Ministra nega telefonema ao procurador

28-12-2002
marcar artigo

Ministra Nega Telefonema ao Procurador

Quinta-feira, 19 de Dezembro de 2002 Ao longo do depoimento de Maria José Morgado é visível a convicção desta magistrada de que a Ministra da Justiça, Maria Celeste Cardona estava contra a sua permaneência na direcção da Judiciária. E afirma mesmo que quando Adelino Salvado assumiu a direcção, a ministra terá dito a este que deligenciaria, junto do procurado-geral da República, para que este a colocasse noutro local. Sobre esse processo de passagem entre a direcção de Luís Bonina e a de Salvado, Morgado conta que Bonina lhe telefonou a dizer que permanecia na direcção. Diz Morgado que pediu então para falar com salvado e que que este veio ao telefone pedindo-lhe para aceitar. Chegando a dizer: 'Mas garanta-me, porque a sra. ministra não queria que fizesse parte da lista e eu disse-lhe que não tomava posse se a sra. doutora não fizesse parte da direcção.'" Morgado conclui: "A razão de todo este dramatismo é porque havia alguém, e era a sr.ª ministra, que não queria que eu fizesse parte da direcção (...) Penso que, segundo ele me disse, a sra. ministra até lhe terá dito que ia pedir ao sr. procurador-geral para me arranjar outro lugar qualquer, o que não faz grande sentido, porque eu estava numa comissão fora do Ministério Público mas... Atenção, isto é uma conversa por telemóvel entre o sr. desembargador e eu estou a relatar as palavras do sr. desembargador, mais nada!" Ora na comissão a ministra da Justiça referiu ter "vários" contactos com o procurador-geral para "conversar" e "discutir aspectos relacionados com o funcionamento da justiça nas suas diversas áreas". Mas questionada por Adriana Aguiar Branco, do PSD, sobre se "telefonou, teve a intenção de telefonar ou manifestou a alguém a intenção de telefonar ao sr. procurador-geral da República no sentido de arranjar à sra. dra. Maria José Morgado um lugar compatível", Cardona responde: "De facto, não houve qualquer contacto sobre essa matéria em nenhuma circunstância." OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Actas do inquérito às demissões na Judiciária não são conclusivas

Ministra nega telefonema ao procurador

Demissões: Director da PJ defende Celeste Cardona

Pressões: O "medo" da ministra

Investigações: As razões de Morgado

Moderna: Discursos contraditórios

Substituições: Os critérios das nomeações de Salvado

EDITORIAL

O mistério das actas

Ministra Nega Telefonema ao Procurador

Quinta-feira, 19 de Dezembro de 2002 Ao longo do depoimento de Maria José Morgado é visível a convicção desta magistrada de que a Ministra da Justiça, Maria Celeste Cardona estava contra a sua permaneência na direcção da Judiciária. E afirma mesmo que quando Adelino Salvado assumiu a direcção, a ministra terá dito a este que deligenciaria, junto do procurado-geral da República, para que este a colocasse noutro local. Sobre esse processo de passagem entre a direcção de Luís Bonina e a de Salvado, Morgado conta que Bonina lhe telefonou a dizer que permanecia na direcção. Diz Morgado que pediu então para falar com salvado e que que este veio ao telefone pedindo-lhe para aceitar. Chegando a dizer: 'Mas garanta-me, porque a sra. ministra não queria que fizesse parte da lista e eu disse-lhe que não tomava posse se a sra. doutora não fizesse parte da direcção.'" Morgado conclui: "A razão de todo este dramatismo é porque havia alguém, e era a sr.ª ministra, que não queria que eu fizesse parte da direcção (...) Penso que, segundo ele me disse, a sra. ministra até lhe terá dito que ia pedir ao sr. procurador-geral para me arranjar outro lugar qualquer, o que não faz grande sentido, porque eu estava numa comissão fora do Ministério Público mas... Atenção, isto é uma conversa por telemóvel entre o sr. desembargador e eu estou a relatar as palavras do sr. desembargador, mais nada!" Ora na comissão a ministra da Justiça referiu ter "vários" contactos com o procurador-geral para "conversar" e "discutir aspectos relacionados com o funcionamento da justiça nas suas diversas áreas". Mas questionada por Adriana Aguiar Branco, do PSD, sobre se "telefonou, teve a intenção de telefonar ou manifestou a alguém a intenção de telefonar ao sr. procurador-geral da República no sentido de arranjar à sra. dra. Maria José Morgado um lugar compatível", Cardona responde: "De facto, não houve qualquer contacto sobre essa matéria em nenhuma circunstância." OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Actas do inquérito às demissões na Judiciária não são conclusivas

Ministra nega telefonema ao procurador

Demissões: Director da PJ defende Celeste Cardona

Pressões: O "medo" da ministra

Investigações: As razões de Morgado

Moderna: Discursos contraditórios

Substituições: Os critérios das nomeações de Salvado

EDITORIAL

O mistério das actas

marcar artigo