Bloco passa a bola do referendo ao Casino para grupo de personalidades

15-10-2002
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"Deve a Câmara Municipal de Lisboa permitir a instalação de um casino no Parque Mayer junto à Avenida da Liberdade?" Vai ser esta a pergunta que um conjunto de 15 personalidades vai propôr para referendar localmente na capital. Trata-se de um pedido de referendo de iniciativa popular e não partidário. Embora o Bloco de Esquerda tenha estado na génese do processo, a verdade é que agora se afasta pretendendo dar lugar à sociedade civil. A iniciativa passa, portanto, a ser encabeçada pelas 15 personalidades, que a partir da próxima semana passarão a dar a cara pelos objectivos traçados.

O primeiro objectivo é a recolha de 5 mil assinaturas para forçar a realização do referendo e obrigue ao debate público na cidade. Da mesma forma se vão pensar em iniciativas públicas que discutam alternativas ao modelo casino-revista para o Parque Mayer. Ao que tudo indica, a intenção é circunscrever o debate à localização do casino no Parque Mayer, sendo essa a razão para a referência a um espaço em concreto na pergunta.

O recurso à iniciativa popular não será alheio à impressão de que na Câmara Municipal de Lisboa seria difícil um acordo entre os diversos partidos para colocar de pé um referendo. Desta forma, basta que a iniciativa popular consiga reunir as cinco mil assinaturas em Lisboa para que se imponha a realização do referendo. Foi o que esteve prestes a acontecer durante o mandato do socialista João Soares, quando este se preparava para avançar com a construção de um elevador de acesso ao Castelo de São Jorge. Na altura, a proposta gerou polémica e o então presidente da câmara acabou por desistir da ideia.

As personalidades já confirmadas são os socialistas Manuel Maria Carrilho e Maria de Belém Roseira, o comissário da Expo-98 António Mega Ferreira, o bloquista Miguel Portas, os artistas Camacho Costa, Mísia e Camané, para além de Eduardo Prado Coelho, António Pinto Ribeiro, Manuel Graça Dias e Nuno Teotónio Pereira.

PS dividido pede explicações

Entretanto, no mesmo dia em que se mostrava dividido em relação ao assunto, o PS avançou também com uma iniciativa sobre a instalação do casino no Parque Mayer. Através da deputada Maria do Carmo Romão (anterior provedora da Santa Casa da Misericórdia), solicitou ontem na Assembleia da República esclarecimentos a dois ministros. Ao ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, perguntou se estava "estudado e avaliado o efeito de nociva dependência que as máquinas de moedas têm sobre os seus apostadores", por considerar "aconselhável a não proliferação desta forma de jogo". Ao responsável pela Segurança Social e Trabalho, Bagão Félix, perguntou se estava consciente do impacto que o casino teria nos jogos sociais da Misericórdia e que medidas estavam decididas para "suprir a eventual quebra provocada pela instalação de novos jogos, uma vez que esta instituição criou responsabilidades em relação à população carenciada que, supostamente, podem ser postas em causa". Um requerimento que surge no mesmo dia em que o dirigente José Lamego disse à Lusa não o chocar a instalação do casino, desde que não passasse de uma excepção. Uma posição que não deixa de ir contra as de Carrilho e Maria de Belém.

"Deve a Câmara Municipal de Lisboa permitir a instalação de um casino no Parque Mayer junto à Avenida da Liberdade?" Vai ser esta a pergunta que um conjunto de 15 personalidades vai propôr para referendar localmente na capital. Trata-se de um pedido de referendo de iniciativa popular e não partidário. Embora o Bloco de Esquerda tenha estado na génese do processo, a verdade é que agora se afasta pretendendo dar lugar à sociedade civil. A iniciativa passa, portanto, a ser encabeçada pelas 15 personalidades, que a partir da próxima semana passarão a dar a cara pelos objectivos traçados.

O primeiro objectivo é a recolha de 5 mil assinaturas para forçar a realização do referendo e obrigue ao debate público na cidade. Da mesma forma se vão pensar em iniciativas públicas que discutam alternativas ao modelo casino-revista para o Parque Mayer. Ao que tudo indica, a intenção é circunscrever o debate à localização do casino no Parque Mayer, sendo essa a razão para a referência a um espaço em concreto na pergunta.

O recurso à iniciativa popular não será alheio à impressão de que na Câmara Municipal de Lisboa seria difícil um acordo entre os diversos partidos para colocar de pé um referendo. Desta forma, basta que a iniciativa popular consiga reunir as cinco mil assinaturas em Lisboa para que se imponha a realização do referendo. Foi o que esteve prestes a acontecer durante o mandato do socialista João Soares, quando este se preparava para avançar com a construção de um elevador de acesso ao Castelo de São Jorge. Na altura, a proposta gerou polémica e o então presidente da câmara acabou por desistir da ideia.

As personalidades já confirmadas são os socialistas Manuel Maria Carrilho e Maria de Belém Roseira, o comissário da Expo-98 António Mega Ferreira, o bloquista Miguel Portas, os artistas Camacho Costa, Mísia e Camané, para além de Eduardo Prado Coelho, António Pinto Ribeiro, Manuel Graça Dias e Nuno Teotónio Pereira.

PS dividido pede explicações

Entretanto, no mesmo dia em que se mostrava dividido em relação ao assunto, o PS avançou também com uma iniciativa sobre a instalação do casino no Parque Mayer. Através da deputada Maria do Carmo Romão (anterior provedora da Santa Casa da Misericórdia), solicitou ontem na Assembleia da República esclarecimentos a dois ministros. Ao ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, perguntou se estava "estudado e avaliado o efeito de nociva dependência que as máquinas de moedas têm sobre os seus apostadores", por considerar "aconselhável a não proliferação desta forma de jogo". Ao responsável pela Segurança Social e Trabalho, Bagão Félix, perguntou se estava consciente do impacto que o casino teria nos jogos sociais da Misericórdia e que medidas estavam decididas para "suprir a eventual quebra provocada pela instalação de novos jogos, uma vez que esta instituição criou responsabilidades em relação à população carenciada que, supostamente, podem ser postas em causa". Um requerimento que surge no mesmo dia em que o dirigente José Lamego disse à Lusa não o chocar a instalação do casino, desde que não passasse de uma excepção. Uma posição que não deixa de ir contra as de Carrilho e Maria de Belém.

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