Círculo virtuoso no mercado accionista?

27-07-2003
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Conferência anual da Morningstar

Círculo Virtuoso no Mercado Accionista?

Segunda-feira, 07 de Julho de 2003

Como dinheiro puxa dinheiro, as subidas recentes dos mercados accionistas podem reforçar o optimismo e gerar novas subidas, prevêem especialistas reunidos em Chicago, que não incluem no grupo vencedor o sector tecnológico. Com o provável aumento dos juros as obrigações de taxa fixa também devem ser evitadas, alertam.

Gonçalo Morna

O sentimento global sobre a evolução futura dos mercados accionistas está cada vez mais positivo e esse optimismo pode vir a gerar uma espécie de círculo virtuoso. Esta a principal conclusão da 15ª conferência anual da Morningstar Inc, uma das mais reputadas empresas de análise de investimento global, que durante três dias reuniu em Chicago gestores de fundos de investimentos, "advisors" e simples investidores particulares. "O sentimento actual é o de que o pior da tempestade já terá passado", pelo que "os gestores de fundos de investimento se encontram agora muito mais optimistas", resumiu Don Philips, director-geral da Morningstar, com a autoridade de quem dirige uma sociedade de análise independente, cuja missão principal é ajudar os investidores a tomarem as melhores decisões de investimento à escala global (no site da empresa - www. Morningstar.com - pode encontrar informação bastante completa sobre fundos de investimentos, incluindo análises comparativas)

"Há um ano atrás, o ambiente dos mercados era péssimo, porque existiam muito poucas perspectivas de crescimento. Mas mesmo que as perspectivas fossem boas, dificilmente os investidores arriscavam pagar por elas", recordou, por seu turno, Blain Rollins, gestor do fundo Janus, acrescentando que "agora, a situação é substancialmente diferente". "Os fundamentais da economia estão mais favoráveis, pelo que chegou a altura de investir em empresas que irão beneficiar da retoma que se avizinha", aconselhou. "O facto de o sentimento positivo já se ter traduzido na evolução recente dos mercados irá beneficiar ainda mais o optimismo dos investidores no futuro", previu Blain Rollins. "Apesar das subidas recentes terem tornado o mercado mais caro do que se encontrava em Janeiro, existem ainda bastante empresas subavaliadas", reforçou Byron Wein, estratega sénior do banco de investimento Morgan Stanley.

Perigos à espreita

Mas nem tudo são rosas. "A possibilidade das acções de empresas tecnológicas darem dinheiro no futuro é bastante reduzida", exemplificou William Miller, gestor dos fundos Legg Mason Value Prime e Legg Mason Opportunity Trust, que, tal como outros profissionais, não escondeu a desconfiança face ao desempenho recente das TMT. Muitos investidores querem comprar as acções em que desejariam ter apostado durante a década de noventa e isso é "perigoso", alertou Miller que acredita que a subida recente dos preços dos papéis de empresas tecnológicas "não passa de um movimento de curto prazo".

Outro perigo à espreita são as obrigações de taxa fixa. Os investimentos neste tipo de activos foram mesmo um dos temas mais escaldantes da reunião. A conversa centrou-se no facto dos investidores continuarem, ainda hoje, a canalizar a sua liquidez para obrigações de taxa fixa numa altura em que os analistas já estão mais preocupados em acertarem com o "timing" do inicio do novo ciclo de subida das taxas de juro de curto prazo. Com a subida do preço do dinheiro, os preços dos títulos de rendimento fixo tenderão a cair, alertaram os oradores da 15ª conferência anual da Morningstar Inc. Alguns conferencistas chegaram mesmo a comparar a situação actual do mercado de obrigações de taxa fixa com a que se viveu quando o Nasdaq subiu acima dos cinco mil pontos.

Conferência anual da Morningstar

Círculo Virtuoso no Mercado Accionista?

Segunda-feira, 07 de Julho de 2003

Como dinheiro puxa dinheiro, as subidas recentes dos mercados accionistas podem reforçar o optimismo e gerar novas subidas, prevêem especialistas reunidos em Chicago, que não incluem no grupo vencedor o sector tecnológico. Com o provável aumento dos juros as obrigações de taxa fixa também devem ser evitadas, alertam.

Gonçalo Morna

O sentimento global sobre a evolução futura dos mercados accionistas está cada vez mais positivo e esse optimismo pode vir a gerar uma espécie de círculo virtuoso. Esta a principal conclusão da 15ª conferência anual da Morningstar Inc, uma das mais reputadas empresas de análise de investimento global, que durante três dias reuniu em Chicago gestores de fundos de investimentos, "advisors" e simples investidores particulares. "O sentimento actual é o de que o pior da tempestade já terá passado", pelo que "os gestores de fundos de investimento se encontram agora muito mais optimistas", resumiu Don Philips, director-geral da Morningstar, com a autoridade de quem dirige uma sociedade de análise independente, cuja missão principal é ajudar os investidores a tomarem as melhores decisões de investimento à escala global (no site da empresa - www. Morningstar.com - pode encontrar informação bastante completa sobre fundos de investimentos, incluindo análises comparativas)

"Há um ano atrás, o ambiente dos mercados era péssimo, porque existiam muito poucas perspectivas de crescimento. Mas mesmo que as perspectivas fossem boas, dificilmente os investidores arriscavam pagar por elas", recordou, por seu turno, Blain Rollins, gestor do fundo Janus, acrescentando que "agora, a situação é substancialmente diferente". "Os fundamentais da economia estão mais favoráveis, pelo que chegou a altura de investir em empresas que irão beneficiar da retoma que se avizinha", aconselhou. "O facto de o sentimento positivo já se ter traduzido na evolução recente dos mercados irá beneficiar ainda mais o optimismo dos investidores no futuro", previu Blain Rollins. "Apesar das subidas recentes terem tornado o mercado mais caro do que se encontrava em Janeiro, existem ainda bastante empresas subavaliadas", reforçou Byron Wein, estratega sénior do banco de investimento Morgan Stanley.

Perigos à espreita

Mas nem tudo são rosas. "A possibilidade das acções de empresas tecnológicas darem dinheiro no futuro é bastante reduzida", exemplificou William Miller, gestor dos fundos Legg Mason Value Prime e Legg Mason Opportunity Trust, que, tal como outros profissionais, não escondeu a desconfiança face ao desempenho recente das TMT. Muitos investidores querem comprar as acções em que desejariam ter apostado durante a década de noventa e isso é "perigoso", alertou Miller que acredita que a subida recente dos preços dos papéis de empresas tecnológicas "não passa de um movimento de curto prazo".

Outro perigo à espreita são as obrigações de taxa fixa. Os investimentos neste tipo de activos foram mesmo um dos temas mais escaldantes da reunião. A conversa centrou-se no facto dos investidores continuarem, ainda hoje, a canalizar a sua liquidez para obrigações de taxa fixa numa altura em que os analistas já estão mais preocupados em acertarem com o "timing" do inicio do novo ciclo de subida das taxas de juro de curto prazo. Com a subida do preço do dinheiro, os preços dos títulos de rendimento fixo tenderão a cair, alertaram os oradores da 15ª conferência anual da Morningstar Inc. Alguns conferencistas chegaram mesmo a comparar a situação actual do mercado de obrigações de taxa fixa com a que se viveu quando o Nasdaq subiu acima dos cinco mil pontos.

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