Investigações: As razões de Morgado

23-12-2002
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Investigações: As Razões de Morgado

Quinta-feira, 19 de Dezembro de 2002 Maria José Morgado Nas referências que faz a investigações sobre a sua tutela ao longo do depoimento, Maria José Morgado liga abertamente a sua demissão ao modo como dirigia as investigações. Assim, afirma: "No dia 27 de Agosto, aliás, quando fui para férias, deixei prioridades definidas e deixei investigações prioritárias no terreno (e sem danificar os interesses da investigação), das quais uma delas tinha a ver com um dos alvos mais importantes neste país em termos de contrabando organizado de cigarros, de tráfico de droga e outro tipo de fraudes internacionais, e uma outra investigação tinha a ver com entregas controladas em matéria de fraude ou de IEC." E explicando que pôs em marcha meios de acção e investigação, sustenta: "Perante o pessimismo do sr. director nacional, dr. Adelino Salvado, que me foi dizendo pelo telefone 'sra. dra., isso não dá nada!...'" Cita conversas sobre as investigações da Brisa e da Brigada de Trânsito, a 3 de Junho, divulgando que Salvado deu-lhe "os parabéns" e enviou" uma caixa de bombons e um cartãozinho". Mas acrescenta: "A partir dessa data, houve de facto grandes dificuldades no exercício das minhas funções." Mais à frente, afirma: "O que posso dizer-lhes é que até ao dia 27 de Agosto, há da parte do dr. Adelino Salvado toda uma atitude que me parece de desautorização pessoal, minha! A saber: por exemplo, praticamente a proibição de coordenação funcional de recolha de informação em matéria de corrupção, a nível nacional." As divergências de Morgado com Salvado sobre a sua vontade em coordenar os directores distritais e a recusa do director nacional em dar-lhe esse pelouro: "Senti-me completamente desautorizada por isto - aliás, já tinha posto a hipótese da minha demissão em meados do mês de Junho, a propósito de um incidente semelhante, e, como não podia passar a vida a andar a pedir a demissão, guardei para a reunião do dia 16 a minha posição a esse respeito." E prossegue: "Nessa reunião do dia 16, pedi mais uma vez ao sr. director nacional que me libertasse do meu compromisso, tendo feito notar que a Polícia Judiciária poderia vir a pagar um preço muito elevado por aquela necessidade que ele parecia demonstrar de se demarcar da minha pessoa, uma vez que tanto me tinha defendido, parecia obrigado a demarcar-se de mim constantemente." Maria Celeste Cardona Afirma que o que lhe foi dito foi que "havia divergências profundas em termos de operacionalidade e funcionalidade, do ponto de vista da organização e que elas eram insanáveis". OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Actas do inquérito às demissões na Judiciária não são conclusivas

Ministra nega telefonema ao procurador

Demissões: Director da PJ defende Celeste Cardona

Pressões: O "medo" da ministra

Investigações: As razões de Morgado

Moderna: Discursos contraditórios

Substituições: Os critérios das nomeações de Salvado

EDITORIAL

O mistério das actas

Investigações: As Razões de Morgado

Quinta-feira, 19 de Dezembro de 2002 Maria José Morgado Nas referências que faz a investigações sobre a sua tutela ao longo do depoimento, Maria José Morgado liga abertamente a sua demissão ao modo como dirigia as investigações. Assim, afirma: "No dia 27 de Agosto, aliás, quando fui para férias, deixei prioridades definidas e deixei investigações prioritárias no terreno (e sem danificar os interesses da investigação), das quais uma delas tinha a ver com um dos alvos mais importantes neste país em termos de contrabando organizado de cigarros, de tráfico de droga e outro tipo de fraudes internacionais, e uma outra investigação tinha a ver com entregas controladas em matéria de fraude ou de IEC." E explicando que pôs em marcha meios de acção e investigação, sustenta: "Perante o pessimismo do sr. director nacional, dr. Adelino Salvado, que me foi dizendo pelo telefone 'sra. dra., isso não dá nada!...'" Cita conversas sobre as investigações da Brisa e da Brigada de Trânsito, a 3 de Junho, divulgando que Salvado deu-lhe "os parabéns" e enviou" uma caixa de bombons e um cartãozinho". Mas acrescenta: "A partir dessa data, houve de facto grandes dificuldades no exercício das minhas funções." Mais à frente, afirma: "O que posso dizer-lhes é que até ao dia 27 de Agosto, há da parte do dr. Adelino Salvado toda uma atitude que me parece de desautorização pessoal, minha! A saber: por exemplo, praticamente a proibição de coordenação funcional de recolha de informação em matéria de corrupção, a nível nacional." As divergências de Morgado com Salvado sobre a sua vontade em coordenar os directores distritais e a recusa do director nacional em dar-lhe esse pelouro: "Senti-me completamente desautorizada por isto - aliás, já tinha posto a hipótese da minha demissão em meados do mês de Junho, a propósito de um incidente semelhante, e, como não podia passar a vida a andar a pedir a demissão, guardei para a reunião do dia 16 a minha posição a esse respeito." E prossegue: "Nessa reunião do dia 16, pedi mais uma vez ao sr. director nacional que me libertasse do meu compromisso, tendo feito notar que a Polícia Judiciária poderia vir a pagar um preço muito elevado por aquela necessidade que ele parecia demonstrar de se demarcar da minha pessoa, uma vez que tanto me tinha defendido, parecia obrigado a demarcar-se de mim constantemente." Maria Celeste Cardona Afirma que o que lhe foi dito foi que "havia divergências profundas em termos de operacionalidade e funcionalidade, do ponto de vista da organização e que elas eram insanáveis". OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Actas do inquérito às demissões na Judiciária não são conclusivas

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