade para integrar um seu executivo. E defendeu que, não sendo possível um governo ideal - que, na sua opinião, passaria por outro bloco central, dada a gravidade das Finanças -, «o PSD é a formação política que melhor compreende o que é necessário fazer».

«Ministeriáveis»

Três dias depois, o próprio líder do PSD apresentou as personalidades que irão redigir o programa eleitoral: Dias Loureiro (ex-ministro da Administração Interna), António Borges (economista), António Carrapatoso (presidente da Telecel), Maria Eduarda Azevedo (deputada, ex-secretária de Estado), Mira Amaral (ex-ministro da Indústria, presidente do gabinete de estudos do PSD), Tavares Moreira (outro economista, ex-governador do Banco de Portugal) e Assunção Esteves (jurista, ex-juíza do Tribunal Constitucional). Recolhidos todos os contributos, a redacção final estará a cargo de Assunção Esteves, Miguel Frasquilho (economista) e José Correia (deputado e chefe de gabinete de Barroso). Como afirmou ao EXPRESSO uma fonte da direcção nacional, «todos são ministeriáveis».

Além disso, o partido publicitou os nomes de uma série de personalidades que têm contribuído para o programa de governo: Isabel Mota (ex-secretária de Estado do Planeamento, actual administradora da Fundação Gulbenkian), Proença de Carvalho (advogado, independente), João Lobo Antunes (neurocirurgião, mandatário de Sampaio nas últimas eleições presidenciais), Diogo Lucena (professor universitário), Vítor Martins (ex-secretário de Estado das Comunidades e presidente da Jazztel) e Fernando Ulrich (vice-presidente do BPI).

Ao mesmo tempo que mostra alguns dos seus «ministeriáveis», o líder do PSD inicia uma ofensiva diplomática, para relançar a sua imagem na Europa. Esta semana, Barroso foi recebido por José María Aznar, primeiro-ministro espanhol e presidente em exercício da União Europeia, a quem garantiu que uma possível mudança de governo em Portugal em nada afectará os compromissos já assumidos com os Quinze. Na próxima segunda-feira, Barroso será recebido pelo presidente da Comissão Europeia, Romano Prodi, e pelo comissário europeu das Finanças, Pedro Solbes. Na terça-feira, avistar-se-á com o Presidente francês, Jacques Chirac, e no dia 28 será recebido pelo primeiro-ministro britânico, Tony Blair.

PSD quer extinguir governos civis

Amanhã, em Coimbra, na Conferência Nacional do Poder Local - em que participarão os autarcas do PSD -, as comissões políticas nacional e da ASD (Autarcas Sociais-Democratas) apresentarão um projecto conjunto, com uma série de propostas de reformas que visam descentralizar a administração pública, em favor dos municípios. Entre essas propostas, destacam-se a criação de novas áreas metropolitanas, a extinção dos governos civis, a nomeação das comissões de coordenação regional sob proposta dos municípios, a transferência de órgãos e serviços do Estado para fora das regiões de Lisboa e Porto e o reforço de competências das associações de municípios (em matérias como os transportes, as redes públicas de abastecimento de água, o ordenamento do território e as candidaturas a fundos comunitários).

Durão ganha apoios de «pesos-pesados»

O líder do PSD não revela nomes, mas já tem vários «notáveis» disponíveis para o Governo

Sérgio Granadeiro Durão Barroso com Rui Rio e Santana Lopes: com o PSD unido, o líder conquista independentes

DURÃO Barroso recusa-se a revelar os nomes que tem em mente para compor um eventual governo do PSD. Mas esta semana o partido aproveitou dois eventos públicos para revelar as figuras com que conta - e, de todos, o que assumiu maior peso foi Ernâni Lopes. O apoio do reputado economista, ex-ministro das Finanças de Mário Soares (nos anos difíceis de 1983/1985), serviu para o PSD passar a mensagem de que sabe o que fazer para resolver a difícil situação das Finanças. Além disso, quis-se mostrar capacidade de captar pessoas fora do campo social-democrata: Ernâni Lopes foi um dos apoiantes de Jorge Sampaio à Presidência da República.

O economista aproveitou um debate organizado pela «Missão: Portugal», associação próxima do PSD, para manifestar o seu apoio a Durão Barroso e a sua disponibilidade para integrar um seu executivo. E defendeu que, não sendo possível um governo ideal - que, na sua opinião, passaria por outro bloco central, dada a gravidade das Finanças -, «o PSD é a formação política que melhor compreende o que é necessário fazer».

«Ministeriáveis»

Três dias depois, o próprio líder do PSD apresentou as personalidades que irão redigir o programa eleitoral: Dias Loureiro (ex-ministro da Administração Interna), António Borges (economista), António Carrapatoso (presidente da Telecel), Maria Eduarda Azevedo (deputada, ex-secretária de Estado), Mira Amaral (ex-ministro da Indústria, presidente do gabinete de estudos do PSD), Tavares Moreira (outro economista, ex-governador do Banco de Portugal) e Assunção Esteves (jurista, ex-juíza do Tribunal Constitucional). Recolhidos todos os contributos, a redacção final estará a cargo de Assunção Esteves, Miguel Frasquilho (economista) e José Correia (deputado e chefe de gabinete de Barroso). Como afirmou ao EXPRESSO uma fonte da direcção nacional, «todos são ministeriáveis».

Além disso, o partido publicitou os nomes de uma série de personalidades que têm contribuído para o programa de governo: Isabel Mota (ex-secretária de Estado do Planeamento, actual administradora da Fundação Gulbenkian), Proença de Carvalho (advogado, independente), João Lobo Antunes (neurocirurgião, mandatário de Sampaio nas últimas eleições presidenciais), Diogo Lucena (professor universitário), Vítor Martins (ex-secretário de Estado das Comunidades e presidente da Jazztel) e Fernando Ulrich (vice-presidente do BPI).

Ao mesmo tempo que mostra alguns dos seus «ministeriáveis», o líder do PSD inicia uma ofensiva diplomática, para relançar a sua imagem na Europa. Esta semana, Barroso foi recebido por José María Aznar, primeiro-ministro espanhol e presidente em exercício da União Europeia, a quem garantiu que uma possível mudança de governo em Portugal em nada afectará os compromissos já assumidos com os Quinze. Na próxima segunda-feira, Barroso será recebido pelo presidente da Comissão Europeia, Romano Prodi, e pelo comissário europeu das Finanças, Pedro Solbes. Na terça-feira, avistar-se-á com o Presidente francês, Jacques Chirac, e no dia 28 será recebido pelo primeiro-ministro britânico, Tony Blair.

PSD quer extinguir governos civis

Amanhã, em Coimbra, na Conferência Nacional do Poder Local - em que participarão os autarcas do PSD -, as comissões políticas nacional e da ASD (Autarcas Sociais-Democratas) apresentarão um projecto conjunto, com uma série de propostas de reformas que visam descentralizar a administração pública, em favor dos municípios. Entre essas propostas, destacam-se a criação de novas áreas metropolitanas, a extinção dos governos civis, a nomeação das comissões de coordenação regional sob proposta dos municípios, a transferência de órgãos e serviços do Estado para fora das regiões de Lisboa e Porto e o reforço de competências das associações de municípios (em matérias como os transportes, as redes públicas de abastecimento de água, o ordenamento do território e as candidaturas a fundos comunitários).

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