Antigos ministros desvalorizam cortes orçamentais na saúde

21-10-2003
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Antigos Ministros Desvalorizam Cortes Orçamentais na Saúde

Por N.F.

Sábado, 18 de Outubro de 2003

Os cortes orçamentais anunciados para a área da Saúde em 2004 não surpreenderam Maria de Belém Roseira e Luís Barbosa, antigos responsáveis pela pasta, que desvalorizaram a quebra das verbas para o investimento estimada na ordem dos 6,9 por cento. Ambos apontam para a dificuldade de conhecer os valores reais, uma vez que não foram considerados os organismos de gestão privada.

"Não sei se há verdadeiros cortes orçamentais para 2004 na Saúde, uma vez que todo o sector que foi empresariado não está contemplado no Orçamento de Estado", sustentou Maria de Belém Roseira, citada pela Lusa. Defendendo uma gestão mista entre os modelos público e privado, no seminário sobre "Modelos de Inovação em Gestão de Hospitais", que decorreu, ontem, na Universidade Lusíada do Porto, a antiga ministra da Saúde destacou o facto de não se saber ainda se o pedido de autorização do Governo para um aumento de endividamento "não será utilizado para financiar o sector da Saúde". De qualquer forma, Maria de Belém Roseira não escondeu a preocupação de que os eventuais cortes possam pôr em causa a modernização do Sistema Nacional de Saúde.

Considerando que o financiamento do sector "é uma questão fulcral", atendendo ao aumento contínuo das despesas e das dificuldades do Estado, Luís Barbosa salientou que os cortes já não são novidade e sublinhou que não há uma relação directa entre as verbas e a evolução dos serviços prestados. "O sub-financiamento da Saúde é uma constante nas últimas duas décadas, mas, apesar disso, o sistema progrediu e os cuidados melhoraram", afirmou.

Apesar de partilhar com Maria de Belém Roseira uma atitude de desvalorização dos cortes no investimento, Luís Barbosa assume uma posição diferente no que diz respeito à questão da gestão hospitalar. Na sua opinião, o "Ministério da Saúde deveria deixar de prestar cuidados de saúde e dedicar-se a questões como a supervisão e a definição dos objectivos", disse à Lusa. Esse é "o caminho mais sensato" e que permite ao ministério "centrar-se no cerne do problema de saúde", considerou.

Antigos Ministros Desvalorizam Cortes Orçamentais na Saúde

Por N.F.

Sábado, 18 de Outubro de 2003

Os cortes orçamentais anunciados para a área da Saúde em 2004 não surpreenderam Maria de Belém Roseira e Luís Barbosa, antigos responsáveis pela pasta, que desvalorizaram a quebra das verbas para o investimento estimada na ordem dos 6,9 por cento. Ambos apontam para a dificuldade de conhecer os valores reais, uma vez que não foram considerados os organismos de gestão privada.

"Não sei se há verdadeiros cortes orçamentais para 2004 na Saúde, uma vez que todo o sector que foi empresariado não está contemplado no Orçamento de Estado", sustentou Maria de Belém Roseira, citada pela Lusa. Defendendo uma gestão mista entre os modelos público e privado, no seminário sobre "Modelos de Inovação em Gestão de Hospitais", que decorreu, ontem, na Universidade Lusíada do Porto, a antiga ministra da Saúde destacou o facto de não se saber ainda se o pedido de autorização do Governo para um aumento de endividamento "não será utilizado para financiar o sector da Saúde". De qualquer forma, Maria de Belém Roseira não escondeu a preocupação de que os eventuais cortes possam pôr em causa a modernização do Sistema Nacional de Saúde.

Considerando que o financiamento do sector "é uma questão fulcral", atendendo ao aumento contínuo das despesas e das dificuldades do Estado, Luís Barbosa salientou que os cortes já não são novidade e sublinhou que não há uma relação directa entre as verbas e a evolução dos serviços prestados. "O sub-financiamento da Saúde é uma constante nas últimas duas décadas, mas, apesar disso, o sistema progrediu e os cuidados melhoraram", afirmou.

Apesar de partilhar com Maria de Belém Roseira uma atitude de desvalorização dos cortes no investimento, Luís Barbosa assume uma posição diferente no que diz respeito à questão da gestão hospitalar. Na sua opinião, o "Ministério da Saúde deveria deixar de prestar cuidados de saúde e dedicar-se a questões como a supervisão e a definição dos objectivos", disse à Lusa. Esse é "o caminho mais sensato" e que permite ao ministério "centrar-se no cerne do problema de saúde", considerou.

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