Suplemento Economia

18-10-2002
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Segunda-feira, 7 de Outubro de 2002

O primeiro-ministro português aproveitou a sua recente passagem por Nova Iorque, para assistir à adesão oficial de Timor-Leste à ONU, para falar com investidores americanos. Durão Barroso passou por Wall Street onde, no edifício da NYSE (bolsa de Nova Iorque), se dirigiu a um grupo de investidores. Durão começou por referências a Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar a Lua. "Armstrong admirava o papel de Portugal nos Descobrimentos", disse Durão, citando a célebre frase do astronauta - "um pequeno passo para um homem, um salto de gigante para a humanidade". O primeiro-ministro quis convencer os investidores americanos a dar o "pequeno passo" de apostar em Portugal que pode render um "salto de gigante" para as suas empresas, notando o "forte empenho" do seu Governo em "reduzir a despesa pública, diminuir os impostos empresariais e garantir um controlo firme das finanças públicas".

Ao contrário da experiência nos últimos anos em que a comunicação social teve tempo para ler o documento, a proposta de Orçamento de Estado (OE) para 2003 foi divulgada apenas às 18h15 minutos, precisamente à hora da conferência de imprensa, porque oficialmente era inadmissível que os jornalistas recebessem o texto antes dos deputados. Mas, àquela hora, a agência Reuters saiu com dez "takes" de rajada. Mas logo que terminou a conferência de imprensa de apresentação do OE, a ministra das Finanças lançou-se num "slalon" mediático. Apesar de, com dias de antecedência, ter combinado uma entrevista com a SIC, Manuela Ferreira Leite aceitou ser gravada pela TVI no local da conferência de imprensa, o que permitiu a essa televisão passar a conversa à abrir o Jornal Nacional (TVI), antes da SIC. Às 20h30 sensivelmente, deixou-se entrevistar para a SIC e foi à RTP ao Jornal 2, das 22h. Está visto que as televisões são os locais ideais, para o Governo, para explicar documentos complicados...

O Governo abriu um precedente enorme ao permitir a Santana Lopes, a propósito do Parque Mayer, abrir um casino em Lisboa. De todos os lados, de todas direcções... os pedidos não páram. "Também quero, porque isto...". "J* tínhamos solicitado, porque aquilo...". É um choradinho incessante, em que os argumentos pecam, pura e simplesmente, por não existirem. Como também, existindo ou não, não parecem ser legítimos no caso de Lisboa. Ainda por cima agora. Ainda por cima num Governo liderado por Durão Barroso que tinha dito, em plena campanha eleitoral, que enquanto houvesse listas de espera nos hospitais não haveria aeroporto da Ota. E, ainda por cima, o jogo é um vício. E, aí, o povo é sábio: "Quando não há dinheiro, não há vícios".

Segunda-feira, 7 de Outubro de 2002

O primeiro-ministro português aproveitou a sua recente passagem por Nova Iorque, para assistir à adesão oficial de Timor-Leste à ONU, para falar com investidores americanos. Durão Barroso passou por Wall Street onde, no edifício da NYSE (bolsa de Nova Iorque), se dirigiu a um grupo de investidores. Durão começou por referências a Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar a Lua. "Armstrong admirava o papel de Portugal nos Descobrimentos", disse Durão, citando a célebre frase do astronauta - "um pequeno passo para um homem, um salto de gigante para a humanidade". O primeiro-ministro quis convencer os investidores americanos a dar o "pequeno passo" de apostar em Portugal que pode render um "salto de gigante" para as suas empresas, notando o "forte empenho" do seu Governo em "reduzir a despesa pública, diminuir os impostos empresariais e garantir um controlo firme das finanças públicas".

Ao contrário da experiência nos últimos anos em que a comunicação social teve tempo para ler o documento, a proposta de Orçamento de Estado (OE) para 2003 foi divulgada apenas às 18h15 minutos, precisamente à hora da conferência de imprensa, porque oficialmente era inadmissível que os jornalistas recebessem o texto antes dos deputados. Mas, àquela hora, a agência Reuters saiu com dez "takes" de rajada. Mas logo que terminou a conferência de imprensa de apresentação do OE, a ministra das Finanças lançou-se num "slalon" mediático. Apesar de, com dias de antecedência, ter combinado uma entrevista com a SIC, Manuela Ferreira Leite aceitou ser gravada pela TVI no local da conferência de imprensa, o que permitiu a essa televisão passar a conversa à abrir o Jornal Nacional (TVI), antes da SIC. Às 20h30 sensivelmente, deixou-se entrevistar para a SIC e foi à RTP ao Jornal 2, das 22h. Está visto que as televisões são os locais ideais, para o Governo, para explicar documentos complicados...

O Governo abriu um precedente enorme ao permitir a Santana Lopes, a propósito do Parque Mayer, abrir um casino em Lisboa. De todos os lados, de todas direcções... os pedidos não páram. "Também quero, porque isto...". "J* tínhamos solicitado, porque aquilo...". É um choradinho incessante, em que os argumentos pecam, pura e simplesmente, por não existirem. Como também, existindo ou não, não parecem ser legítimos no caso de Lisboa. Ainda por cima agora. Ainda por cima num Governo liderado por Durão Barroso que tinha dito, em plena campanha eleitoral, que enquanto houvesse listas de espera nos hospitais não haveria aeroporto da Ota. E, ainda por cima, o jogo é um vício. E, aí, o povo é sábio: "Quando não há dinheiro, não há vícios".

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