PCP alerta para fim do português na União Europeia

27-10-2004
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PCP Alerta para Fim do Português na União Europeia

Segunda-feira, 25 de Outubro de 2004

O fim do português como língua oficial de trabalho vais ser discutida na COSA

São José Almeida

Honório Novo, deputado do PCP, declarou ao PÚBLICO que teme o risco de o português vir a desaparecer como língua oficial de trabalho na União Europeia. A preocupação manifestada por Honório Novo surgiu-lhe durante a reunião da comissão parlamentar de Assuntos Europeus e Política Externa de quarta-feira de manhã, quando se deparou com a agenda da próxima reunião da COSAC, agendada para 22 e 23 de Novembro, em Haia, sob a presidência holandesa.

É que na reunião semestral deste órgão, que reúne as comissões parlamentares de assuntos europeus dos Estados-membros da União Europeia, o primeiro ponto é precisamente o regime linguístico da COSAC. De acordo com o relatório da deputada do PSD Maria Eduarda Azevedo sobre a preparação da reunião ficou a saber-se que estará em discussão uma proposta que, segundo a presidência holandesa "consegue, simultaneamente, ir ao encontro da redução dos elevados custos financeiros no cenário da União a 25 suportados por cada presidência e assegurar o respeito pela identidade nacional".

Esta proposta, depois de numa primeira fase ter contemplado a hipótese de as delegações às reuniões da COSAC poderem "exprimir-se na língua mãe", mas se quisessem "dispor de interpretação simultânea" deveriam fazer-se acompanhar do intérprete cujo custo teriam de suportar "integralmente".

Face às resistências que esta proposta provocou na anterior reunião de Dublin, os holandeses apresentaram agora na reunião preparatória do encontro de 22 e 23 de Novembro uma nova formulação "assente num leque de 6 línguas fixas - inglês, francês, alemão, italiano, polaco e espanhol - com custos de interpretação sempre a cargo da presidência". No seu relatório, Eduarda Azevedo ainda explica que alertou para o facto de este caminho "não poder deixar, perversamente, de ressuscitar os fantasmas de estados 'grandes', 'médios' e 'pequenos'".

Perante os factos o deputado comunista protestou também e, depois da discussão, e uma vez que o representante do PCP não tem assento na próxima reunião, o socialista Jaime Gama disponibilizou-se para o deixar ver o texto que os representantes portugueses pretendem levar à reunião. A Assembleia da República tem seis representantes, três fixos do PSD, dois fixos do PS, e mais um que roda entre o CDS e o PCP, cabendo agora a vez ao representante do CDS. Assim estarão em Haia: Maria Eduarda Azevedo, Almeida Henriques, Jaime Gama, Alberto Costa, Anacorreta Correia e mais um representante a indicar pelo PSD.

Mas Honório Novo ficou ainda mais preocupado quando ouviu o deputado social-democrata Almeida Henriques defender que "o melhor era colocarem-se estas questões depois da aprovação da Constituição europeia". Dando a entender, segundo interpretou Honório Novo, que esta discussão sobre o fim do português como língua oficial de trabalho, primeiro na COSAC, depois nas outras instituições da EU poderia prejudicar a campanha do referendo à Constituição europeia.

O deputado do PCP salientou ainda ao PÚBLICO o seu espanto pelo facto de os deputados do PS não terem manifestado oposição a esta proposta de adiamento desta discussão. "Pareceu-me haver ali um procedimento do tipo de quem cala consente.", declarou Honório Novo, concluindo: "Parece-se que a provação desta medida é um primeiro passo para vir a adaptar um regime de reestruturação das línguas de todos os países que fazem parte da União Europeia."

PCP Alerta para Fim do Português na União Europeia

Segunda-feira, 25 de Outubro de 2004

O fim do português como língua oficial de trabalho vais ser discutida na COSA

São José Almeida

Honório Novo, deputado do PCP, declarou ao PÚBLICO que teme o risco de o português vir a desaparecer como língua oficial de trabalho na União Europeia. A preocupação manifestada por Honório Novo surgiu-lhe durante a reunião da comissão parlamentar de Assuntos Europeus e Política Externa de quarta-feira de manhã, quando se deparou com a agenda da próxima reunião da COSAC, agendada para 22 e 23 de Novembro, em Haia, sob a presidência holandesa.

É que na reunião semestral deste órgão, que reúne as comissões parlamentares de assuntos europeus dos Estados-membros da União Europeia, o primeiro ponto é precisamente o regime linguístico da COSAC. De acordo com o relatório da deputada do PSD Maria Eduarda Azevedo sobre a preparação da reunião ficou a saber-se que estará em discussão uma proposta que, segundo a presidência holandesa "consegue, simultaneamente, ir ao encontro da redução dos elevados custos financeiros no cenário da União a 25 suportados por cada presidência e assegurar o respeito pela identidade nacional".

Esta proposta, depois de numa primeira fase ter contemplado a hipótese de as delegações às reuniões da COSAC poderem "exprimir-se na língua mãe", mas se quisessem "dispor de interpretação simultânea" deveriam fazer-se acompanhar do intérprete cujo custo teriam de suportar "integralmente".

Face às resistências que esta proposta provocou na anterior reunião de Dublin, os holandeses apresentaram agora na reunião preparatória do encontro de 22 e 23 de Novembro uma nova formulação "assente num leque de 6 línguas fixas - inglês, francês, alemão, italiano, polaco e espanhol - com custos de interpretação sempre a cargo da presidência". No seu relatório, Eduarda Azevedo ainda explica que alertou para o facto de este caminho "não poder deixar, perversamente, de ressuscitar os fantasmas de estados 'grandes', 'médios' e 'pequenos'".

Perante os factos o deputado comunista protestou também e, depois da discussão, e uma vez que o representante do PCP não tem assento na próxima reunião, o socialista Jaime Gama disponibilizou-se para o deixar ver o texto que os representantes portugueses pretendem levar à reunião. A Assembleia da República tem seis representantes, três fixos do PSD, dois fixos do PS, e mais um que roda entre o CDS e o PCP, cabendo agora a vez ao representante do CDS. Assim estarão em Haia: Maria Eduarda Azevedo, Almeida Henriques, Jaime Gama, Alberto Costa, Anacorreta Correia e mais um representante a indicar pelo PSD.

Mas Honório Novo ficou ainda mais preocupado quando ouviu o deputado social-democrata Almeida Henriques defender que "o melhor era colocarem-se estas questões depois da aprovação da Constituição europeia". Dando a entender, segundo interpretou Honório Novo, que esta discussão sobre o fim do português como língua oficial de trabalho, primeiro na COSAC, depois nas outras instituições da EU poderia prejudicar a campanha do referendo à Constituição europeia.

O deputado do PCP salientou ainda ao PÚBLICO o seu espanto pelo facto de os deputados do PS não terem manifestado oposição a esta proposta de adiamento desta discussão. "Pareceu-me haver ali um procedimento do tipo de quem cala consente.", declarou Honório Novo, concluindo: "Parece-se que a provação desta medida é um primeiro passo para vir a adaptar um regime de reestruturação das línguas de todos os países que fazem parte da União Europeia."

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