Investimento público, sim ou não

08-04-2003
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Investimento Público, Sim Ou Não

Segunda-feira, 07 de Abril de 2003

Quando uma recessão bate à porta de uma economia, o investimento público deve aumentar? A estas perguntas, o ex-ministro das Finanças do Governo Cavaco Silva e a actual ministra das Finanças do Governo Durão Barroso dividiram-se na conferência do jornal "Diário Económico". Cadilhe sustentou que Portugal precisa de mais investimento e menos impostos. "Não me aflige o défice público, aflige-me é que a recessão se agrave". Manuela Ferreira Leite defendeu antes que a despesa precisa de ser controlada através de reformas estruturais. A ministra rebateu, alegando que parte do investimento é para pagar despesas correntes. Ficou a dúvida porque razão esse investimento é feito. Mas dias mais tarde, uma fonte oficial veio admitir, na sequência da intervenção da ministra, que o Governo vai deixar os "estabilizadores automáticos" funcionar em caso de recessão. Ou seja, o défice ficou secundarizado.

Espanha avisa EDP..

O liberalismo nem sempre é defendido pelos seus mais acérrimos defensores. O Governo espanhol afirmou querer fazer depender os negócios da EDP em território espanhol de uma maior abertura do mercado luso e da criação do mercado ibérico de energia. Um porta-voz da Secretaria de Estado espanhola de Energia afirmou categórico: "O Governo espanhol limita-se a aplicar a lei de 1999" para defender que a EDP, por via da Hidrocantábrico, também não terá direitos políticos na Naturcorp adquirida recentemente pela Hidrocantábrico. Ou seja, pode controlar o capital, mas não pode decidir sobre a gestão.

... que ganha gás em Portugal

O Governo anunciou as conclusões do relatório de João Talone sobre o sector energético. A mais imediata implicação é a concentração - sem data e sem desenho concreto - do gás natural na EDP, o que fará com que a EDP passa a ter 19 por cento do mercado ibérico. Esta decisão foi feita alegadamente pela "importância crescente do gás na produção de electricidade" pelo facto de ser essa a estratégia seguida na Europa. Far-se-á, também, a fusão da REN e Transgás para a transmissão de energia e criação de uma nova entidade para o transporte de energia para estar pronta a tempo do processo de privatização no segundo semestre de 2003.

Desemprego europeu

À medida que a guerra no Iraque se torna mais prolongada, a situação económica segue esse "arrefecimento" dos ânimos. Os indicadores de confiança da indústria norte-americana e europeia caíram de novo e os dados do desemprego europeu apresentaram um novo máximo dos últimos três anos. Ao todo existem na União Europeia 15,2 milhões de desempregados. Portugal registou a sexta pior situação, com uma taxa de 6,7 por cento. À frente de Portugal, neste "campeonato", está a Espanha, a França, a Finlândia, Alemanha e Bélgica. A taxa de desemprego nacional aproxima-se rapidamente da média europeia de 7,9 por cento e da zona euro - 8,7 por cento.

Duisenberg prolonga

Ao fim de cinco anos no cargo, Win Duisemberg poderá continuar mais uns meses à frente do Banco Central Europeu (BCE). França e Alemanha estão de acordo em apoiar a presidência grega na sua posição sobre um possível adiamento da sua saída. Evitar especulações nos mercados foi o argumento, mas está, igualmente, relacionado com o facto de o seu sucessor potencial, o francês Jean-Claude Trichet, estar ainda à espera do veredicto do julgamento do seu papel no escândalo no Crédit Lyonnais. A cimeira de Atenas vai discutir o assunto. Já o actual presidente da Comissão Europeia afirmou estar disposto a um segundo mandato, se o Conselho assim o quiser.

Têxteis assustados

Depois de a Comissão Europeia ter aprovado para 2005 uma redução de direitos aduaneiros sobre produtos de países terceiros, há empresários têxteis nacionais que deitam a mão à cabeça. A proposta prevê uma redução para vestuário, malhas e têxteis-lar de 12 para 6,54 por cento, o que alarga o fosso face às taxas praticadas pela China ou Índia (taxas de 30 ou 40 por cento). Os protestos fizeram-se ouvir. Mas parte do benefício vai para empresários comunitários que deslocalizaram fábricas e que querem vender esses produtos no mercado interno europeu.

"Handling" sem veto da TAP

A TAP prescindiu de ter uma posição accionista na futura sociedade proprietária do serviço de assistência em escala ("handling") capaz de poder vetar as decisões estratégicas do futuro accionista maioritário. A companhia aérea apenas terá 25 por cento do capital, abaixo de um terço necessário.

