Portas pede "trabalho geral" contra greve geral

14-09-2002
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Portas Pede "Trabalho Geral" Contra Greve Geral

Por EUNICE LOURENÇO

Domingo, 25 de Agosto de 2002 Líder do CDS atacou esquerda, criticou fim do SMO e explicou aos militantes a revisão do conceito estratégico de defesa À greve geral que as forças de esquerda anunciam, é preciso responder com "trabalho geral", pediu ontem Paulo Portas aos militantes e dirigentes do CDS-PP reunidos em Aveiro. O mesmo deveria repetir à noite, no comício que só terá começado depois do jogo Benfica-Maritimo. Na sua "rentrée", o CDS-PP começou por reunir as suas estruturas locais durante a tarde para ouvirem as secretárias de Estado da Educação, Mariana Cascais, e da Segurança Social, Margarida Aguiar, e a ministra da Justiça, Maria Celeste Cardona. A elas seguiu-se o líder do partido e ministro da Defesa, que foi explicar a revisão do conceito estratégico de defesa nacional. Mas, primeiro, pediu "trabalho geral" e atacou a esquerda, dizendo: "Eles querem é que nas empresas não se trabalhe, nas escolas não se estude." Com um auditório cheio, Portas passou então a justificar a necessidade de revisão do conceito de estratégia. Também aí começou pelas criticas, nomeadamente ao fim do serviço militar obrigatório (SMO). Quem tomou essa posição não fez contas certas", acusou o ministro, perguntando "o que é que hoje une os jovens à ideia de pátria, à ideia de defesa". O fim do SMO foi proposto pelo ex-Governo socialista, mas contou com o apoio do PSD, necessário por se tratar de uma lei que precisa de dois terços dos deputados para ser aprovada. "Não podemos correr o riso de que as nossas Forças Armadas se transformem numa procura de emprego", afirmou ainda o ministro, que teme que a profissionalização das FA tenha reflexos na ligação dos portugueses à Defesa. Militares a combater fogos e guardar barragens O Governo já lançou para discussão pública as 23 bases do novo conceito estratégia e ontem Portas manifestou vontade de que o seu debate abranja não só a sociedade castrense, mas também os meios de comunicação, nomeadamente os que fazem serviço público. Neste momento, segundo o ministro, a primeira pergunta a fazer é que missões as Forças Armadas devem desempenhar e a última é que compras fazer. Em relação às missões, Paulo Portas defendeu a "contribuição intensa" das FA no combate ao tráfico de droga e a sua colaboração em missões de interesse público. Neste último caso, deu três exemplos de outros tantos sectores em que as Forças Armadas pode ser importantes: na protecção do património florestal - o ministro disse mesmo que se este Verão essa ajuda já existisse não teria sido tanta a área ardida -, na defesa da costa e na segurança de determinados sectores como a água e a energia (barragens, reservatórios, etc.). Quanto a alianças na área da Defesa, Portas explicou que a Nato é o eixo fundamental para Portugal, pelo que a participação na política de segurança e defesa europeia deve ser complementar, uma vez que o país não tem meios para dois sistemas de defesa. O ministro defendeu ainda uma maior colaboração em termos de segurança com os países de onde vêm imigrantes. Ao início da noite, já o mercado do peixe, em Aveiro, estava a encher para a festa de "rentrée" do CDS-PP. No écran gigante, passava o jogo do Benfica com o Marítimo. Tal como cheio tinha estado o auditório onde decorreu a reunião com os ministros. Às caras habituais juntaram-se muitas outras. O tom bronzeado e descontraído dominava, num ambiente com cheiro a poder como há muito o partido não conhecia. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE PS desafia Durão a baixar o IVA

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PP disposto a combate nas ruas

EDITORIAL

A "rentrée"

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