Entrevesta à rádio Urbana 15

18-06-2004
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Conhecem a história do cavalo do escocês avarento? Este foi-lhe diminuindo a ração e o seu contentamento aumentava cada vez que a despesa se reduzia. Quando o cavalo já estava habituado a não comer morreu. Esta história assemelha-se à situação politica portuguesa. A ministra das finanças vai de medida em medida, cada vez mais austera, reduzindo o rendimento das famílias e das empresas. Com isso reduz despesa pública mas provoca quebra de rendimento, diminuição da actividade económica e a crise instala-se, com encerramento de empresas e desemprego. Esta firmeza da ministra, diria incompreensão da situação social, não se coaduna com a sua última decisão de perdoar os juros compensatórios de quem tem dívidas ao fisco. Há poucos anos já tinha sido tomado algo parecido com o argumento que seria o ultimo perdão e ao limpar o passado entrava-se num período de combate à fraude e evasão fiscal. Agora os faltosos são premiados e aqueles que pagaram as suas obrigações ficam a pensar se não seria melhor fugir ao fisco. Que pior sinal podia ser dado aos contribuintes para evitar a evasão fiscal e ainda por cima por aquela que quer passar por ser rigorosa e austera a ministra das finanças – Dr Manuela Ferreira Leite, um Salazar de saias. Veja-se o que se passa no nosso distrito em vez de se apoiar as empresas prefere-se anunciar planos de apoio aos desempregados. Prefere-se gastar no subsídio de desemprego a apoiar o emprego. O desemprego arrasta problemas sociais graves que afectam não só o que caiem nele mas todo a sociedade com surgimento de marginalidade, crise de comportamento, instabilidade social. Por isso não compreendemos que nesta altura, em que se prevê uma crise social, se pretenda alterar a legislação laboral no sentido em que a relação trabalhador-empregador produza um forte desequilíbrio em prejuízo dos mais desprotegidos. Este caminho não é o único, é até o mais tormentoso. A ministra das Finanças só tem uma obsessão, como qualquer contabilista, apresentar boas contas, nem que para tal cesse o investimento, que garante o futuro, deixar de comprar mercadorias e despedir trabalhadores, para não fazer pagamentos e vender os stocks. A curto prazo este remédio adormece a dor mas não salva o doente. A propósito alguém se lembra do estado em que ficou o país em 1993 quando era Secretaria de e

Estado do Orçamento a Dr Manuela Ferreira Leite? Pois foi um deficit de 6,3 bem pior do que agora apregoa como um desastre, 4,1. Quem a ouve não a leva presa… Fernando Serrasqueiro

Conhecem a história do cavalo do escocês avarento? Este foi-lhe diminuindo a ração e o seu contentamento aumentava cada vez que a despesa se reduzia. Quando o cavalo já estava habituado a não comer morreu. Esta história assemelha-se à situação politica portuguesa. A ministra das finanças vai de medida em medida, cada vez mais austera, reduzindo o rendimento das famílias e das empresas. Com isso reduz despesa pública mas provoca quebra de rendimento, diminuição da actividade económica e a crise instala-se, com encerramento de empresas e desemprego. Esta firmeza da ministra, diria incompreensão da situação social, não se coaduna com a sua última decisão de perdoar os juros compensatórios de quem tem dívidas ao fisco. Há poucos anos já tinha sido tomado algo parecido com o argumento que seria o ultimo perdão e ao limpar o passado entrava-se num período de combate à fraude e evasão fiscal. Agora os faltosos são premiados e aqueles que pagaram as suas obrigações ficam a pensar se não seria melhor fugir ao fisco. Que pior sinal podia ser dado aos contribuintes para evitar a evasão fiscal e ainda por cima por aquela que quer passar por ser rigorosa e austera a ministra das finanças – Dr Manuela Ferreira Leite, um Salazar de saias. Veja-se o que se passa no nosso distrito em vez de se apoiar as empresas prefere-se anunciar planos de apoio aos desempregados. Prefere-se gastar no subsídio de desemprego a apoiar o emprego. O desemprego arrasta problemas sociais graves que afectam não só o que caiem nele mas todo a sociedade com surgimento de marginalidade, crise de comportamento, instabilidade social. Por isso não compreendemos que nesta altura, em que se prevê uma crise social, se pretenda alterar a legislação laboral no sentido em que a relação trabalhador-empregador produza um forte desequilíbrio em prejuízo dos mais desprotegidos. Este caminho não é o único, é até o mais tormentoso. A ministra das Finanças só tem uma obsessão, como qualquer contabilista, apresentar boas contas, nem que para tal cesse o investimento, que garante o futuro, deixar de comprar mercadorias e despedir trabalhadores, para não fazer pagamentos e vender os stocks. A curto prazo este remédio adormece a dor mas não salva o doente. A propósito alguém se lembra do estado em que ficou o país em 1993 quando era Secretaria de e

Estado do Orçamento a Dr Manuela Ferreira Leite? Pois foi um deficit de 6,3 bem pior do que agora apregoa como um desastre, 4,1. Quem a ouve não a leva presa… Fernando Serrasqueiro

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