Investimento Público, Sim Ou Não

Segunda-feira, 07 de Abril de 2003

Quando uma recessão bate à porta de uma economia, o investimento público deve aumentar? A estas perguntas, o ex-ministro das Finanças do Governo Cavaco Silva e a actual ministra das Finanças do Governo Durão Barroso dividiram-se na conferência do jornal "Diário Económico". Cadilhe sustentou que Portugal precisa de mais investimento e menos impostos. "Não me aflige o défice público, aflige-me é que a recessão se agrave". Manuela Ferreira Leite defendeu antes que a despesa precisa de ser controlada através de reformas estruturais. A ministra rebateu, alegando que parte do investimento é para pagar despesas correntes. Ficou a dúvida porque razão esse investimento é feito. Mas dias mais tarde, uma fonte oficial veio admitir, na sequência da intervenção da ministra, que o Governo vai deixar os "estabilizadores automáticos" funcionar em caso de recessão. Ou seja, o défice ficou secundarizado.

Espanha avisa EDP..

O liberalismo nem sempre é defendido pelos seus mais acérrimos defensores. O Governo espanhol afirmou querer fazer depender os negócios da EDP em território espanhol de uma maior abertura do mercado luso e da criação do mercado ibérico de energia. Um porta-voz da Secretaria de Estado espanhola de Energia afirmou categórico: "O Governo espanhol limita-se a aplicar a lei de 1999" para defender que a EDP, por via da Hidrocantábrico, também não terá direitos políticos na Naturcorp adquirida recentemente pela Hidrocantábrico. Ou seja, pode controlar o capital, mas não pode decidir sobre a gestão.

... que ganha gás em Portugal

O Governo anunciou as conclusões do relatório de João Talone sobre o sector energético. A mais imediata implicação é a concentração - sem data e sem desenho concreto - do gás natural na EDP, o que fará com que a EDP passa a ter 19 por cento do mercado ibérico. Esta decisão foi feita alegadamente pela "importância crescente do gás na produção de electricidade" pelo facto de ser essa a estratégia seguida na Europa. Far-se-á, também, a fusão da REN e Transgás para a transmissão de energia e criação de uma nova entidade para o transporte de energia para estar pronta a tempo do processo de privatização no segundo semestre de 2003.

Desemprego europeu

À medida que a guerra no Iraque se torna mais prolongada, a situação económica segue esse "arrefecimento" dos ânimos. Os indicadores de confiança da indústria norte-americana e europeia caíram de novo e os dados do desemprego europeu apresentaram um novo máximo dos últimos três anos. Ao todo existem na União Europeia 15,2 milhões de desempregados. Portugal registou a sexta pior situação, com uma taxa de 6,7 por cento. À frente de Portugal, neste "campeonato", está a Espanha, a França, a Finlândia, Alemanha e Bélgica. A taxa de desemprego nacional aproxima-se rapidamente da média europeia de 7,9 por cento e da zona euro - 8,7 por cento.

Duisenberg prolonga

Ao fim de cinco anos no cargo, Win Duisemberg poderá continuar mais uns meses à frente do Banco Central Europeu (BCE). França e Alemanha estão de acordo em apoiar a presidência grega na sua posição sobre um possível adiamento da sua saída. Evitar especulações nos mercados foi o argumento, mas está, igualmente, relacionado com o facto de o seu sucessor potencial, o francês Jean-Claude Trichet, estar ainda à espera do veredicto do julgamento do seu papel no escândalo no Crédit Lyonnais. A cimeira de Atenas vai discutir o assunto. Já o actual presidente da Comissão Europeia afirmou estar disposto a um segundo mandato, se o Conselho assim o quiser.

Têxteis assustados

Depois de a Comissão Europeia ter aprovado para 2005 uma redução de direitos aduaneiros sobre produtos de países terceiros, há empresários têxteis nacionais que deitam a mão à cabeça. A proposta prevê uma redução para vestuário, malhas e têxteis-lar de 12 para 6,54 por cento, o que alarga o fosso face às taxas praticadas pela China ou Índia (taxas de 30 ou 40 por cento). Os protestos fizeram-se ouvir. Mas parte do benefício vai para empresários comunitários que deslocalizaram fábricas e que querem vender esses produtos no mercado interno europeu.

"Handling" sem veto da TAP

A TAP prescindiu de ter uma posição accionista na futura sociedade proprietária do serviço de assistência em escala ("handling") capaz de poder vetar as decisões estratégicas do futuro accionista maioritário. A companhia aérea apenas terá 25 por cento do capital, abaixo de um terço necessário.

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