"Não há crise política, há apenas uma alteração", diz Américo Amorim

03-08-2004
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"Não Há Crise Política, Há Apenas Uma Alteração", Diz Américo Amorim

Sábado, 03 de Julho de 2004

Almoço na Bolsa

Empresários nortenhos opõem-se a eleições antecipadas e alertam para os efeitos negativos na economia do país

Filomena Fontes

Não se tratou de uma manifestação incondicional de apoio à nomeação de Pedro Santana Lopes como primeiro-ministro, até porque manda a gestão da prudência, que os empresários tão bem conhecem, esperar pela decisão do Presidente da República. Mas o almoço que ontem reuniu, no Palácio da Bolsa, no Porto, um punhado de empresários e personalidades nortenhas, aos quais se associaram dirigentes do PSD, assentou num pressuposto comum: a convocação de eleições antecipadas não é bem-vinda.

E Santana Lopes dará um bom primeiro-ministro? "O PSD é o partido com a dimensão que todo o país conhece. Se o conselho nacional, com os votos expressivos que se registaram, confirmou Santana Lopes como presidente, penso que a resposta é inequívoca", declarou Amorim, sublinhando que "o bom político pode ser sempre um bom primeiro-ministro, desde que tenha uma estrutura governativa e pessoas com qualidade nas áreas específicas".

De resto, o líder do Grupo Amorim não vê razões para que a actual maioria "não prossiga o seu caminho". "Não há uma crise política, há apenas uma alteração. A opção de eleições é um factor de perturbação, o país deixa de funcionar durante alguns meses, e nós precisamos de tranquilidade, numa altura em que a economia dá indicações favoráveis, frisou o empresário. Evitando antecipar o perfil do futuro ministro das Finanças, Américo Amorim lembrou que apoiou a política de contenção adoptada por Manuela Ferreira Leite e advertiu: "Não vejo que essa política deva ser estruturalmente alterada, mas pode ser flexibilizada."

Américo Amorim era apenas um dos empresários nortenhos convidados para o repasto. Também Ilídio Pinho e Salvador Caetano integravam a lista: o primeiro acabou por se fazer representar e o segundo também não compareceu, por ter ficado retido numa reunião de trabalho. Carlos Barbot, Humberto Costa Leite, Adalberto Neiva de Oliveira, Jorge Quintas e Jorge Petit responderam afirmativamente ao convite que partiu do presidente da Associação Comercial do Porto, Rui Moreira, para quem "a estabilidade política é fundamental". "Numa situação de retoma económica, uma crise prolongada no tempo podia ter efeitos devastadores. Se houver eleições, teremos, na melhor das hipóteses, um novo Orçamento do Estado em Janeiro de 2005, o que é preocupante", alertou.

Claro no apoio a Pedro Santana Lopes, Marco António Costa sustenta que "a esmagadora maioria dos militantes do distrito do Porto manifestam confiança nas escolhas que o PSD fez em conselho nacional".

Menezes contrariou as acusações de alegada falta de legitimidade e garantiu: "Não está em causa a democracia e não foi indigitado nenhum malfeitor."

"Não Há Crise Política, Há Apenas Uma Alteração", Diz Américo Amorim

Sábado, 03 de Julho de 2004

Almoço na Bolsa

Empresários nortenhos opõem-se a eleições antecipadas e alertam para os efeitos negativos na economia do país

Filomena Fontes

Não se tratou de uma manifestação incondicional de apoio à nomeação de Pedro Santana Lopes como primeiro-ministro, até porque manda a gestão da prudência, que os empresários tão bem conhecem, esperar pela decisão do Presidente da República. Mas o almoço que ontem reuniu, no Palácio da Bolsa, no Porto, um punhado de empresários e personalidades nortenhas, aos quais se associaram dirigentes do PSD, assentou num pressuposto comum: a convocação de eleições antecipadas não é bem-vinda.

E Santana Lopes dará um bom primeiro-ministro? "O PSD é o partido com a dimensão que todo o país conhece. Se o conselho nacional, com os votos expressivos que se registaram, confirmou Santana Lopes como presidente, penso que a resposta é inequívoca", declarou Amorim, sublinhando que "o bom político pode ser sempre um bom primeiro-ministro, desde que tenha uma estrutura governativa e pessoas com qualidade nas áreas específicas".

De resto, o líder do Grupo Amorim não vê razões para que a actual maioria "não prossiga o seu caminho". "Não há uma crise política, há apenas uma alteração. A opção de eleições é um factor de perturbação, o país deixa de funcionar durante alguns meses, e nós precisamos de tranquilidade, numa altura em que a economia dá indicações favoráveis, frisou o empresário. Evitando antecipar o perfil do futuro ministro das Finanças, Américo Amorim lembrou que apoiou a política de contenção adoptada por Manuela Ferreira Leite e advertiu: "Não vejo que essa política deva ser estruturalmente alterada, mas pode ser flexibilizada."

Américo Amorim era apenas um dos empresários nortenhos convidados para o repasto. Também Ilídio Pinho e Salvador Caetano integravam a lista: o primeiro acabou por se fazer representar e o segundo também não compareceu, por ter ficado retido numa reunião de trabalho. Carlos Barbot, Humberto Costa Leite, Adalberto Neiva de Oliveira, Jorge Quintas e Jorge Petit responderam afirmativamente ao convite que partiu do presidente da Associação Comercial do Porto, Rui Moreira, para quem "a estabilidade política é fundamental". "Numa situação de retoma económica, uma crise prolongada no tempo podia ter efeitos devastadores. Se houver eleições, teremos, na melhor das hipóteses, um novo Orçamento do Estado em Janeiro de 2005, o que é preocupante", alertou.

Claro no apoio a Pedro Santana Lopes, Marco António Costa sustenta que "a esmagadora maioria dos militantes do distrito do Porto manifestam confiança nas escolhas que o PSD fez em conselho nacional".

Menezes contrariou as acusações de alegada falta de legitimidade e garantiu: "Não está em causa a democracia e não foi indigitado nenhum malfeitor."

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