Uma semana frustrante

12-04-2002
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Uma Semana Frustrante

Por ROSA SOARES

Segunda-feira, 8 de Abril de 2002

Ao nível internacional, a semana não foi fácil para os mercados accionistas. A escalada de violência no Médio Oriente, que teve reflexos imediatos no preço do petróleo, retrai o investimento em acções, transferindo-o para produtos financeiros mais seguros. A tomada de posição tardia dos Estados Unidos, que só na quinta-feira à tarde pediu a retirada de Israel das cidades palestinas ocupadas, agravou o nervosismo. Na sexta-feira ainda se assistiu a alguma recuperação, com a esperança de que o preço do petróleo possa começar a baixar, mas ainda sem convicção.

Durante a semana, foram divulgados vários indicadores sobre a economia americana, que não foram muito positivos, o que faz alimentar a esperança de que a Reserva Federal (Fed) não suba as taxas de juro no curto prazo, à semelhança do que decidiu o BCE. Nos EUA, os pedidos de subsídio de desemprego cresceram em 64 mil, para 460 mil, na semana terminada a 30 de Março, quando os analistas previam 380 mil pedidos. A taxa de desemprego também subiu em Março, para 5,7 por cento, depois de em Fevereiro ter ficado em 5,5 por cento. O indicador de conjuntura dos serviços, expresso pelo índice ISM (ex-NAPM), desceu para 57,3 por cento em Março, contra 58,7 por cento em Fevereiro. A juntar a estes sinais de fragilidade, várias empresas estão a reduzir as suas estimativas de resultados, e grandes casas de corretagem a rever em baixa as recomendações feitas para vários títulos. Apesar deste ambiente, o sentimento dos investidores é de maior optimismo, comparativamente ao que se vivia há alguns meses.

Em Lisboa, a semana não foi fácil, especialmente pelo reduzido volume de negócios que o nosso mercado continua a apresentar. A semana deveria reflectir a estreia de 14 empresas nos dois principais índices da Euronext, mas a data passou completamente despercebida. O Euronext 100, o principal índice do mercado pan-europeu, passou a contar com o BCP, a PT, a EDP, a Brisa, a Cimpor e o BES, e no Next 150 estão a Vodafone Telecel, a Sonae SGPS,o BPI, a Jerónimo Martins, a PT Multimédia, a Sonaecom e a Portucel.

A semana ficou ainda marcada pela expectativa dos esclarecimentos da EDP sobre a misteriosa Thorn Finance, a quem diz ter vendido a participação de 25 por cento que detinha na Optimus. Aguardam-se desenvolvimentos hoje ou nos próximos dias.

Nas últimas quatro sessões (na segunda-feira a bolsa esteve encerrada), o principal índice português perdeu 1,26 por cento, o que eleva a perda anual para 1,71 por cento. Dos 20 títulos que o compõem, 14 caíram, quatro subiram e dois encerraram em casa.

O BCP e a PT, com maior peso no agrupamento, perderam 0,99 e 4,57 por cento, respectivamente.

A EDP conseguiu uma subida de 0,84 por cento. Em alta estiveram também a Brisa, o BPI e a PT Multimédia. Quedas importantes na Pararede e na Vodafone.

Rosa Soares

Uma Semana Frustrante

Por ROSA SOARES

Segunda-feira, 8 de Abril de 2002

Ao nível internacional, a semana não foi fácil para os mercados accionistas. A escalada de violência no Médio Oriente, que teve reflexos imediatos no preço do petróleo, retrai o investimento em acções, transferindo-o para produtos financeiros mais seguros. A tomada de posição tardia dos Estados Unidos, que só na quinta-feira à tarde pediu a retirada de Israel das cidades palestinas ocupadas, agravou o nervosismo. Na sexta-feira ainda se assistiu a alguma recuperação, com a esperança de que o preço do petróleo possa começar a baixar, mas ainda sem convicção.

Durante a semana, foram divulgados vários indicadores sobre a economia americana, que não foram muito positivos, o que faz alimentar a esperança de que a Reserva Federal (Fed) não suba as taxas de juro no curto prazo, à semelhança do que decidiu o BCE. Nos EUA, os pedidos de subsídio de desemprego cresceram em 64 mil, para 460 mil, na semana terminada a 30 de Março, quando os analistas previam 380 mil pedidos. A taxa de desemprego também subiu em Março, para 5,7 por cento, depois de em Fevereiro ter ficado em 5,5 por cento. O indicador de conjuntura dos serviços, expresso pelo índice ISM (ex-NAPM), desceu para 57,3 por cento em Março, contra 58,7 por cento em Fevereiro. A juntar a estes sinais de fragilidade, várias empresas estão a reduzir as suas estimativas de resultados, e grandes casas de corretagem a rever em baixa as recomendações feitas para vários títulos. Apesar deste ambiente, o sentimento dos investidores é de maior optimismo, comparativamente ao que se vivia há alguns meses.

Em Lisboa, a semana não foi fácil, especialmente pelo reduzido volume de negócios que o nosso mercado continua a apresentar. A semana deveria reflectir a estreia de 14 empresas nos dois principais índices da Euronext, mas a data passou completamente despercebida. O Euronext 100, o principal índice do mercado pan-europeu, passou a contar com o BCP, a PT, a EDP, a Brisa, a Cimpor e o BES, e no Next 150 estão a Vodafone Telecel, a Sonae SGPS,o BPI, a Jerónimo Martins, a PT Multimédia, a Sonaecom e a Portucel.

A semana ficou ainda marcada pela expectativa dos esclarecimentos da EDP sobre a misteriosa Thorn Finance, a quem diz ter vendido a participação de 25 por cento que detinha na Optimus. Aguardam-se desenvolvimentos hoje ou nos próximos dias.

Nas últimas quatro sessões (na segunda-feira a bolsa esteve encerrada), o principal índice português perdeu 1,26 por cento, o que eleva a perda anual para 1,71 por cento. Dos 20 títulos que o compõem, 14 caíram, quatro subiram e dois encerraram em casa.

O BCP e a PT, com maior peso no agrupamento, perderam 0,99 e 4,57 por cento, respectivamente.

A EDP conseguiu uma subida de 0,84 por cento. Em alta estiveram também a Brisa, o BPI e a PT Multimédia. Quedas importantes na Pararede e na Vodafone.

Rosa Soares

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