Pressões: O "medo" da ministra

23-12-2002
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Pressões: O "Medo" da Ministra

Quinta-feira, 19 de Dezembro de 2002 Maria José Morgado Maria José Morgado é categórica ao afirmar que foi vítima de perseguição política e demitida porque a ministra não gostava dela. Como prova, cita uma conversa sua com Salvado a 25 de Maio, na sequência da posse da nova direcção da PJ: "O sr. director nacional só me disse que estava preocupado acerca de por que é que..." Ou seja, a crítica que me tinha sido feita pela srª ministra era de 'excesso de visibilidade'. Ora, o excesso de visibilidade, no dizer dele, não representava nenhum motivo sério para afastar ninguém e, como tal, ele queria saber o que é que se passava naquela casa que suscitasse tamanha oposição. Aliás, pareceu-me preocupado comigo, disse-me até que a drª Celeste e o dr. Portas tinham um medo horroroso de mim... Não sei por quê..." E perante a insistência do deputado Nuno Melo, do CDS, sobre se ela falara directamente com a ministra, Morgado voltou à conversa com Salvado: "Sim! Disse-me, disse-me, disse-me! 'Têm medo de si, têm medo de si.' Respondi-lhe: 'Não sei por quê, tenho 51 anos, acho que sou uma pessoa que tenho dado provas de sensatez e...' Enfim, isto é uma conversa! Isto é uma conversa mas já que as coisas chegam a este ponto..." E mais à frente afirma sobre Celeste Cardona: "O contacto foi na véspera, no dia 23, à noite, às 9, 10 horas da noite. Refiro-me ao tal contacto do dr. Adelino Salvado comigo, na véspera da tomada de posse, no dia 23 à noite. Soube depois que tinha havido diligências do dr. Adelino Salvado junto do dr. Rui do Carmo, subdirector do CEJ, no sentido de ocupar o meu lugar, e muito dignamente o dr. Rui do Carmo não aceitou. Soube junto dos meus colegas. Na Relação toda a gente sabia e isto foi espalhado pelo próprio dr. Adelino Salvado, que dizia que não sabia o que havia de fazer com a Maria José porque a ministra não a queria. Isto é o que corre nos corredores da Relação! Era isto!... Isto é depoimento indirecto, porque o dr. Adelino Salvado disse-me a mesma coisa, que havia oposição da ministra em relação a mim..." Maria Celeste Cardona Por sua vez, a ministra da Justiça, Maria Celeste Cardona, afirma: "Gostaria de começar por lhe dizer (a si, a todos) que não conheço a srª procuradora-geral adjunta! Nunca a vi, nunca falei com ela, nunca troquei impressões com ela! Não a conheço! Como não conheço - excepto pelas referências, pelos currículos e pelos perfis - o dr. Pedro Cunha Lopes e a drª Maria José Morgado, como não conheço hoje, aqueles que estão nomeados." Sobre a troca de impressões sobre Morgado, Cardona reconhece que as trocou mas com Luís Bonina, o ex-director, e não com Adelino Salvado. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Actas do inquérito às demissões na Judiciária não são conclusivas

Ministra nega telefonema ao procurador

Demissões: Director da PJ defende Celeste Cardona

Pressões: O "medo" da ministra

Investigações: As razões de Morgado

Moderna: Discursos contraditórios

Substituições: Os critérios das nomeações de Salvado

EDITORIAL

O mistério das actas

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Quinta-feira, 19 de Dezembro de 2002 Maria José Morgado Maria José Morgado é categórica ao afirmar que foi vítima de perseguição política e demitida porque a ministra não gostava dela. Como prova, cita uma conversa sua com Salvado a 25 de Maio, na sequência da posse da nova direcção da PJ: "O sr. director nacional só me disse que estava preocupado acerca de por que é que..." Ou seja, a crítica que me tinha sido feita pela srª ministra era de 'excesso de visibilidade'. Ora, o excesso de visibilidade, no dizer dele, não representava nenhum motivo sério para afastar ninguém e, como tal, ele queria saber o que é que se passava naquela casa que suscitasse tamanha oposição. Aliás, pareceu-me preocupado comigo, disse-me até que a drª Celeste e o dr. Portas tinham um medo horroroso de mim... Não sei por quê..." E perante a insistência do deputado Nuno Melo, do CDS, sobre se ela falara directamente com a ministra, Morgado voltou à conversa com Salvado: "Sim! Disse-me, disse-me, disse-me! 'Têm medo de si, têm medo de si.' Respondi-lhe: 'Não sei por quê, tenho 51 anos, acho que sou uma pessoa que tenho dado provas de sensatez e...' Enfim, isto é uma conversa! Isto é uma conversa mas já que as coisas chegam a este ponto..." E mais à frente afirma sobre Celeste Cardona: "O contacto foi na véspera, no dia 23, à noite, às 9, 10 horas da noite. Refiro-me ao tal contacto do dr. Adelino Salvado comigo, na véspera da tomada de posse, no dia 23 à noite. Soube depois que tinha havido diligências do dr. Adelino Salvado junto do dr. Rui do Carmo, subdirector do CEJ, no sentido de ocupar o meu lugar, e muito dignamente o dr. Rui do Carmo não aceitou. Soube junto dos meus colegas. Na Relação toda a gente sabia e isto foi espalhado pelo próprio dr. Adelino Salvado, que dizia que não sabia o que havia de fazer com a Maria José porque a ministra não a queria. Isto é o que corre nos corredores da Relação! Era isto!... Isto é depoimento indirecto, porque o dr. Adelino Salvado disse-me a mesma coisa, que havia oposição da ministra em relação a mim..." Maria Celeste Cardona Por sua vez, a ministra da Justiça, Maria Celeste Cardona, afirma: "Gostaria de começar por lhe dizer (a si, a todos) que não conheço a srª procuradora-geral adjunta! Nunca a vi, nunca falei com ela, nunca troquei impressões com ela! Não a conheço! Como não conheço - excepto pelas referências, pelos currículos e pelos perfis - o dr. Pedro Cunha Lopes e a drª Maria José Morgado, como não conheço hoje, aqueles que estão nomeados." Sobre a troca de impressões sobre Morgado, Cardona reconhece que as trocou mas com Luís Bonina, o ex-director, e não com Adelino Salvado. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Actas do inquérito às demissões na Judiciária não são conclusivas

Ministra nega telefonema ao procurador

Demissões: Director da PJ defende Celeste Cardona

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Moderna: Discursos contraditórios

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